Baixe ARTIGO CIENTIFICO ARTIGO CIENTIFICO e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Ciências da Terra, somente na Docsity! REVISÃO 373 Toxicidade de espécies vegetais CAMPOS, S.C.'; SILVA, C.G.'; CAMPANA, P.R.V.'; ALMEIDA, V.L.* *Fundação Ezequiel Dias (FUNED). Rua Conde Pereira Carneiro, 80 - Gameleira. Belo Horizonte, MG - CEP. 30.510.010. “Autor para correspondência: veluca2002(O gmail.com RESUMO: As plantas produzem uma grande variedade de metabólitos secundários que frequentemente são relacionados a mecanismos de proteção da planta contra predadores e patógenos. As espécies tóxicas são aquelas capazes de produzirem compostos que podem causar alterações metabólicas prejudiciais ao homem e aos animais. A toxicidade apresentada por uma espécie vegetal pode estar relacionada a fatores associados ao indivíduo, à planta, ao modo de exposição e a questões ambientais. Aintoxicação, aguda ou crônica, causada por plantas é difícil de ser diagnosticada assim como a associação entre os sintomas e o consumo e/ou contato com algumas espécies é difícil de ser estabelecida. No âmbito da saúde pública, as intoxicações causadas por plantas possuem impacto expressivo. No Brasil foram registrados 1026 casos em 2012, sendo que a maior parte deles ocorreu com crianças de O a 4 anos, de acordo com os dados do SINITOX. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento bibliográfico de espécies vegetais, brasileiras e exóticas aclimatadas, citadas como tóxicas apesar de serem utilizadas com fins ornamentais e medicinais. Palavras-chave: Plantas tóxicas, atividades biológicas, plantas medicinais, plantas omamentais ABSTRACT: Toxicity of plant species. Plants produce a wide variety of secondary metabolites, which are frequently related to a plant's protective mechanism against predators and pathogens. Toxic species are those capable of producing compounds that can cause metabolic changes harmful to humans and animals. The toxicity of plant species can be associated with aspects related to the individual, the plant, the manner of exposure, and to environmental issues. Acute or chronic intoxication caused by plants is difficult to diagnose and the association between the symptoms and the consumption of and/or contact with plants is hard to establish. In the public health sector, intoxications caused by plants have a wide impact. In Brazil, 1,026 cases were registered in 2012, most of which occurred with children between the ages of O to 4 years, according to data reported by SINITOX. The purpose ofthis study was to perform a bibliographic survey of Brazilian or acclimatized exotic plant species, which have been reported astoxic even though they are used for ornamental or medicinal purposes. Keywords: toxic plants, biological activities, medicinal plants, ornamental plants. INTRODUÇÃO As plantas produzem uma grande variedade de substâncias químicas que podem apresentar diversas atividades biológicas e constituem ainda hoje um recurso terapêutico relevante para uma parcela significativa da população mundial que, não tem acesso aos medicamentos industrializados (Tôrres et al., 2005). Existe uma percepção na população que o uso de plantas no tratamento de doenças é natural, seguro, barato e eficaz, sendo essas, muitas vezes, utilizadas no tratamento de doenças crônicas associadas com medicamentos Recebido para publicação em 27/03/2015 Aceito para publicação em 04/01/2016 convencionais (Tovar & Petzel, 2009). No entanto, a utilização de plantas na terapêutica e na alimentação deve ser restrita a plantas conhecidas e/ou corretamente identificadas (Colombo et al., 2010), pois podem ocorrer intoxicações com o uso de espécies vegetais, provocando graves acidentes. Espécies consideradas tóxicas produzem metabólitos secundários que pela inalação, ingestão ou contato podem causar alterações patológicas em homens e animais e, em alguns casos, pode levar a sérios distúrbios no organismo e até mesmo o 10.1590/1983-084X/15 057 Rev. Bras. PI. Med., Campinas, v.18, n.1, supl. |, p.373-382, 2016. 