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portugues porttugal ., Exercícios de Português (Gramática - Literatura)

português Portugal soluções...

Tipologia: Exercícios

2021

Compartilhado em 14/04/2024

andre-rafael-15
andre-rafael-15 🇵🇹

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Baixe portugues porttugal . e outras Exercícios em PDF para Português (Gramática - Literatura), somente na Docsity! SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA LIVRO DE TESTES • MATRIZES DE CONTEÚDOS • TESTES DE DIAGNÓSTICO • TESTES DE AVALIAÇÃO • CENÁRIOS DE RESPOSTA SENTIDOS 10 PORTUGUÊS ANA CATARINO CÉLIA FONSECA ISABEL CASTIAJO MARIA JOSÉ PEIXOTO *Materiais disponíveis, em formato editável, em: 4 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA 01. MATRIZES DE CONTEÚDO DOS TESTES E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL MATRIZES DE CONTEÚDO DOS TESTES TESTE DIAGNÓSTICO N.O 1 (pp. 18-23) Domínios e Conteúdos Tipologia de itens GRUPOS Cotação / pontos I II III LEITURA E EDUCAÇÃO LITERÁRIA Relato de viagens + Texto poético: − lírico − épico GRAMÁTICA ESCRITA Texto de opiniãoFormação de palavras Classes de palavras Mecanismos de retoma Funções sintáticas Orações subordinadas Associação II 2. (10 pontos) 10 Ordenação I − A 1. (10 pontos) 10 Escolha múltipla I − A 2.1. a 2.4 (4 itens x 4 pontos) II 5. (4 pontos) 20 Seleção I − A 3. (4 pontos) II 1. (4 pontos) 8 Completamento II 3. (12 pontos) 12 Resposta curta I − B 4. a 8. (5 itens x 10 pontos) 50 Resposta restrita I − C 9. (20 pontos) II 4. (6 pontos) 6. (4 pontos) 30 Resposta extensa III 60 COTAÇÃO 100 40 60 200 5SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA 01. MATRIZES DE CONTEÚDO DOS TESTES E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL TESTE DIAGNÓSTICO N.O 2 (pp. 24-30) Domínios e Conteúdos Tipologia de itens GRUPOS Cotação / pontos I II III LEITURA E EDUCAÇÃO LITERÁRIA Relato de viagens + Texto poético: − lírico e épico + Texto dramático GRAMÁTICA ESCRITA Texto de opiniãoFormação de palavras Classes de palavras Mecanismos de retoma Funções sintáticas Orações subordinadas Associação II 2. (10 pontos) 10 Ordenação I − A 1. (10 pontos) 10 Escolha múltipla I − A 2.1. a 2.4 (4 itens x 4 pontos) II 5. (4 pontos) 20 Seleção I − A 3. (4 pontos) II 1. (4 pontos) 8 Completamento II 3. (12 pontos) 12 Resposta curta I − B 4. a 8. (5 itens x 10 pontos) 50 Resposta restrita I − C 9. (20 pontos) II 4. (6 pontos) 6. (4 pontos) 30 Resposta extensa III 60 COTAÇÃO 100 40 60 200 6 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA 01. MATRIZES DE CONTEÚDO DOS TESTES E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL TESTE DE AVALIAÇÃO N.O 1 (pp. 32-35) Domínios e Conteúdos Tipologia de itens GRUPOS Cotação / pontos I II III EDUCAÇÃO LITERÁRIA Poesia trovadoresca: − cantiga de amor − cantiga de amigo LEITURA E GRAMÁTICA Classes de palavras Funções sintáticas Relações semânticas entre palavras Processos fonológicos Mecanismos de retoma Campo lexical Étimo ESCRITA Exposição Escolha múltipla II 1.1. a 1.7 (7 itens x 5 pontos) 35 Resposta curta II 2.1. a 2.3. (3 itens x 5 pontos) 15 Resposta restrita I Item A 1 a 3 (3 itens x 20 pontos) Item B 4 e 5 (2 itens x 20 pontos) 60 40 Resposta extensa III 50 COTAÇÃO 100 50 50 200 9SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA 01. MATRIZES DE CONTEÚDO DOS TESTES E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL TESTE DE AVALIAÇÃO N.O 4 (pp. 45-49) Domínios e Conteúdos Tipologia de itens GRUPOS Cotação / pontos I II III EDUCAÇÃO LITERÁRIA Fernão Lopes – Crónica de D. João I + Poesia trovadoresca – cantiga de escárnio LEITURA E GRAMÁTICA Relações semânticas entre palavras Formação de palavras Orações subordinadas Funções sintáticas Classes de palavras Étimo ESCRITA Síntese Escolha múltipla II 1.1. a 1.7 (7 itens x 5 pontos) 35 Resposta curta II 2.1. a 2.3. (3 itens x 5 pontos) 15 Resposta restrita I Item A 1 a 3 (3 itens x 20 pontos) Item B 4 e 5 (2 itens x 20 pontos) 60 40 Resposta extensa III 50 COTAÇÃO 100 50 50 200 10 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA 01. MATRIZES DE CONTEÚDO DOS TESTES E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL TESTE DE AVALIAÇÃO N.O 5 (pp. 50-54) Domínios e Conteúdos Tipologia de itens GRUPOS Cotação / pontos I II III EDUCAÇÃO LITERÁRIA Gil Vicente − Farsa de Inês Pereira + Poesia trovadoresca – cantiga de amigo LEITURA E GRAMÁTICA Relações semânticas entre palavras Palavras convergentes Processos irregulares de formação de palavras Classes de palavras Funções sintáticas Valor dos conectores Orações subordinadas ESCRITA Apreciação critica Escolha múltipla II 1.1. a 1.7 (7 itens x 5 pontos) 35 Resposta curta II 2.1. a 2.3. (3 itens x 5 pontos) 15 Resposta restrita I Item A 1 a 3 (3 itens x 20 pontos) Item B 4 e 5 (2 itens x 20 pontos) 60 40 Resposta extensa III 50 COTAÇÃO 100 50 50 200 11SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA 01. MATRIZES DE CONTEÚDO DOS TESTES E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL TESTE DE AVALIAÇÃO N.O 6 (pp. 55-60) Domínios e Conteúdos Tipologia de itens GRUPOS Cotação / pontos I II III EDUCAÇÃO LITERÁRIA Gil Vicente − Auto da Feira / Farsa de Inês Pereira + Fernão Lopes – Crónica de D. João I LEITURA E GRAMÁTICA Funções sintáticas Conectores Campo lexical Classes de palavras Orações subordinadas Formação de palavras Mecanismos de retoma ESCRITA Síntese Escolha múltipla II 1.1. a 1.7 (7 itens x 5 pontos) 35 Resposta curta II 2.1. a 2.3. (3 itens x 5 pontos) 15 Resposta restrita I Item A 1 a 3 (3 itens x 20 pontos) Item B 4 e 5 (2 itens x 20 pontos) 60 40 Resposta extensa III 50 COTAÇÃO 100 50 50 200 14 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA 01. MATRIZES DE CONTEÚDO DOS TESTES E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL TESTE DE AVALIAÇÃO N.O 9 (pp. 69-72) Domínios e Conteúdos Tipologia de itens GRUPOS Cotação / pontos I II III EDUCAÇÃO LITERÁRIA Luís de Camões − Os Lusíadas + Luís de Camões − Rimas (redondilha) LEITURA E GRAMÁTICA Funções sintáticas Formação de palavras Classes de palavras Orações subordinadas ESCRITA Exposição Escolha múltipla II 1.1. a 1.7 (7 itens x 5 pontos) 35 Resposta curta II 2.1. a 2.3. (3 itens x 5 pontos) 15 Resposta restrita I Item A 1 a 3 (3 itens x 20 pontos) Item B 4 e 5 (2 itens x 20 pontos) 60 40 Resposta extensa III 50 COTAÇÃO 100 50 50 200 15SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA 01. MATRIZES DE CONTEÚDO DOS TESTES E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL TESTE DE AVALIAÇÃO N.O 10 (pp. 73-76) Domínios e Conteúdos Tipologia de itens GRUPOS Cotação / pontos I II III EDUCAÇÃO LITERÁRIA Luís de Camões − Os Lusíadas + História Trágico-Marítima LEITURA E GRAMÁTICA Formação de palavras Orações subordinadas Funções sintáticas Valor dos conectores Mecanismos de retoma ESCRITA Apreciação crítica Escolha múltipla II 1.1. a 1.7 (7 itens x 5 pontos) 35 Resposta curta II 2.1. a 2.3. (3 itens x 5 pontos) 15 Resposta restrita I Item A 1 a 3 (3 itens x 20 pontos) Item B 4 e 5 (2 itens x 20 pontos) 60 40 Resposta extensa III 50 COTAÇÃO 100 50 50 200 16 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA 01. MATRIZES DE CONTEÚDO DOS TESTES E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL TESTE DE AVALIAÇÃO N.O 11 (pp. 77-80) Domínios e Conteúdos Tipologia de itens GRUPOS Cotação / pontos I II III EDUCAÇÃO LITERÁRIA História Trágico-Marítima + Luís de Camões − Os Lusíadas LEITURA E GRAMÁTICA Funções sintáticas Orações subordinadas Mecanismos de retoma Recursos expressivos Classes de palavras ESCRITA Apreciação crítica Escolha múltipla II 1.1. a 1.7 (7 itens x 5 pontos) 35 Resposta curta II 2.1. a 2.3. (3 itens x 5 pontos) 15 Resposta restrita I Item A 1 a 3 (3 itens x 20 pontos) Item B 4 e 5 (2 itens x 20 pontos) 60 40 Resposta extensa III 50 COTAÇÃO 100 50 50 200 02. TESTES DE DIAGNÓSTICO 19SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL estavam lá no meio, a dançar com eles. Os mais tímidos, encostados ao tronco de árvores, recebiam convites sucessivos de coreanos que se aproximavam a sorrir, lhes esticavam a mão e os tentavam levar para o meio da dança. […] José Luís Peixoto, Dentro do segredo − uma viagem na Coreia do Norte. Lisboa, Quetzal Editores, 2014, pp. 61-63. 1 idiossincrasias − comportamentos específicos de uma pessoa ou de um grupo. 2 Kim Jong-il − chefe de Estado, ditador, que, de 1994 a 2011, exerceu as funções de Líder Supremo da República Popular Democrática da Coreia do Norte e de Secretário-Geral do Partido dos Trabalhadores da Coreia − cargos máximos de âmbito militar e político da nação coreana. Responda aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que lhe são dadas. 1. As afirmações apresentadas de (A) a (G) referem-se às impressões de José Luís Peixoto, aquando da sua viagem, em abril de 2012, à Coreia do Norte. Escreva a sequência de letras que corresponde à ordem sequencial do relato feito. Termine a se- quência com a letra (F). (A) Os homens usavam fatos semelhantes aos do líder supremo da República. (B) Ninguém consegue ser imparcial, particularmente na Coreia do Norte. (C) A imaginação é estimulada quando não se obtêm respostas para as perguntas colocadas. (D) O que se lê condiciona a perceção daquilo que se vê. (E) Viajar possibilita a cada um de nós interpretar o que observa. (F) Os coreanos convidavam toda a gente a dançar. (G) Não é nos guias norte-coreanos que se encontram os esclarecimentos que procuramos. 2. Selecione, para responder a cada item (2.1. a 2.4.), a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto. 2.1. Quando duas pessoas visitam o mesmo país vão (A) ter histórias iguais para contar. (B) visitar os mesmos locais. (C) passar pelas mesmas experiências. (D) experienciar tudo distintamente. 2.2. As opiniões sobre os norte-coreanos ou sobre algum país que se visita são condicionadas (A) por aquilo que se leu sobre o assunto. (B) pela experiência de vida do visitante. (C) pelo que se observa no local visitado. (D) pela bagagem cultural do turista. 2.3. Na opinião do autor, os guias norte-coreanos (A) estão sempre prontos a responder às questões dos turistas. (B) esquivam-se a todo o tipo de questões, sorrindo. (C) fogem às questões de natureza político-económica coreana. (D) são muito conhecedores da história do seu país. 02. TESTES DE DIAGNÓSTICO 20 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 2.4. O autor-narrador confessa que (A) teve uma enorme dificuldade em obter a verdade. (B) se perdeu no decurso da visita à Coreia do Norte. (C) a verdade se obtém facilmente neste país asiático. (D) sentiu medo quando chegou à fronteira. 3. Selecione a opção que corresponde à única afirmação falsa, de acordo com o sentido do texto. (A) “ele” (linha 28) refere-se a “D. Quixote”. (B) “que” (linha 34) refere-se a “muitos homens”. (C) “que” (linha 36) refere-se a “Os estrangeiros”. (D) “lhes” (linha 38) refere-se a “Os mais tímidos”. PARTE B Leia o poema de Florbela Espanca. Amar! Eu quero amar, amar perdidamente! Amar só por amar: Aqui... além... Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente... Amar! Amar! E não amar ninguém! Recordar? Esquecer? Indiferente!... Prender ou desprender? É mal? É bem? Quem disser que se pode amar alguém Durante a vida inteira é porque mente! Há uma Primavera em cada vida: É preciso cantá-la assim florida, Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar! E se um dia hei de ser pó, cinza e nada Que seja a minha noite uma alvorada, Que me saiba perder... pra me encontrar... Florbela Espanca, Sonetos – texto integral e estudo da obra. Porto, Paisagem Editora Lda., 1982, p. 132. Responda, de forma completa e bem estruturada, aos itens que se seguem. 4. Demonstre que o importante é amar, independentemente de quem. 5. Comprove a desorientação do sujeito poético, justificando a sua resposta com elementos textuais pertinentes. 6. Explique o sentido do primeiro terceto, referindo a expressividade do verbo “cantar” (verso 11). 7. Indique a razão pela qual a expressão “um dia hei de ser pó” (verso 12) pode ser considerada um eufemismo. 5 10 02. TESTES DE DIAGNÓSTICO 21SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL Luís de Camões, Os Lusíadas (leitura, prefácio e notas de A. J. Costa Pimpão), 4.a ed., Lisboa, Instituto Camões – Ministério dos Negócios Estrangeiros, 2000. 1 lastimosa; 2 altares; 3 êxtase, enlevo; 4 o de D. Pedro 8. Leia os versos de Eugénio de Andrade, apresentados abaixo, e a afirmação que se lhes segue. É urgente o amor. É urgente um barco no mar. É urgente destruir certas palavras, ódio, solidão e crueldade, alguns lamentos muitas espadas. Tanto nestes versos de Eugénio de Andrade como no soneto de Florbela Espanca, é possível ver-se um apelo ao amor. Porém, nestes últimos versos, há sugestões para que esse sentimento se possa impor, ao contrário do que acontece no primeiro poema apresentado. Defenda este comentário, explicitando as semelhanças e diferenças entre os versos dos dois autores, fundamentando a sua resposta em elementos textuais pertinentes. PARTE C Leia as estâncias 119 a 121 do Canto III de Os Lusíadas, a seguir transcritas, e responda, de forma completa e bem estruturada, ao item 9. Em caso de necessidade, consulte as notas apresentadas. 5 119 «Tu só, tu, puro Amor, com força crua, Que os corações humanos tanto obriga, Deste causa à molesta1 morte sua, Como se fora pérfida inimiga. Se dizem, fero Amor, que a sede tua Nem com lágrimas tristes se mitiga, É porque queres, áspero e tirano, Tuas aras2 banhar em sangue humano. 