Baixe Atividade Individual FGV - Economia dos Negócios e outras Trabalhos em PDF para Estratégia de Negócios, somente na Docsity! 1 ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz Atividade Estudante: Disciplina: Economia de Negócios Turma: INTRODUÇÃO A disseminação do vírus da COVID-19 provocou uma pandemia que afetou diversos setores econômicos, provocando alterações profundas no ambiente em que estávamos inseridos. Entre os segmentos mais impactados, o turismo destacou-se, sofrendo diretamente com as medidas de contenção do contágio que alteraram sua dinâmica econômica. Em um estudo de 2018, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) analisou os efeitos da hotelaria no Brasil, revelando que essa atividade contribui com R$ 93 bilhões para o valor bruto da produção da economia brasileira, adiciona R$ 37 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) do país e sustenta 694 mil empregos diretos, indiretos e induzidos. Esses números destacam a relevância do setor na sociedade, agindo como um facilitador em diversas esferas da vida humana e impulsionando o desenvolvimento econômico. No ano de 2020, o setor do turismo, especialmente o hoteleiro, confrontou-se com um novo e desafiador obstáculo: a pandemia de COVID-19. As implicações foram significativas, impactando tanto a oferta quanto a demanda no setor hoteleiro. Muitos estabelecimentos tiveram que operar com capacidade reduzida devido a regulamentações governamentais e medidas de distanciamento social, enquanto outros optaram por fechar temporariamente devido à falta de demanda. Grandes cadeias hoteleiras enfrentaram desafios consideráveis, resultando no fechamento de várias unidades e em um substancial queda na receita. CONTEXTO DO SETOR Durante o período da COVID-19, o setor hoteleiro no Brasil enfrentou desafios substanciais, marcados por oscilações na oferta e demanda. A suspensão total das viagens no início da pandemia resultou em uma drástica diminuição na ocupação dos hotéis, com muitos fechando temporariamente. No entanto, a partir de setembro de 2020, com a 2 reabertura gradual, hotéis, especialmente resorts e urbanos com instalações de lazer, começaram a atrair viajantes a lazer. A taxa de ocupação em 2021, conforme indicada no estudo "Hotelaria em Números 2022" da JLL, experimentou um aumento significativo para 43%, uma recuperação notável em relação ao ano anterior. Contudo, permaneceu abaixo dos níveis pré-pandêmicos de 2019. A progressão ao longo de 2021, com a vacinação em andamento, trouxe algum alívio, mas a variabilidade nas ocupações persistiu devido a preocupações com novas variantes do vírus. À medida que entramos atualmente, especificamente em 2023, o setor hoteleiro parece estar se recuperando gradualmente. A partir de março de 2022, a sensação de segurança difundida contribuiu para a recuperação da ocupação, alcançando e, em alguns casos, ultrapassando os níveis de 2019. No entanto, o setor ainda lida com os reflexos prolongados da pandemia. Figura 1: Ocupação de hotéis urbanos. Fonte JLL, 2022. No lado da demanda, muitos viajantes cancelaram ou adiaram reservas, refletindo preocupações com saúde e restrições de viagens. A diminuição das viagens de negócios e turismo internacional teve impacto significativo. Com a preferência por opções locais em ascensão, os hotéis adaptaram-se, implementando medidas de segurança e oferecendo experiências mais isoladas. O gráfico abaixo ilustra as tendências de demanda no setor de turismo de 2020 a 2022. 5 Observa-se que o setor mais gravemente impactado pela crise gerada pelo coronavírus foi o de serviços. Apesar de uma recuperação notável no terceiro e quartos trimestres, o setor experimentou a maior queda já registrada na série histórica, alcançando 4,5%. É relevante destacar que esse setor representa "mais de 70% de toda a atividade do país e emprega 55 milhões de brasileiros" (MARTINS, 2021), o que corresponde a aproximadamente metade da força de trabalho no Brasil. Dentro dos diversos segmentos que compõem o setor de serviços, aqueles que dependem de atendimento presencial foram os mais impactados. Conforme o gráfico fornecido pelo IBGE no relatório de Contas Nacionais Trimestrais referente ao quarto trimestre de 2020, o subsetor composto pelas "Outras atividades de serviços," que inclui atividades como alimentação, hospedagem e lazer, foi de longe o mais afetado, sofrendo uma queda de 12,1% no ano. Isso representa a maior contração já registrada na série histórica desse subsetor, conforme ilustrado na Figura 