374 óbito (Vasconcelos et al., 2009; Jesus & Suchara, 2013). Desde épocas remotas as plantas tóxicas são utilizadas pelo homem (Mengue et al., 2001), seja para uso em casos de envenenamentos intencionais, tais como, homicídio e suicídio, uso recreacional, utilização indígena para caça ou ainda, como recurso terapêutico e desenvolvimento de novos fármacos. Embora, exista um número considerável de registros de intoxicações envolvendo animais, o envenenamento humano ocasionado por plantas é menos documentado. Em muitos dos casos os sintomas observados não são associados à utilização ou exposição a uma determinada planta (Monseny et al., 2015). O estudo das plantas tóxicas vem ganhando importância, pois, além de esclarecer diferentes aspectos dos casos de intoxicações pode ainda fornecer compostos líderes para o desenvolvimento de fármacos (Harvey et al., 1998). Um exemplo da utilização de plantas tóxicas na descoberta de novos medicamentos foi o desenvolvimento dos bloqueadores neuromusculares a partir do curare. Segundo Viegas Junior et al. (2006), os trabalhos com o curare deram início aos estudos sobre a relação entre estrutura química e atividade biológica (SAR). Os curares são extratos obtidos de diversas espécies de Strychnos e Chondodendron utilizadas pelos índios, para envenenar flechas para caça e pesca (Viegas Junior et al., 2006). Para a realização desta pesquisa, foi feito um levantamento bibliográfico utilizando livros e artigos disponíveis nas bases de dados Google acadêmico (palavras chaves: plantas tóxicas), Scielo, PubMed, Science Direct e Lilacs (palavras- chave: poisonous plants + humans). Os idiomas foram restringidos para português, inglês e espanhol easreferências foram escolhidas de acordo com a relevância. Das espécies selecionadas foi feita uma análise dos dados referentes aos princípios ativos associados à toxicidade, o uso popular, os sintomas clínicos de intoxicação. Esses dados foram utilizados como referência para classificar a toxicidade das espécies. Abordagem geral sobre a toxicidade de espécies vegetais As plantas podem causar reações diversas, desde alergias na pele e mucosas, até distúrbios cardiovasculares, respiratórios, metabólicos, gastrintestinais, neurológicos e em alguns casos o óbito (Vasconcelos et al., 2009). Com o objetivo de controlar e documentar a ocorrência de intoxicações por plantas, foi criado em 1998 o Programa Nacional de Informações sobre Plantas Tóxicas, inserido no Sistema Nacional de Informações Toxico-farmacológicas (SINITOX). Os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CATs) são responsáveis pelo registro das ocorrências de intoxicação (SINITOX, 2012). O número de intoxicações causadas por plantas no Brasil em 2012 foi de 1026 casos, o que correspondente a 1,2% dos casos de intoxicação humana ocorridos. As plantas ocupam o 13º lugar, em número de casos de intoxicação com 1185 casos registrados (SINITOX, 2012). Apesar de intoxicações humanas fatais causadas por plantas serem raras e o número total de ocorrências registradas ser baixo, os dados estatísticos devem ser analisados com cautela, pois muitos casos não são registrados (Oliveira et al., 2003) ou são notificados como exposição a agente tóxico desconhecido (Monseny etal., 2015). O diagnóstico e a identificação da espécie vegetal que levou a intoxicação podem ser difíceis. Entre os fatores dificultadores