Baixe AINES - anti-inflamatórios não esteroidais e outras Notas de estudo em PDF para Farmacologia, somente na Docsity! NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 TRATAMENTO DA DOR: DOR NOCICEPTIVA: Analgésicos, AINEs Corticosteroides Opiácios Psicotrópicos Interrupção das vias Estimulação do SNP e SNC DOR NEUROPÁTICA: Antidepressivos Antiepilépticos Opiácios Interrupção das vias Estimulação do SNP e SNC DOR PSICOGÊNICA: Psicoterapia Psicotrópicos Psicocirurgia TRATAMENTO DA DOR E DA INFLAMAÇÃO: - AINEs Fármacos controlar a dor e o processo inflamatório Várias classes químicas variedade farmacocinéticas Propriedades gerais em comum derivados de ácidos orgânicos Utilizados principalmente por VO, retal, IM ou IV, tópica, otológica, conjuntival FARMACOCINÉTICA DOS AINES - Bem absorvidos e sua biodisponibilidade não é modificada pelos alimentos - Altamente metabolizados CYP3A ou CYP2C - Eliminados na maioria rins e excreção biliar - Alto grau de irritação do TGI deve-se a extensa circulação êntero-hepática - A maioria se liga altamente às PtP (albumina) ELCOSANOIDES: - Prostaglandinas e leucotrienos - Elcosanoides por serem derivados de ácidos graxos essenciais de 20 carbonos esterificados em fosfolipídeos da membrana celular - A síntese dos elcosanoides pode ser desencadeada por diversos estímulos que ativam receptores de membrana, acoplados a uma proteína regulatória ligada a um nucleotídeo guaninico (proteína G), resultando na ativação da fosfolipase A2 ou elevação da concentração intracelular do Ca2+ - A fosfolipase A2 hidrolisa fosfolipideos da membrana, particularmente fosfatidilcolina e fosfatidiletanolamina, liberando o ácido araquidônico NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 - O ácido araquidônico liberado servirá como substrato para 2 vias enzimáticas distintas: A via das ciclooxigenases, que desencadeia a biossíntese das prostaglandinas e dos tromboxanos A via das lipoxigenases, responsável pela síntese dos leucotrienos, lipoxinas e outros compostos AS COX: - As COX possuem 2 atividades distintas: 1. Uma atividade de endoperóxido redutase que oxida e cicliza o ácido grazo precursor não-esterificado, para formar o endoperóxido cíclico PGG (prostaglandina G) 2. Uma atividade peroxidade que converte o PGG em prostaglandina H (PGH) - O local ativo com atividade de ciclooxigenase está localizado em um longo canal hidrofóbico formado no centro de alfa-hélices associadas à membrana, permitindo que o ácido araquidônico tenha aceso diretamente ao local ativo sem deixar a membrana. A função de peroxidase está localizada do outro lado da enzima, sendo semelhante em ambas as isoformas enzimáticas - A síntese das PG inicia-se com a atividade da COX catalisando a adição do oxigênio molecular ao ácido araquidônico, para formar, inicialmente, o endoperóxido intermediário prostaglandina G2 (PGG). A COX, por sua atividade peroxidase, catalisa a redução da PGG em PGH2 - As PGG e PGH apresentam pouca atividade e servem como substrato para a formação de prostanoides ativos, incluindo PGD2, PGE2, PGF2, prostaciclina (PGI2) e tromboxanos (TXA2) tem tempo de meia vida curta RECEPTORES DE PG: - As PG formadas se ligam a receptores prostanoides na membrana celular, acoplados à proteína G - A ativação da proteína G estimulação de sistemas efetores pela liberação de segundos mensageiros em diversos tecidos - Esses receptores estão organizados