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Desafios e Benefícios do Sistema Cage-Free em Produção de Ovos no Brasil, Resumos de Inglês

Este documento explica as principais dificuldades e benefícios do sistema cage-free na produção de ovos no brasil. O sistema cage-free prioriza o bem-estar animal, permitindo que as aves expressem seus comportamentos naturais. No entanto, a implantação deste sistema apresenta desafios, como a mudança de paradigmas, a necessidade de maior espaço e atenção, e a questão da garantia da sanidade dos ovos. O documento também discute as influências do ambiente e do bem-estar animal na produção de ovos.

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/11/2022

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Realização: IES parceiras:
TÍTULO: AS APLICAÇÕES DO SISTEMA CAGE-FREE NA CADEIA PRODUTIVA DE OVOS DO BRASIL
CATEGORIA: CONCLUÍDO
ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE
SUBÁREA: Medicina Veterinária
INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JAGUARIÚNA - FAJ
AUTOR(ES): PATRICK LOPES DE ASSIS
ORIENTADOR(ES): MARCOS ALEXANDRE IVO
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Realização: IES parceiras:

TÍTULO: AS APLICAÇÕES DO SISTEMA “CAGE-FREE” NA CADEIA PRODUTIVA DE OVOS DO BRASIL

CATEGORIA: CONCLUÍDO

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

SUBÁREA: Medicina Veterinária

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JAGUARIÚNA - FAJ

AUTOR(ES): PATRICK LOPES DE ASSIS

ORIENTADOR(ES): MARCOS ALEXANDRE IVO

Resumo: Dentro da esfera internacional, segundo dados do último relatório de 2017 da FAO, o Brasil se encontra na 5ª posição entre os maiores produtores de ovos e a criação de galinhas poedeiras em gaiolas de baterias é o mais utilizado. Este trabalho tem como objetivo explanar sobre as principais dificuldades, os benefícios e o bem-estar animal no sistema cage-free. Cage free traduzido do inglês significa “livre de gaiola”, este sistema preconiza o bem estar animal por proporcionar às aves a oportunidade de expressar seus comportamentos naturais. No entanto, este sistema possui grandes implicações para implantação devido aos paradigmas da criação em gaiolas, disposição do consumidor final em reconhecer o valor agregado ao produto e as dificuldades em garantir a sanidade dos ovos. Contudo, o sistema cage-free se mostrou como uma atividade que demanda um investimento inicial, porém, lucrativa e que atende as cinco liberdades proporcionando o bem estar animal. Palavras-chave: gaiolas, galinhas, ovos.

Abstract: Within the international sphere, according to data from the latest 2017 FAO report, Brazil is in the 5th position among the largest egg producers and the creation of laying hens in battery cages is the most used. This work aims to explain about the main difficulties, benefits and animal welfare in the cage-free system. Cage free translated from English means “free from cage”, this system defend animal welfare by providing birds with the opportunity to express their natural behaviors. However, this system has great implications for implantation due to the cage rearing paradigms, the final consumer willingness to recognize the added value of the product and the difficulties in guaranteeing the health of the eggs. However, the cage-free system proved to be an activity that requires an initial investment, however, profitable and that meets the five freedoms providing animal welfare. Keywords: cages, chickens, eggs.

Introdução:

Dados do ultimo relatório anual publicado em 2019 pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), mostraram que houve um aumento de 54% na produção de ovos de 2010 para 2018, os números saltaram de 28.851 bilhões para 44. bilhões. De acordo com estatísticas da Embrapa em 2018, os estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais foram os maiores produtores respondendo por 29,67%, 9,60% e 9,10% respectivamente. Dentro da esfera internacional, segundo dados do último relatório de 2017 da FAO, o Brasil se encontra na 5ª posição entre os maiores produtores de ovos, com uma parcela de 3,13% do total mundial; se mantendo atrás da China (42%), Estados Unidos (7,28%), Índia (5,58%) e México (3,19%).

Atualmente, o sistema convencional da criação de galinhas poedeiras em gaiolas de baterias é o mais utilizado, isso porque desde 1970 o melhoramento genético vem atuando para transformar a produção de ovos em uma criação

demanda de consumidores cada vez mais atentos e exigentes em relação à origem dos alimentos. Os produtores que antes mantinham seu foco apenas na produção, agora vêm o conforto animal como uma forma de aumentar a produção e agregar valor ao produto. Essa tendência mundial levou grandes empresas de fast-food como McDonald’s, Burguer King, Subway, dentre várias outras a manifestarem seu interesse em utilizarem nas suas receitas apenas ovos provindos do sistema cage free (CALIMAN, 2019).

