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Skinner biografia. Quem foi Skinner? Antes de se tornar um psicólogo de sucesso, Skinner, Resumos de Psicologia

Quem foi Skinner? Quem foi Skinner? Quem foi Skinner? Antes de se tornar um psicólogo de sucesso, Skinner fez bacharelado em Literatura Inglesa e pensou em seguir carreira de escritor, mas concluiu que lhe faltavam habilidades. Seu interesse pela área da psicologia veio de uma pós-graduação, em 1928, na Universidade de Harvard, onde se tornou um doutor especialista. Skinner ficou no campo de pesquisa – em Harvard – até 1936. E, antes de retornar para a universidade de prestígio, passou por outros lugares:

Tipologia: Resumos

2024

Compartilhado em 25/03/2024

mayara-santos-pw8
mayara-santos-pw8 🇧🇷

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Baixe Skinner biografia. Quem foi Skinner? Antes de se tornar um psicólogo de sucesso, Skinner e outras Resumos em PDF para Psicologia, somente na Docsity! Capítulo 12 B. F. Skinner: teoria do reforço É o ambiente que deve ser transformads. — B. F SkiNNER Ratos, pombos e um organismo vazio Skinner não apresentou uma teoria de personalidade que possa ser facilmente contrastada e compa- tada com outras teorias discutidas neste livro. Na verdade, ele definitivamente não apresentou uma teoria da personalidade, nem sua pesquisa tratou especificamente de personalidade. O seu trabalho tentou dar conta de todo comportamento, não apenas da personalidade, em termos concretos e descritivos. Skinner argumentou que os psicólogos devem limitar suas investigações aos fatos, ao que se pode observar, manipular e medir no laboratório. Isso significa uma ênfase exclusiva nas respostas observáveis que uma pessoa avaliada fornece e nada mais. A alegação de Skinner era de que a psicologia é a ciência do comportamento, do que um organismo faz. Seu estudo sobre o comportamento é a antítese das abordagens psicanalítica, de traços, desenvolvimentista, cognitiva e humanista, diferindo delas não apenas quanto ao objeto de estudo, mas também em relação à metodologia e aos objetivos. Ao explicar a personalidade, a maioria dos outros teóricos busca pistas dentro da pessoa. As razões, motivos e impulsos — as forças que direcionam nosso desenvolvimento e comportamento — originam-se dentro de cada um de nós. Skinner, ao contrário, não fez referência a estados subje- tivos internos para explicar o comportamento. Influências inconscientes, mecanismos de defesa, traços e outras forças motrizes não podem ser observados, ele argumentava, e, portanto, não têm lugar numa psicologia científica. Não têm mais valor para a ciência do que o antigo conceito teológico de alma. Skinner não negava a existência de forças internas, mas apenas a sua utilida- de científica. Ele aplicou raciocínio análogo aos processos fisiológicos que não são observáveis nem relevantes para a ciência. Disse ele: “O interior do organismo é irrelevante, seja como o sítio dos processos fisiológicos, seja como o local das atividades mentais” (apud Evans, 1968, p. 22). Ele não via necessidade de buscar, dentro do organismo, alguma forma de atividade interna. Para Skinner, os seres humanos são “organismos vazios”, termo com o qual sugeria que não há nada dentro de nós que possa explicar o comportamento em termos científicos. Outra maneira pela qual Skinner se diferenciava de outros teóricos era na escolha dos sujei- tos experimentais. Alguns teóricos da personalidade concentram-se em pessoas emocionalmente perturbadas e outros focalizam indivíduos normais ou medianos. Pelo menos um desses teóri- cos baseou sua teoria nas melhores e mais brilhantes pessoas. Embora as ideias de Skinner sobre comportamento tenham sido aplicadas a pessoas, as pesquisas de sua abordagem comportamental utilizaram ratos e pombos. O que podemos aprender sobre a personalidade humana a partir de pom- bos? Lembre-se de que o interesse de Skinner era por respostas comportamentais aos estímulos, e não por experiências de infância ou sentimentos de adulto. Responder a estímulos é algo que os animais fazem bem, algumas vezes melhor do que as pessoas. Ele admitia que o comportamento 309 310 Teorias da Personalidade humano é mais complexo que o comportamento animal, mas sugeriu que as diferenças estão na intensidade, e não no tipo. Ele acreditava que os processos fundamentais são similares. Assim como uma ciência deve dirigir-se do simples ao complexo, os processos mais elementares têm de ser estudados primeiro. Dessa maneira, ele escolheu o comportamento animal por ser mais simples que o comportamento humano. O trabalho de Skinner teve amplas aplicações práticas. Técnicas terapêuticas originadas a partir de suas pesquisas são usadas em ambientes clínicos para tratar uma variedade de distúrbios, que incluem