120 «Estavas, linda Inês, posta em sossego, De teus anos colhendo doce fruto, Naquele engano3 da alma, ledo e cego, Que a Fortuna não deixa durar muito, Nos saüdosos campos do Mondego, De teus fermosos olhos nunca enxuto, Aos montes ensinando e às ervinhas O nome4 que no peito escrito tinhas. 121 «Do teu Príncipe ali te respondiam As lembranças que na alma lhe moravam, Que sempre ante seus olhos te traziam, Quando dos teus fermosos se apartavam; De noite, em doces sonhos que mentiam, De dia, em pensamentos que voavam; E quanto, enfim, cuidava e quanto via Eram tudo memórias de alegria. 02. TESTES DE DIAGNÓSTICO TESTE DE DIAGNÓSTICO Nome: ______________________________________________________ N.O: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________ 24 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 02. GRUPO I PARTE A Leia o texto. Em caso de necessidade, consulte o glossário apresentado. Uma portuguesa em Malaca “Cuidado, são portuguesas”, diz-me o Vasco em surdina1. O Vasco é operador de câmara. Anda- mos juntos pela Ásia a filmar um documentário para a RTP2 sobre Fernão Mendes Pinto. É, pois, um colega de trabalho. Mas a vida em comum entre pensões bafientas2 e autocarros desengonça- dos, as dificuldades do projeto multimédia, que, quando resolves uma nascem logo outras duas, os problemas habituais de quem viaja por conta própria − ainda por cima há pouco dinheiro, somos só os dois, nem produtor, nem sonoplasta3 nem intérprete, temos de ser nós a fazer tudo –, somando também as sinergias4 e o sentido de humor de quem olha para o mundo a partir da mesma pers- petiva cultural (“achas normal aqueles tipos a comer lulas fritas e malaguetas ao pequeno-almo- ço?”), e assim as semanas passam e o colega de trabalho passa também a ser confidente e amigo. E cúmplice. Por isso, basta a voz em surdina e um certo tipo de expressão de cautela. “São portuguesas”, diz. Cuidado com o que dizes, que palavras usas, que comentários fazes. Estão na mesa ao lado na pequena esplanada improvisada na ruazita que passa pela mesquita mulçulmana, paredes-meias5 com o templo hindu e com o pagode budista6. A ruazita chama-se “da harmonia” e nestes poucos metros explica-se Malaca, a velha princesa dos mares, uma pré-Singapura antes de os ingleses chegarem ao Sudeste Asiático. Em Malaca atracavam milhares de navios, comerciava-se em dezenas de idiomas, o porto era uma porta, daquelas abertas de par em par, para a passagem de mercadorias entre o Extremo Oriente e as várias Índias, uma passagem entre o Pacífico e o Índico. A porta estava aberta, mas os portugueses preferiram arrombar com a parede. Em 1511, Afonso de Albuquerque conquistava Malaca, um feito de armas extraordinário mas de uma crueldade pragmática7, que deixaria os por- tugueses com uma reputação duradoura na Ásia. A conquista de Malaca seguia uma lógica, um desígnio8, uma quimera9: criar bases em terra para um império no mar. O império marítimo portu- guês durou um século. A Malaca10 portuguesa um pouco mais, século e meio. Uma mulher está ao telefone, percebe-se que não voltará tão cedo a Portugal […]. Meto conversa antes que inicie outro telefonema. É melhor que saiba que os dois tipos da mesa ao lado também são portugueses […]. Em Malaca, cruzamento de povos dos mares, uma pequena comunidade católica resiste à uni- formização religiosa e cultural imposta pela maioria muçulmana que governa a Malásia. Dizem-se portugueses e comovem os outros portugueses que por lá passam. […] A comunidade é pequena e pobre, três mil pescadores, iletrados, alguns analfabetos. Portugal, Goa, Macau, os pontos de re- ferência dos séculos passados, diluem-se nos enredos da História. […] É estranho, surreal mesmo. Mas estes descendentes dos homens que com Afonso de Albuquerque conquistaram Malaca não conhecem outra realidade. […] Gonçalo Cadilhe, Encontros marcados, Lisboa, Clube do Autor, SA, 2011, pp. 109-111. 1 em voz baixa; 2 que cheira a bafio/mofo; 3 responsável pelos efeitos sonoros; 4 esforços coletivos; 5 junto de ou ao lado de; 6 templo de Buda; 7 hábil; 8 propósito, intenção; 9 fantasia, ilusão; 10 cidade situada na Malásia, num estreito entre o Índico e o Mar da China. 5 10 15 20 25 30 02. TESTES DE DIAGNÓSTICO 25SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL Responda aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que lhe são dadas. 1. As afirmações apresentadas de (A) a (G) referem-se a factos decorrentes do trabalho de Gonçalo Cadilhe e do seu colega. Escreva a sequência de letras que corresponde à ordem sequencial do relato feito. Termine a se- quência com a letra (F). (A) Os hábitos culturais e alimentares malaios causam alguma estranheza aos dois visitantes. (B) A religião muçulmana convive com a hindu e a budista. (C) Vasco e Gonçalo Cadilhe vão filmar um documentário na Ásia para a RTP2. (D) As portuguesas estavam sentadas ao lado de ambos, numa esplanada. (E) Malaca já foi território português e porto comercial estratégico, no século XVI. (F) Atualmente, são muito poucos os portugueses sediados neste território malaio. (G) O trabalho dos dois viajantes torna-se mais difícil devido aos parcos recursos de que dispõem. 2. Selecione, para responder a cada item (2.1. a 2.4.), a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto. 2.1. O trabalho conjunto (de Vasco e de Gonçalo) gerou (A) algumas desavenças e discussões entre ambos. (B) alguma cumplicidade mas também animosidade. (C) aproximação e amizade entre os dois viajantes. (D) vários conflitos por terem perspetivas diferentes. 2.2. O comentário parentético presente no primeiro parágrafo deve-se (A) a fatores xenófobos e racistas, típicos dos europeus. (B) à perspetiva europeizante dos dois visitantes. (C) à convicção de superioridade dos portugueses. (D) à não aceitação das diferenças culturais. 2.3. A rua a que o autor faz referência (A) apresenta alguns vestígios da presença portuguesa. (B) foi totalmente transformada pelos colonizadores ingleses. (C) é local de convívio de várias raças e diferentes credos. (D) é o retrato da pobreza e da ignorância de quem lá vive. 2.4. A conquista de Malaca por Afonso de Albuquerque (A) decorreu de forma pacífica e conciliadora. (B) resultou de uma estratégia delineada na Índia. (C) foi uma iniciativa prodigiosa e ainda hoje recordada. (D) tratou-se de uma iniciativa bélica marcante. 3. Selecione a opção que corresponde à única afirmação falsa, de acordo com o sentido do texto. (A) “me” (linha 1) refere-se a Gonçalo Cadilhe. (B) “que” (linha 13) refere-se a “ruazita”. (C) “que” (linha 29) refere-se a “maioria muçulmana”. (D) “que” (linha 33) refere-se a “estes descendentes dos homens”. 02. TESTES DE DIAGNÓSTICO 26 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL PARTE B Leia o poema de Carlos de Oliveira. Vilancete Castelhano de Gil Vicente Por mais que nos doa a vida nunca se perca a esperança; a falta de confiança só da morte é conhecida. Se a lágrimas for cumprida a sorte, sentindo-a bem, vereis que todo o mal vem achar remédio na vida. E pois que outro preço tem depois do mal a bonança, nunca se perca a esperança enquanto a morte não vem. Carlos de Oliveira, Obras de Carlos Oliveira, Lisboa, Caminho, 1992, p. 143. Responda, de forma completa e bem estruturada, aos itens que se seguem. 4. Explique o valor da esperança, atendendo ao conteúdo dos primeiros quatro versos. 5. Registe de que modo a sorte se pode articular com a vida. 6. Exponha, por palavras suas, o conteúdo dos últimos quatro versos do poema. 7. Estabeleça uma aproximação entre o poema lido e o aforismo popular “Para tudo na vida há solução, exceto para a morte”. 8. Leia os versos de Camões, apresentados abaixo, e a afirmação que se lhes segue. 5 10 84 «E já no porto da ínclita Ulisseia, Cum alvoroço nobre e cum desejo (Onde o licor1 mistura e branca areia Co salgado Neptuno2 o doce Tejo) As naus prestes estão; e não refreia Temor nenhum o juvenil despejo, Porque a gente marítima e a de Marte3 Estão pera seguir-me a toda a parte, 85 «Pelas praias vestidos os soldados De várias cores vêm e várias artes, E não menos de esforço aparelhados Pera buscar do mundo novas partes. Nas fortes naus os ventos sossegados Ondeiam os aéreos estandartes; Elas4 prometem, vendo os mares largos, De ser no Olimpo5 estrelas, como a de Argos. Luís de Camões, Os Lusíadas (leitura, prefácio e notas de A. Júlio Costa Pimpão), 4.a ed., Lisboa, Instituto Camões – Ministério dos Negócios Estrangeiros, 2000. 1 água; 2 mar; 3 os guerreiros; 4 as naus; 5 tornadas imortais Nos versos de Carlos de Oliveira há uma espécie de apelo para que nunca se perca a esperança. Mas nas estâncias selecionadas de Os Lusíadas também é possível ver que a esperança, pelo menos na hora da partida, acompanhava os marinheiros na busca de novos mundos. Defenda esta perspetiva, explicitando possíveis articulações entre o conteúdo do primeiro texto poético e o das estâncias camonianas selecionadas, fundamentando a sua resposta em elementos textuais pertinentes. 02. TESTES DE DIAGNÓSTICO 29SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 2. Associe cada elemento da coluna A ao único elemento da coluna B que lhe corresponde, de modo a identificar a classe e a subclasse da palavra destacada em cada frase. COLUNA A COLUNA B (A) Estavam a filmar um documentário sobre Fernão Mendes Pinto para a RTP2. (B) Quando os dois viajantes resolviam um problema, aparecia outro. (C) Ambos tinham os problemas de quem viajava. (D) Percebeu que a jovem não voltaria tão cedo a Portugal. (E) Meteu conversa com aquela jovem antes que iniciasse outro telefonema. (1) locução subordinativa temporal (2) pronome relativo (3) quantificador numeral (4) conjunção subordinativa completiva (5) preposição (6) determinante indefinido (7) pronome pessoal (8) conjunção subordinativa causal 3. Complete cada uma das frases seguintes com a forma do verbo apresentado entre parênteses, no tempo e no modo indicados. Pretérito imperfeito do conjuntivo Se os visitantes a. ____ (fazer) muitos planos, não os conseguiriam concretizar. Pretérito perfeito do indicativo Quando eles b. ____ (propor) o documentário à RTP2, não imaginavam as dificuldades que iriam encontrar. Condicional composto Gonçalo Cadilhe c. ____ (divertir-se) mais se visitasse um país sul-americano. Pretérito mais-que-perfeito composto do conjuntivo Talvez eles d. ____ (perceber) que se deve respeitar todas as culturas. 4. Reescreva a frase seguinte, substituindo a expressão destacada pela forma adequada do pronome pessoal e fazendo apenas as alterações necessárias. • O realizador participar-me-ia as dificuldades com toda a celeridade. 5. Indique em qual das frases seguintes o grupo destacado desempenha a função sintática de predi- cativo do complemento direto. (A) Os visitantes viram portugueses em Malaca. (B) As jovens portuguesas estavam sentadas numa esplanada. (C) Os dois viajantes acharam a mesquita um pouco degradada. (D) Assiste-se ao cruzamento de diferentes raças nesta região asiática. 6. Transcreva a oração subordinada adjetiva relativa que a frase complexa seguinte integra. • Dizem que os portugueses que vivem em Malaca são pobres e iletrados. 02. TESTES DE DIAGNÓSTICO 30 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL GRUPO III O Auto da Índia podia, na época da publicação/representação, considerar-se inovador e provocatório, uma vez que aborda uma temática nunca tratada até então. Escreva um texto de opinião, onde apresente a sua perspetiva sobre a conduta adúltera, assumida quer pelo homem quer pela mulher, referindo aspetos conducentes à assunção desse comportamento. O texto deve ter um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras. 31SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA TESTES DE AVALIAÇÃO 03. Materiais disponíveis em formato editável em 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 34 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL quotidiano da pequena comunidade que os acolheu e que agora os poderá perder, já que Maria e José poderão em breve concretizar o seu grande sonho de regressarem permanentemente a Portugal, onde poderão levar uma vida mais simples, pacífica e próxima das suas tradições. O problema é que nenhum dos seus amigos, vizinhos e patrões quer deixar partir esta simpática família, que também está fortemente dividida, já que Maria e José parecem ser os únicos que estão dispostos a regressar às suas origens e abandonar definitivamente a sua preciosa comunidade que, durante três décadas, lhes deu tudo aquilo que eles precisavam para levar uma vida esforçada mas feliz. Será que Maria e José estão mesmo dispostos a regressar ao nosso país e a virar para sempre as costas à sua inestimável gaiola dourada? Esta simples pergunta não tem de todo uma resposta óbvia, já que é a sua procura por parte dos dois protagonistas que alimenta o caricato desenrolar do prático guião desta simples mas agradável comédia luso-francesa, que denota todos os seus traços e influências francesas graças à forma re- quintada e pragmática como os seus criadores construíram e decidiram contar esta simples história familiar, cujo principal apelo humano deriva da contagiante áurea popular bem portuguesa que marca presença um pouco por todo o filme, e que acaba por acrescentar um reconfortante e atrativo elemento de tradição, descontração, diferenciação e diversão a esta honrosa comédia que, embora não seja abismalmente criativa ou irreverente, aposta numa história com pés e cabeça que enfatiza os dilemas e os dramas da comunidade emigrante nacional sem nunca esquecer os estereótipos culturais portugueses, que foram aqui aproveitados da melhor maneira possível para desenvolver um estupendo ambiente tradicional e familiar, que tanto promove a diversão como a emoção. Para este atrativo resultado final muito contribuiu a capacidade criativa de Ruben Alves (Realizador/ Guionista), que soube aproveitar o melhor de dois mundos para criar e evidenciar esta ligeira mas francamente apelativa comédia familiar, que beneficia ainda de uma ótima prestação do seu elenco nacional e internacional. http://www.portal-cinema.com/2013/08/critica-gaiola-dourada-2013.html (consultado em janeiro de 2015). 