podemos citar o não relato pelo paciente do consumo ou contato com determinada planta, a escassez de informações a respeito do potencial tóxico das espécies, e a ausência de profissional adequado para a identificação correta da planta nos pontos de atendimento (Monseny et al., 2015; Peacok et al, 2009). Desta forma, o diagnóstico deve ser baseado na maior quantidade possível de dados, sobretudo naqueles obtidos nos exames clínicos. As análises toxicológicas e os dados epidemiológicos também podem ajudar o diagnóstico de intoxicação ou na identificação de casos de abuso de espécies vegetais. O tratamento nos casos de intoxicação, geralmente é sintomático e de suporte, e o conhecimento das plantas tóxicas da região, em particular as ornamentais, pode ser de grande auxílio (Poppenga, 2010). Na tabela 2 estão descritos os dados referentes à intoxicações humanas considerando os agentes causadores, a região de domicílio e a faixa etária do paciente. A região Sudeste é responsável pelo maior número de registros, com 544 casos enquanto as regiões Norte e Nordeste registram o menor número de casos, 16 e 83, respectivamente. No entanto, é importante considerar que os Centros de Informação e Assistência Toxicológica estão concentrados no Sudeste, principalmente no estado de São Paulo que conta com 10 centros, o que facilita o registro das ocorrências. A maneira como ocorre a intoxicação humana varia com a idade. Bebês e crianças de até 4 anos de idade são mais vulneráveis às intoxicações por plantas, com 532 casos registrados em 2012, sendo essa a sexta maior causa de intoxicação nessa faixa etária. Elas acontecem por ingestão ou contato, principalmente nos domicílios, praças, escolas e parques (Pinillos et al., 2003). Segundo Tavares et al (2013), o comportamento exploratório e a baixa percepção de risco das crianças favorecem Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.18, n.1, supl. |, p.373-382, 2016. et al, 2005; Barceloux, 2009). Normalmente, as batatas possuem baixa concentração de glicoalcaloides tóxicos, mas a concentração destas substâncias pode aumentar devido a variabilidade genética e ao processo inadequado de estocagem, como por exemplo estocagem a baixa temperatura (Barceloux, 2009). Considerando os fatores relacionados ao indivíduo, a toxicidade pode ser decorrente do uso de plantas medicinais por crianças e idosos, durante a gravidez ou lactação, do estado nutricional do indivíduo, do período de utilização, e da presença de doenças crônicas que interferem no metabolismo (Silveira et al., 2008). Toxicidade de fitoterápicos e interações entre plantas medicinais e medicamentos alopáticos Infelizmente, a maior parte dos fitoterápicos e das plantas medicinais que são utilizados pela população não tem os seus perfis tóxicológico e farmacodinâmico bem conhecidos (Veiga-Junior, 2008). Os efeitos adversos associados ao uso de fitoterápicos e plantas medicinais podem ser classificados em intrínsecos e extrínsecos (Silveira et al., 2008). As reações intrínsecas são aquelas relacionadas à ação farmacológica do fitoterápico. Podem ser do tipo A, quando houver toxicidade previsível, overdose ou interação com outros fármacos ou tipo B, no caso de reações idiossincráticas (Silveira et al., 2008). Estas reações ocorrem quando o paciente reage em excesso ou de forma deficiente a uma substância, sendo geralmente de base genética (Amorim & Cardoso, 2013). Um exemplo de reação intrínseca do tipo A associado ao uso de espécies vegetais é a interação da erva de São João (Hypericum perforatum L.) com alguns medicamentos utilizados na medicina tradicional incluindo a ciclosporina, a sinvastatina, a warfarina e a digoxina. Isto ocorre porque o H. perforatum