Baixe Caderno Do Professor e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Português (Gramática - Literatura), somente na Docsity! Página 1 de 23 Um Novo Tempo da História, 12º Ano Caderno do Aluno EE] Discurso de Mussolini aos operários de Milão (16 de outubro de 1934)
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Sois, neste momento, protagonistas de um acontecimento que a História política de amanhã
denominará «o discurso aos operários de Milão». Milhões e milhões de italianos vos cercam;
e, para além dos mares e dos montes, muita gente está de ouvido atento. [...] A receção de
Milão não me surpreendeu: comoveu-me. Não vos admireis desta afirmação, porque, no dia
em que o coração não vibrasse, esse dia significaria o fim.
Há cinco anos, nestes mesmos dias, desmoronavam-se com imenso fragor as colunas de um
templo, que parecia desafiar os séculos. Aniquilaram-se numerosas fortunas e muitos não
souberam sobreviver às consequências deste desastre. O que ficava debaixo destes escom-
bros? Não só a ruína de poucos ou de muitos indivíduos, mas também o fracasso de um
período da história contemporânea, que se pode chamar da economia liberal capitalista.
[...] Não se trata de uma crise no sentido tradicional, histórico da palavra, mas da passagem
de uma para outra fase de civilização, Não se trata já da economia que se baseia no lucro
individual, mas da economia que se preocupa com o interesse coletivo.
Perante este declínio provado e irrevogável, há duas soluções para enfrentar o fenómeno da
produção. A primeira consistiria em estatizar toda a economia da Nação. É uma solução que
repelimos, porque, entre outras coisas, não pretendemos multiplicar por dez o número já
imponente dos empregados do Estado. A segunda [...] é a solução corporativa, é a solução
da autodisciplina da produção, confiada aos produtores. Quando digo produtores, não incluo
somente os industriais ou empregadores, mas refiro-me também aos operários.
O Fascismo estabelece a verdadeira e profunda igualdade de todos os indivíduos, em face
do trabalho e da Nação, [...] As massas dos operários italianos, de 1929 até hoje, aproxima-
ram-se da revolução fascista. Poderiam ter tomado outra atitude? |...) Mas como se poderia
ser hostil a um movimento que abraça a maior parte do povo italiano e exalta a sua inesgo-
tável paixão de grandeza? |...] Se o século passado foi o século do poder do capital, o atual
é o século do poder e da glória do trabalho.
[...] Para esta grande criação, que permitiu à Itália colocar-se na vanguarda de todos os
países do mundo, é também necessário que, sob o ponto de vista internacional, a Itália seja
deixada em paz.
[...] A melhoria das relações entre os povos da Europa é, neste momento, tanto mais útil
desde que a conferência do desarmamento fracassou. |...) Estando assim as coisas, não vos
deveis admirar se hoje insistimos resolutamente na preparação integral e militar do povo
italiano.
Mussolini (1883-1945), Discurso aos operários de Milão,
proferido a 16 de outubro de 1934, Ano XII (consultado na Intemet)
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[BEI Receção a Hitler, no Congresso do Partido Nazi, realizado em Nuremberga, em 1938
EMI O testemunho de um escritor sobre a Rússia estalinista
No fim da conferência, propõe-se uma moção de fidelidade ao camarada Estaline.
Bem entendido, todos se levantam. “Aplausos frenéticos transformados em ovação”
eclodem na pequena sala. Durante três, quatro, cinco minutos, eles persistem no seu
frenesim e continuam a transformar-se em ovação. Mas já as mãos começam a doer.
* Mas já os braços adormecem à força de estarem levantados, Mas já os homens de
uma certa idade sufocam... Contudo, quem ousará parar? É que, nesta sala, entre os
que estão de pé e aplaudem, há elementos da NKVD [a polícia política] e eles vigiam
quem cessar primeiro!...
E, nesta pequena sala perdida, os aplausos prolongam-se durante seis minutos, sete
minutos, oito minutos... Ao décimo primeiro minuto, o diretor da fábrica de papel
adquire um ar agastado e senta-se no lugar. Ó milagre, o que acontece ao indescriti-
vel irresistível entusiasmo geral? Todos param como se fossem um só...