em 5 grupos de acordo com a PG com os quais eles apresentam maior afinidade, designados de DO (PGD2), FP (PGF2), IP (PGI2) TP (PXA2) e EP (PGE2) - A maioria dos r-PG seja receptores de superfície da membrana celular (receptores acoplados à proteína G) - Alguns podem estar localizados na membrana nuclear, cujos ligantes atuam como fatores de transcrição, alterando a expressão gênica FUNÇÕES FISIOLÓGICAS E PATOLÓGICAS DAS CICLOOXIGENASES: - As prostaglandinas estão envolvidas em diversos processos fisiológicos e patológicos, incluindo: Vasodilatação ou vasoconstrição Contração ou relaxamento da musculatura brônquica ou uterina Hipotensão Ovulação Metabolismo ósseo Aumento do fluxo sanguíneo renal, resultando em diurese, natriurese, caliurese e estimulação da secreção de renina Proteção da mucosa gástrica e regulação do fluxo sanguíneo local Inibição da secreção ácida gástrica Crescimento e desenvolvimento nervoso Resposta imunológica Hiperalgesia Regulação da atividade quimiotáxica celular Resposta endócrina Angiogênese Progressão metastásica COX1 E COX2 NO CÉREBRO: NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 Manifestações musculoesqueléticas localizadas (distensão e entorse, dor lombar) em pacientes com artrite reumatoide, poliomiosite, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose sistêmica progressiva, poliartrite nodosa e espondilite anquilosante Dismenorreia primária Mastocitose sistêmica Serosites lúpicas (pleurite e pericardite) Tratamento da gota aguda e em osteoartrose, artroplastia e fibrose cística CLASSES: INIBIDORES NÃO SELETIVOS DA COX: - Derivados do ácido salicílico (salicilatos) ácido acetilsalicílico (aspirina), salicilato de sódio - Derivados do ácido fenilacético diclofenaco de sódio, aceclofenaco - Derivados do ácido propiônico ibuprofeno, Naproxeno - Derivado do ácido indolacético Etodolaco INIBIDORES COX1/COX 2 - AAS, indometacina - Diclofenaco, cetoprofeno - Piroxicam, iburofeno COX2: - Celecoxibe - Etoricoxibe PREFERENCIAL COX2: - Meloxican - Nimesulide CLASSIFICAÇÃO BASEADA NA MEIA VIDA PLASMÁTICA: Meias vidas curtas 1-9h diclofenaco, cetoprofeno, fenoxiprofeno, AAS, ibuprofeno, cetorolaco Meias vidas médias 10h sulindaco, etodolaco, celecoxibe, diflunisal Meias vidas longas até 60h naproxeno, meloxicam, piroxicam FATORES CONDICIONANTES NA ESCOLHA DE UM AINE: DEPENDENTES DO FÁRMACO; Eficácia Efeitos adversos Duração da ação Formulação Preço DEPENDENTES DO DOENTE: Variação individual Doença Ritmo diário dos sintomas Idade Doenças associadas Uso de outros fármacos SALICILATOS (A. ACETILSALICÍLICO/ASPIRINA) - Ações: Anti-inflamatória vasodilatação e edema Analgésica PGs, hiperalgesia, Bk, 5-HT, dor NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 Antipirética IL-1, PGs, hipotálamo, febre ASPIRINA - A aspirina em baixas doses acetila a COX1 de forma irreversível, bloqueando a síntese de TXA2 pelas plaquetas efeito antiplaquetário (dura de 8-10 dias) - Em baixas doses, a aspirina tem pouco efeito sobre a síntese de PGI2 no endotélio vascular - O efeito final do uso da aspirina em baixas doses é uma redução do risco de trombose AAS: - Inibe a agregação plaquetária - Prevenção de pré-infarto - AAS infantil tem efeito antiagregante obtido em doses menores que as doses anti-inflamatórias - Plaqueta somente expressa COX1 inibição de COX1 inibe a produção de TXA2 (indutor de agregação plaquetária) - Contraindicado