1. Para responder a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., selecione a opção correta. 1.1. O filme A Gaiola Dourada retrata uma família portuguesa que (A) não se adaptou à vida em França e que vê agora a possibilidade de regressar ao seu país de origem. (B) não equaciona a possibilidade de regressar a Portugal porque os seus empregos e as suas raízes estão em França. (C) hesita entre manter-se em França e regressar a Portugal. (D) deseja regressar a Portugal por se sentir dispensável em França. 1.2. Segundo o autor do artigo, o filme A Gaiola Dourada é uma comédia (A) extremamente irreverente, agradável e simples. (B) simples, contagiante e pouco tradicional. (C) divertida, emocionante e simples. (D) simples, muito criativa e marcadamente portuguesa. 1.3. A forma verbal “ter conquistado” (l. 1) encontra-se no (A) pretérito mais que perfeito composto do indicativo. (B) pretérito mais que perfeito composto do conjuntivo. (C) pretérito perfeito composto do conjuntivo. (D) infinitivo composto. 15 20 25 30 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 35SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 1.4. Na frase “A Gaiola Dourada prepara-se agora para ser um grande sucesso comercial em Por- tugal, onde já foi visto por mais de catorze mil espetadores durante as suas primeiras vinte e quatro horas em cartaz” (ll. 1-3), a expressão sublinhada desempenha a função sintática de (A) predicativo do complemento direto. (B) predicativo do sujeito. (C) complemento agente da passiva. (D) complemento oblíquo. 1.5. O termo “corriqueiro” (l. 6) é antónimo de (A) lento. (C) inquietante. (B) invulgar. (D) subtil. 1.6. O processo fonológico ocorrido na passagem de STILU- para “estilo” (l. 6) é a (A) prótese. (B) epêntese. (C) paragoge. (D) síncope. 1.7. Na frase “Esta simples pergunta não tem de todo uma resposta óbvia, já que é a sua procura por parte dos dois protagonistas que alimenta o caricato desenrolar do prático guião desta simples mas agradável comédia luso-francesa” (ll. 20-23), o determinante possessivo “sua” refere-se a (A) pergunta. (C) caricato. (B) resposta. (D) comédia. 2. Responda de forma correta aos itens apresentados. 2.1. Retire do primeiro parágrafo do texto três palavras que pertençam ao campo lexical de cinema. 2.2. Identifique a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada em “somos apresen- tados à simpática Família Ribeiro, que vive, há cerca de trinta anos, na portaria de um prédio de luxo” (ll. 7-8). 2.3. Explique o significado literal do vocábulo “capital” (l. 8), sabendo que a palavra latina CAPITIA significa ‘cabeça’. GRUPO III Escreva um texto expositivo, com um mínimo de 120 e um máximo de 150 palavras, no qual apresente as principais diferenças entre as cantigas de amigo e as cantigas de amor. O seu texto deve incluir uma parte introdutória, uma de desenvolvimento e uma conclusão e incluir os aspetos abaixo apresentados. • Origem. • Objeto. • Sujeito de enunciação. • Características da figura feminina. • Características da figura masculina. • Ambiente. 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 36 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL TESTE DE AVALIAÇÃO Nome: ______________________________________________________ N.O: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________ 02. GRUPO I A Leia com atenção a cantiga de escárnio que se segue. De vós, senhor, quer’eu dizer verdade e nom ja sobr’ [o] amor que vos ei1: senhor, bem [moor]2 é vossa torpidade3 de quantas outras eno mundo sei; assi de fea come de maldade nom vos vence oje senom filha dum rei. [Eu] nom vos amo nem me perderei, u4 vos nom vir, por vós de soidade. E se eu vosco na casa sevesse5 e visse vós e a vossa color, se eu o mundo em poder tevesse, nom vos faria de todos senhor, nem d’outra coisa onde sabor ouvesse. E d’ũa rem seede sabedor: que nunca foi filha d’emperador que de beldade peor estevesse. Todos vos dizem, senhor, com enveja, que desamades eles e mi nom. por Deus, vos rogo que esto nom seja nem façades cousa tam sem razom: amade vós [o] que vos mais desseja, e bem creede que eles todos som; e se vos eu quero bem de coraçom, leve-me Deus a terra u vos nom veja. Pero Larouco, B 612 /V 214, B 784/V 368, in Elsa Gonçalves e Maria Ana Ramos, A lírica galego-portuguesa, Lisboa, Editorial Comunicação, 1983, p. 182. 1 tenho; 2 maior; 3 estupidez; 4 onde; 5 estivesse Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem. 1. Identifique o alvo de sátira visado nesta cantiga. 2. Explicite o pedido que o sujeito lírico dirige à dama no final da cantiga. 3. Demonstre de que forma esta cantiga se constitui, em termos temáticos, como uma antítese das cantigas de amor. 5 10 15 20 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 39SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 1.4. Quanto ao processo de formação, o termo “APREN” (l. 6) classifica-se como (A) sigla. (B) amálgama. (C) acrónimo. (D) empréstimo. 1.5. Na frase “… dióxido de carbono, o principal gás que está a aquecer o planeta” (ll. 10-11), a oração sublinhada classifica-se como (A) subordinada substantiva completiva. (B) subordinada substantiva relativa. (C) subordinada adjetiva relativa explicativa. (D) subordinada adjetiva relativa restritiva. 1.6. A forma verbal “tem sido” (l. 12) encontra-se no (A) pretérito perfeito composto do indicativo. (B) pretérito perfeito composto do conjuntivo. (C) pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo. (D) pretérito mais-que-perfeito composto do conjuntivo. 1.7. O termo “terço” (l. 17) classifica-se como (A) quantificador numeral. (B) quantificador universal. (C) adjetivo numeral. (D) adjetivo qualificativo. 2. Responda de forma correta aos itens apresentados. 2.1. Identifique a relação semântica que se pode estabelecer entre os termos ‘energias renováveis’ e “água”, “vento” e “sol” (l. 2). 2.2. Na frase “A seguir vêm os parques eólicos” (l. 7), identifique a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada. 2.3. Indique uma palavra que integre o mesmo constituinte etimológico que “meteorologia” (l. 21). GRUPO III Redija a síntese (entre 100 a 120 palavras) do texto apresentado no grupo II. 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 40 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL TESTE DE AVALIAÇÃO Nome: ______________________________________________________ N.O: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________ 03. GRUPO I A Leia o seguinte excerto do capítulo 115 da Crónica de D. João I. Per que guisa estava a cidade corregida pera se defender, quando el-Rei de Castela pôs cerco sobr’ela. Nem u~u falamento1 deve mais vizinho seer deste capitulo que havees ouvido2, que poermos logo aqui brevemente de que guisa estava a cidade, jazendo el-Rei de Castela sobr’ela; e per que modo poinha em si guarda o Meestre, e as gentes que dentro eram, por nom receber dano de seus ~emigos3; e o esforço e fouteza4 que contra eles mostravom, em quanto assi esteve cercada. Onde sabee que como5 o Meestre e os da cidade souberom a viinda del-Rei de Castela, e esperarom seu grande e poderoso cerco, logo foi ordenado de recolherem pera a cidade os mais mantiimentos que haver podessem, assi de pam e carnes, come quaes quer outras cousas. E iam-se muitos aas liziras6 em barcas e batees, depois que Santarem esteve por Castela, e dali tragiam muitos gaados mortos que salgavom em tinas, e outras cousas de que fezerom grande açalmamento7; e colherom- -se8 dentro aa cidade muitos lavradores com as molheres e filhos, e cousas que tiinham; e doutras pessoas da comarca d’arredor, aqueles a que prougue9 de o fazer; e deles10 passarom o Tejo com seus gaados e bestas e o que levar poderom, e se forom contra11 Setuval, e pera Palmela; outros ficarom na cidade e nom quiserom dali partir; e taes i12 houve, que poserom todo o seu13, e ficarom nas vilas que por Castela tomarom voz. Os muros todos da cidade nom haviam mingua14 de boom repairamento15; e em seteenta e sete torres que ela teem a redor de si, forom feitos fortes caramanchões de madeira, os quaes eram bem fornecidos d’escudos e lanças e dardos e beestas de torno16, e doutras maneiras com grande avon- dança17 de muitos viratões18. […] E ordenou o Meestre com as gentes da cidade que fosse repartida a guarda dos muros pelos fidal- gos e cidadãos honrados19, aos quaes derom certas quadrilhas20 e beesteiros e hom~ees d’armas pera ajuda de cada u~u guardar bem a sua. Em cada quadrilha havia u~u sino pera repicar quando tal cousa vissem, e como21 cada u~u ouvia o sino da sua quadrilha, logo todos rijamente22 corriam pera ela […] E nom soomente os que eram assiinados23 em cada logar pera defensom, mas ainda as outras gentes da cidade, ouvindo repicar na See, e nas outras torres, avivavom-se os corações deles24; e os mesteiraes25 dando folgança26 a seus oficios, logo todos com armas corriam rijamente pera u27 diziam que os Castelãos mostravom de viinr. Ali viriees os muros cheos de gentes, com muitas trombetas e braados e apupos esgremindo espadas e lanças e semelhantes armas, mostrando fou- teza contra seus ~emigos. Fernão Lopes, in Teresa Amado (apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária), Crónica de D. João I de Fernão Lopes (textos escolhidos), ed. revista, Lisboa, Editorial Comunicação, 1992, pp. 170-172. 1 palavras, ditos; 2 alusão ao capítulo anterior, onde se descreve o soberbo acampamento do rei de Castela, que se estendia de Santos até Campolide e outros lugares em volta; 3 inimigos; 4 coragem; 5 logo que; 6 lezírias (terras que ficam na margem do rio); 7 abastecimento; 8 refugiaram-se; 9 aprouve, agradou; 10 e alguns; 11 em direção a; 12 aí; 13 que poserom todo o seu: que puseram em segurança os seus haveres; 14 necessidade; 15 reparação, fortificação; 16 armas que disparavam setas a grandes distâncias 17 abundância; 18 setas grandes; 19 de boa categoria social, burgueses; 20 quadrelas, lanços de muralha onde se colocavam os vigias; 21 quando; 22 apressadamente; 23 designados; 24 avivavom-se os corações deles: sentiam-se mais corajosos; 25 operários; 26 folga; 27 onde 5 10 15 20 25 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 41SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 5 10 15 Apresente, de forma bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem. 1. Justifique a importância do primeiro parágrafo do excerto, tendo em conta a globalidade do texto. 2. Indique as medidas tomadas pelo povo e pelo Mestre, assim que souberam que o cerco à cidade estava iminente. 3. Releia o último parágrafo do excerto. Demonstre que o povo estava todo unido na defesa da cidade. B Leia a cantiga abaixo apresentada. Vedes, amigo, [o] que oj’oí1 dizer de vós, assi Deus me perdom, que amades ja outra e mi nom; mais, s’é verdade, vingar-m’ei assi: punharei2 ja de vos nom querer bem e pesar-mi-á ém mais que outra rem. Oí dizer, por me fazer pesar, amades vós outra, meu traedor; e, s’é verdade, par Nostro Senhor, direi-vos como me cuid’a vingar: punharei ja de vos nom querer bem e pesar-mi-á ém mais que outra rem. E se eu esto por verdade sei que mi dizem, meu amigo, par Deus, chorarei muito d’estes olhos meus e direi-vos como me vingarei: punharei ja de vos nom querer bem e pesar-mi-á ém mais que outra rem. Fernam Velho, B 819/V 403, in Elsa Gonçalves e Maria Ana Ramos, A lírica galego-portuguesa, Lisboa, Editorial Comunicação, 1983, p. 178. 1 ouvi; 2 esforçar-me-ei Apresente, de forma bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem. 4. Descreva a atitude do sujeito lírico em relação ao objeto do seu amor, apresentando as respetivas razões. 5. Justifique o emprego do futuro do indicativo no refrão. 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 44 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 2. Responda de forma correta aos itens apresentados. 2.1. Tendo em conta a palavra sublinhada em “Fico plantado numa esquina” (l. 3), escreva uma outra frase que com ela se possa constituir como um campo semântico do vocábulo. 2.2. Explique o significado da palavra “fratricida” (l. 35), sabendo que em latim FRATRE- significa ‘irmão’. 2.3. Classifique a palavra “fratricida” (l. 35), quanto ao processo de formação. GRUPO III Observe a pintura de Cândido Portinari. Faça uma apreciação crítica desta pintura, num texto de 120 a 150 palavras, considerando, entre ou- tros que julgue pertinentes, os seguintes aspetos: • apresentação dos elementos que integram a imagem; • sentimentos transmitidos; • impacto; • pertinência da imagem em relação ao capítulo 148 da Crónica de D. João I de Fernão Lopes. Deverá exprimir a sua opinião (positiva ou negativa) na introdução do texto. A fundamentação da opinião expressa deverá ocorrer associada à exploração dos elementos constantes da pintura. Os Retirantes (1994), Cândido Portinari (1903-1962), Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. 