psicose, deficiência mental e autismo (Reed; Luiselli, 2009). Suas técnicas de modifi- cação do comportamento são também empregadas em escolas, negócios, instituições correcionais e hospitais. A vida de Skinner (1904-1990) B. F. Skinner nasceu em Susquehanna, na Pensilvânia, EUA, e era o mais velho de dois irmãos; seu irmão morreu aos 16 anos. Seus pais eram pessoas trabalhadoras que incutiram em seus filhos regras claras de comportamento adequado. “Fui educado para temer a Deus, a polícia e o que as pessoas vão pensar” (Skinner, 1967, p. 407). Sua mãe nunca se desviou de seus rígidos padrões. O seu método de controle era dizer “tsc tsc”. A avó certificava-se de que ele entendera as punições do inferno, apontando as brasas do aquecedor da sala de visitas. O pai contribuiu para a educação moral do filho, ensinando-lhe a sina que recai sobre os criminosos. Mostrou-lhe a cadeia pública e levou-o a uma aula sobre a vida numa notória prisão estatal de Nova York. A autobiografia de Skinner contém muitas referências ao impacto dessas advertências na infân- cia em seu comportamento adulto. Ele escreveu sobre ter visitado uma catedral já adulto e tomado cuidado para evitar pisar nas lápides do chão; quando criança, fora instruído de que tal comportamen- to não era adequado. Tais eventos deixaram claro para ele que seus comportamentos adultos haviam sido determinados pelas recompensas e punições (“reforços”) que recebera quando criança. Portan- to, o seu sistema de psicologia e sua visão das pessoas como “sistemas comportamentais complexos de acordo com a lei” refletiam as suas próprias experiências na infância (Skinner, 1971, p. 202). As muitas horas que passou construindo dispositivos mecânicos como vagões, gangorras, carrosséis, catapultas, aeromodelos e um canhão a vapor que atirava pedaços de batata e de ce- noura na casa dos vizinhos foram proféticas sobre suas opiniões de que as pessoas funcionam como máquinas que operam de modo previsível. Skinner também trabalhou numa máquina de moto-contínuo, que fracassou perpetuamente. Seu interesse pelo comportamento animal é também proveniente da infância. Tinha tartarugas, cobras, sapos, lagartos e esquilos como animais de es- timação. Uma apresentação de pombos adestrados numa feira municipal deixou-o fascinado. Os pombos encenavam uma corrida, empurravam um carro de bombeiros até um edifício em chamas e encostavam nele uma escada. Um pombo treinado, vestindo um chapéu vermelho de bombeiro, su- bia até a janela de um andar superior para resgatar um pombo em perigo. Posteriormente, Skinner treinaria pombos para jogar pingue-pongue e para conduzir um míssil até o seu alvo. Encontrando uma identidade Skinner graduou-se em inglês na Hamilton College, ao norte de Nova York, e esperava tornar-se romancista após a graduação. Encorajado pelos comentários favoráveis sobre o seu trabalho feitos pelo eminente poeta Robert Frost, Skinner construiu um estúdio no sótão da casa de seus pais em Scranton, Pensilvânia, e tentou escrever. Os resultados foram desastrosos. Lia, ouvia rádio, tocava piano e construía modelos de navios enquanto esperava por inspiração. Pensou em consultar um psiquiatra, mas, para o seu pai, isso seria um desperdício de dinheiro. Skinner tinha 22 anos e era um fracasso na única coisa que desejava fazer. * Eminglês, reinforcements, que pode ser traduzido para o português por alguns como reforçamentos, o que seria um neologis- mo. (N.R.T) Capítulo 12 B.F Skinner: teoria do reforço 313 O experimento clássico de Pavlov demonstrou a importância do reforço. Os cães não apren- deriam a responder aos sinos, a menos que fossem recompensados por proceder assim. Neste exemplo, a recompensa foi comida. Pavlov, então, formulou uma lei fundamental para o aprendi- zado: não se pode estabelecer uma resposta condicionada na ausência de reforço. O ato de reforçar uma resposta fortalece e aumenta a probabilidade de que a resposta se repita. Reforço O ato de fortulecer uma resposta com a adição de uma recompensa, aumentando, «assim, «a probabilidade de que a resposta seja repetida. No entanto, uma resposta condicionada estabelecida não se sustentará na ausência de reforço. Imagine um cão condicionado a responder ao som de um sino. Toda vez que o sino toca, o cão sa- liva. Ai, o experimentador interrompe o fornecimento de comida após tocá-lo. O cão ouve o sino e nada ocorre — não há mais comida, nem reforço ou recompensa. Com os toques sucessivos do sino a salivação do cão diminui em intensidade e frequência, até não ocorrer mais nenhuma resposta. Esse processo é chamado extinção. A resposta foi removida, ou extinta, porque os reforços ou recompensas a ela não foram mais fornecidos. Muitas pesquisas demonstraram que, quanto maior o reforço dado durante o treino, mais resistente será a extinção à resposta