induz a metabolização dos fármacos pelo citocromo P450. Desta forma, a utilização da erva de São João com drogas metabolizadas por esta enzima pode resultar na redução da biodisponibilidade destes compostos (Cordeiro et al, 2005; Stickel et al., 2005). Nas reações intrínsecas dotipo B, a relação entre a administração de fármacos e a reação idiossincrática é geralmente difícil de reconhecer, especialmente em casos de pacientestratados com múltiplos medicamentos (Ferreira et al., 2014). No entanto, alguns pesquisadores têm mostrado que alguns indivíduos com fenótipo do citocromo P450 de metabolização lenta possuem predisposição em desenvolver hepatites com o uso de Kava- Kava (Piper methysticum G. Forst.) (Stickel et al., 2005). Desta forma, o uso concomitante de extratos vegetais deve ser evitado quando da utilização de 377 medicamentos e os médicos responsáveis pelo tratamento devem ser informados do uso. As reações extrínsecas são aquelas ocasionadas pelas falhas durante o processo de produção, tais como: falta de padronização, contaminação, adulteração, preparação ou estocagem incorreta e/ou rotulagem inapropriada (Silveira et al., 2008). Plantas tóxicas, toxinas e fatores que influenciam a toxicidade das plantas As substâncias presentes nas plantas que podem apresentar toxicidade variam amplamente em estrutura e propriedades químicas (Simões et al., 2004). Na Tabela 3 foram apresentadas algumas espécies, brasileiras ou aclimatadas, mais conhecidas por sua toxicidade considerando a família botânica a que pertencem. Considerando as espécies tóxicas selecionadas, muitas são utilizadas como ornamentais (36% das espécies selecionadas) e no tratamento de doenças (62% das espécies selecionadas). Apesar da conhecida toxidez de muitas delas não há um conhecimento mais específico sobre os metabólitos secundários responsáveis pela toxicidade. No Brasil, a notificação dos eventos toxicológicos não é obrigatória, o que favorece a subnotificação. Isto, aliado à heterogeneidade na distribuição dos CATSs, dificulta o estabelecimento de um quadro nacional e a definição de ações públicas que possibilitem o desenvolvimento de projetos de prevenção, controle de casos de intoxicações além de dificultar o atendimento (diagnóstico e tratamento) do paciente intoxicado. As alterações patológicas causadas por uma espécie vegetal podem estar associadas a fatores ligados ao indivíduo e à planta, como citado previamente. Estas alterações podem ocorrer de forma aguda, são as que geralmente são atendidas nos serviços de urgência e que aparecem nas estatísticas, ou de forma crônica. Em ambas as formas de intoxicação o diagnóstico é complexo e a associação entre os sintomas observados e o consumo e/ou contato é difícil de ser estabelecida. A deficiência de estratégias para o controle, prevenção e tratamento das intoxicações, faz desse um grande desafio para as instituições públicas de saúde. É importante que sejam realizados cada vez mais trabalhos orientando a população sobre os riscos da ingestão de plantas desconhecidas, cuidados com a utilização de plantas como medicamentos e precauções que devem ser tomadas na ornamentação de praças, jardins e no interior das residências. Além dos trabalhos de difusão de informações sobre plantas tóxicas, é essencial que se desenvolvam projetos Rev. Bras. PI. Med., Campinas, v.18, n.1, supl. |, p.373-382, 2016. 