03. TESTES DE AVALIAÇÃO TESTE DE AVALIAÇÃO Nome: ______________________________________________________ N.O: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________ 45SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 04. GRUPO I A Leia o seguinte excerto do capítulo 148 da Crónica de D. João I. Ó quantas vezes encomendavom nas missas e preegações que rogassem a Deos devotamente por o estado da cidade! E ficados os geolhos1, beijando a terra, braadavom a Deos que lhes acorres- se, e suas prezes nom eram compridas! Uũs choravom antre si, mal-dizendo seus dias, queixando- -se por que tanto viviam, como se dissessem com o Profeta: “Ora veesse a morte ante do tempo, e a terra cobrisse nossas faces, pera nom veermos tantos males!” Assi que rogavom a morte que os levasse, dizendo que melhor lhe fora morrer, que lhe seerem cada dia renovados desvairados padecimentos. Outros se querelavom2 a seus amigos, dizendo que forom desaventuirada gente, que se ante nom derom a el-Rei de Castela que cada dia padecer novas mizquiindades3, firmando-se de todo nas peores cousas que fortuna em esto podia obrar4. Sabia porem isto o Meestre e os de seu Conselho, e eram-lhe doorosas d’ouvir taes novas; e veendo estes males a que acorrer nom podiam, çarravom suas orelhas do rumor do poboo. Como nom querees que maldissessem sa vida e desejassem morrer alguũs hom~ees e molheres, que tanta deferença há d’ouvir estas cousas aaqueles que as entom passarom5, como há da vida aa morte? Os padres e madres viiam estalar de fame os filhos que muito amavom, rompiam6 as faces e peitos sobr’eles, nom tendo com que lhe acorrer, senom planto7 e espargimento de lagrimas; e sobre todo isto, medo grande da cruel vingança que entendiam que el-Rei de Castela deles havia de tomar; assi que eles padeciam duas grandes guerras, ũa dos ~emigos que os cercados tiinham, e outra dos mantiimentos que lhes minguavom, de guisa que eram postos em cuidado de se defen- der da morte per duas guisas8. Pera que é dizer mais de taes falecimentos9? Foi tamanho o gasto das cousas que mester haviam que soou uũ dia pela cidade que o Meestre mandava deitar fora todolos que nom tevessem pam que comer, e que soomente os que o tevessem ficassem em ela; mas quem poderia ouvir sem ge- midos e sem choro tal ordenança de mandado aaqueles que o nom tiinham? Porem sabendo que non era assi, foi-lhe já quanto10 de conforto. Onde sabee que esta fame e falecimento que as gentes assi padeciam, nom era por seer o cerco perlongado, ca nom havia tanto tempo que Lixboa era cer- cada; mas era per aazo das muitas gentes que se a ela colherom de todo o termo; e isso meesmo da frota do Porto quando veo, e os mantiimentos seerem muito poucos. Ora esguardae11 como se fossees presente, ũa tal cidade assi desconfortada e sem neũa certa feúza de seu livramento12, como veviriam em desvairados cuidados quem sofria ondas de taes aflições? Ó geeraçom que depois veo, poboo bem aventuirado, que nom soube parte de tantos ma- les, nem foi quinhoeiro13 de taes padecimentos! Os quaes a Deos por Sua mercee prougue de cedo abreviar doutra guisa, como acerca14 ouvirees. Fernão Lopes, in Teresa Amado (apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária), Crónica de D. João I de Fernão Lopes (textos escolhidos), ed. revista, Lisboa, Editorial Comunicação, 1992, pp. 197-199. 1 ajoelhados; 2 queixavam; 3 misérias; 4 firmando-se de todo nas peores cousas que fortuna em esto podia obrar: só pensando nos maiores males que naquelas circunstâncias lhes podiam acontecer; 5 d’ouvir estas cousas aaqueles que as entom passarom: entre ouvir estas coisas e passá-las; 6 feriam; 7 pranto; 8 maneiras; 9 misérias; 10 um pouco; 11 olhai; 12 sem neũa certa feúza de seu livramento: sem certeza da libertação; 13 participou; 14 daqui a pouco. 5 10 15 20 25 30 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 46 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem. 1. Refira as diferentes reações do povo face às privações que enfrentava. 2. Identifique as duas situações que, segundo o cronista, mais preocupavam as pessoas que estavam cercadas. 3. Releia o último parágrafo do excerto. Explique a intenção de Fernão Lopes ao comparar duas gerações distintas. B Leia a cantiga de escárnio a seguir apresentada. Vem um ricome1 das truitas, que compra duas por muitas,2 e coz’end’a ũa.3 Por quanto xi querem ch~eas,4 compra ém duas pequenas, e coz’end’a ũa. Vendem cem truitas vivas, e compra ém duas cativas, e coz’end’a ũa. E, u as vendem bolindo5, vai-se’ém com duas friindo6, e coz’end’a ũa. Roi Paes de Ribela, V 1027, in Elsa Gonçalves e Maria Ana Ramos, A lírica galego-portuguesa, Lisboa, Editorial Comunicação, 1983, p. 276 1 homem rico (pertencente à nobreza); 2 duas por muitas: duas como se fossem muitas; 3 e coz’end’a ũa: e coze uma delas; 4 Por quanto xi querem ch~eas: apesar de se quererem grandes (grossas); 5 fresquinhas, a saltar; 6 como se estivessem a frigir, isto é, não frescas, por oposição a bolindo (v. 10) Apresente, de forma bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem. 4. Identifique o alvo de sátira desta cantiga, apresentando as razões para tal. 5. Justifique a importância da antítese nesta composição lírica. 5 10 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 49SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 1.7. A forma verbal “estivessem” (l. 9) encontra-se no (A) pretérito mais que perfeito do indicativo. (B) pretérito imperfeito do indicativo. (C) presente do conjuntivo. (D) pretérito imperfeito do conjuntivo. 2. Responda de forma correta aos itens apresentados. 2.1. Na frase “O autorreconhecimento ao espelho é uma indicação de consciência de si próprio” (ll. 10-11), identifique a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada. 2.2. Indique duas palavras que integrem o mesmo constituinte etimológico que “neurocientista” (l. 12). 2.3. Classifique a oração sublinhada em “Quando o macaco olhava no espelho e tocava no ponto de luz, apesar de não ter sentido irritação, era recompensado com comida” (ll. 25-26). GRUPO III Redija a síntese do artigo apresentado no grupo II, num texto com cerca de 110-130 palavras. 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 50 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL TESTE DE AVALIAÇÃO Nome: ______________________________________________________ N.O: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________ 05. GRUPO I A Leia, atentamente, o texto que se segue. Vem a Mãe, e não na achando lavrando, diz: Logo eu adevinhei lá na missa onde eu estava, como a minha Inês lavrava a tarefa que lhe eu dei... Acaba esse travesseiro! Hui! naceo-te algum unheiro? Ou cuidas que é dia santo? Inês Praza a Deos que algum quebranto me tire de cativeiro. Mãe Toda tu estás aquela1… Choram-te os filhos por pão? Inês Prouvesse a Deos! Que já é rezão de eu não estar tão singela2. Mãe Olhade lá o mao pesar3... Como queres tu casar com fama de preguiçosa? Inês Mas eu, mãe, são aguçosa4 e vós dais-vos de vagar. Mãe Ora espera, assi vejamos. Inês Quem já visse esse prazer! Mãe Cal ’te, que poderá ser, que “ante a Páscoa vem os Ramos.” Não te apresses tu, Inês. “Maior é o ano que o mês”: quando te não precatares, virão maridos a pares, e filhos de três em três. Inês Quero-m’ ora alevantar. Folgo mais de falar nisso, − assi Deos me dê o paraíso, − mil vezes que não lavrar. Isto não sei que o faz... Mãe Aqui vem Lianor Vaz. Inês E ela vem-se benzendo... [entra Lianor Vaz] […] Lia. Venho eu, mana, amarela5? Mãe Mais ruiva que uma panela! Lia. Não sei como tenho siso! Jesu, Jesu, que farei? Não sei se me vá a el-Rei, se me vá ao Cardeal. Mãe E como? Tamanho é o mal? Lia. Tamanho? Eu to direi: vinha agora pereli6 ò redor da minha vinha, e um clérigo, mana minha, pardeos7, lançou mão de mi.8 Não me podia valer. Diz que havia de saber se era eu fêmea, se macho. […] Leixemos isto! Eu venho com grande amor que vos tenho, porque diz o exemplo antigo que amiga e bom amigo mais aquenta que o bom lenho. Inês está concertada pera casar com alguém? Mãe Até ‘gora com ninguém não é ela embaraçada9. Lia. Em nome do anjo bento eu vos trago um casamento. Filha, não sei se vos praz10. Inês E quando, Lianor Vaz? Lia. Já vos trago aviamento11. 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 51SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 65 70 Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira, in António José Saraiva (apresentação e leitura), Teatro de Gil Vicente, ed. revista, Lisboa, Dinalivro, 1988, pp. 165-170. 1 hoje dir-se-ia “lá estás tu…”; 2 sozinha, solteira; 3 “vejam que desgraça…”(ironia); 4 diligente; 5 pálida; 6 por ali; 7 interjeição “por Deus”; 8 agarrou-me; 9comprometida; 10 agrada; 11 arranjo de vida; 12 discreto; 13 Diz que em camisa vos quer: “diz que vos aceita sem dote” Apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem. 1. Explique a reação da Mãe, considerando os versos “Hui! naceo-te algum unheiro? / Ou cuidas que é dia santo?” (vv. 6-7). 2. Lianor Vaz, nos versos 38-40, coloca a hipótese de apresentar uma queixa ao Rei ou ao Cardeal. 2.1. Enuncie os motivos que originam essa intenção. 3. Explicite as razões da visita da alcoviteira e a reação de Inês à sua proposta. B Leia atentamente o seguinte texto poético. Fui hoj’eu, madre, veer meu amigo, que enviou[u] muito rogar por en, porque sei eu ca mi quer mui gram bem; mais vedes, madre, pois m’el vio consigo, foi el tam ledo que, des que naci, nunca tam led’home com molher vi. Quand’eu cheguei, estava el chorando e nom folgava o seu coraçom, cuidand’em mi, se iria, se nom, mais, pois m’el viu, u m’el estava asperando, foi el tam ledo que, des que naci, nunca tam led’home com molher vi. E, pois Deus quis que eu fosse u m’el visse, diss’el, mia madre, como vos direi: “Vej’eu viir quanto bem no mund’hei”; e vedes, madre, quand’el esto disse, foi tam ledo que, des que eu naci, nunca tam led’home com molher vi. Juião Bolseiro, B1167, V 773 in Cantigas Medievais Galego-Portuguesas (www.cantigas.fcsh.unl.pt). Inês Porém, não hei-de casar senão com homem avisado12. Ainda que pobre e pelado, seja discreto em falar, que assi o tenho assentado. Lia. Eu vos trago um bom marido, rico, honrado, conhecido. Diz que em camisa vos quer13 Inês Primeiro eu hei-de saber se é parvo, se sabido. 5 10 15 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 54 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL GRUPO III Observe atentamente a imagem, atendendo a: • tema /realidade representada; • objetos e elementos; • pessoas: atitudes e fisionomias; • sensações sugeridas e/ou convocadas. Elabore uma apreciação crítica da figura, considerando os elementos recolhidos anteriormente. Construa um texto correto e coerente, contendo entre 120-150 palavras, respeitando as orientações: Introdução – apresentação sucinta do objeto. Desenvolvimento – informações sobre o conteúdo/realidade representada; − opinião valorativa e fundamentada sobre a imagem, atendendo às formas, sensações despertadas, … Conclusão – síntese da informação mais importante. 03. TESTES DE AVALIAÇÃO TESTE DE AVALIAÇÃO Nome: ______________________________________________________ N.O: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________ 55SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 06. GRUPO I Selecione o item A – 1 ou A – 2, conforme a obra estudada. A − 1 Leia, atentamente, o excerto do Auto da Feira que se segue. Vai-se Roma ao Tempo e Mercúrio, e diz: Rom. Tão honrados mercadores não podem leixar de ter cousas de grandes primores; e quanto eu houver mister1 deveis vós de ter, senhores. Ser. Sinal é de boa feira virem a ela as donas tais; e pois vós sois a primeira, queremos ver que feirais segundo vossa maneira. Ca2, se vós a paz quereis, senhora, sereis servida, e logo a levareis a troco de santa vida. Mas não sei se a trazeis… Porque, Senhora, eu me fundo que quem tem guerra com Deos, não pode ter paz c’o mundo; porque tudo vem dos céos, daquele poder profundo. Rom. A troco das estações3 não fareis algum partido, e a troco de perdões, que é o tesouro concedido pera quaisquer remissões? Oh! Vendei-me a paz dos céos, Pois tenho o poder na terra! Ser. Senhora, a quem Deos dá guerra, grande guerra faz a Deos, que é certo que Deos não erra. Vede Vós que Lhe fazeis, vede como O estimais, vede bem se O temeis… Atentai com quem lutais, Que temo que caireis. Rom. Assi que a paz não se dá A troco de jubileus4? Mer. Ó Roma, sempre vi lá que matas pecados cá, e leixas viver os teus. Tu não te corras de mi: mas com teu poder facundo5 assolves6 a todo o mundo, e não te lembras de ti, nem vês que vás ao fundo. Rom. Ó Mercúrio, valei-me ora, que vejo maos aparelhos7! Mer. Dá-lhe, Tempo, a essa Senhora o cofre dos meus conselhos: e podes-te ir muito embora. Um espelho i acharás, que foi da Virgem sagrada. Co’ele te toucarás, porque vives mal toucada, e não sintes como estás: e acharás a maneira como emendes a vida. E não digas mal da feira, porque tu serás perdida, se não mudas a carreira. 