condicionada (veja, por exemplo, Shull; Grimes, 2006). Cedo ou tarde, entretanto, a extinção ocorrerá. Extinção O processo de eliminação de um comportamento pela retirada do reforço. Comportamento operante O comportamento respondente depende do reforço e está diretamente relacionado a um estímulo físico. Toda resposta é eliciada por um estímulo específico. Para Skinner, o comportamento respon- dente era menos importante que o comportamento operante. Somos condicionados a responder diretamente a muitos estímulos em nosso meio, mas nem todos os comportamentos podem ser explicados assim. Muito do comportamento humano parece ser espontâneo e não pode ser dire- tamente relacionado a um estímulo específico. Tal comportamento é emitido e não motivado por um estímulo. Implica agir de uma forma que parece voluntária, e não reagir involuntariamente a um estímulo ao qual tenhamos sido condicionados. Comportamento operante Comportamento emitido espontânea ou voluntariamente que atua no ambiente para modificá-lo. A natureza e a frequência do comportamento operante serão determinadas ou modificadas pelo reforço que acompanha o comportamento. O comportamento respondente não tem efeito so- bre o ambiente. No experimento de Pavlov, a resposta de salivação do cão ao toque do sino nada fez para mudar o sino ou o reforçador (a comida) que veio a seguir. Em contraposição, o compor- tamento operante atua sobre o ambiente e, como resultado, modifica-o. Condicionamento operante e a caixa de Skinner Para ilustrarmos o processo de condicionamento operante, acompanhemos o curso de um rato no aparelho de condicionamento operante de Skinner, também conhecido como caixa de Skinner (ver Figura 12.1). Ao se colocar um rato sem comida na caixa, no início o seu comportamento é espon- tâneo e aleatório. Ele fica ativo, fungando, cutucando e explorando o ambiente. Esses comporta- 314 Teorias da Personalidade mentos são emitidos, não motivados; em outras palavras, o rato não está respondendo a nenhum estímulo de seu ambiente. Condicionamento operante O procedimento por meio do qual uma mudança nas consequências de uma resposta afetará a taxa na qual a resposta ocorre. Em algum momento durante essa atividade, o rato pressionará uma alavanca ou barra locali- zada numa parede da caixa de Skinner, causando a queda de uma bolinha de ração numa vasilha. O comportamento do rato (pressionar a alavanca) atuou sobre o ambiente e, como consequência, modificou-o. Como? O ambiente agora possui uma bolinha de ração. A ração é um reforçador ao comportamento de pressionar a barra. O rato começa a pressionar a barra com maior frequência. O que ocorre? Ele recebe mais comida — mais reforço — e, dessa forma, pressiona a barra ainda mais frequentemente. O comportamento do rato está, agora, sob o controle dos reforçadores. Suas ativi- dades na caixa são menos aleatórias e espontâneas, pois passa a maior parte do tempo pressionando a barra e comendo. Se o colocarmos de volta na caixa no dia seguinte, poderemos predizer o seu comportamento e controlar suas ações de pressionar a barra fornecendo ou retirando os reforçadores, ou, ain- da, fornecendo-os numa quantidade diferente. Ao retirar-lhe a ração, o comportamento operante extingue-se da mesma forma que o respondente. Se o comportamento não reforçado não funcionar mais, por não trazer mais recompensas, cessará brevemente. Assim, a pessoa que controla os refor- çadores também controla o comportamento dos avaliados. Ensinou-se uma grande variedade de animais a desempenhar diversos tipos de comporta- mento por meio do condicionamento operante. Cachorros foram condicionados a farejar drogas ou explosivos; em Moçambique, ratos africanos gigantes foram treinados a detectar minas terrestres com explosivos; e ensinaram lagostas a segurar barras com as garras para receber comida (Poling et al., 2010; Tomina; Takahata, 2010). Skinner acreditava que a maior parte do comportamento humano e animal é adquirida por meio de condicionamento operante. Considere a forma como os bebês aprendem; no início, demonstram comportamentos aleatórios e espontâneos, dos quais apenas alguns são reforçados (recompensas com comida, abraços ou brinquedos, por exemplo) pelos pais, irmãos ou por quem cuida deles. À medida que crescem, os comportamentos reforçados positivamente, aqueles que os pais aprovam, persistirão, ao passo que os desaprovados pelos pais serão extintos ou descontinu- ados. O conceito é o mesmo que o do rato na caixa de Skinner. Comportamentos que funcionam (pressionar a barra para obter ração) são exibidos frequentemente e os que não funcionam não se 5 f ê mM g E É É à 8 5 Ê FIGURA 12.1 Um aparelho simples de condicionamento operante. Capítulo 12 B.F Skinner: teoria do reforço 315 repetem. Portanto, o comportamento do organismo atua