3. Figura 3: PIB e subsetores. Fonte: IBGE, 2021. O setor do turismo também experimentou uma notável redução. Conforme a Pesquisa Mensal de Serviços divulgada pelo IBGE (2021a), o índice de volume das atividades turísticas no Brasil diminuiu em 36,7% ao longo de 2020. Se considerarmos o período desde março de 2020, quando as medidas de restrição se intensificaram, até os 12 meses 6 seguintes, esse percentual alcança 42,30% (IBGE, 2021b). Na Figura 4, o gráfico demonstra a variação do faturamento médio das diárias por trimestre da temporada atingida pela pandemia, frente à temporada anterior. Figura 4: Faturamento médio das diárias no trimestre por temporada. Fonte: D’Agnoluzzo (2021). Observa-se que o rendimento médio por diária durante a temporada afetada pela pandemia foi inferior em todos os trimestres em comparação com temporadas anteriores. Nos trimestres de março a maio e de setembro a novembro, os períodos em que a média de preços se aproximou mais das temporadas anteriores, houve uma redução de 9,77% e 10,42%, respectivamente, em comparação com os mesmos trimestres da temporada de 2019/2020. Por outro lado, nos trimestres de junho a agosto e de dezembro a fevereiro, a queda foi mais pronunciada, registrando, nessa ordem, uma diminuição de 20,28% e 17,92% em relação à média da temporada anterior. Outro aspecto a considerar é a dinâmica entre o turismo doméstico e internacional. Enquanto o turismo internacional sofreu consideravelmente devido às restrições de viagens, destinos voltados para o turismo doméstico podem ter experimentado uma recuperação relativa. Considerando os indicadores de adaptação e inovação, como parcerias estratégicas, oferta de serviços diferenciados e rigorosas práticas de saúde e segurança, revelam a resiliência do setor. A recuperação dependerá da evolução da situação da pandemia, das políticas governamentais de apoio e da habilidade do setor em se adaptar às mudanças nas preferências do consumidor e nas condições econômicas globais. 7 ANÁLISE MICROECONÔMICA IMPACTO DIRETO NA OFERTA E DEMANDA O comportamento do mercado interno, especialmente durante o período da COVID-19, teve repercussões diretas na oferta e demanda do setor hoteleiro. A capacidade e estratégias de oferta dos hotéis foram moldadas por variações na demanda local por viagens e hospedagem, com estratégias promocionais, adaptações sazonais e pacotes personalizados sendo implementados em resposta às mudanças nas preferências dos residentes. Nesse cenário, a influência do mercado interno na demanda por serviços hoteleiros foi ainda mais marcante, com fatores econômicos, eventos locais e padrões de consumo desempenhando um papel vital. Flutuações no poder de compra, períodos de férias locais e a presença de eventos culturais ou esportivos impactaram diretamente a procura por hospedagem, refletindo os desafios e adaptações enfrentados durante a pandemia. A exposição ao mercado internacional também foi transformada durante a COVID-19, alterando a dinâmica da oferta e demanda. Estratégias, como parcerias com agências de viagens estrangeiras e presença em plataformas globais de reservas, afetaram a oferta, enquanto variações nas taxas de câmbio, eventos globais e políticas de viagens moldaram a demanda internacional. Os hotéis se viram lidando com flutuações sazonais mais amplas, dependendo das complexidades e restrições associadas às tendências de viagens internacionais no contexto pandêmico. ESTRUTURA DE MERCADO Internamente, a estrutura de mercado foi redefinida pela competição entre hotéis locais durante a COVID-19, onde diferenciação, preços competitivos e ajustes às tendências locais foram essenciais para se destacar. A variedade de opções e estilos de hotéis tornou- se ainda mais crucial, e as regulamentações locais, incluindo políticas de zoneamento, influenciaram a entrada de novos players, destacando a necessidade de adaptação às novas normativas sanitárias e de segurança. No cenário internacional, a competição tornou-se global, com estabelecimentos internacionais emergindo como competidores significativos, e estratégias de marketing global, gestão de marca e conformidade com padrões internacionais tornando-se ainda mais essenciais. Questões como requisitos de visto e políticas de imigração adquiriram um novo peso, impactando a entrada e demanda internacional em um contexto global em constante mudança durante a pandemia.Em síntese, as pressões dos mercados interno e internacional foram claramente perceptíveis. Restrições locais e nacionais exerceram uma