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 56 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL Não culpes aos reis do mundo, Que tudo te vem de cima, polo que fazes cá no fundo: que, ofendendo a causa prima, se resulta o mal segundo. E também o digo a vós, e a qualquer meu amigo, que não quer guerra consigo: tenha sempre paz com Deos, e não temerá perigo. Gil Vicente, Auto da Feira, in António José Saraiva (apresentação e leitura), Teatro de Gil Vicente, ed. revista, Lisboa, Dinalivro, 1988, pp. 280-283. 1 precisar; 2 porque; 3 visitas a igrejas; 4 visitas a Roma em certas datas; 5 grande, eloquente; 6 absolves; 7 prenúncios Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem. 1. Explicite o que pretende Roma encontrar na Feira e a opinião do Serafim sobre tal pretensão, fun- damentando a sua resposta com citações textuais pertinentes. 2. Releia os versos 38 a 40. 2.1. Explique o seu conteúdo, evidenciando a crítica que encerram. 3. Clarifique a importância do espelho que será dado a Roma pelo Tempo. A – 2 Leia, atentamente, o excerto da Farsa de Inês Pereira que se segue. 65 70 5 10 15 20 25 30 [Pero vai-se, dizendo] (Estas vos são elas a vós: anda homem a gastar calçado, e quando cuida que é aviado, Escarnefucham1 de vós! Não sei se fica lá a pea... Pardeus! Bom ia eu à aldeia!) [voltando atrás] Senhora, cá fica o fato2? Inês Olhai se o levou o gato... Pero Inda não tendes candea3? Ponho per cajo4 que alguém vem como eu vim agora, e vos acha só a tal hora: parece-vos que será bem? Ficai-vos ora com Deos: çarrai a porta sobre vós com vossa candeazinha. E sicais5 sereis vós minha, entonces veremos nós... [Vai-se Pero Marques e diz] Inês Pereira: Pessoa conheço eu que levara outro caminho... Casai lá com um vilãzinho, mais covarde que um judeu! Se fora outro homem agora, e me topara a tal hora, estando assi às escuras, falara-me mil doçuras, ainda que mais não fora... [torna a Mãe e diz] Mãe Pero Marques foi-se já? Inês Pera que era ele aqui? Mãe E não t’agrada ele a ti? 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 59SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL Mas há outros. A Ciência tem vindo a desenvolver medicamentos, chips, campos eletromagnéti- cos, estimulação elétrica, entre outras tecnologias, para tratar patologias neuronais, como a doença de Alzheimer ou a depressão. […] “O aumento cognitivo é uma inevitabilidade”, afirma João Relvas, neurocientista do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto. […] De todas as causas da perda de memória, o sono, ou a falta dele, é a mais fácil de alterar. Hoje é ponto assente: dormir bem é essencial para a aprendizagem e a formação de memórias. E este efeito produz-se de duas formas. Por um lado, uma boa noite de sono é fundamental para que se possa aprender. Por outro lado, é durante a noite que o cérebro processa as informações captadas durante o dia, armazenando-as. Num estudo publicado na revista Science, no passado mês de ju- lho, cientistas americanos e chineses viram este processo de formação de memórias a acontecer em ratinhos. […] Num trabalho gigantesco que seguiu mais de um milhão de pessoas, ao longo de seis anos, concluiu-se que a menor mortalidade estava entre as pessoas que dormiam de 6,5 a 7,4 horas. […] Num estudo publicado na revista Frontiers in Human Neuroscience concluiu-se que o desempenho cognitivo dos voluntários ia aumentando à medida que as pessoas dormiam mais, atingindo um pico nas sete horas. Sara Sá, in Visão n.o 1123, 11 a 17 de setembro de 2014, pp. 62-64 (adaptado). 1. Para responder a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., selecione a opção correta. 1.1. No que se refere ao funcionamento do cérebro, Tiago Reis Marques afirma que (A) só cerca de 10% da sua capacidade é utilizada. (B) uma parte está ativa, mas a restante funciona como sistema de apoio a outros órgãos. (C) este consome cerca de 20% da sua própria energia. (D) não será possível aumentar a sua capacidade. 1.2. A capacidade cognitiva do ser humano poderá ser aumentada através (A) de métodos cujo desenvolvimento se deve exclusivamente à investigação científica. (B) do aumento de número de horas de sono e da qualidade do mesmo. (C) da escolarização, mas também dos componentes desenvolvidos pela ciência. (D) do incremento da escolaridade e do aumento de número de horas de sono. 1.3. O constituinte sublinhado em “Essa ideia, errada” (l. 10) desempenha a função sintática de (A) modificador do nome apositivo. (B) modificador do nome restritivo. (C) complemento direto. (D) predicativo do sujeito. 1.4. O articulador “tal como” (l. 11) estabelece entre as duas frases uma relação (A) causal. (B) comparativa. (C) concessiva. (D) consecutiva. 25 30 35 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 60 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 1.5. A relação que se estabelece entre os termos “medicina” e “medicamentos”, “patologias neuro- nais”, “neurocientista” denomina-se (A) sinonímia. (B) antonímia. (C) campo semântico. (D) campo lexical. 1.6. No segmento “a mais fácil de alterar” (l. 25), o adjetivo encontra-se no grau (A) comparativo de superioridade. (B) superlativo absoluto sintético. (C) superlativo relativo de superioridade. (D) superlativo absoluto analítico. 1.7. O segmento “que dormiam de 6,5 a 7,4 horas” (l. 33) corresponde a uma oração subordinada (A) substantiva completiva. (B) adjetiva relativa restritiva. (C) adjetiva relativa explicativa. (D) adverbial consecutiva. 2. Responda de forma correta aos itens seguintes. 2.1. Indique o referente do determinante “sua” em “sua capacidade”. (l. 2) 2.2. Identifique o processo de formação da palavra “neurociências”. 2.3. Indique a função sintática da oração subordinada presente em “É bastante claro que os seres humanos estão a ficar mais inteligentes”. (l. 17) III Considere o texto apresentado em II de “É bastante claro“ (l. 17) até ao final. Redija a síntese desta sequência num texto correto e coerente, contendo entre 65 e 75 palavras. Observe as seguintes orientações: • respeite as ideias do texto; • evite o decalque do texto de partida; • utilize linguagem própria; • respeite o limite de palavras proposto. 03. TESTES DE AVALIAÇÃO TESTE DE AVALIAÇÃO Nome: ______________________________________________________ N.O: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________ 61SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 07. GRUPO I A Leia com atenção o texto. Ondados fios d’ouro reluzente Ondados fios d’ouro reluzente, que agora da mão bela recolhidos, agora sobre as rosas estendidos, fazeis que sua graça s’ acrecente; olhos, que vos moveis tão docemente, em mil divinos raios encendidos, se de cá me levais alma e sentidos, que fôra, se de vós não fôra ausente? Honesto riso, que entre a mor fineza de perlas e corais nasce e parece, se n’alma em doces ecos não o ouvisse! S’ imaginando só tanta beleza de si, em nova glória, a alma s’ esquece, que fará quando a vir? Ah! quem a visse! Luís de Camões, Rimas. Texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão, Coimbra, Almedina, 2005 [1994], p. 164. Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem. 1. Apresente três traços do retrato feminino, fundamentando com expressões textuais. 2. Analise as relações de sentido que as três primeiras estrofes estabelecem entre si. 3. Comente a importância do último terceto na construção do sentido global do poema. 5 10 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 64 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 1.3. A palavra “tomo” (l. 1) é sinónima de (A) romance. (B) conto. (C) volume. (D) coleção. 1.4. Com o uso do travessão duplo, nas linhas 7-8, a autora (A) especifica a informação apresentada anteriormente. (B) generaliza a informação apresentada anteriormente. (C) especifica a informação apresentada posteriormente. (D) generaliza a informação apresentada posteriormente. 1.5. O segmento sublinhado na frase “Ajuda a essa missão o pendor cinematográfico” (l. 9) desem- penha a função sintática de (A) complemento direto. (B) sujeito. (C) modificador do nome restritivo. (D) complemento indireto. 1.6. O antecedente do pronome pessoal presente na frase “O bom senso frustrou-lhe as intenções” (ll. 22-23) é (A) “Brasil” (l. 21). (B) “Auguste Saint’Hilaire” (l. 20). (C) ”Napoleão” (l. 22). (D) “um índio guarani” (l. 22). 1.7. No constituinte “os paradigmas literários e musicais europeus” (ll. 25-26), podemos encontrar (A) três adjetivos qualificativos. (B) dois adjetivos qualificativos e um nome. (C) dois adjetivos qualificativos e dois nomes. (D) três nomes e um adjetivo qualificativo. 2. Responda de forma correta aos itens apresentados. 2.1. Construa um campo lexical, com três palavras, partindo do vocábulo sublinhado em “guerra de mundos” (ll. 17-18). 2.2. Identifique o referente da expressão “dessa figura” (l. 23). 2.3. Classifique a oração “que chegava a França” (l. 24). GRUPO III Redija a síntese da apreciação crítica apresentada no grupo II, num texto com 80 a 100 palavras. 03. TESTES DE AVALIAÇÃO TESTE DE AVALIAÇÃO Nome: ______________________________________________________ N.O: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________ 65SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 08. GRUPO I A Leia o texto seguinte. A este mote alheio Campos bem-aventurados, tornai-vos agora tristes, que os dias em que me vistes alegre são já passados. Campos cheios de prazer, vós que estais reverdecendo, já me alegrei com vos ver; agora venho a temer que entristeçais em me vendo. E, pois a vista alegrais dos olhos desesperados, não quero que me vejais, para que sempre sejais campos bem-aventurados. Porém, se por acidente, vos pesar de meu tormento, sabereis que Amor consente que tudo me descontente, senão descontentamento. Por isso vós, arvoredos, que já nos meus olhos vistes mais alegrias que medos, se mos quereis fazer ledos, tornai-vos agora tristes. Já me vistes ledo ser, mas despois que o falso Amor tão triste me fez viver, ledos folgo de vos ver, porque me dobreis a dor. E se este gosto sobejo de minha dor me sentistes, julgai quanto mais desejo as horas que vos não vejo que os dias em que me vistes. O tempo, que é desigual, de secos, verdes vos tem; porque em vosso natural se muda o mal para o bem mas o meu para mor mal. Se perguntais, verdes prados, pelos tempos diferentes que de Amor me foram dados, tristes, aqui são presentes, alegres, já são passados. Luís de Camões, Rimas. Texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão, Coimbra, Almedina, 2005 [1994], pp 53-54. 5 10 15 20 25 30 35 40 Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem. 1. Justifique o recurso à apóstrofe no mote da composição poética apresentada. 2. Identifique o recurso expressivo que estrutura o conteúdo do poema, fundamentando com expres- sões textuais. 3. Explique, considerando o tema da mudança, os efeitos da passagem do tempo tanto nos campos como no sujeito poético. 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 66 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL B Leia o texto. Amigas, que Deus vos valha, quando veer1 meu amigo, falade sempr’~uas outras2, enquant’el falar comigo, ca3 muitas cousas diremos que ante vós nom diremos. Sei eu que por4 falar migo chegará el mui coitado,5 e vós ide-vos chegando lá todas per ess’estrado,6 ca muitas causas diremos, que ante vós nom diremos. João Garcia de Guilhade, B749, V352, in Cantigas Medievais Galego-Portuguesas (www.cantigas.fcsh.unl.pt). 1 vier; 2 falade sempr’~uas outras: falai sempre umas com as outras; 3 porque; 4 para; 5 chegará el mui coitado: chegará muito ansioso; 6 local onde se colocavam almofadas e estava destinado às mulheres Apresente, de forma bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem. 4. Defina o papel desempenhado pelas “amigas” e pelo “amigo”. 5. Estabeleça a relação entre os dois últimos versos de cada cobla e o conteúdo que os antecede. GRUPO II Leia o texto que se segue. Uma praia chamada Portugal Foram quase 900 quilómetros de norte para sul, com o mar à vista e as pranchas no tejadilho Há pouco mais de um mês, depois de os ouvir falar durante quase uma hora sobre praias e ondas numa sala cheia de livros no Clube Recreativo Penichense, uma miúda de cabelo castanho e calças de ganga parou diante de Pedro Adão e Silva e João Catarino com o livro de ambos na mão. Entregou-o sorridente e disse-lhes baixinho: “Eu também faço surf e também quero fazer esta via- gem.” Eles sorriram de volta. Um ano antes, para conhecerem a costa portuguesa de Caminha a Vila Real de Santo António, tinham partido à aventura numa carrinha pão de forma amarela, pouco dada a autoestradas, com um cão e duas pranchas. A soma do que foram escrevendo (Pedro Adão e Silva) e desenhando (João Catarino), parcelas que o Expresso publicou numa série de reportagens na Revista, chama-se “Tanto Mar – À Descoberta das Melhores Praias de Portugal” (edição Clube do Autor). A viagem foi feita, sempre que possível, com o mar à vista. Sem prazos nem pressas, dormindo na carrinha ou perto, partindo apenas quando era hora de partir. Adão e Silva, politólogo e pro- fessor universitário, escrevia, quase sempre, no iPad. João Catarino, ilustrador e professor univer- sitário, desenhava. A leitura faz-se entre dois mundos, o das letras e o das linhas, uma espécie de caminho à beira-mar que se faz página após página. Há muito para ler e para ver. “Tanto Mar” é, ao mesmo tempo, um livro de viagens, um catálogo de ilustrações, uma reflexão sobre o potencial económico da costa portuguesa e também sobre as ameaças que espreitam, umas ao longe outras mais perto. Mas sempre com calma, ao ritmo da pão de forma ou de um peixe grelhado ao almoço. Das praias do Minho, “onde as terras vivem ainda de costas para o mar”, até “às noites quentes e secas” da costa algarvia, há um país inteiro de areia, água salgada e ondas. 