sobre o ambiente, o qual atua sobre o com- portamento do organismo sob a forma de reforço. Você pode ver quão poderoso pode ser o reforço em determinar e controlar o comportamento. Skinner escreveu que “o condicionamento operante molda o comportamento como um escultor molda um pedaço de argila” (1953, p. 91). Se esse pedaço de argila, esse organismo, necessitar demais desse reforçador, não haverá limite para moldar o seu comportamento — por um expe- rimentador com uma bolinha de ração, pelo dono de um cachorrinho com um biscoito canino, por uma mãe com um sorriso, por um chefe com um tapinha nas costas ou pela promessa feita por um governante. A partir da infância, exibimos diversos comportamentos e aqueles que são reforçados irão se fortalecer e formar padrões. Era assim que Skinner concebia a personalidade, como um padrão ou um conjunto de comportamentos operantes. O que outros psicólogos chamariam de comportamen- to neurótico ou anormal, para Skinner não continha mais mistérios do que o desempenho contínuo de comportamentos indesejáveis que haviam sido reforçados. Tendo demonstrado como o comportamento poderia ser modificado por meio de reforço con- tínuo — ou seja, oferecendo reforço depois de cada resposta —, Skinner decidiu examinar como o comportamento poderia ser modificado se ele variasse a razão em que era reforçado. Esquemas de reforço Skinner apontou que, na vida cotidiana fora do laboratório de psicologia, nosso comportamento ra- ramente é reforçado toda vez que ocorre. Um bebê não é colocado no colo e acariciado sempre que chora. Os astros de beisebol não conseguem a pontuação máxima todas as vezes que usam o taco. O empacotador do supermercado não recebe uma gorjeta por saco empacotado, e o seu grupo musi- cal favorito não ganha um Grammy para todo álbum que grava. Você pode pensar em muitos outros exemplos de comportamentos que persistem mesmo que sejam reforçados apenas eventualmente. Depois de observar que os seus ratos continuavam a pressionar a barra a uma razão relativa- mente constante, mesmo quando não estavam sendo reforçados por cada resposta, Skinner decidiu investigar diferentes esquemas de reforço para determinar a sua efetividade em controlar o com- portamento. Entre as razões de reforço que ele testou encontram-se as seguintes: b Intervalo fixo. b Razão fixa. b Intervalo variável. D Razão variável. Esquemas de reforço Padrões ou razões de fornecimento e retirada de reforçadores. Um esquema de reforço a intervalos fixos significa que o reforçador é fornecido a partir da primeira resposta que ocorre depois de ter passado um intervalo fixo de tempo, que pode ser um minuto, três minutos ou qualquer outro período fixo. A sincronização do reforço não tem nada a ver com o número de respostas. Se o rato responde três ou vinte vezes por minuto durante o intervalo fixo, o reforçador continua a chegar somente depois da passagem de um dado período de tempo e da emissão da resposta correta. Há muitas situações que ocorrem segundo o esquema de reforço a intervalos fixos. Se o seu professor der uma prova no meio do semestre e outro no final, estará usando um esquema de intervalo fixo. Um emprego no qual o seu salário é pago uma vez por semana ou uma vez por mês funciona num esquema de intervalo fixo. Você não é pago de acordo com o número de itens que produz ou que vende (o número de respostas), mas pelo número transcorrido de horas, dias ou semanas. 318 Teorias da Personalidade de Fromm. Vou fazer que ele a fique movimentando” [...] [Fromm] gesticulava bastante ao falar e, toda vez que levantava a mão esquerda, eu olhava diretamente para ele. Se baixasse a mão, eu meneava a cabeça e sorria. Em cinco minutos, ele estava golpeando o ar tão vigorosamente que o seu relógio ficava escorregando do braço para a mão. (Skinner, 1983, p. 150-151) Comportamento supersticioso Sabemos que a vida não é sempre tão ordenada ou bem controlada como os eventos num labora- tório de psicologia. Somos, às vezes, reforçados acidentalmente depois de exibir algum compor- tamento. Como consequência, esse comportamento, que não recebeu ou causou reforço, pode se repetir em situação semelhante. Considere um exemplo do futebol norte-americano. Um jogador dos Buccaneers de Tampa Bay (FL) estava numa péssima temporada no início de sua carreira. Pediu ao seu companheiro de quarto para trocar de cama com ele para que pudesse dormir mais próximo do banheiro. Seu jogo melhorou imediatamente depois. Pelo restante de sua carreira, insistiu em dormir na cama mais próxima da porta do banheiro em todo hotel no qual a equipe ficava. E o jogador da NFL que abra- çava as traves antes de cada jogo? Ele as havia abraçado antes de uma jogada bem-sucedida e, por haver dado certo, continuou a prática. Contou a um jornalista que queria que as traves