De acordo com a Humane Farm Animal Care (2018), a criação em sistema cage free exige o cumprimento de algumas normas impostas aos produtores principalmente na fase de recria. A alimentação deve ser balanceada de acordo com a idade e linhagem das poedeiras. Os poleiros são obrigatórios a partir da 4 a^ semana de idade como forma de enriquecimento ambiental. A ventilação, temperatura e concentração de amônia precisam ser controladas para evitar que as galinhas percam energia na tentativa de alcançar a termorregulação. Um dos estímulos para produção de ovos é o tempo de luminosidade, sendo a luz artificial desligada de maneira gradual. Neste sistema as aves ficam livres para caminhar e expressar comportamentos naturais, portanto a densidade máxima deve ser determinada de acordo com a idade e o peso das aves. Na tabela a seguir citamos algumas das principais normas, juntamente com suas recomendações.

Normas Recomendações Densidade em piso ripado (plataformas) 9,1 aves/m² Densidade em galpão de piso único 7,1 ave/m² Ninhos individuais 1 para cada 5 galinhas Ninhos coletivos 0.8 m^2 para cada 100 aves Poleiros 15 cm/ave Tempo de luz Mínimo de 8 horas contínuas de luz Tempo de escuro Mínimo de 6 horas contínuas Fonte: Elaborada a partir dos dados da HUMANE FARM ANIMAL CARE 2018. De acordo com Miragliotta (2018) diretora Técnico-Científica da Associação Brasileira da Avicultura Alternativa (AVAL) a biosseguridade no sistema cage-free segue os mesmos padrões do sistema convencional. Tratamento da cama, limpeza, desinfecção, vazio sanitário, controle de pragas e roedores são algumas das

principais medidas adotadas a fim de impedir a contaminação das aves e dos ovos por microrganismos patogênicos. As vacinações também podem ser feitas assim como nas granjas industriais, afinal, garantir a boa saúde das aves faz parte das cinco liberdades que compõem o padrão de bem-estar-animal.

Dificuldades de implantação do sistema

A mudança de um sistema para outro exige investimentos e principalmente a quebra de paradigmas, o produtor terá que entender que a cultura do país e do mundo junto ao consumidor sofre transformações de opiniões, preferências e valores. Produtores que se adaptaram com a criação em gaiolas com vários níveis no mesmo galpão e alto numero de aves por metro quadrado, quando migram para sistemas alternativos tendem a sentir uma queda no rendimento. Para alcançar o antigo patamar de produção o sistema cage-free requer mais espaço, cuidados, atenção e mão de obra. Essa modificação de sistema elevam os custos de produção que, consequentemente, será repassado ao consumidor (MIRAGLIOTTA, 2018; VIERA FILHO, [201-]).

Outro entrave para mudança de sistema é o consumidor final, que nem sempre está disposto a pagar por um produto que carrega consigo um valor ético e conceitual. Apesar de muitos movimentos sociais serem contra as aves em gaiolas, boa parte da população não está decidida a comprar o ovo ou um produto produzido com ovos de um sistema que preza pelo bem-estar das galinhas. Este fato pode ser explicado pela falta de rastreabilidade que garanta a procedência daquele ovo, por possuir um diferencial que não pode ser visto a olho nu ou até mesmo pelo fator social e econômico do indivíduo (MIRAGLIOTTA, 2018).

Uma terceira implicação para implantação de um novo método de criação é a garantia da sanidade deste ovo. Embora a criação em gaiolas não atenda ao bem- estar animal, este sistema garante um bom asseio do ovo e das poedeiras, pois dispensa o uso da cama impedindo que aves e ovos tenham contato com o chão ou fezes.

Este sistema garante também uma maior facilidade de manejo e saúde das galinhas, evitando a coccidiose e verminoses (HESTER, 2005). Pesquisas de alternativas a criação de poedeiras sem gaiolas vêm sendo desenvolvidas no mundo

(GRANDIN, 1994, 1998). Capacitar pessoas para o manejo com os animais é o fator de maior impacto positivo para garantir o bem-estar das aves. Quando se fornece aos colaboradores informações, recursos e procedimentos adequados para esse serviço há uma mudança de conduta, favorecendo os animais e atingindo níveis mais elevados na produção (LUDTKE et al., 2010).

Proporcionar uma condição favorável às aves não é apenas uma visão comercial e econômica, mas sim uma responsabilidade ética e moral, uma vez que elas são seres sencientes (capazes de experimentar sensações). Produtores atentos a essa questão, sentirão o forte impacto positivo na lucratividade, percebendo que bons tratamentos fortalecem o seu negócio (VIEIRA FILHO, [201-]).