5 5 10 15 20 03. TESTES DE AVALIAÇÃO TESTE DE AVALIAÇÃO Nome: ______________________________________________________ N.O: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________ 69SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 09. GRUPO I A Leia, agora, este conjunto de estâncias, pertencentes ao canto VI. 95 Por meio destes hórridos1 perigos, Destes trabalhos graves e temores, Alcançam os que são de fama amigos As honras imortais e graus maiores; Não encostados sempre nos antigos Troncos nobres de seus antecessores; Não nos leitos dourados, entre os finos Animais de Moscóvia2 zibelinos3; 96 Não cos manjares novos e esquisitos, Não cos passeios moles e ouciosos, Não cos vários deleites e infinitos4, Que afeminam os peitos generosos; Não cos nunca vencidos apetitos, Que a Fortuna tem5 sempre tão mimosos, Que não sofre a nenhum que o passo mude Pera algũa obra heróica de virtude; 97 Mas com buscar, co seu forçoso braço, As honras que ele chame próprias suas; Vigiando e vestindo o forjado aço, Sofrendo tempestades e ondas cruas, Vencendo os torpes6 frios no regaço Do Sul, e regiões de abrigo nuas, Engolindo o corrupto mantimento Temperado com um árduo sofrimento; 98 E com forçar o rosto, que se enfia, A parecer seguro, ledo, inteiro, Pera o pelouro7 ardente que assovia E leva a perna ou braço ao companheiro. Destarte o peito um calo honroso cria, Desprezador das honras e dinheiro, Das honras e dinheiro que a ventura Forjou, e não virtude8 justa e dura. 99 Destarte se esclarece o entendimento, Que experiências fazem repousado9, E fica vendo, como de alto assento, O baxo trato humano embaraçado. Este, onde tiver força o regimento Direito e não de afeitos10 ocupado, Subirá (como deve) a ilustre mando, Contra vontade sua, e não rogando. Luís de Camões, Os Lusíadas (leitura, prefácio e notas de A. J. Costa Pimpão), 4.a ed., Lisboa, Instituto Camões – Ministério dos Negócios Estrangeiros, 2000. 1 horríveis; 2 Rússia do Norte; 3 martas, animais das regiões frias, cujas peles são caríssimas; 4 vários e infinitos deleites; 5 conserva; 6 que entorpecem; 7 bala de metal para arma de fogo; 8 valor; 9 refletido; 10 afeições Responda de forma completa aos itens seguintes. 1. Segmente a reflexão do poeta em quatro partes, considerando o conteúdo temático e a pontuação. 2. Identifique o recurso expressivo presente nos três primeiros versos da estância 96, referindo a sua funcionalidade. 3. Relacione a reflexão do poeta no canto I com o conteúdo dos quatro primeiros versos da estância 97. 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 70 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL B Leia o vilancete seguinte, cuja autoria é atribuída a Luís de Camões. a este moto: Descalça vai pera a fonte Lianor pela verdura; vai fermosa e não segura. Leva na cabeça o pote, o testo nas mãos de prata, cinta de fina escarlata, saínho de chamalote; traz a vasquinha de cote, mais branca que a neve pura; vai fermosa, e não segura. Descobre a touca a garganta, cabelos d’ouro o trançado, fita de cor d’encarnado, tão linda que o mundo espanta; chove nela graça tanta que dá graça à fermosura; vai fermosa, e não segura. Luís de Camões, Rimas. Texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão, Coimbra, Almedina, 2005 [1994], pp 55-56. Responda de forma completa às questões que se seguem. 4. Indique o assunto do texto e o modo como se desenvolve. 5. Proceda ao levantamento de dois recursos expressivos e dê conta do seu valor significativo. GRUPO II Leia o seguinte texto. As 7 coisas mais originais que apareceram, em Lisboa e no Porto, em 2014 Um pedaço de rio devolvido à cidade O calor e os turistas em calção e biquíni já lá vão, agora é o sol de inverno que convida ao passeio ou a ficar a contemplar o rio. Removida a camada de esquecimento que cobriu a Ribeira das Naus durante décadas e concluídas as obras de requalificação em julho passado, Lisboa ganhou mais um troço de passeio ribeirinho e não demorou muito para que tanto os lisboetas, como os estrangeiros que visitam a cidade, se apropriassem deste pedaço à beira do Tejo, entre o Cais do Sodré e o bo- nito Terreiro do Paço. Se é agora uma Ribeira das Naus da qual podemos desfrutar, é também um lugar cheio de história que foi devolvido à cidade, evocada pelos dois relvados em ligeiro declive a lembrar as rampas para os barcos, e pela recuperação da antiga Doca Seca, posta a descoberto, e da Doca da Caldeirinha, destinada à reparação de embarcações, que hoje se atravessa por um passa- diço em madeira. 5 10 5 10 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 71SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL […] O Porto é uma tela O ano de 2014 vai ficar marcado a tinta. A figura de D. Quixote de La Mancha, acompanhado pelo inseparável e fiel escudeiro Sancho Pança, desenhada e pintada por três artistas do Coletivo RU+A, deixou de ser símbolo de uma utopia para se tornar um caso bem real. Um ano depois do licencia- mento do primeiro mural legal da cidade, no cruzamento entre as ruas de Diogo Brandão e Miguel Bombarda, o Porto vive agora tempos menos cinzentos. A honra de abrir o caminho para uma li- berdade nunca antes vista na arte urbana coube a Mesk, Fedor e Mots, os autores da pintura, mas o que se seguiu foi uma explosão de criatividade e cor. Hoje são vários os edifícios e as paredes que a autarquia permitiu transformar em tela gigante, como o parque de estacionamento da estação de metro da Trindade, assinado por Mr. Dheo e Hazul Luzah, dois dos mais conhecidos graffiters na- cionais. Entre os vários momentos altos do ano, esteve, também, a exposição de dezenas de artistas no edifício AXA, que se estendeu a outras ruas da cidade (incluindo a Avenida dos Aliados, com as velhinhas, e cada vez menos usadas, cabinas telefónicas a ganharem nova e colorida roupagem), e o festival Push Porto, realizado pela organização cultural CIRCUS e que contou com workshops, palestras, conferências e exposições de pinturas do melhor que a cidade tem para oferecer. Visão, edição online, 31 de dezembro de 2014 (consultado em janeiro de 2015, adaptado). 1. Para responder a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., selecione a opção correta. 1.1. O texto dá conta (A) dos locais mais visitados no ano de 2014. (B) de mudanças nas duas cidades mais visitadas. (C) dos pontos turísticos mais apreciados no verão. (D) da reestruturação das cidades do Porto e de Lisboa. 1.2. As referências temporais no primeiro segmento textual (A) são pouco concretas. (B) são algo imprecisas. (C) são bastante concretas. (D) percorrem todo o segmento. 1.3. O título do segundo segmento textual (A) é confirmado no corpo do texto. (B) está em total desacordo com o conteúdo. (C) é pouco apropriado, atendendo ao conteúdo. (D) é pouco sugestivo e inadequado. 1.4. O constituinte sublinhado em “que convida ao passeio” (l. 2) desempenha a função sintática de (A) complemento direto. (B) sujeito. (C) complemento oblíquo. (D) predicativo do sujeito. 15 20 25 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 74 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL B Leia o texto seguinte. Carregada a nau de muita fazenda no belo porto de Olinda, deu à vela com o vento em popa a 16 de maio de 65. Não eram ainda bem saídos da barra quando se acalmou o vento com que partiram; logo depois se lhes tornou contrário, os levou de través e os atirou para um baixo, onde permanece- ram por quatro marés e se viram em risco de se perderem, o que lhes teria sem dúvida acontecido se fossem então os mares mais grossos. Acudiram-lhes com presteza muitos batéis, que lograram salvar a gente toda e a maior parte da carregação. Porém, nem assim descarregada se desencalhou, pelo que decidiram cortar os mastros; então, nadou e saiu dos baixos. Tornada a nau ao porto da vila, foi examinada por oficiais para verem se poderia seguir viagem; e, por acharem que não recebera dano que a impossibilitasse para a navegação, se tornou a preparar e a carregar. Vários amigos de Albuquerque Coelho, vendo que ele pensava em reembarcar na nau, quiseram dissuadi-lo de tal proceder pelos maus princípios que já tivera; mas nem ele, nem os demais pas- sageiros quiseram dar ouvidos a tais prognósticos, e tornaram a embarcar na “Santo António”, que largou enfim da vila de Olinda a 29 de junho de 65. Cinco dias depois da largada mudou o vento de maneira súbita, tornando-se tão contrário e de tal violência que trataram de alijar1 fazenda ao mar, por isso que a nau lhes mareava2 mal, pela muita carga com que dali partira. Pela tarde piorou ainda e o casco3 abriu água. Davam à bomba continuamente, às seis mil zonchaduras4 entre noite e dia. Pouco depois, um pé de vento quebrou o gurupés5. Finalmente, já nos doze graus de latitude norte, o vento acalmou. Andaram dezanove dias em calmarias, acompanhadas de trovoadas. Resolveram, então, demandar6 uma das ilhas de Cabo Ver- de, em cuja latitude se encontravam para tirarem a água que no navio entrava e repararem a avaria do gurupés. História Trágico-Marítima – narrativa de naufrágios da época dos Descobrimentos (adaptação de António Sérgio e ilustrações de André Letria), Lisboa, Sá da Costa Editora, Edição Expresso, 2008, pp. 126-127. 1 tirar ou deitar fora; 2 andava; governava; 3 parte do navio que assenta na água; 4 operação de levantar o zoncho ou o êmbolo da bomba do navio, para fazer subir a água; 5 mastro colocado na extremidade da proa, para diante, formando com a horizontal um ângulo de 30 a 40 graus; 6 procurar Apresente, de forma bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem. 4. Explique o que aconteceu à nau que partira do porto de Olinda, referindo-se ao modo como foi recu- perada. 5. Justifique a paragem numa das ilhas de Cabo Verde. 5 10 15 20 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 75SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL GRUPO II Inventar-se no Equador Viajar serve também para perceber quem somos, o que nos diferencia, o que nos pertence e, pelo contrário, o que é apenas tomado de empréstimo de outros. Pergunto-me que revelação será para um francês comer os queijos italianos e beber os vinhos sul-africanos: “Afinal, não somos os melhores do mundo”, terá ele de concluir. Se tiver capacidade para isso. Um dos lugares-comuns que nós, os portugueses, temos sobre nós próprios é que somos uma nação de poetas. Talvez sim, mas não mais do que os chilenos, com dois poetas distinguidos com o Prémio Nobel; ou do que os italianos, com outros dois Nobel e provavelmente o maior poeta de todos os tempos, Dante; não para os ingleses, que dizem isso de Shakespeare. Os húngaros con- sideram os seus poetas heróis nacionais e os chineses cultivam a poesia há milénios, e os persas, já que lhes é proibido o vinho, escrevem poesia que o exalta. Mas não quero falar desse lugar-comum. Interessa-me hoje outro: o de que nós, os portugue- ses, somos extremamente criativos e desenrascados, que sabemos sempre dar a volta ao bico do prego, que temos uma capacidade acima da média internacional para inventar soluções para os problemas que nos afligem. Uma voltinha pelo Equador, esse país com um pé em cada hemisfério e a cabeça acima das nuvens, faz-me pensar que não há nada como viajar para questionar certos lugares-comuns nacionais. Passear a pé pelas ruas de Quito, a capital da nação sul-americana, ou de Guayaquil, o seu mo- tor económico, é revelador. Nunca vi em Portugal nada que se assemelhe à enorme inventividade, imaginação e esperteza desta gente desesperada por chegar ao fim do dia com algo na barriga. Bem se diz que a necessidade aguça o engenho, e o engenho dos equadorenhos é notável. Cada esquina, cada semáforo, cada arcada apresenta uma nova solução para o velho problema de ganhar a vida. Inventa-se em todo o lado uma ocupação, uma fonte de rendimentos, um modo de arranjar uns trocos. O nível de receitas é quase sempre mínimo, e pergunto-me como é possível viver com tão pouco. Mas é uma pergunta banal, típica de um europeu que observa a vida dos sul- -americanos. Eles perguntariam como podemos viver nós com tanto, e perguntariam, sobretudo: Para quê? Gonçalo Cadilhe, Encontros Marcados, Lisboa, Clube do Autor, SA, 2011, pp. 39-40. 1. Para responder a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., selecione a opção correta. 1.1. De acordo com o conteúdo dos dois primeiros parágrafos, os portugueses (A) têm razão para se acharem superiores, ao nível da literatura. (B) possuem o mesmo valor que outros povos em termos literários. (C) receberam o mesmo número de prémios Nobel que os italianos. (D) manifestaram a sua inferioridade relativamente aos italianos. 1.2. Atendendo ao conteúdo do terceiro parágrafo, e segundo o autor, há um outro lugar-comum característico dos portugueses que (A) corresponde, realmente, à verdade. (B) permite salientar a sua supremacia. (C) merece ser questionado/desmistificado. (D) inviabiliza a criatividade dos outros. 