soubessem que ele as amava e que ficassem imóveis quando ele chutasse. Comportamento supersticioso Comportamento persistente que tem uma coincidência, e não uma relação funcional, com o reforço recebido. Skinner chamou esse fenômeno de comportamento supersticioso e o demonstrou no labo- ratório. Um pombo faminto foi colocado no aparelho de condicionamento operante e reforçado a Brand X Pictures/Jupiter Images N Os pais ensinam comportamentos aceitáveis aos seus filhos, es aquelas atividades que se aproximam dos comportamentos finais desejados. Capítulo 12 B.F Skinner: teoria do reforço 319 cada quinze segundos num esquema de intervalos fixos. É provável que o pombo estivesse fazendo alguma coisa, exibindo algum tipo de comportamento ou atividade quando a bolinha de ração reforçadora foi apresentada. Ele podia estar dando uma volta, levantando a cabeça, empertigando- -se, saltitando ou ficando imóvel. Qualquer que fosse o comportamento emitido no momento da Tecompensa, seria reforçado. Skinner descobriu que um único reforço era poderoso o bastante para levar o pombo a repetir com maior frequência o comportamento reforçado acidentalmente, o que aumentava a probabi- lidade de que aparecesse outra bolinha de ração enquanto aquele comportamento era efetuado. E, com intervalos curtos entre os reforçadores, os comportamentos supersticiosos são adquiridos rapidamente. Assim como os jogadores de futebol dos exemplos anteriores, os comportamentos supersticiosos oferecidos pelo pombo não possuem relação funcional com os reforçadores. A co- nexão é involuntária. Nos seres humanos, eles podem persistir por toda a vida e requerer apenas reforços ocasionais para sustentá-los. Um estudo com 77 jogadores da liga principal de beisebol, nos Estados Unidos e Japão, revelou que 74% dos jogadores admitiam envolver-se em comportamentos supersticiosos. Em geral, entre- tanto, os jogadores norte-americanos eram mais supersticiosos do que os jogadores japoneses, o que sugere que diferenças culturais podem influenciar a extensão dessas ações (Burger; Lynn, 2005). O autocontrole do comportamento Segundo Skinner, o comportamento é controlado e modificado por variáveis externas ao organis- mo. Não há coisa alguma dentro de nós — nenhum processo, impulso ou qualquer atividade interna — que o determine. Entretanto, embora esses estímulos e reforçadores externos sejam responsáveis por moldar e controlar o comportamento, temos a capacidade de usar o que Skinner chamou de autocontrole, que descreveu como agir para alterar o impacto de eventos externos. Skinner não estava falando de agir sob o controle de algum self misterioso. Ele sugeriu que podemos, até certo ponto, controlar as variáveis externas que determinam nosso comportamento. Autocontrole A capacidade de exercer controle sobre as variáveis que determinam nosso comportamento. Skinner propôs diversas técnicas de autocontrole. Na evitação do estímulo, por exemplo, se a música do aparelho de som do seu colega de quarto o incomoda e interfere nos seus estudos, você pode abandonar o quarto e ir à biblioteca, retirando-se de uma variável externa que afeta o seu comportamento. Ao evitar uma pessoa ou uma situação que o deixa irritado, você reduz o controle que a pessoa ou a situação tem sobre o seu comportamento. De maneira semelhante, alcoolistas po- dem agir para evitar um estímulo que controla o seu comportamento ao não permitir que se guarde bebida alcoólica em sua casa. Por meio da técnica de saciedade autoadministrada, exercemos controle para nos curarmos de maus hábitos ao exagerarmos o comportamento. Aqueles que quiserem parar de fumar podem fumar um cigarro atrás do outro por um período de tempo, tragando sempre, até se tornarem tão enojados e desconfortáveis ou tão doentes que acabam largando o vício. Essa técnica tem sido bem-sucedida em programas de terapia formal planejados para eliminar o hábito de fumar. A técni- ca de autocontrole por estimulação aversiva envolve consequências desagradáveis ou repugnantes. Pessoas obesas querendo perder peso declaram sua intenção aos amigos pessoalmente ou a um grande público por meio do Facebook ou de outros sites da rede social. Se elas não mantiverem esta sua resolução, enfrentam as desagradáveis consequências de fracasso pessoal, embaraços e crítica. No autorreforço, nós nos recompensamos por exibirmos comportamentos bons ou desejá- veis. Pode ser que um adolescente que concorde em esforçar-se em melhorar suas notas na escola ou em cuidar de um irmão ou irmã menor recompense a si mesmo comprando entradas para um concerto ou roupas novas. 