Baixe Atividade individual e outras Exercícios em PDF para Economia de Empresas, somente na Docsity! ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz Análise de oferta e demanda e o seu impacto nos negócios Aluno/a: Disciplina: Economia Empresarial Turma: INTRODUÇÃO Apresente o setor econômico escolhido e fala sobre o seu trabalho em linhas gerais. Sendo um setor relevante para a economia nacional e responsável por cerca de 8 a 10% do PIB nacional, as atividades de turismo foram significativamente afetadas durante o curso das medidas adotadas para a contenção do contágio do COVID-19 pelo mundo inteiro. Definido pela Organização Mundial de Turismo (OMT) como o “conjunto de atividades que as pessoas realizam durante suas viagens e estadias em lugares distintos a seu entorno habitual por um período inferior a um ano, com fins de lazer, negócios e outros motivos não relacionados com o exercício de uma atividade remunerada no lugar visitado.” [10], o turismo desempenha uma função relevante na economia. Assim, não é de se surpreender o quanto a ausência da figura do turista é devastadora tanto para a economia formal quanto a informal. O que se pretende nesse trabalho é mensurar esses impactos decorrentes da COVID- 19 de forma macro e microeconômica no período de 2019 a 2021, referentes à fase pré e pós declaração da pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS). As referências estatísticas utilizadas são baseadas nos dados disponíveis pelos órgãos oficiais de governo e entidades de classe e podem eventualmente não cobrir todo o período proposto também em função da consolidação dos dados nos períodos de pandemia. CONTEXTO DO SETOR Apresente número e índices relacionados à oferta, à demanda, à produção e aos demais indicadores necessários à contextualização. O setor de turismo no Brasil é representativo para a economia, tendo uma participação entre 6% e 8% do PIB. O Brasil possui um mercado turístico representativo, tendo a maior rede de hotéis e turismo da américa latina, o sexto maior mercado de aviação civil do mundo [16] e sua posição geográfica o coloca em destaque nas conexões entre seus vizinhos e outros continentes. O seu mercado interno é o motor propulsor do turismo nacional representando aproximadamente 90% das viagens realizadas [14]. 1 Sua divisão, segundo o padrão de atividades definido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), engloba as seguintes atividades [10]: Hotelaria e similares; Restaurantes e similares; Serviços de transportes marítimos, terrestres, aéreos e anexos de passageiros; Locação de bens e equipamentos de transportes para passageiros; Agências de viagens e similares; Serviços culturais, desportivos e outros de lazer. Grande parte das atividades possuem ampla concorrência, com uma variedade significativa de empresas e, por conseguintes, com uma formação de preços relativamente favorável ao consumidor. A competição nesse caso é alta e o preço, de maneira geral, é regido pela segmentação e sazonalidade (alta e baixa temporada). A exceção são as atividades ligadas aos transportes que, por estarem em um ambiente controlado pelas das agencias reguladoras e demandarem altos custos de investimento, representa uma barreira a novos entrantes. Nesse ambiente oligopólico, a concorrência é baixa e a definição de preços sofre forte influência dos empresários. E ANÁLISE MACROECONÔMICA Detalhe todos os indicadores macroeconômicos que possam auxiliar a sua análise. De acordo com o relatório da World Travel & Tourism Concil (WTTC) [3], em maio de 2020, cerca de 3 em cada 4 países fecharam completamente suas fronteiras para estrangeiros. Isso representou uma queda entre 60% e 80% no turismo internacional somente em 2020. Para se ter uma idéia da dimensão da participação do Brasil nesse setor, em 2021 ele foi o 11º maior mercado de turismo do mundo, representando uma fatia de aproximadamente US$ 103,5 bilhões (6,4% do PIB mundial do turismo) [14]. A estimativa do relatório da WTTC era de que cerca de 121 milhões de empregos no globo seriam impactados no setor de viagens e turismo no mesmo ano, com perdas de US$ 3,4 trilhões do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Internamente ao Brasil, apesar da necessidade de melhoria estrutural no setor, o turismo nacional vem representando uma parcela importante do PIB ao longo dos últimos anos, conforme Fig.: 01. 2 respectivamente com reduções de 48%, 47% e 36% em suas receitas operacionais líquidas. Atividades Receita operacional líquida (x1000 R$) 2019 2020 % Serviços de alojamento 27 972 057 17 772 075 -36% Serviços de alimentação 137 120 106 107 102 012 -22% Atividades culturais, recreativas e esportivas 14 048 265 12 061 187 -14% Agências de viagens, operadores turísticos e outros serviços de turismo 12 465 534 6 499 896 -48% Transporte ferroviário e metroferroviário (1) 24 111 315 20 866 253 -13% Transporte rodoviário de passageiros 70 732 920 51 140 965 -28% Transporte aquaviário 23 361 982 28 893 209 24% Transporte aéreo 43 615 982 23 262 363 -47% (1) Inclusive o transporte em trens turísticos, teleféricos e similares e transportes em bondes. Tab.: 02 – Receita operacional nos