Nessa mesma noite, o diretor da fábrica é preso. Facilmente lhe aplicam dez anos por
um outro motivo. Mas, após a assinatura do processo verbal de instrução, o comissá-
15 rio lembra-lhe: “Não seja mais o primeiro a deixar de aplaudir”
Alexandre Soljenitsyne (1918-2008), escritor russo galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1970,
O Arquipélago do Gulag (escrito entre 1958 e 1967, publicado em França em 1973-76)
1. Compare as duas perspetivas acerca da Alemanha nazi, expressas nos Docs. 1 e 2, quanto a três aspetos
em que se opõem.
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Página 6 de 23 1. Governação política: Segundo A. Hitler (Doc. 1) a Alemanha dispunha da “mais bela forma de democracia”, em que havia autoridade de um Estado representativo da Nação sem necessidade de consulta popular; segundo H. von Moltke (Doc. 2), a Alemanha estava governada pela “tirania”. Situação do povo alemão: Segundo A. Hitler, o povo alemão era o mais seguro e feliz do mundo porque contava com a firmeza de um chefe que o dirigia; segundo H. von Moltke, o povo alemão vivia aterrorizado, sujeito à violência legal das condenações à morte, dos envios para os campos de concentração e de trabalho obrigatório e, no caso de sobreviver a estas provações, estava “mentalmente morto”. Princípios OU valores invocados para justificar a governação da Alemanha e a situação dos Alemães: A. Hitler invoca o nacionalismo germânico, referindo a “missão de manter viva a nacionalidade”, e a superioridade das elites, em virtude de “o pensamento não viver nas massas”, para justificar a ditadura nazi; já H. von Moltke considera que na Alemanha nazi não existem quaisquer valores dignos, pelo contrário, tudo é feito em nome dos mais baixos instintos e da “besta que reina como senhora no Homem”. 2. a) 3; b) 5; c) 7; d) 1; e) 6. O controlo das massas pelo totalitarismo fascista,
nazi e estalinista
e Introdução: Nos anos 20 e 30 do século XX,
instalaram-se experiências políticas ditatoriais que
submeteram o indivíduo a um Estado
omnipotente, totalitário e esmagador. Salientam-
-se o fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha e
o estalinismo na Rússia soviética.
Organismos para enquadramento das massas
* Escolher três
— O partido único OU o Partido Nacional-Fascista na
Itália, o Nacional-Socialista dos Trabalhadores
Alemães OU Nazi na Alemanha (Doc. 3) e o
Comunista na Rússia soviética;
— As milícias armadas;
— As organizações da juventude OU a Juventude
Fascista na Itália, a Juventude Nazi na Alemanha, a
Juventude Comunista na Rússia soviética;
— As organizações de trabalhadores OU as
corporações italianas, a Frente do Trabalho
Nacional-Socialista e os sindicatos afetos ao Partido
Comunista da Rússia Soviética;
= Às organizações para ocupação dos tempos livres
dos trabalhadores;
Criação de Ministérios da Propaganda.
Manifestações da propaganda
« Escolher três
— Grandiosas manifestações OU paradas OU
congressos, teatralmente encenados (Doc. 3);
— Discursos inflamados pronunciados pelos chefes
ou figuras preeminentes (Docs. 1 e 4);
— Artigos de imprensa OU programas radiofónicos
OU filmes a elogiar as virtudes do regime;
— Cartazes a veicular os valores do regime;
= Fotografias dos Chefes afixadas em
públicos.
Repressão policial e violência sobre os opositores
« Escolher três
— Intimidação e eliminação da oposição através
espancamentos, execuções e incêndio de edifícios
pelas milícias armadas na Itália e na Alemanha;
— Vigilância e prisão a cargo da polícia política na
Itália, na Alemanha e na Rússia soviética (Doc. 4);
— Purgas e processos políticos na Rússia soviética;
— Envio para campos de concentração OU de
trabalhos forçados na Itália, na Alemanha (Doc. 2) e
na Rússia soviética;
— Condenações à morte (Doc. 2).