320 Teorias da Personalidade Para Skinner, então, o ponto crucial é que variáveis externas moldam e controlam o compor- tamento. Mas, às vezes, por meio de nossas próprias ações, podemos modificar os efeitos dessas forças externas. Um estudo de larga escala com estudantes universitários, nos Estados Unidos, revelou que aqueles que tinham pontuação alta em mensuração de autocontrole tinham notas melhores, pontua- ções mais elevadas de adaptação psicológica, além de maior autoaceitação e autoestima. Mostra- ram também habilidades interpessoais e relacionamento familiar melhores, assim como níveis de raiva inferiores, quando comparados aos que tinham baixa pontuação em autocontrole (Tangney; Baumeister; Boone, 2004). Pesquisas que envolviam crianças afro-americanas (idade média de 11,2 anos) revelaram que aquelas cujos pais eram mais acolhedores e estavam mais envolvidos em sua educação tinham níveis mais elevados de autocontrole do que aquelas cujos pais eram menos acolhedores e estavam menos envolvidos (Wills et al., 2007). As aplicações do condicionamento operante Os psicólogos têm aplicado as técnicas de condicionamento operante de Skinner para modificar o comportamento humano em clínicas, nos negócios e em ambientes educacionais. A modificação do comportamento tem sido bem-sucedida com crianças e adultos, com pessoas mentalmente saudáveis e com as mentalmente perturbadas, bem como com comportamentos individuais e também grupais. Modificação de comportamento Forma de terapia que ablica os princípios de reforço para ocasionar modificações comportamentais desejáveis. Programas de economia de fichas A aplicação clássica é a economia de fichas. No estudo pioneiro, uma ala feminina com pacientes psicóticas numa instituição psiquiátrica estatal foi considerada uma gigantesca caixa de Skinner (Ayllon; Azrin, 1968). As pacientes não podiam mais ser tratadas por meio de tratamentos conven- cionais. Tinham sido internadas há muito tempo e eram incapazes de se cuidar sozinhas. Economia de fichas Técnica de modificação de comportamento na qual fichas, que podem ser trocadas por objetos valiosos ou por privilégios, são concedidas em virtude de comportamentos desejáveis. Nesse ambiente, foram oferecidas oportunidades às pacientes de trabalhar em serviços usualmente executados por arrumadeiras pagas pelo hospital e pelos quais elas receberiam fichas, que funcionavam como dinheiro; daí o termo economia de fichas. Assim como as pessoas fora da instituição, as pacientes também podiam comprar mercadorias e privilégios para melhorar a qua- lidade de vida. Com um certo número de fichas, podiam comprar balas, cigarros, batons, luvas e jornais. Pagando com fichas, podiam assistir a um filme, caminhar pelas cercanias do hospital ou mudar para um quarto melhor. Os privilégios mais caros, que exigiam 100 fichas, eram um passeio escoltado pela cidade e um encontro particular com uma assistente social. Um encontro particular com um psicólogo valia apenas 20 fichas. Quais comportamentos as pacientes teriam de exibir para que fossem reforçadas e recebes- sem as fichas? Caso se banhassem na hora designada, escovassem os dentes, arrumassem as camas, penteassem os cabelos e se vestissem de maneira apropriada, receberiam uma ficha por atividade. Receberiam até dez fichas por período de trabalho na cozinha ou na lavanderia do hospital ou por ajudar a limpar a ala, fazer pequenos serviços ou levar outras pacientes para caminhar. As tarefas Capítulo 12 B.F Skinner: teoria do reforço 323 Dos escritos acadêmicos de Skinner ao seu popular romance sobre uma sociedade utópica baseada em condicionamento operante, a mensagem é a mesma: o comportamento é controlado por reforçadores. De certo modo, isso significa que é inútil culpar ou punir as pessoas por suas atitudes. Um ditador que ordena o extermínio em massa de milhares de pessoas ou um serial killer não podem ser mais responsabilizados por suas ações, do mesmo modo que um automóvel sem motorista que se precipita morro abaixo. Ambos agem segundo leis, de modo previsível, controla- dos por variáveis externas. Resta-nos uma concepção pessimista das pessoas, que seriam como robôs desamparados e passivos, incapazes de desempenhar um papel ativo na determinação de seus comportamentos? Essa não é a visão completa de Skinner. Apesar de sua crença de que o comportamento é contro- lado por estímulos e reforçadores externos, certamente não somos vitimas. Ainda que sejamos controlados pelo nosso ambiente, somos responsáveis por projetar esse ambiente. Nossos edifi- cios, cidades, bens de consumo, fábricas e instituições governamentais são resultado da construção humana. Assim também são nossos sistemas sociais, línguas, costumes e recreações. Mudamos continuamente nosso ambiente, na maioria das vezes para nosso benefício. Ao procedermos assim, agimos tanto como controladores quanto como controlados. Projetamos a cultura controladora e somos produtos dela. Ele escreveu, Podemos não ser agentes livres, mas podemos fazer alguma coisa