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artigo escrito para revista eletrônica da UNICAMP (não está mais no ar, por isso compartilho com os amigos o conteúdo por aqui)
Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas
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Não perca as partes importantes!
Cor de Rosa Choque Rita Lee
Nas duas faces de Eva A bela e a fera Um certo sorriso De quem nada quer... Sexo frágil Não foge à luta E nem só de cama Vive a mulher... Por isso não provoque É Cor de Rosa Choque Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! Não provoque! É Cor de Rosa Choque Não provoque! É Cor de Rosa Choque Por isso não provoque É Cor de Rosa Choque... Mulher é bicho esquisito Todo o mês sangra Um sexto sentido Maior que a razão Gata borralheira Você é princesa Dondoca é uma espécie Em extinção... Por isso não provoque É Cor de Rosa Choque Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! Não provoque! É Cor de Rosa Choque Não provoque! É Cor de Rosa Choque Por isso não provoque É Cor de Rosa Choque Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! Não provoque! É Cor de Rosa Choque Não provoque! É Cor de Rosa Choque Por isso não provoque É Cor de Rosa Choque...
Historicamente, nem sempre a mulher teve a sua participação relatada na Ciência – e muito menos reconhecida, então. Sua contribuição foi importante e marcante, porém o reconhecimento só pôde vir com muita luta e estudos, provas e debates. E todas essas mulheres tentaram transgredir alguma regra sócio-cultural, econômico-educacional, aspecto religioso-político em alguma época ou cenário no passado tornando-se verdadeiras afrontas perante a hegemônica presença masculina nessa área. Sua presença sempre foi mais destacada na formação das pessoas, através da Educação. As mulheres sempre atuaram de forma mais ativa como professoras, e na Ciência isso não foi diferente, inclusive, verifica-se que foi um constante paralelo. O presente artigo lista exemplos de mulheres que participaram ativamente do meio científico. Foram escolhidas mulheres fortes e diferenciadas. São nove exemplos magníficos desse destaque [1, 2].
Hipácia (370 – 415) Professora de Matemática e Filosofia, a bela e inteligente Hipácia (Hipátia), filha de um filósofo, astrônomo e matemático que a preparou para ser um ser humano completo e crítico, apesar de viverem em um ambiente e cenário onde ninguém era estimulado a se tornar filósofo ou mesmo cientista, cresceu no ambiente do trabalho de seu pai, um Museu que fazia parte da grande Biblioteca de Alexandria. Apesar das dificuldades e cenário de guerras político-religiosas, ensinava sem fazer distinções de raças ou religiões, apesar de haver separatismos de escolas para ateus, pagãos e judeus. Ensinava sobre Platão e Aristóteles. Estudiosos de todo mundo procuravam seus ensinamentos ora por conta de sua inteligência e sabedoria, ora por sua beleza. Abordava em suas aulas: Matemática, Filosofia, Astronomia e Mecânica. Estudiosa sobre o Neoplatonismo. O seu trabalho mais significativo foi em Álgebra. Escreveu 13 livros sobre Aritmética de Dhiophantus, Pai da Álgebra. Também foi
autora de um tratado de 8 volumes, sobre as Cônicas de Apolônio. Colaboradora certamente dos trabalhos de revisão de seu aluno Theon, em que se trataram de aperfeiçoamentos usados até então dos trabalhos e publicações dos Elementos de Euclides. Há referência de vários instrumentos científicos que inventou: astrolábios, aparelhos de destilação e higrômetros. Por sua posição e pensamentos religiosos dentro da Filosofia foi perseguida pelo fanático Cirilo. Por não aceitar converter-se ao Cristianismo e abandonar suas idéias, foi capturada e morta em 415. Sua morte foi dramática e violenta.