setores ligados ao turismo 2019/2020. Fonte: Adaptado de IBGE [11]. A título de exemplo da área de transportes, o setor aéreo teve uma queda significativa nos voos internacionais e nacionais (Fig.:03) conseguindo reverter a quantidade de voos domésticos em 2021. Fig.: 03 – Fluxo de voos (em horas) em período pré e pandêmico – nacional e internacional. Fonte: O autor com dados do IPEA [5]. Um outro ramo de atividade que demonstra essa retomada no setor é o de hotelaria, que passou por um revés similar em sua taxa de ocupação com a chegada do COVID- 5 19 (Fig.: 04), tendo uma retomada progressiva a partir de 2021. Ainda assim, o ticket médio de hospedagem em 2021 não conseguiu atingir a marca de 2019, estando respectivamente em R$ 212,19 e R$ 250,00 para hotéis urbanos [6]. Fig.: 04 – Fluxo de voos (em horas) em período pré e pandêmico – nacional e internacional. Fonte: O autor com dados do FOHB [6]. De acordo com os resultados da PNAD Contínua 2020-2021 [12], de todos os domicílios brasileiros, aqueles cujos moradores realizaram ao menos uma viagem foram respectivamente de 21,8% (2019), 13,9% (2020) e 12,7% (2021). Isso representou uma queda de 41% no número de viagens durante o período amostral. O movimento inflacionário observado no período da pandemia também impactou a renda das famílias que, mesmo tendo uma flexibilização das restrições sanitárias impostas pelos governos a partir de 2021, viu os preços dos serviços atingirem altos patamares. Ainda assim, a opção dos brasileiros por explorar mais destinos internos como opção mais barata em detrimento aos destinos internacionais, auxiliou na retormada da economia. Com relação às características dos mercados, o que se verificou foi que o tipo de concorrência se manteve, conforme já mencionado na contextualização do setor. O que mudou foi redução do número de concorrentes em decorrência da grave crise pela qual a economia passou. CONCLUSÃO Apresente uma conclusão justificando a sua análise. Os efeitos da crise econômica provocada pela pandemia do COVID-19 foram fortemente sentidos pelo turismo. Verificou-se que a análise de indicadores macro e microeconômicos podem trazer uma melhor compreensão sobre as dificuldades enfrentadas no setor, bem como dar 6 sinalizações sobre áreas onde políticas públicas possam atuar de forma a mitigar prejuízos e incentivar recuperações. Para os mercados, tais indicadores podem dar uma visibilidade de oportunidades outrora pouco ou inexploradas. Apesar da sua melhora a partir de 2021, ainda não foi possível alcançar os níveis de 2019 em função da pressão inflacionária sobre os preços, a redução da concorrência, mudança no comportamente do turista, dentre outros. No entanto, verifica-se esforços já no final de 2021 em alinhamento a tendências para o setor [1]. Uma delas é a busca por destinos com maior contato com a natureza, em ambientes ao ar livre, gerando oportunidades não somente para empresas, mas para comunidades no entorno dessas áreas. Pode ser citado também a prática do staycation, caracterizado pelo turismo na própria cidade de residência do turista, reduzindo os custos para o indivíduo gerando grandes oportunidades tais como o dayuse em hotéis, por exemplo. O cenário ainda é de risco, mas a expectativa é que o mercado de turismo reaqueça na medida em que o brasileiro recupere seu poder de compra, as medidas profiláticas se perpetuem em toda a população e que as empresas ligadas ao turismo se reestruturem para receber essa demanda. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Cite as fontes de consulta utilizadas de acordo com a ABNT. [1] AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS. Saiba quais são as principais tendências do setor de turismo no período pós-pandemia. Brasil Empreendedor. 2022. Disponível em: https://agenciasebrae.com.br/brasil-empreendedor/saiba-quais-sao-as-principais- tendencias-do-setor-de-turismo-no-periodo-pos-pandemia/. Acesso em: 15 de setembro, 2022 [2] FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS (FGV). Impacto econômico do COVID-19. Propostas para o turismo brasileiros. 2022. Centro de Estudos em Competitividade. Projetos EBAPE. 2020. Disponível em: https://fgvprojetos.fgv.br/sites/fgvprojetos.fgv.br/files/01.covid19_impactoeconomico_ v09_ compressed_1.pdf. Acesso em: 15 de dezembro, 2022. [3] WORLD TRAVEL & TOURISM CONCIL (WTTC). To recovery & beyond. The future of travel & tourism in the wake of COVID-19. 2020. Disponível em: https://wttc.org/Portals/0/Documents/Reports/2020/To%20Recovery% 20and %20Beyond-The%20Future%20of%20Travel%20Tourism%20in%20the%20Wake %20of%20COVID-19.pdf?ver=2021-02-25-183120-543. Acesso em: 15 de dezembro, 2022. [4] INSTITUTO DE PESQUISA ECONOMICA APLICADA (IPEA). Taxa de câmbio comercial para compra: real (R$) / dólar americano (US$) – média. 2022. Disponível em: http://www.ipeadata.gov.br/ExibeSerie.aspx?serid= 38590&module=M. Acesso em: 15 de dezembro, 2022. [5] INSTITUTO DE PESQUISA ECONOMICA APLICADA (IPEA). Transportes aéreos. 2022. Disponível em: http://www.ipeadata.gov.br/Default.aspx. Acesso em: 15 de dezembro, 2022. [6] FORUM DE OPERADORES HOTELEIROS DO BRASIL (FOHB). Hotelaria em números. 7