em caso de suspeita de dengue - Dengue hemorrágica risco de sangramento inibição de agregação plaquetária em pacientes com hemorragia é potencialmente fatal EXCREÇÃO: - Dependente do ph e dose absorvida Urina alcalina ph 8,0 80% de salicilato livre aumenta a taxa de excreção Urina ácida ph 4,0 10% de salicilato livre Aumento da dose maior excreção de fármaco livre - Dependente de associação com fármacos que se ligam à albumina INDICAÇÕES CLÍNICAS: Analgesia dores leves a moderadas Cefaleia, dismenorreia, mialgias, artralgias, neuralgias, desconforto pós-operatório, pós parto, cirurgias odontológicas, procedimentos ortopédicos Antitérmico cuidado síndrome de REYE - Usar em crianças o paracetamol - Não pode usar em pacientes hemofílicos ou que usam heparina ou anticoagulantes orais hemorragias EFEITOS ADVERSOS ASPIRINA E SALICILATOS: - Síndrome de REYE combinação de distúrbio hepático com encefalopatia – taxa de mortalidade de 25% - O paracetamol não tem sido implicado e é o fármaco de escolha para antipirexia em crianças e adultos jovens GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 7 - Contraindicado o uso de AINEs no último trimestre da gravidez - Risco de fechamento do canal arterial - O inicio do parto pode ser atrasado e a duração aumentada aumento da hemorragia pós-parto - O uso de AINEs sugere um risco aumentado de aborto espontâneo, malformações cardíacas DERIVADOS DO ÁCIDO SALICÍLICO Salicilato de metila (calminex H ) uso externo Dores músculo esqueléticas INTOXICAÇÃO AGUDA: - Leve: 45-65mg/dl Náusea, vômitos, epigastralgia, zumbido e rubor Desidratação - Moderada: 65-90mg/dl Hipertermia, hiperventilação, sudorese, cefaleia, ansiedade, surdez, vertigem, irritabilidade e tremores Acidose metabólica precose crianças < 4 anos Alcalose respiratória adultos e crianças maiores Acidose metabólica compensada adultos Alterações bioquímicas leves ou moderadas Na+, K+, glicemia - Severa 90-1120mg/dl Alterações bioquímicas graves hipo ou hiperglicemia, aumento TP, ureia e creatina séricas, hipocalemia, hipo ou hipernatremia SNC confusão, sonolência, delírio, convulsões e coma Insuficiência real, hepática, edema pulmonar, choque e óbito DERIVADOS DA PIRAZOLONA: - Fenilbutazona (butazolidina) - Oxifembutazona (Febupen) - Dipirona ou Metamizol (Anador) (Novalgina) (Maxiliv) USOS: Ação analgésica e antipirética Não deve ser usado por mais de uma semana devido aos efeitos adversos Alguns autores a dipirona apenas como bom analgésico, antipirético e espasmolitico ADM: NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 10 - Diclofenaco Voltaren e Cataflan USOS: - Potentes anti-inflamatórios (mais do que a aspirina) em casos agudos dolorosos como artrite reumatoide, espondilite anquilosante e osteoartrite - Controle da dor pós-operatório inclusive em olhos - Em neonatos prematuros a indometacina tem sido utilizada para acelerar o fechamento do ducto arterioso - Não deve ser usado para baixar febre, exceto quando a febre é refratária a outros antipiréticos como na Doença de Hodgkin DICLOFENAC: EFEITOS FARMACOLÓGICOS: - Anti-inflamatório, analgésico e antipirético - Mais potente que o AAS, a indometacina e o naproxeno na inibição da COX - Indicado para o tto da artrite reumatoide, osteoartrite e espondilite ancilosante APRESENTAÇÕES: Comprimidos Supositório Gel tópico Injetável Solução oftálmica OUTROS DERIVADOS DO ÁCIDO ACÉTICO: - Ceterolaco trometamol