Marie Curie (1867–1934) Talvez tenha sido a mulher mais excepcional do século XX e até da História das Ciências. Marie foi uma mulher fisicamente fraca: magra, pequenina, tímida e introvertida, prematuramente envelhecida por conta da exposição à radiação – objeto de seus estudos. Veio a falecer pelos danos à saúde que seus estudos lhe causaram, com 67 anos. Foi pioneira em diversos feitos:
Lise Meitner (1878 – 1968) Licenciada em Física com especialidade em Física Nuclear, sua grande capacidade investigativa junto ao corpo docente foi destacado enquanto ainda cursava a graduação, assim contagiando-a e causando uma enorme paixão pela descoberta e estudos sobre a matéria. Junto com Otto Hahn descobriu o elemento protactínio, de número atômico
Foi professora da Universidade de Berlin. Descobriu a fissão nuclear, junto a Otto Hahn, mas não foi reconhecida, não recebendo o Prêmio Nobel, pois era judia e foi obrigada a fugir de Berlim na época do Nazismo. Hahn se aproveitou dessa situação para conseguir sozinho o Prêmio Nobel, não incluindo seu nome nas pesquisas. Sugeriu a existência da reação em cadeia do processo de fissão nuclear. O elemento químico de número atômico 109, meitnério, levou seu sobrenome em sua homenagem.
Irene Joliot Curie (1897–1956) Filha do casal Marie e Pierre Curie, ganhadores do Prêmio Nobel de Física. Foi, após sua mãe, também uma das mulheres mais brilhantes da História das Ciências. Junto ao seu marido, Frédéric Joliot, obteve o Prêmio Nobel de Química em 1935 pela descoberta da radioatividade artificial. Desde muito jovem demonstrou interesse e dedicação pela Ciência, ajudando sua mãe no Instituto do Rádio. Junto com sua mãe, ainda se dedicou a instalar equipamentos radiológicos em hospitais militares, no meio da Primeira Guerra Mundial. Nos anos 30, tornou-se subsecretária de Estado da Investigação Científica. Na década seguinte, integrou a Comissão de Energia Atômica. Em 1947, passou a ocupar a direção do Instituto do Rádio, tão ligado a sua vida e obra.
quanto às contribuições dadas por Watson, Crick e Wilkins, mas somente os três foram agraciados com o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1962.
Rosalyn Sussman Yalow (1921 – 1976) Judia de inteligência notável, desde o colégio seus pais esperavam que se tornasse uma maestrina, pois eram esses os rumos que uma mulher judia deveria seguir enquanto os homens se dedicavam à Medicina e ao Direito, na sua época. Estudou Física e posteriormente obteve o doutorado em Física Nuclear, na Universidade de Ilinóis. Ensinou Física no Hunter College e depois foi promovida à consultora da Unidade de Radioisótopos do Hospital de Veteranos. A partir de 1950, trabalhou com rádioimunoensaios – método que utilizava para investigar sistemas fisiológicos. Em 1977, obteve o Prêmio Nobel de Medicina por seus trabalhos e pesquisas acerca dos estudos anteriormente citados. Os usos de sua técnica (que lhe renderam o Prêmio) são exemplificados através: da detecção do vírus da hepatite no sangue, da correção dos níveis hormonais em casais inférteis e da permissão da identificação do hipertiroidismo em bebês.