com relação à nossa vida, apenas se rearranjarmos os controles que influenciam nosso comportamento [...] não estou tentando mudar as pessoas. Tudo o que eu quero fuzer é mudar o mundo em que elas vivem. (Skinner apud Bjork, 1993, p. 16, 233) O mundo pode impor limites à nossa liberdade de mudar. Ao fazer mudanças, seremos dirigi- dos €, às vezes, restringidos por situações que nos tenham fornecido reforço positivo no passado. Ao agirmos para mudar nosso ambiente, procuraremos maiores oportunidades de reforço positivo e, durante o processo, modificaremos nosso próprio comportamento. Skinner deixou-nos com um paradoxo, uma imagem de homem-máquina capaz de alterar as condições ambientais que determi- nam o comportamento da máquina. A avaliação na teoria de Skinner Skinner não usou as técnicas típicas de avaliação preferidas por outros teóricos. Em seu trabalho, não havia espaço para livre associação, interpretação de sonhos ou técnicas projetivas. Por não estar lidando diretamente com a personalidade, não tinha realmente interesse em avaliá-la. No entanto, avaliou o comportamento. Note que, na aplicação de suas técnicas de modificação de comportamento, é necessário primeiro avaliar comportamentos específicos, tanto desejáveis como indesejáveis. Também é preciso avaliar os fatores ambientais que atuam como reforçadores e que podem ser manipulados para alterar o comportamento. Nenhum comportamento pode ser modifi- cado de maneira adequada sem avaliação anterior. A abordagem skinneriana de avaliação do com- portamento é chamada de análise funcional e envolve três aspectos do comportamento: b A frequência do comportamento. b A situação na qual ele ocorre. b O reforço associado a ele. Análise funcional Abordagem do estudo do comportamento que envolve avaliar a frequência de um comportamento, a situação na qual ele ocorre e os reforçadores associudos a ele. 324 Teorias da Personalidade A menos que esses fatores tenham sido avaliados, não é possível planejar nem implantar um programa de modificação do comportamento. Considere uma análise funcional para fumantes que queiram interromper o hábito de fumar. Pede-se a eles que registrem precisamente o número de cigarros que fumam a cada dia e as situa- ções nas quais o fazem. O ato de fumar ocorre num lugar particular ou num momento determinado? Na presença de outros ou sozinho? Após as refeições ou ao dirigir? E quais são os reforçadores? A maioria dos fumantes fuma com maior frequência na presença de certos estímulos. É necessário identificar tais estímulos, pois sua modificação deve levar a uma modificação no comportamento de fumar. Observação direta do comportamento As três abordagens para avaliar o comportamento são: observação direta, autorrelato e mensura- ções fisiológicas. Muitos comportamentos são avaliados por meio da observação direta. Em geral, duas ou mais pessoas conduzem a observação para assegurar precisão e confiabilidade. Por exem- plo, num relato clássico de uma situação de madificação de comportamento, uma mulher procurou tratamento para o seu filho de 4 anos, cujo comportamento era considerado rebelde, indisciplinado (Hawkins et a!., 1966). Dois psicólogos observaram mãe e filho em sua casa para avaliar a natureza e a frequência dos comportamentos indesejáveis da criança, quando e onde ocorriam e os reforça- dores que a criança recebia pelos comportamentos. Foram identificados nove comportamentos indesejáveis, incluindo chutar, atirar coisas, mor- der e empurrar um irmão. Os psicólogos comprovaram que a mãe reforçava o menino, dando-lhe brinquedos ou comida quando se comportava mal. Sua intenção era fazê-lo parar de portar-se mal. Em vez disso, ela o estava recompensando e, portanto, reforçando o mau comportamento. A avaliação por observação direta durou dezesseis horas, mas, sem ela, os psicólogos não teriam sabido exatamente quais comportamentos indesejáveis tentariam eliminar ou quais reforçadores a criança esperava. Com um programa abrangente de observação direta, é possível planejar a evolução de modi- ficação do comportamento. Neste caso, os psicólogos instruíram a mãe a usar atenção e aprovação como reforçadores quando a criança se comportava de maneira positiva e a nunca recompensá- -Ja quando demonstrava um dos nove comportamentos indesejáveis observados. A frequência dos comportamentos indesejáveis, como condicionada na avaliação por observação direta, forneceu uma linha de base com a qual se poderia comparar o comportamento durante e após o tratamento. Autotrelatos de comportamento Outra abordagem para avaliar o comportamento é a técnica de autorrelato realizada por meio de entrevistas e questionários. A pessoa observa o seu próprio comportamento e o relata ao examina- dor. Por exemplo, eles podem avaliar a extensão do medo de uma pessoa em situações