5 10 15 20 25 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 76 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 1.3. A ideia de superioridade dos portugueses é (A) comprovada nos dois últimos parágrafos do excerto. (B) questionável, quando se passa pela capital do Equador. (C) comparável às dos equadorenhos, de Quito. (D) devida à sua capacidade para inventar. 1.4. O vocábulo “Viajar” (l. 1), quanto ao processo de formação, exemplifica um caso de (A) composição morfológica. (B) derivação por parassíntese. (C) composição morfossintática. (D) derivação por conversão. 1.5. A oração “que revelação será para um francês…” (ll. 2-3) classifica-se como subordinada (A) substantiva completiva. (B) substantiva relativa. (C) adjetiva relativa restritiva. (D) adjetiva relativa explicativa. 1.6. O grupo nominal “uma nação de poetas” (ll. 5-6) desempenha a função sintática de (A) sujeito. (B) complemento direto. (C) predicativo do sujeito. (D) predicativo do complemento direto. 1.7. O conector “ou” (l. 7), no contexto em que surge, adquire um valor (A) disjuntivo. (B) aditivo. (C) explicativo. (D) adversativo. 2. Responda aos itens apresentados. 2.1. Indique a função sintática do constituinte “heróis nacionais” (l. 9). 2.2. Classifique a oração “já que lhes é proibido o vinho” (l. 10). 2.3. Identifique o referente do pronome “nos” em “que nos afligem” (l. 14). GRUPO III O maravilhoso surge por diversas vezes em Os Lusíadas, apesar de Camões destacar a veracidade dos factos narrados, ao contrário do que acontecia nas epopeias da Antiguidade. Num texto de 150 a 180 palavras, e contemplando os aspetos abaixo listados, apresente uma aprecia- ção crítica sobre a inclusão do maravilhoso numa narrativa onde o real se deveria impor, de acordo com as palavras do seu autor. • Introdução − presença do maravilhoso na epopeia de Camões • Desenvolvimento − momentos em que o maravilhoso ocorre e justificação para tal • Conclusão − pertinência (ou não) da inclusão do maravilhoso no poema épico camoniano 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 79SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL Estas banalidades que me estão a emocionar têm que ser postas em perspetiva: ando a viajar há várias semanas por África, e de repente chego a casa sem sair de África. “Vá para dentro lá fora” podia ser o slogan desta cidade se ela se quisesse promover turisticamente em Portugal. A segunda etapa da viagem no tempo é a infância – a minha. Desta vez, regresso definitivamente aos anos da escola primária quando vejo a fachada das escolas primárias da antiga cidade de Sá da Bandeira. E as outras fachadas: o hospital, o grande hotel, o prédio da cooperativa, o Palácio da Justiça, a sede do grémio, a estação de comboios, a garagem de autocarros. São as fachadas que vigoravam nas cidades portuguesas da minha infância, e o Lubango é uma cidade ancorada em 1975 – o meu primeiro ano na primária, o último ano em que se construiu aqui. Gonçalo Cadilhe, África Acima, 8ª edição, Alfragide, Oficina do Livro, 2007, pp. 95-96. 1. Para responder a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., selecione a opção correta. 1.1. O narrador-personagem do excerto apresentado não consegue dormir, depois de tantas horas de viagem, (A) por ter chegado à terra onde viveu a sua adolescência. (B) devido ao seu cansaço extremo. (C) por causa do fuso horário. (D) por ter sido despertado pelas lembranças do passado. 1.2. No contexto em que surge, o slogan criado pelo autor do texto, “Vá para dentro lá fora” (l. 17), significa que (A) se deve viajar dentro do nosso país. (B) o local visitado tem muitas semelhanças com Portugal. (C) as viagens físicas despertam recordações. (D) viajar é uma forma de descobrir a importância do nosso país. 1.3. Em “indeciso se incluir ou não na média horária as três horas de descanso” (ll. 3-4), o constituinte sublinhado corresponde ao (A) modificador do nome restritivo. (B) complemento do adjetivo. (C) complemento do nome. (D) modificador do nome apositivo. 1.4. A conjunção sublinhada na frase “que acabo é por não fazer contas nenhumas” (linha 5) introduz uma oração subordinada (A) adverbial causal. (B) adverbial condicional. (C) adverbial consecutiva. (D) substantiva completiva. 1.5. O pronome demonstrativo sublinhado na frase “Não a que vivi quando era a minha altura de a viver” (l. 8) retoma o referente: (A) “uma viagem no tempo” (l. 7). (B) “a primeira etapa” (l. 7). (C) “a primeira etapa dessa viagem” (l. 7). (D) “a adolescência” (l. 8). 20 03. TESTES DE AVALIAÇÃO 80 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL 1.6. Na frase “Apetece-me devorar o centro desta cidade.” (l. 11), está presente (A) uma metáfora. (B) uma personificação. (C) uma antítese. (D) uma comparação. 1.7. A palavra sublinhada no segmento “A segunda etapa da viagem” (l. 19) é um (A) advérbio. (B) adjetivo qualificativo. (C) adjetivo numeral. (D) quantificador numeral. 2. Responda de forma correta aos itens apresentados. 2.1. Identifique a função sintática do constituinte “de Santa Clara” (l. 1). 2.2. Classifique a oração “quando chego ao Lubango” (l. 1). 2.3. Identifique a classe e subclasse da palavra sublinhada em “o meu primeiro ano na primária” (l. 24). GRUPO III Num texto coerente, entre 120 e 150 palavras, redija uma apreciação crítica sobre uma das obras literárias que estudou este ano letivo. Deve estruturar o seu texto em três partes (introdução, desen- volvimento e conclusão). O seu texto deve contemplar os seguintes aspetos: • Apresentação da obra e do respetivo autor, situando-a no tempo. • Descrição sucinta da obra, acompanhada de um comentário crítico. 04. CENÁRIOS DE RESPOSTA 81SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL TESTE DE DIAGNÓSTICO N.O 1 (pp. 18-23) GRUPO I PARTE A 1. (E)-(D)-(G)-(C)-(B)-(A)-(F) 2. 2.1. (D); 2.2. (A); 2.3. (C); 2.4. (A) 3. (B) PARTE B 4. Logo no primeiro verso, o sujeito poético afirma que- rer amar “perdidamente” e, depois, no segundo, ao dizer “Amar só por amar...” (v. 2), deixa antever que a sua preocupação se centra apenas na vivência desse sentimento; por isso, nos terceiro e quarto versos, e recorrendo à enumeração, confirma que não importa quem se ama, porque o importante é amar, como se vê em “… Este e Aquele, o Outro e toda a gente… / Amar! Amar! E não amar ninguém!” (vv. 3-4). 5. A desorientação é visível na segunda quadra, uma vez que as interrogações sugerem as dúvidas, o que acaba por se confirmar logo no segundo verso, através de ex- pressões contraditórias e antitéticas (“Prender ou des- prender”, v. 6) e da dúvida manifestada nas perguntas “É mal?”, É bem?” (v. 6), reveladoras de algum desnor- te que não lhe permite distinguir valores opostos. 6. No primeiro terceto, assiste-se a uma atitude mais otimista, ao contrário do que se depreende pela leitu- ra das quadras. Com efeito, a evocação da primavera, como metáfora da vida, o nascer e o florir, faz com que o verbo “cantar” assuma o significado de celebração da vida que nos foi dada por Deus. 7. A expressão pode considerar-se um eufemismo, dado remeter para a morte, após a qual o corpo se transfor- ma em pó, suavizando-se, deste modo, a ideia negati- va que está associada ao fim da nossa vida. 8. Comparando os versos de Florbela Espanca com os de Eugénio de Andrade, há claramente em ambos um apelo ao amor. Em Eugénio de Andrade, o apelo é permanente e acompanhado de sugestões que o farão perdurar, como é o caso de ter de se banir sentimentos ou atitudes negativos, como o ódio, a solidão e a cruel- dade, e evitar os lamentos e as espadas, termos usa- dos como metáfora de dor. Além disso, a mensagem de Eugénio de Andrade assume um caráter universal, enquanto no texto de Florbela Espanca o conteúdo é de caráter mais subjetivo e a necessidade de se celebrar a vida só surge no primeiro terceto. PARTE C 9. As estâncias, pertencentes ao canto III de Os Lusíadas, integram o episódio de Inês de Castro, iden- tificada na segunda estância, havendo também refe- rência ao alvo do seu amor, o Príncipe D. Pedro. Este episódio assume um caráter lírico, já que a preocupação do poeta se centra na explicitação do sentimento amoroso que une Inês a Pedro e que a conduzirá à morte, justificando-se as palavras que culpabilizam o Amor, ávido de mais e maior triste- za (est. 119, vv. 1-2), e que lançará Inês no abismo da morte. Porém, no momento descrito, Inês ainda desconhece as intenções do rei por isso estava “Na- quele engano da alma ledo e cego”. Nas três composi- ções líricas é notório que amar faz parte da condição humana. (116 palavras) GRUPO II 1. (B) 2. (A) 7; (B) 3; (C) 2; (D) 5; (E) 6 3. a) dançassem; b) visitardes; c) interveio; d) tenha apre- ciado. 4. O autor relatou-no-las de forma evasiva. 5. (B) 6. “que encontremos respostas”. GRUPO III Para além de outros aspetos, sugerem-se os tópicos se- guintes: – a existência de inúmeros países, mairoritariamente ára- bes, norte-africanos e asiáticos, com regimes políticos totalitários e religiões fundamentalistas; – o risco a que os turistas se podem expor face à adoção de condutas/atitudes diferentes; – vantagens decorrentes do contacto direto com essas realidades; – desejo/vontade pessoal de conhecer culturas diferentes das europeias; – indicação do(s) local(ais) que mais lhe aprazia visitar. TESTE DE DIAGNÓSTICO N.O 2 (pp. 24-30) GRUPO I PARTE A 1. (C)-(G)-(A)-(D)-(B)-(E)-(F) 2. 2.1. (C); 2.2. (B); 2.3. (C); 2.4. (D) 3. (C) PARTE B 4. Nos primeiros quatro versos, é evidente um forte elo- gio à esperança, até porque aí se diz que, por mais do- res que a vida nos provoque, nunca se deve perdê-la. Insiste-se e comprova-se esta ideia, quando se afirma que só a morte nos pode retirar a confiança. 5. Nos dois primeiros versos da segunda quadra, diz-se que a sorte pode cumprir-se só de lágrimas, isto é, a sorte é algo imprevisível e incontornável, que tanto pode gerar efeitos positivos como negativos, pelo que se exige a procura de soluções, principalmente para a má sorte que nos possa estar destinada. 6. Na última parte, reforça-se a ideia de que se apreciará melhor o bom/o bem (a “bonança”), quando este che- ga “depois do mal” (v. 10). Isto significa que, depois da tempestade, vem a bonança e esta é mais aprecia- da depois de se ter passado por dificuldades; daí que seja importante que “nunca se perca a esperança / enquanto a morte não vem” (vv. 11-12). 7. O aforismo popular transmite a mensagem da não desistência perante qualquer tipo de dificuldades, até 04. CENÁRIOS DE RESPOSTA 84 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL TESTE DE AVALIAÇÃO N.O 4 (pp. 45-49) 1. Uns choravam, maldizendo a sua vida e admitindo que preferiam morrer do que continuar a passar por tan- tas privações; outros mostravam arrependimento por terem ficado do lado do Mestre, porque começavam a acreditar que estariam em melhores condições, se tivessem apoiado o rei de Castela. 2. Uma dizia respeito às consequências que o povo acre- ditava que poderiam advir do confronto que estava a viver com o rei de Castela; a outra prendia-se com a carência de alimentos que se fazia sentir na cidade, pelo facto de a mesma estar cercada. 3. Ao dirigir-se à geração que veio depois da crise vivi- da em Portugal, apelidando-a de bem-aventurada por não ter passado por aquilo que o povo de Lisboa passou durante o cerco, Fernão Lopes destaca o sofri- mento e as privações que foram vividas nessa época bem como reforça o papel preponderante que o povo de Lisboa teve na história de Portugal, nomeadamen- te por ter contribuído de forma incisiva para a época áurea que surgiu depois desta crise. 4. Nesta cantiga é satirizado um fidalgo – “ricome” – que demonstra, através das suas compras, ou ser avaren- to ou estar a passar necessidades económicas, algo que não estaria em conformidade com a sua condição. 5. A antítese serve para reforçar a avareza ou a necessida- de do “ricome” que compra pouco e de fraca qualidade. GRUPO II 1.1. (D); 1.2. (B); 1.3. (B); 1.4. (A); 1.5. (D); 1.6. (C); 1.7. (D) 2.1. Complemento do nome. 2.2. Neurónio, neurologia, neurótico. 2.3. Oração subordinada adverbial concessiva. GRUPO III Ao contrário dos grandes símios e dos humanos com cer- ca de dois anos que se conseguem reconhecer ao espelho, os macacos não têm revelado essa capacidade. Mas uma nova investigação veio demonstrar que o cérebro dos ma- cacos está preparado para efetuar esse reconhecimento e que, por isso, eles podem aprender a fazê-lo. Esta conclusão surgiu no seguimento de os macacos terem sido capazes de identificar uma mancha de tinta vermelha, visível apenas ao espelho, depois de terem sido treinados e reconhecê-la quando a mesma estava associada a uma sensação de irritação que lhes foi infligida. Os resultados deste estudo revelam-se, assim, fulcrais para o desenvolvimento de terapias que permitam ultra- passar o défice de autorreconhecimento em pessoas com problemas cerebrais. (119 palavras) TESTE DE AVALIAÇÃO N.O 5 (pp. 50-54) GRUPO I A 1. Quando chegou da missa, a mãe percebeu que a tarefa de bordar que tinha dado à filha não tinha sido cumpri- da; esta constatação não agradou à mãe, o que a levou a afirmar que não admirava que Inês não arranjasse marido, uma vez que tinha fama de preguiçosa (“Como queres tu casar / com fama de preguiçosa?”, vv. 15-16). 2.1. Lianor Vaz afirma ter sido vítima de ataque por parte de um clérigo (“vinha agora pereli […] e um clérigo […] lan- çou mão de mi.”, vv. 42-45), o que a leva a colocar a hipó- tese de apresentar uma queixa, ou ao Rei ou ao Cardeal, uma vez que se tratava de um membro da Igreja. 