Na Educação é notável e óbvia a participação feminina, inclusive, dentre as mulheres citadas anteriormente a maioria participou também da Educação em Ciências, lecionando disciplinas de suas especialidades. Sub-dimensionadas, diretas e práticas, porém nunca sendo elevadas e destacadas como mereceriam. Os grandes filósofos e pensadores da área de Educação sempre foram nomes masculinos, tais como Aristóteles, Sócrates, Freud, Piaget, Skinner, Aluízio Teixeira, Darcy Ribeiro e Paulo Freire. Na Educação em Química, que é um ramo específico e, agora mais debatido, nessa nova denominação, um debate latente penetra Academia adentro, pois as questões são constantes e pungentes. A participação da mulher é mais ativa quanto às discussões, debates, artigos, formação de opinião e de professores, sendo mais notória e participativa, afinal
frente aos nomes masculinos dentre os professores que atuam na área de docência em Química. Como referência sobre o assunto tratado, trago um nome como exemplo de boa leitura, como conclusão, permitindo-me transcrever um trecho de uma antiga resenha acerca do livro “A Ciência é Masculina? É sim, senhora!” escrito por Chassot. Trata-se do livro que aqui indico como referência para reflexão sobre o que aconteceu à mulher através dos tempos, pois a obra constata em uma revisão bibliográfica e pesquisa profunda que os nomes citados na Ciência, em sua maioria são masculinos, e ainda traz um leve apanhado com amostras de mulheres e fatos históricos, no último capítulo. O que pode ter ocorrido também na área de Educação, por que não? “O livro de Chassot, não é um relato machista, e sim feminista. Ele faz um estudo, sim, científico, histórico e acadêmico, mas com linguagem acessível a qualquer leigo, pois é como se contando histórias. Cita estatísticas, fatos, mas de forma normal, sem a pompa acadêmica que reluta carregar para toda sua obra, que por suas mãos e sempre dedicadas, eu conheço e estudo na Universidade e minha prática docente. Chassot sabe contar histórias, é agradável, porém não superficial, por isso esse livro tem apenas 104 páginas, mas a leitura tem de ser atenta. Eu, como gosto de me deleitar e debruçar através da leitura e viajo pelo tempo para imaginar os cenários, as personagens e o autor nas suas obras permite isso sempre. Voltando a esse específico livro, novamente. Faz-se um estudo da participação e registros de homens e mulheres e coloca-se a frente estatisticamente falando que a Ciência é Masculina, sim, mas ele mostra, demonstra e discute o porquê disso. Não concorda, pois duvida que só homens tenham participado desse processo, até por isso, as poucas que deram os nomes, fizeram mais que muitos outros, e marcaram, foram heroínas, e assim se coloca como feminista e admirador das mulheres que é. Chassot ainda usa seu conhecimento sobre civilizações, religiões e ciência e lança mão dessas referências para desfavorescimentos da atuação da mulher nessa área que até tão pouco tempo e até os dias de hoje ainda sentimos tanta pressão em atuar. E, assim, então, como mulher e leitora dessa obra digo e assumo: A Ciência é masculina, sim... Com essa ressalva: de que a impuseram, fizeram e mostraram-na assim! Sempre a fizemos e sempre estaremos nela, mesmo que anônimas, escondidas e preconceituadas” [4].
Indicação de Leitura:
A Ciência é masculina? É sim, senhora! São Leopoldo: Editora UNISINOS. (3ed 2007), 2003. ISBN 85-7431-186-3 – 2007 104p.
Referências Bibliográficas [1] Webquests. Las Mujeres en Física y Química. Joaquín Recio Miñarro, 2007. Disponível: http://www.quimicaweb.net/mujeres_fyq/index.ht. Acesso: 27.07.2008. [2] Ciência Mulher. Mulheres Latino-Americanas nas Ciências Exatas e da vida, 2004. Disponível: http://www.cbpf.br/~mulher/. Acesso: 27.07.2008. [3] A Vida e a Obra de Marie Curie (Vídeo). Disponível: http://crispassinato.wordpress.com/2008/07/20/dailymotio n-a-vida-e-a-obra-de-marie-curie-a-video-from- crispassinato-quimica-fisica-educacao-animacao-radio/. Acesso: 27.07.2008.
[4] Passinato, C. de B. - A Ciência é Masculina, Attico Chassot (resenha), 2006. Disponível: http://leialivro.com.br/texto.php?uid=11197. Acesso: 27.07.2008.
As fotos apresentadas nesse artigo foram capturadas do site do Prêmio Nobel, www.nobelprize.org, ou do site da Wikipédia, www.pt.wikipedia.org.
Cristiana de Barcellos Passinato é licenciada em química pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques e técnica em química pela ETFQ-RJ. É monitora do Colégio Pensi e autora do site Pesquisas de Química: http://pesquisasdequimica.com. Foi líder voluntária sócio- ambiental do 3º setor no RIOVOLUNTÁRIO e WWF/Brasil.