Considerações finais

Os sistemas alternativos para avicultura de postura comercial já não é mais o futuro da produção avícola, é, portanto, uma realidade no Brasil e no mundo. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de ovos, por isso, os produtores precisam estar atentos às tendências comerciais, sociais e políticas para que não percam sua posição neste mercado que irá sobressair aqueles que ousarem e deixarem para traz seus paradigmas com relação à criação de galinhas livres de gaiolas. O sistema cage-free se mostrou como uma atividade que demanda um investimento inicial, porém, lucrativa e que atende as cinco liberdades proporcionando o bem estar animal.

Portanto, sugere-se que mais pesquisas sejam feitas a fim de auxiliar os produtores quanto a higiene do processo, sanidade dos ovos e saúde das galinhas dentro do sistema cage-free.

Referências

ABPA, Associação Brasileira de Proteína Animal. Relatório anual 2019. Disponível em: http://abpa-br.org/mercados/. Acesso em: 26 abr. 2020.

BORGES, L. & BONATO, M. O bem-estar de galinhas poedeiras traduzido no sistema cage-free. 2018. Disponível em: <https://www.aviculturaindustrial.com.br/imprensa/o-bem-estar-de-galinhas- poedeiras-traduzido-no-sistema-cage-free/20180710-084605-g961>. Acesso em: 19 jul. 2020.

CALIMAN, C. Cage free: Galinhas livres de gaiolas é tendência mundial. 2019. Disponível em: <https://www.safraes.com.br/avicultura/cage-free-galinhas-livres- gaiolas-tendencia-mundial>. Acesso em: 26 jul. 2020.

COSTA, E.M.S.; Dourado, L.R.B.; Merval, R.R. Medidas para avaliar o conforto térmico em aves. Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia, v.6, 2018,

EMBRAPA, Embrapa Suínos e Aves. Estatísticas de ovos Brasil. 2019. Disponível em: https://www.embrapa.br/suinos-e-aves/cias/estatisticas/ovos. Acesso em: 26 abr. 2020.

FAO, Food Agricultural Organization. Statistical – Database 2017. Disponível em: http://www.fao.org/faostat/en/#data/FBS. Acesso em: 26 abr. 2020.

GRANDIN, Temple. La reduccion del estrés del manejo mejora la productividad y el bienestar animal , 1998. Disponível em: < http://www.grandin.com/spanish/reduccion.estres.manejo.html>. Acesso em: 18 ago.

GRANDIN, Temple. Tres soluciones para los problemas del manejo de animals ,

  1. Disponível em: < http://www.grandin.com/spanish/tres.soluciones.html >. Acesso em: 18 ago. 2020.

GUAHYBA, A. S. Causas e consequências do estresse na produção comercial de aves. IX Semana acadêmica da medicina veterinária da UFSM. 2005. Disponível em: <http://www.guahyba.vet.br/trabalhos/pale07.pdf >. Acesso em: 13 set. 2020.

HESTER, P.Y. Impact of science and management on the welfare of egg laying strains of hens. Poultry Science , v.84, p.687-696, 2005.

HUMANE FARM ANIMAL CARE. Referencial de Bem-Estar Animal – Galinhas Poedeiras. 2018. Manual de Diretrizes para certificação de bem estar animal. PO Box 82, Middleburg. Acesso em: 18 ago. 2020.

LUDTKE, C. B. et al. Abate Humanitário de Aves. Rio de Janeiro: WSPA, 2010. 122 p. ISBN: 978- 85 - 63814 - 02 - 9.

MIRAGLIOTTA, M. Y. Ovo produzido sem gaiola: é viável ao produtor?. 2018. Disponível em: <https://www.feedfood.com.br/pt/da-semana/avicultura/ovo- produzido-sem-gaiola-e-viavel-ao-produtor>. Acesso em: 09 ago. 2020.

QUEIROZ, Lívia Maria Soares; ALBUQUERQUE, Ricardo de; MORAES, J. E; et al. Qualidade de ovos de sistemas convencional e cage-free armazenados sob temperatura ambiente. In: Novos desafios da pesquisa em nutrição e produção animal [S.l: s.n.], 2016. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/138049. Acesso em: 26 abr. 2020.

ROCHA, J.S.R.; LARA, L.J.C.; BAIAO, N.C. -estar animal: aspectos. 2008. Ciência veterinária nos tr picos, v , n , p -55, 2008.