Baixe Anti-inflamatórios e mecanismos de ação e outras Notas de estudo em PDF para Farmacologia, somente na Docsity! Anti-inflamatórios Os anti-inflamatórios são remédios que diminuem a produção de substância inflamatórias no corpo, como prostaglandinas ou tromboxanos. O tipo de anti-inflamatório que pode ser usado depende da condição a ser tratada. Processo inflamatório Imagine nosso tecido como uma nave. Se por algum fator o casco dessa nave romper, é preciso que consertemos para que aquele rompimento não evolua e seja cessado. É basicamente assim que fisiologicamente nosso corpo atua. Quando ocorre uma lesão no tecido, inicia-se 2 processos fundamentais; • Proteção e vigília, onde a células presentes no local da lesão iram monitorar se existe algum patógeno ou invasor que levou ao rompimento do tecido. • Concerto, que consiste no processo inflamatória para que impeça o ampliamento da lesão e assim combatê-la. A inflamação gera: • Dor “alertar o local lesionado” • Edema “incha para restringir o movimento, assim impedindo a ampliação da lesão” • Rubor “por conta das substancias liberadas no local e serve de alerta visual” • Calor “muitas enzimas de defesa funcionam melhor em temperaturas um pouco mais elevadas” AINEs São fármacos que não derivam dos hormônios esteroides, ou seja, não tem função hormonal. Agem bloqueando a cicloxigenase. Mecanismo de ação De forma bem simplificada, podemos dizer que os quadros inflamatórios surgem quando há um aumento da produção de uma substância chamada prostaglandina. A prostaglandina é gerada através da ação de uma enzima chamada ciclooxigenase (COX). Os anti-inflamatórios agem inibindo a ação dessa enzima COX. Sem COX, há menor produção de prostaglandinas e menos estímulo para ocorrer inflamações. Como é a presença da prostaglandina que estimula o surgimento de inflamação, dor e febre, a sua inibição pelos AINES acaba tendo efeito analgésico, antipirético e anti-inflamatório. O problema é que existem mais de um tipo de prostaglandina e de ciclooxigenase. Nem toda prostaglandina causa inflamação ou febre e nem toda COX age sobre todos os tipos de prostaglandinas. Como a ação dos anti-inflamatórios sobre a produção de prostaglandinas não é seletiva, além de abortar a inflamação, podem interromper outros processos, como: • Proteção do estômago contra ácidos produzidos no seu interior; • Aumento do fluxo de sangue nos rins; • Coagulação sanguínea; Alguns dos efeitos adversos mais comuns são: • Agravamento da hipertensão. • Inibição da ação dos diuréticos. • Agravamento da insuficiência cardíaca. • Agravamento da função renal. • Síndrome nefrótica. • Hepatite medicamentosa. • Interação com Varfarina. • Reação alérgica. • Perda de audição nos idosos. • Aumento do risco de doenças cardiovasculares. • Diagnóstico da Síndrome de Cushing; • Tratamento de reposição para a hiperplasia suprarrenal congênita; • Alívio de diversos sintomas inflamatórios; • Tratamento de alergias; • Aceleração de maturação pulmonar em prematuros. FÁRMACOS Os glicocorticoides usados na prática médica são versões sintéticas, produzidas laboratorialmente, do hormônio natural cortisol. Todo corticoide sintético é mais potente que o cortisol natural, exceto pela hidrocortisona, que apresenta uma potência semelhante. Hidrocortisona → potência semelhante ao cortisol. • A hidrocortisona é rapidamente absorvida após uma dose oral. O efeito máximo após a administração oral e intravenosa ocorre em cerca de 1-2 horas. • O início e a duração da ação dependem do tipo de injeção (por exemplo, injeção intra-articular ou IM) e da extensão do suprimento sanguíneo local. • Alguns efeitos colaterais incluem: Inchaço nas pernas, aumento do peso, fraqueza muscular, aumento da produção de suor, dificuldades de cicatrização. Prednisolana → 4-5 vezes mais potente que o cortisol. • Fosfato sódico de prednisolona tem atividade predominantemente glicocorticoide com duração de