atividade anti-inflamatória e antipirética leva. Potente analgésico para a dor pós- operatória, eficácia equivalente a da morfina em baixas doses para o controle da dor (associar com opioide para alivio da dor) Toragesic 30mg/IV 10mg/sublingual Meia vida 4-6h DERIVADOS INDÓLICO ACÉTICO: - Indometacina Derivado indol Potente inibidor não seletivo de COX, que também pode inibir as fosfolipases A e C, reduzir migração de neutrófilos Potencia 10-40x mais potente que o AAS Doses diárias 25mg 2-3x/dia ou 75-100mg/noite RAM cefaleia, neutropenia, trombocitopenia Indicações artrite reumatoide moderada a grave, osteoatrite e artrite gotosa aguda, fechamento canal arterial DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÔNICO OU ÁCIDO FENILPROPIÔNICO NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 11 Naproxeno mais potente e melhor tolerado Ibrupofeno equipotente ao AAS Cetoprofeno análogo do ibuprofeno Flurbiprofeno Fenoprofeno Loxoprofeno Pranoprofeno Indoprofeno - Potentes como anti-inflamatório, analgésico e antipirético e, a baixa toxicidade leva a melhor aceitação por alguns pacientes em menos incidência de efeitos adversos do que a aspirina e a indometacina - Usos artrite reumatoide, osteoartrite, tendinite, bursite, enxaqueca, dismenorreia primária, etc - Apresentação enteral e parenteral NAPROXENO Flanax 275mg/20com e 550mg/10mp Naproxeno 250mg/15comp e 500mg/20com IBUPROFENO: - Equiporente ao AAS - Absorção rápida com meia vida de 2h - Dose <800mg 4x/dia + dose habitual = 400mg/6h - VO comprimidos, cápsulas gelatinosas, gotas e suspensão - Efeitos adversos: Melhor tolerado e efeitos no TGI em 5-15% dos pacientes Menos débito urinário Limita efeitos cardioprotetores do AAS Trombocitopenia, exantema, cefaleia, tonturas, etc - Usos: Alívio de cefaleias, mialgias, artrite reumatoide, osteoartrite, dismenorreia primária, traumatismos com entorses, luxações e fraturas, febre e alívio da dor aguda ou crônica associada à reação inflamatória CETOPROFENO: Bi-Profenid 150mg/10com Profenid 1mg/ml xpe: fr/150ml + seringa graduada Profenid Entérico 100mg/20comp FLURBIPROFENO Targus LAT 40mg/adesivo (envelope com 5 adesivos) LOXOPROFENO: NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 12 Loxoprofeno sódico anidro 60mg/comp ETODOACO: Flancox 330 e 400mg/comp DERIVADOS DO ÁCIDO ENÓLICO OU OXICAMS: Piroxicam Tenoxicam Meloxicam Beta-ciclodextrina – piroxicam VANTAGENS: Meia vida mais longa Apenas 20% dos pacientes apresenta efeitos adversos, entretanto, aumenta o tempo de coagulação e pode interferir na eliminação renal de lítio - Piroxicam tem meia vida plasmática de 70h - Meloxicam tem meia vida de cerca de 20h - Piroxicam muito mais anti-inflamatório do que analgésico Usado para o tratamento de artrite reumatoide - Meloxicam apresenta seletividade de 40x para a COX2 (preferencialmente seletivo) DERIVADOS DO ÁCIDO FENILANTRANÍLICO - Ácido mefenâmico Uso dismenorreia devido a ação antagonista nos receptores da PGE2 e PGF2alfa VO Efeitos colaterais mais frequentes: - GI dispepsia, desconforto gástrico - Anemia hemolítica Contraindicações doença GI, alteração da função renal A limitação tem sido diarreia e inflamação intestinal INIBIDORES SELETIVOS DA ENZIMA CICLOXIGENASE 2 COX2 Celecoxibe Etoricoxibe - Estes fármacos tem a ação específica sobre a enzima COX2 sendo também conhecidos como coxibe - Usos: Anti-inflamatórios Analgésicos Antipiréticos