locais
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Página 10 de 23 1. Quanto à ocupação OU trabalho: a família ariana, como o título da pintura indica (Doc. 1), ocupa-se da agricultura, tornando-se, por isso, um símbolo dos valores tradicionais e do apego patriótico ao solo pela nação germânica; já a figura do judeu (Doc. 2) ostenta na mão dinheiro, a lembrar as atividades especulativas e a ausência de vínculos nacionais. Quanto à sociabilidade: no Doc. 1 os arianos surgem integrados numa família feliz, com vários filhos, saudável e harmoniosa, que valoriza o diálogo entre gerações; no Doc. 2, o judeu surge isolado, sem família e macilento, como um ser associal. Quanto aos princípios OU valores veiculados: a família ariana transmite ordem, tradição, cumprimento do dever, respeito pelos mais velhos, submissão da mulher; já a figura do judeu apresenta-se como um Página 11 de 23 símbolo da desordem e destruição dos valores tradicionais, comandada pelo bolchevismo (pormenor da foice e do martelo) e pelo apego materialista ao dinheiro. 2. Mein Kampf OU A Minha Luta. 3. c), e), a), d), b) Página 12 de 23 1. A – Coletivização agrícola, assente na eliminação das propriedade privada de terras e gado, na repressão dos pequenos proprietários (kulaks) e na constituição de quintas coletivas (kolkhozes), apoiadas tecnicamente pelas estações de máquinas e tratores; B – Planificação industrial, assente na determinação de áreas prioritárias para o investimento (caso das indústrias pesada, hidroelétrica, de calçado e vestuário), na melhor formação e controlo da mão de obra e nas quantidades a produzir, de modo a evitar a superprodução capitalista. 2. Grupo II - À obra do New Deal
EBEI Discurso do Presidente Roosevelt perante o Congresso (3 de janeiro de 1938)
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[...] A nossa sobrevivência nacional repousa em duas forças de produção praticamente equivalentes
- a agricultura e a indústria - cada uma delas empregando um terço dos nossos cidadãos. O último
terço transporta e distribui os produtos dos dois primeiros terços ou fornece serviços a todos. A pri-
meira grande força, a agricultura - e com ela a produção de madeira, de minérios e de outros recur-
sos naturais -, desenvolveu-se com tal obstinação que vimos desertos ganhar terra, florestas desa-
parecerem, inundações destruírem e o solo se esgotar.
Ao mesmo tempo descobrimos que um grande número dos nossos camponeses vive numa pobreza
mais abjeta que a maior parte dos lavradores europeus, que os preços dos nossos produtos agrícolas
dependem, frequentemente, da especulação de grupos não agrícolas, e que as nações estrangeiras,
descjosas de se tornarem autónomas ou prontas a explorarem a sua terra virgem, já não compram
os nossos excedentes de algodão, de trigo, de banha de porco, de tabaco e de frutos como o faziam
outrora [...).
Subir o poder de compra do lavrador não basta, porém. Ele nunca ficará elevado se não subirmos,
igualmente, o poder de compra dos que trabalham na indústria. Milhões de operários americanos
recebem um salário de tal modo baixo que o seu poder de compra é reduzido. Eles não podem com-
prar alimentos suficientes, possuir uma casa adequada e cuidados de saúde ou comprar bens ma-
nufaturados.
Recordo ainda que o poder de compra nacional deve aumentar. Se aumentarmos o poder de compra
aos camponeses e aos operários, aumentaremos, por conseguinte, o poder de compra daquelas
profissões que servem estes grupos e das profissões que servem todos os grupos. |...' Se o poder de
compra da Nação puder ser aumentado, outros resultados felizes daí resultarão. [...]
Aqueles que me pedem o imediato equilíbrio orçamental mediante a redução de apoios ou até da
eliminação das funções do governo, eu pergunto: “Que despesas é que vocês reduziam ou elimina-
vam?” E a resposta é invariável: “Isso não é da minha conta”. Ora, esta resposta não é o que vocês
nem eu esperamos de cidadãos responsáveis e solidários. [...] Eu estou tão ansioso, como qualquer
banqueiro ou industrial ou homem de negócios ou investidor ou economista, que o orçamento do
Governo dos Estados Unidos se torne equilibrado o mais rapidamente possível. Mas há condições
que têm de ser respeitadas. A primeira é a de que nós continuaremos a política de não permitir que
os americanos necessitados, que queiram e estejam dispostos a trabalhar, morram de fome por causa
de o Governo Federal lhes não providenciar emprego. [...]
O Governo espera cooperar com os meios de negócio para que se abandonem práticas que não são
próprias e se adotem políticas de produção e de preços apropriadas ao nosso tempo. [...]