378 TABELA 3. Informações sobre espécies vegetais que causam toxicidade humana Família Nome vernacular Partetóxica — Substâncias Uso popular Sintomas da intoxicação Classe Referências Espécie da planta tóxicas Anacardiaceas Anarcadium Caju Folhas, NR Tratamento de diabetes, Queimadurasnapelee 24 —Floresetal, occidentale caules, fruto e hipertensão, bronquites, mucosas 2001; Tédong et sementes, artrites, cólica intestinal al., 2006; Lithraea Aroeira, aroeirinha Partes aéreas — Felandreno, NR Dermatitesde contato 24 Aléetal, 1997; brasiliensis (L.) | preta, aroeira-do- carvacrol, pineno e (bolhas, vermelhidão Matos tal. 2011 Marchand mato catecois e prurido); Ingestão: manifestações gastrointestinais Lithraea Aroeira, aroeirinha Partesaéreas Óleos voláteis Tratamento detosse, — Dermatites de contato 4 Aléetal, 1997; molleoides (Vell) aroeira-branca (felandreno, bronquite, artrite; (bolhas, vermelhidão e Matos etal. 2011 Engl. carvacrol epineno) diurético, tônico, prurido), febre e problemas tranquilizante visuais Mangifera indica Manga Folhas Óleos voláteis Feridas, tosse, bronquite, Dermatites de contato 4 Floresetal, asma, cólicas, diarreia 2001; Boscolo & Valle, 2008 Apocynaceae Allamanda Alamanda, dedal | Todasas lridoides Ornamental, emética, Distúrbios gastrointestinais, 2 Lopesetal., 2009 catartica L. de dama partesda — (alamandina, purgativa, antitérmico, náuseas, vômitos, cólicas e planta plumericina, laxante. Tratamento diarreia isoplumericina) . contra mordida de cobra Asclepias Ofícialdesala — Todasas — Heterosídeos — Emético,vermífugoe Iritaçãodebocaefaringe, 1,4 Liggieri,etal., curassavica L. partesda — cardiotônicos antigonorreico sialorréia, náusea, vômito, 9 planta dor abdominal, torpor, prostração Rauvolfia NR Folhas, córtex Alcaloides NR Diarreia, náuseas, vômitos, 1 Flores etal., tetraphylla efrutos diminuição da pressão 2001; Anitha & arterial; convulsões e morte Kumari, 2006. Thevetia ahouai Agaí, aguaí, Frutose — Heterosideos — Ornamental, tratamento Transtornos do SNC e 1 Flores etal., cascaveleira, sementes — cardiotônicos de feridas coração. Pode provocar a 2001; Fenner et etingui-de-leite morte. al., 2006; Asclepiadaceae Calotropis Bombardeira, Folhas, talos e NR Analgésica, em epilepsia, O látex irritante e produz 24 Argal & Pathak, gigantea ciúme, flor de seda frutos ansiedade queimadura na pele e 2006; Flores et mucosas al., 200' Asteraceas Artemísia Losna, sintro, NR Isoflavononas, Antiparasitário, Convulsivante, irritante, 1,4 Turaketal., 2014; absinthium L. absinto sesquiterpenos, — antifúngico, colerético, alucinógeno, abortivo flavonas, lignanas . antisséptico, digestivo, diurético Boraginaceas Heliotropium Fedegoso, crista- Partesaéreas — Alcaloides — Tratamento de furúnculos, Afecção hepática crônica 2 Matos etal., 2011 indicum L. de-galo eraizes — pirolizidínicos feridas, queimaduras, combater faringite Symphytum Confrei Partesaéreas — Alcaloides Antiinflamatório, Anorexia, letargia, dor 1 Diasetal, 2013 officinalis L. pirolizidínicos analgésico; raizes: abdominal, destruição dos hemostática hepatócitos, trombose e carcinogênese, estimula a motilidade uterina Combretaceae Thiloa glaucocapa — Sipaúba Folhas e Saponinas e NR Fezesressequidas que 2 Itakuraetal, (Mart.) Eich. brotos, secos taninos se tornam pastosas, com 1987 ou verdes muco, com ou sem estrias de sangue e odor desagradável Curcubitaceae Luffaoperculata Buchinhadonorte Frutos — Cucurbitacinas Tratamento de uretrites,— Hemorragia nasal após 1 Kawaharaetal, Cogn. edemas, sinusite, rinite, aspirações nasais, náuseas, 2004 descongestionante nasal vômitos, dores abdominais e abortivo e dores de cabeça, hemorragias, podendo ocorrer coma e morte Dioscoreaceae Dioscorea alata L. inhame Tuberculos — Saponinas Alimentação Abortiva 1 Flores etal, 2001 Dioscorea inhame, cara — Tuberculos — Saponinas Alimentação Abortiva 1 Chu& Figueiredo foribunda Ribeiro, 1991 continua... Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.18, n.1, supl. |, p.373-382, 2016. TABELA. Informações sobre espécies vegetais que causam toxicidade humana 379 continuação... Euphorbiaceae Codiaeum Cróton Todasas Alcaloides, Ornamental; Latex causa eczemasapós 4 Nasibetal., 2008; variegatum (L.) partes da terpenos, tratamento de diarréia, repetidas exposições Míotie et al. 2014 Blume planta flavonoides, sífilis, constipação, dores cianoglicosideos de estômago Euphorbia lactea Candelabro Látex Esteres de Ornamental Látexcaustico, eméticoe 24 Paloccietal, diterpenos purgativo. Causa dermatites 2003; Upadhyay, e irritação das mucosas. & Hecker, 1975 Euphorbia Bico de Papagaio, Todasas NR Ornamental Dermatite de contato, 24 — Massmanian, pulcherrima Wild. rabo-dearara, — partesda conjuntivite, lesões de 1998; Ibanez et papagaio planta córnea. Ingestão: lesão al. 2004 irritativa, disfagia, edema de lábios e língua, dor em queimação, náuseas, vômitos. Euphorbia tirucalli Aveloz graveto-do- — Todas as Ditepenos — Tratamentodecâncer, — Dermatites de contato 4 Varricchio etal., L cão, figueira-do- partesda mordida de cobra, sífilis, diabo, dedo-do- planta tumores na pele, asma, diabo, pau-pelado tosse, dor de estômago, dor de dente Jatropa curcas L.— Pinhão depurga Folhasefrutos Toxalbumina Malária, arritmias e Imitação do trato 14 Alteietal, 2014 (curcina) icterícia gastrointestinal, dor abdominal, náuseas, vômitos, cólicas intensas, diarréia, hipotensão, dispnéia, arritmia, parada cardíaca. Jatropa mutifidaL. Flor-de-coral, Folhas, — Toxalbumina, ricina Ornamental; purgativa, Náuseas, vômitos, diarréia, 1,4 — Silva, 2015 bálsamo, metiolate caules, raizes cicatrizante, febrifuga, — desidratação, insuficiência e sementes tratamento de úlceras, renal e hepática, pode sarna, neurodematites, causar morte feridas, hemorroidas, síflis, prurido, eczemas Manihot esculenta Mandiocabrava; — Raizes Heterosídeos Alimentação Náuseas, vômitos, cólicas 1 Valle etal, 200: Crantz aipim cianogênicos abdominais, diarreia. Irritação da mucosa oral, faringe e vias aéreas superiores. Torpor, coma, acúmulo de secreções, asfixia com bradipnéia, apnéia, cianose Ricinus communis Mamona, castor, — Sementes Ricina Frieira, Náusea, vômito, dor 1º Femeretal, L carrapateira, abdominal, hipotermia, 2006 palma-de-cristo. torpor, taquicardia, sonolência, coma e óbito Fabaceae Andira inemis. Morcegueiro, Casca e berberina, Febrifuga e purgativa. Diarreias, anúria, hipotensão, 1 Peacoketal, sucupira-davárzea, semente — diterpenoides, midriase, insuficiência 200º andira-uchi inermina, respiratória, pupilas não N-metitirosina, reativas, confusão mental pterocarpanos, Moraceae Ficus maxima P. Caxinguba — Sementese — Alcaloide — Afrodisiaca, energéticoe Initaçãona pele, prurido, 24 — Martinsetal., Miller folhas vemifugo rubor. Doses elevadas 2005 podem provocar distúrbios gástricos após ingestão Ficus pumila L. Hera Latex NR Anti-helmíntico e Fitofotodermatites 4 Rademaker & analgésico. Artrite Derraik, 2012;. reumatoide, edema Rutaceae Ruta graveolensL. Arruda, arruda- Partes aéreas NR Problemas gástricos, — Abortivo, hemorrágico, 1º Martinsetal, fedorenta combate da calvície e inflamações epidérmicas, 2005; Veiga- varizes, pneumonia, vômitos, gastroenterites, Junior etal., cefaléia sonolência e convulsões 200º Solanaceae Brunfelsia uniflora Manacá, manacá- Folhas, raizes — Alcaloides — Ornamental; depurativa, Distúrbios do sistema 1º Lorenzi &Matos, (Pohi) D. Don de-cheiro, etalos (hopeamina, abortiva, emética, nervoso central, vômitos, 2008; Matos et mercúrio-vegetal brunfelsamidina) purgativa, narcótica; uso insônia, delírio, convulsões, al., 201 indigena: alucinógena e tremores, confusão mental, envenamento de flechas morte cortinua... Rev. Bras. PI. Med., Campinas, v.18, n.1, supl. |, p.373-382, 2016.