como dirigir um automóvel, ir ao dentista ou falar em público. Questionários para avaliar comportamentos são similares em formato aos inventários de autorrelatos que avaliam personalidade. Mensurações fisiológicas de comportamento As avaliações fisiológicas de comportamento incluem taxa de batimento cardíaco, tensão muscular e ondas cerebrais. É possível avaliar os efeitos fisiológicos de vários estímulos ao registrar tais medidas, que podem também ser usadas para confirmar a acuidade da informação obtida por outros métodos de avaliação. Por exemplo, uma pessoa que fica muito envergonhada ao revelar, numa entrevista ou num questionário, que tem medo de elevador pode exibir uma mudança na taxa de batimento cardíaco ou na tensão muscular quando perguntada sobre elevadores. Seja qual for a técnica de avaliação escolhida para avaliar o comportamento em diferentes situações de estímulo, o foco permanece no que as pessoas fazem, não no que as teria motivado a fazê-lo. O objetivo fundamental é modificar o comportamento, não a personalidade. Capítulo 12 B.F Skinner: teoria do reforço 325 A pesquisa na teoria de Skinner Você pode ver que os métodos de avaliação de Skinner diferem radicalmente daqueles usados por outros teóricos aqui discutidos. Os seus métodos de pesquisa também divergem da psicologia experimental convencional. O procedimento usual é estudar grandes grupos de animais ou seres humanos e comparar estatisticamente suas respostas médias. Ele, por outro lado, preferia o estudo intensivo de um único avaliado; argumentava que os dados de desempenho médio de grupos têm pouco valor quando se lida com um caso particular. Uma ciência que trata de médias oferece pouca informação para ajudar a entender o indivíduo único. Skinner acreditava ser possível obter resultados válidos e reproduzíveis sem o uso de análise estatística, contanto que fossem coletados dados suficientes de um único avaliado sob condições experimentais bem controladas. O uso de grandes grupos de avaliados obrigava o experimentador a lidar com o comportamento médio. Os dados resultantes poderiam não refletir a resposta compor- tamental individual e as diferenças individuais de comportamento. Skinner e os seus seguidores conduziram milhares de experimentos de condicionamento operante em tópicos como esquemas de reforço, aquisição de linguagem, modelagem de com- portamento, comportamento supersticioso e modificação de comportamento. Os resultados foram altamente confirmadores das ideias de Skinner. Reflexões sobre a teoria de Skinner A abordagem de Skinner tem sido criticada em diversos pontos. Os que se opõem ao determinismo têm muitos motivos para não gostar das suas concepções. Os psicólogos humanistas, que acredi- tam que as pessoas são mais complexas que máquinas, ratos ou pombos opõem-se à imagem que Skinner faz da natureza humana. Argumentam que a ênfase exclusiva no comportamento obser- vável ignora qualidades humanas extraordinárias, como o livre-arbítrio consciente. Têm havido críticas ao tipo de avaliado (sujeito da avaliação) e à simplicidade das situações nos experimentos de Skinner. Ele formulou asserções e predições sobre o comportamento humano e a sociedade — sobre questões sociais, econômicas, religiosas e culturais — com uma considerável confiança. Mas podemos estender a ação de um pombo bicando um disco para a de uma pessoa no mundo real? A distância parece ser grande demais para permitir amplas generalizações. Muitos aspectos do com- portamento humano não podem ser reduzidos de modo significativo para o nível no qual Skinner conduzia suas pesquisas. A crença de Skinner de que todos os comportamentos são adquiridos foi contestada por dois ex-alunos. Mais de 6 mil animais de 38 espécies foram condicionados a desempenhar vários comportamentos para comerciais de televisão e atrações turísticas; eram pombos, guaxinins, galinhas, hamsters, golfinhos, baleias e vacas. Os animais demonstraram uma tendência para o impulso instintivo ao substituir comportamentos instintivos pelos comportamentos que foram teforçados, mesmo quando os comportamentos instintivos relacionavam-se com o recebimento de alimentação. Impulso instintivo Substituição de comportamentos instintivos por comportamentos que foram reforçados, Num exemplo, porcos e guaxinins foram condicionados a pegar uma moeda, carregá-la por uma certa distância e depositá-la num banco de brinquedo (um cofrinho em forma de porco, é lógico). Depois de depositarem um certo número de moedas, os animais recebiam ração como reforçador. Aprenderam os comportamentos desejados rapidamente, mas após terem desempenhado satisfatoriamente bem a sequência durante algum tem- po, começaram a se ater a comportamentos indesejáveis, pelo menos sob o ponto de vis-
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