Por razões económicas e sociais, o nosso interesse principal para o futuro próximo resume-se em
aumentar os salários dos grupos menos remunerados em qualquer trabalho, considerando o salário
em termos anuais e não à hora ou ao dia. [...]. O Governo considera-se responsável pelo bem-estar
dos seus cidadãos. [...]. É altura de os empresários da indústria, da agricultura e dos negócios fazerem
o seu melhor para cooperarem com o Governo. [...]
Tenho a certeza que o Congresso dos Estados Unidos não abandonará o seu povo.
Franklin Delano Roosevelt, discurso “O Estado da União”, 1938 (consultado na Internet)
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Página 16 de 23 1. b). 2. d). 3. b). 4. c). 5. O Presidente Roosevelt faz referência àqueles que não entendem a sua política de criação de empregos e de aumento do poder de compra da nação americana, pedindo-lhe que, em lugar de aumentar as despesas do Estado, proceda ao “imediato equilíbrio orçamental mediante a redução de apoios ou até da eliminação das funções do Governo…”. Como entende que a resolução da crise americana passa pela redução do desemprego e pelo aumento do poder de compra da população, Roosevelt solicita a cooperação com o Governo dos “empresários da indústria, da agricultura e dos negócios”. Grupo III - As Frentes Populares nos anos 30 do século XX
[BEI Protesto de trabalhadores desempregados [EE] A Câmara dos Deputados após as eleições
em Paris (1930) legislativas francesas de 3 de maio de 1936
EE comunistas BD Direita
Socialistas | Cemtro-direita
TD) Radicais e vários de esquerda
é É
Na bandeira lê-se:"TRABALHO OU PÃO”.
ES Discurso do primeiro-ministro socialista francês Léon Blum, decorrido um mês da vitória da
Frente Popular (6 de junho de 1936)
“OQ povo francês manifestou a sua inabalável decisão de preservar [...] as liberdades democráticas
por ele conseguidas e conservadas. Afirmou a sua decisão de procurar, por novas vias, a solução da
crise por que está a passar [...].
No início da próxima semana, entregaremos [...] um conjunto de projetos de lei [que] se referem [...]:
à semana de quarenta horas; aos contratos coletivos; aos feriados pagos. Um plano de grandes obras,
ou seja, de meios económicos, de equipamento sanitário, científico, desportivo e turístico. [...]
Uma vez votadas estas medidas, apresentaremos ao Parlamento uma segunda série de projetos, vi-
sando, nomeadamente: 0 fundo nacional de desemprego; a segurança contra as calamidades agri-
colas; o financiamento das dívidas agrícolas; um regime de reformas que salvaguarde da miséria os
10 velhos trabalhadores das cidades e dos campos.”
q
Em). Brunay e M. Launay, 1999 - tintre Duas Guerras, 1914-1945, Lisboa, Publicações Dom Quixote
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Grupo | - A falência da 1.º República
EZEI Índice do custo de vida (1900-1926)
US Ao LS Ao
1900 100
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Cano Cams 23 | 98 m9
ou no Co ams am | mm 2652
cs mola ss 98 2286
am Bram 1926 2148
Em História de Portugal, dir. J. H. Saraiva, vol. 6, Lisboa, Publicações Alfa, 1983
EBEI crevistas ferroviários sob prisão (1919) EB Número de governos da Primeira
República (1910-1926)
1910 | 19171918 | ——> 1926
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e
EZEI Palavras do general Gomes da Costa (maio de 1926)
«Resisti quanto pude, porque sou um homem de respeito à ordem na rua e nos espíritos.
Mas vi que não havia outra solução para os males da pátria. Na nossa frente abria-se um
pântano. Cada passo que dávamos, mais a gente se enterrava, o país e o Exército. Todos os
partidos se apostavam em rebaixar o Exército, em matar a nação. Então, revoltei-me por
5 mais não poder com tantas afrontas. Fizeram pouco do Exército. Ainda não há muito atira-
ram-lhe com mais alguma coisa como quem diz: toma lá para te calares. Mas o Exército não
se calou e aqui está unido no mesmo sentimento para deitar abaixo essa caterva. Quem
quiser vir comigo, tem-me à sua frente!»
Em Diário de Notícias de 31 de maio de 1926
Caterva — multidão, muita gente.