3. Lianor Vaz vem propor a Inês um pretendente, assegu- rando que se trata de um homem “rico, honrado, conhe- cido”. No entanto, a donzela, não rejeitando de imediato a proposta, afirma que gostaria de saber como ele é, uma vez que só casaria com homem “avisado” que, “ainda que pobre e pelado, seja discreto em falar.” B 4. A mãe é confidente, uma vez que a donzela lhe conta o encontro que teve com o amigo e as razões pelas quais o foi visitar (“Fui oj’eu, madre, veer meu amigo”). 5. A donzela conta à mãe que foi visitar o amigo, uma vez que este lhe pediu (v. 2), e o encontrou chorando (v. 7); contudo, quando a viu, o seu estado de espírito mudou, tendo ficado “tan ledo” como nunca tinha visto, desde que nascera, um homem tão contente com a visão de uma mulher (vv. 5-6). GRUPO II 1.1. (D); 1.2. (B); 1.3. (D); 1.4. (A); 1.5. (A); 1.6. (D); 1.7. (C). 2.1. “um jogo”; 2.2. aditivo; 2.3. “Como há coisas que têm mesmo de ser conversadas em família” (ll. 24-25). GRUPO III Resposta pessoal. No entanto, devem ser referidos os se- guintes aspetos: – representação de crianças/jovens, ocupando tempos li- vres (provavelmente) em atividades diferentes – jogos de computador por oposição à prática de desporto; – sedentarismo das crianças/jovens que jogam computa- dor, que se opõe à prática de atividade física; – prática desportiva dos jovens vs. desgaste psicológico (e físico) do jovem que utiliza a playstation (visível através da expressão facial e corporal). TESTE DE AVALIAÇÃO N.O 6 (pp. 55-60) GRUPO I A – 1 1. Roma pretende comprar a paz, o que conseguirá, se levar “santa vida”, segundo o Serafim. No entanto, o Anjo adverte a personagem de que isso será difícil, uma vez que a guerra em que se vê metida é fruto das guerras que faz a Deus (“quem tem guerra com Deos, / não pode ter paz c’o mundo”, vv. 17-18). Apesar de todas as insistências e promessas de perdões a tro- co de bens materiais (“ e a troco de perdões, / que é o tesouro concedido”, vv. 23-24), Roma não obtém do Serafim o que deseja. 2.1. Mercúrio alerta Roma para o facto de esta perdoar os pecados dos outros, cometendo, assim, os seus. Critica esta personagem alegórica, que representa a Igreja, os perdões e indulgências que atribui àqueles que lhe oferecem quantias em dinheiro ou penitências; 04. CENÁRIOS DE RESPOSTA 85SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL portanto, censura o lado “mercantil” da igreja: com- pra-se perdão para pecados, pagando e não pratican- do boas ações. 3. No espelho que será dado pelo Tempo a Roma, esta ver- se-á refletida. Assim, poderá perceber os seus erros e modificar o seu comportamento, que consistirá sobre- tudo em não ofender a Deus. Desta forma, a guerra que vive terminará (“Não culpes aos reis do mundo, / Que tudo te vem de cima, / polo que fazes cá no fundo:” (vv. 61-63); “tenha sempre paz com Deos, / e não teme- rá perigo”, vv. 69-70). A – 2 1. Os versos são um lamento e um desabafo de Pero Mar- ques, em virtude do sucedido no encontro com Inês Pereira, em que este é recusado pela donzela, devido aos seus modos pouco corteses; como se verifica pelo verbo “escarnefucham”, o lavrador sente-se triste, pois percebeu que Inês troçou dele e dos seus modos, daí o facto de lamentar até o desgaste do calçado. 2.1. Mais uma vez, Inês troça de Pero Marques. Aqui criti- ca os seus modos de bom homem, uma vez que, tendo voltado atrás e encontrando Inês sozinha em casa e às escuras, preocupou-se com a sua reputação, o que não agradou à donzela que o comparou com outros rapazes que, certamente, aproveitariam o momento para a cortejar (“estando assi às escuras, / falara-me mil doçuras,”, vv. 25-26). 3. Inês insiste no casamento com um bom homem, com modos corteses (“não casarei / senão com homem discreto”, vv. 33-34). Não procura beleza nem riqueza (“Que seja homem mal feito, / feo, pobre, sem feição”, vv. 37-38), isso não importa; o que Inês pretende é um homem com modos corteses e galante (“saiba tanger viola, / e coma eu pão e cebola”, vv. 41-42). Apesar dos reparos da mãe, que afirma que a vida não é só folia, Inês não transige, como se comprova pelos últimos quatro versos da sua última réplica. B 4. As sensações visuais decorrem da utilização de verbos de movimento (“se moverom todos com mão armada” (ll. 2-3); “correndo a pressa” (l. 3); “Nom cabiam pe- las ruas principaes, e atravessavom logares escusos” (ll. 6-7)); as sensações auditivas são transmitidas pelo uso de verbos ou nomes relacionados com o sen- tido da audição (“vozes de arroído” (l. 1); “braadando” (l. 4); “braados de desvairadas maneiras” (l. 14); “de- les bradavom por lenha” (l. 17)), entre outros. A uti- lização destes recursos expressivos permite visuali- zar o comportamento, a agitação e a movimentação da multidão e o modo como anseiam chegar ao local onde se diz que matam o Mestre para o salvar. 5. A urgência e a necessidade que o povo tem de correr para salvar o Mestre são reflexo do carinho que nutre por ele; era como se o povo “se sentisse viúvo” e o rei devesse ocupar o lugar de marido (“assi como viuva que rei nom tiinha, e como se lhe este ficara em logo de marido”, ll. 1-2). Opostamente, o povo não estima nem simpatiza com a rainha, a aleivosa, o que é evi- denciado em “doestos contra a Rainha” (ll. 22-23). GRUPO II 1.1. (B); 1.2. (D); 1.3. (A); 1.4. (B); 1.5. (D); 1.6. (C); 1.7. (B). 2.1. “a heroína do filme sensação do momento”; 2.2 composição morfológica; 2.3. sujeito. GRUPO III Os testes de QI apontam para uma relação entre a capaci- dade cognitiva e a escolaridade. Mas a ciência tem vindo a criar outros métodos para desenvolver o cérebro. O sono também é importante para a aprendizagem; enquan- to dormimos, o cérebro trabalha, processando informação recebida durante o dia, como foi provado por estudos efe- tuados com ratinhos e corroborado por outro com pessoas, verificando-se que o desempenho cognitivo crescia, confor- me as horas de sono aumentavam. (75 palavras) TESTE DE AVALIAÇÃO N.O 7 (pp. 61-64) GRUPO I A 1. O retrato da figura feminina centra-se na descrição de alguns aspetos físicos, nomeadamente o tom dourado dos seus cabelos (“Ondados fios d’ouro”, v. 1), a doçu- ra do movimento dos seus olhos (“olhos, que vos mo- veis tão docemente”, v. 5), a honestidade do seu riso (“Honesto riso”, v. 9). 2. As três primeiras estrofes ligam-se pelo caráter enu- merativo que apresentam. Todas elas anunciam quali- dades da mulher representada, destacando partes de um todo que é caracterizado pela “beleza” (v. 12). 3. O último terceto reúne a ideia central do soneto, a beleza da mulher ausente. Na sua ausência, o “eu” imagina-a, concentra-se na sua formosura, desejando revê-la. B 4. Inês aceita o lavrador, uma vez que este gosta dela (“quem se tenha por ditoso / de cada vez que me veja”, vv. 3-4). Além disso, procedendo de forma ajuizada, prefere “um asno”, isto é, uma pessoa de condição so- cial inferior, com pouca cultura e de maneiras rudes, a alguém com modos corteses (cavalo). Finalmente, e interpretando a metáfora “Antes lebre que leão”, (v. 8), acrescente-se que, em vez de alguém vistoso e galante, contudo mais feroz, aceitará alguém menos esbelto, mas também menos desumano. 5. Nos versos parentéticos, em aparte, Inês desvalori- za o comportamento de Pero Marques, que se mostra emocionado com o “casamento” e relutante em abra- çar a mulher. GRUPO II 1.1. (C); 1.2. (D); 1.3. (C); 1.4. (A); 1.5. (B): 1.6. (B); 1.7. (A) 2.1. Armas, feridos, mortos, terror, … 2.2. O referente é “um índio guarani infante” (linha 23). 2.3. Oração subordinada substantiva completiva. GRUPO III A autora destaca o romance Rastro do Jaguar, de Murilo de Carvalho, como uma obra de leitura surpreendente, resultan- te da experiência jornalística e cinematográfica do seu autor. 04. CENÁRIOS DE RESPOSTA 86 SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA E D I T Á V E L FOTOCOPIÁVEL Acrescenta-lhe o seu pendor histórico, baseado em leituras que o escritor fez das pesquisas de Auguste Saint’ Hilaire, sobre um índio guarani, permitindo-lhe depois ficcionar essa figura. A cultura brasileira foi o mote para uma reflexão de caráter existencialista. Todos estes aspetos contribuíram para que o romance tivesse sido reconhecido com um galar- dão da editora LeYa, prémio de 100 mil euros. (88 palavras) TESTE DE AVALIAÇÃO N.O 8 (pp. 65-68) GRUPO I A 1. O sujeito poético recorre à apóstrofe no mote (“Cam- pos bem-aventurados”, como forma de concretizar um pedido à realidade interpelada. Neste caso, pede aos “Campos” para se tornarem tristes, ou seja, refle- tirem o estado de espírito do “eu”. 2. O conteúdo do poema está estruturado com base no recurso à antítese. Esta está patente na oposição de dois tempos vivenciais do sujeito poético (passado vs. presente). Neste sentido, reflete dois estados de alma opostos: a alegria vivida no passado (“os dias em que me vistes / alegre”, no mote; “Já me vistes ledo ser”, v. 21) e a tristeza do presente (“Amor consente / que tudo me descontente”, vv. 13-14; “tempos […] tristes, aqui são presentes / alegres já são passados”, vv. 37-40). 3. O tema da mudança está, de facto, plasmado no poe- ma, o que vem confirmado na última estrofe. Aqui, o “eu” refere que a mutação na Natureza é positiva, pois “se muda o mal para o bem” (v. 34), o que contrasta com a vida do sujeito lírico cujo mal muda “para mor mal” (v. 35), ou seja, para pior. B 4. O “amigo” é o rapaz por quem a donzela (o sujeito poético) está enamorada, pois é percetível a felici- dade dela em imaginar o encontro dos dois; as “ami- gas” apresentam-se como as confidentes da rapariga, aquelas que têm conhecimento do sentimento que ela nutre pelo “amigo”. 5. Os dois últimos versos de cada cobla, em jeito de refrão, apresentam a causa do enunciado anterior- mente, ou seja, o que justifica a necessidade da priva- cidade do casal (da donzela e do seu “amigo”), neste caso a vontade de a rapariga usufruir de alguns mo- mentos de intimidade, acentuando-se, assim, um pou- co o seu lado leviano. GRUPO II 1.1. (C); 1.2. (A); 1.3. (A); 1.4. (B); 1.5. (D); 1.6. (B); 1.7. (D) 2.1. “Pedro Adão e Silva e João Catarino” (linha 4). 2.2. Complemento do nome. 2.3. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa. GRUPO III A resposta do aluno deverá contemplar, entre outros, os seguintes aspetos: Na poesia trovadoresca, • a sátira centra-se em aspetos de caráter social e indi- vidual; apresenta-se, por exemplo, como a caricatura dos vícios e ridículos individuais (ora de forma grosseira e obscena ora caricata e grotesca), como a lamentação de decadência dos valores morais, como a reprovação de comportamentos de homens da política (traição de fidal- gos, cobardia dos homens das armas), […]; • os subgéneros correspondem às cantigas de escárnio, re- correndo-se à ironia e à ambiguidade (“Ai, dona fea, fos- te-vos queixar”), e às cantigas de maldizer, através das quais o trovador critica de forma aberta e direta (“Martim / Gil, um omen vil”). Na obra vicentina, • na Farsa de Inês Pereira, a sátira é essencialmente de caráter social e centra-se nos costumes da época (a imo- ralidade, a ambição desmedida, …); • as formas de veicular a crítica do autor são: a ironia, a personagem-tipo e os diferentes tipos de cómico. TESTE DE AVALIAÇÃO N.O 9 (pp. 69-72) GRUPO I A 1. Esta reflexão do poeta pode segmentar-se do modo seguinte: a primeira parte corresponde aos quatro pri- meiros versos, uma vez que aí se configura uma es- pécie de introdução à forma de alcançar “As honras imortais...” (v. 4); contudo, a partir do verso cinco da primeira estância até ao fim da estância 96, são enu- merados todos os aspetos que não conduzem ao mé- rito ou à glória, pelo que poderão constituir a segunda parte; a terceira parte inicia no verso um da estância 97, que abre com a conjunção adversativa “Mas”, de modo a introduzir uma oposição, elencando-se as formas conducentes ao alcance da glória e da honra. Por fim, e correspondendo a uma quarta parte, surge a última estância, ilustrativa da conclusão, aliás con- firmada pela vocábulo “Destarte”, sinónimo de “Deste modo” ou “Assim”. 2. Nos três primeiros versos destacam-se a anáfora e uma enumeração, dado que aí se elenca aquilo que não pode nem deve ser usado para se obter honras e glórias. 3. No canto I refere-se a fragilidade do ser humano, o tal “bicho da terra tão pequeno”, que está sujeito a vários perigos, tanto na terra como no mar. Ora, na estância selecionada, também há referência aos sacrifícios por que os Homens terão de passar, quer na terra quer no mar, para alcançarem as honras e a glória merecidas. Portanto, o espírito de sacrificio é referido quer na passagem textual selecionada quer nas reflexões do poeta do primeiro canto. B 4. O vilancete selecionado apresenta o assunto no mote. Por este se percebe que se irá traçar o retrato de ‘Lia- nor’ e a ação que esta vai levar a cabo. Por isso, nos dois primeiros versos da primeira estrofe, refere-se o objeto que leva na cabeça. Mas, a partir do terceiro verso, predomina a descrição da indumentária que a donzela está a usar, enquanto na segunda estrofe se destacam os seus traços físicos, como a cor dos cabe- los, e aquilo que os decora, a sua beleza e formosura, que contribuem para lhe dar ainda mais graça.
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