ação intermediária. Foi incluída por apresentar forma de solução oral, permitindo o uso para crianças que não conseguem tomar comprimido de prednisona. • A prednisolona é um glicocorticoide que é rapidamente absorvido pelo trato gastrointestinal. Ela tem alta ligação a proteínas plasmáticas e sua meia-vida é de 2 a 4 horas. A prednisolona é metabolizada pelo fígado e é excretada pelos rins como conjugados de sulfato e glicuronídeos Prednisona → 4-5 vezes mais potente que o cortisol. • É o corticosteroide mais utilizado em doenças que exigem tratamento por longo prazo. Em doses únicas matinais ou em dias alternados propicia menor supressão do eixo hipotálamo-hipófise- suprarrenal, com menor ocorrência de efeitos adversos. • Tem indicação para várias doenças, tais como asma aguda grave, condições alérgicas, reações de hanseníase do tipo 1 e 2, neoplasias hematológicas, formas graves de líquen plano e doenças reumáticas • Transformado no fígado em prednisolona através da enzima tipo 1 da desidrogenase 11-beta- hidroxiesteroide. Após a administração, a prednisona atinge picos plasmáticos entre uma a três horas e sua meia vida plasmática é de aproximadamente 3 horas, sendo sua meia vida biológica de 12 a 36 horas. Metilprednisolona → 5-7.5 vezes mais potente que o cortisol. • Succinato sódico de metilprednisolona tem ação intermediária, sendo utilizada em terapia de pulso, em altas doses, por via intravenosa (em bolo ou infusão). É indicado em nefropatias, doenças neurológicas, polimiosite, dermatomiosite, no controle de rejeição a enxertos etc. Somente a forma de succinato de sódio admite a via intravenosa. • Ela é rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal e tem uma biodisponibilidade de 90%. O volume médio de distribuição da metilprednisolona é de cerca de 1,38 l/kg. A metilprednisolona está cerca de 76% ligada à albumina sérica humana no plasma. A substância é decomposta no fígado e tem uma meia-vida de 2,3 horas Dexametasona → 25-30 vezes mais potente que o cortisol. • Tem longa duração de ação e suprime eficientemente a secreção de cortisol por 24 horas. Não se aconselha o uso oral por tempo prolongado, pela grande supressão do eixo hipotálamo-hipófise- suprarrenal. • É rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal e tem alta ligação a proteínas plasmáticas. A meia-vida da dexametasona é de aproximadamente 4 horas e é metabolizada no fígado pela enzima CYP3A4. A dexametasona é excretada principalmente na urina como metabólitos inativos. Betametasona → 25-30 vezes mais potente que o cortisol. • Em longa duração de ação. É utilizada em grávidas com risco de parto prematuro para acelerar a maturidade pulmonar fetal antes do nascimento. Atravessa a placenta rapidamente e em uso por curto período não determina diminuição de crescimento intrauterino. • É rapidamente absorvido pelo trato gastrointestinal. A absorção e a potência dependem muito do sal utilizado. Ao fixar um sal específico, certas propriedades como solubilidade e taxa de absorção podem ser controladas. A betametasona liga-se a proteínas plasmáticas em 64% (principalmente à globulina e menos à albumina). A meia-vida é de aproximadamente 36 a 54 horas e é metabolizada no fígado produzindo 6 metabólitos. Beclometasona (inalatória) → 8 pufs 4 vezes por dia equivale a 14 mg de prednisona oral diária. • Dipropionato de beclometasona exerce efeito principalmente tópico. É utilizada para tratamento de asma persistente e rinite não alérgica e alérgica moderada a grave. O uso por inalação oral ou nasal reduz a ocorrência de efeitos adversos sistêmicos1, 7. Tem eficácia comprovada no tratamento de asma13, reduzindo o risco de exacerbações. • É rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal e tem alta ligação a proteínas plasmáticas. Ela é metabolizada no fígado e é excretada pelos rins como conjugados de sulfato e glicuronídeos. Doses equivalentes de alguns corticosteroides.