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Página 21 de 23 1. 28 de maio de 1926. 2. Escolher três de entre os seguintes: - Elevação do custo de vida após o termo da Primeira Guerra Mundial (Doc. 1) OU inflação galopante após o final da Primeira Guerra Mundial; - Dificuldades económicas OU falta de bens de consumo, racionamentos e especulação OU queda das produção industrial OU défice da balança comercial; - Desvalorização monetária; - Dificuldades financeiras OU agravamento da dívida pública; - Descontentamento social do operariado, vítima do desemprego E/OU das classes médias afetadas pelo aumento do custo de vida OU pela diminuição do poder de compra; - Agitação social do operariado OU intensificação do movimento grevista (Doc. 2), com contornos violentos, no pós-guerra; - Agravamento da instabilidade política OU golpes militares (de Sidónio Pais, por exemplo) OU guerra civil entre republicanos e monárquicos OU queda de governos acentuada no pós-guerra; - Divisão OU desentendimentos entre os republicanos OU descrédito dos líderes parlamentares OU dos partidos partidos políticos; - Atos de violência política, como o assassinato de políticos, que desacreditam a República; - Descontentamento do Exército. 3. b), d), a), c), e). Grupo II - Na origem do Estado Novo
EBEI Princípios políticos de Salazar (1930),
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A Ditadura, ainda que indecisa, titubeante, irregular na marcha e na ação, ela própria no
começo mais sentimento instintivo que ideia clara, é um fenómeno da mesma ordem dos
que por esse mundo, nesta hora, com parlamentos ou sem eles, se observam, tentando
colocar o Poder em situação de prestígio e de força contra as arremetidas da desordem, e
em condições de trabalhar e de agir pela Nação, sobranceiramente às divisões e ódios dos
homens e aos interesses particulares dos grupos. [...).
Todos sabem de onde vimos — de uma das maiores desorganizações que em Portugal se
devem ter verificado na economia, nas finanças, na política, na administração pública. Divi-
sões intestinas, solidariedades equívocas na política e na administração, erros acumulados,
a falta de correção de vícios da nossa organização social, desordem constitucional perma-
nente, sucessivas revoluções que nada remediavam e agravavam todos os males, fizeram
perder a fé no Estado como dirigente e coordenador dos esforços individuais; e a intranqui-
lidade existente no espírito público manifestava mesmo desconfiança na sua força para de-
fender a vida e os bens dos cidadãos. Debruçado tristemente sobre o passado glorioso que é
a sua História, e sobre as ruínas, as misérias, a desorganização do presente, desconhecendo
as suas enormes possibilidades de grande Nação, penhor do futuro, o País caiu na «apagada
evil tristeza» do poeta e parecia ter desistido de viver um grande pensamento de renovação
interior e de marcar no mundo, sem afrontar ninguém, a posição que pode e deve marcar,
Atravessa-se, na ordem interna e na ordem internacional, uma época de verificada fraqueza
do Estado; reações justificáveis mas excessivas caminharam, aqui e além, no sentido da sua
omnipotência e divinização.
Há que contrapor a um e outro extremo o Estado forte, mas limitado pela moral, pelos prin-
cípios do direito das gentes, pelas garantias e liberdades individuais, que são exigência su-
perior da solidariedade social. Este conceito deve informar a organização e movimento do
Estado português na realização da sua finalidade histórica, [...]
O Estado tem o direito de promover, harmonizar e fiscalizar todas as atividades nacionais,
sem substituir-se-lhes, e o dever de integrar a juventude no amor da Pátria, da disciplina,
dos exercícios vigorosos que a preparem e a disponham para uma atividade fecunda e para
tudo quanto possa exigir dela a honra ou o interesse nacional,
Por sobre as frações de poder — os serviços, as autarquias, as atividades particulares e pú-
blicas, a vida local, os domínios coloniais, as mil manifestações da vida em sociedade — sem
contrariá-las ou entorpecê-las na sua ação, o Estado estenderá o manto da sua unidade, do
seu espírito de coordenação e da sua força: deve o Estado ser tão forte que não precise de
ser violento.
Não há Estado forte onde o Poder Executivo o não é e o enfraquecimento deste é a caracte-
rística geral dos regimes políticos dominados pelo liberalismo individualista ou socialista,
pelo espírito partidário e pelos excessos e desordens do parlamentarismo.
Salazar (1889-1970), Princípios fundamentais da revolução política,
discurso proferido na sala do Conselho de Estado, em 30 de julho de 1930
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