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Guias e Dicas
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Caderno do Professor Arte e Meio Ambiente, Notas de aula de Desenho

Aliás, o bauzinho é um elemento recorrente na obra de Candido. Portinari e também um objeto que fez parte integrante da vida do artis- ta. Em suas memórias ...

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Lula_85
Lula_85 🇧🇷

4.5

(113)

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Baixe Caderno do Professor Arte e Meio Ambiente e outras Notas de aula em PDF para Desenho, somente na Docsity! a ag] E) AVI vá Ee e o e] [4 a” 9, aa essor Projé Aderno AO 2 2 3 1945 Conclui seus trabalhos para a Igreja da Pampulha, execu- tando o mural São Francisco se Despojando das Vestes. Filia-se ao Partido Comunista Brasileiro, candidatando-se a deputado, mas não é eleito. 1946 Dá início aos desenhos da Série Meninos de Brodowski. Em Paris, realiza sua primeira exposição em solo europeu, na Galerie Charpentier. A exposição teve grande repercussão, tendo sido agraciado com a Légion d´Honneur pelo governo francês. 1947 Expõe em Buenos Aires, no Salón Peuser, e em Montevidéu, nos salões da Comissão Nacional de Belas Artes, recebendo grandes homenagens de artistas, intelectuais e autoridades dos dois países. Nesta ocasião, conhece o poeta cubano Nicolás Guillén e o espanhol Rafael Alberti. Candidata-se ao Senado, mas novamente não é eleito. 1948 Com o acirramento da perseguição aos comunistas, se exi- la com a família no Uruguai. Neste período, pinta o painel A Primeira Missa no Brasil, encomendado por um banco no Rio de Janeiro. 1949 De volta do exílio uruguaio, instala-se novamente no Rio de Janeiro. Executa o painel Tiradentes, narrando episódios do julgamento e da execução do herói brasileiro que lutou contra o domínio colonial português, o que lhe rende a Medalha de Ouro do Prêmio Interna- cional da Paz, em Varsóvia. É convidado a participar, em Nova York, da Conferência Cultural e Científica para a Paz Mundial, mas a Embaixada Americana nega-lhe o visto de entra- da, por motivos políticos. 1950 Recebe a Medalha de Ouro da Paz, do II Congresso Mundial de Partidários da Paz, em Varsóvia, pelo painel Tiradentes. 1952 Tem uma sala especial na I Bienal de São Paulo. nn nn n 1953 Inicia os estudos para os painéis Guerra e Paz, oferecidos pelo governo brasileiro à nova sede da ONU, em Nova York, concluídos em 1956, e que foram os maiores pintados por Portinari. 1954 Realiza para o Banco Português do Brasil o painel Desco- brimento do Brasil. Neste ano tem os primeiros sintomas de intoxicação pelas tintas, que lhe será fatal. 1955 Participa da III Bienal de São Paulo, com uma sala espe- cial, expondo 12 estudos da Série Guerra. Recebe a Medalha de Ouro concedida pelo International Fine-Arts Council de Nova York, como melhor pintor do ano. 1956 Faz a Série Dom Quixote, composta de 22 desenhos a lápis de cor, para a editora José Olympio, para ilustrar uma edi- ção, que não chegou a ser realizada, do livro de Cervantes. Viaja a Israel, a convite do governo daquele país, expondo em vários museus e executando desenhos inspirados no contato com o recém-criado Estado israe- lense, expostos posteriormente em Bolonha, Lima, Buenos Aires e Rio de Janei- ro. Neste mesmo ano, Portinari recebe o Prêmio Guggenhein do Brasil. 1957 Os painéis Guerra e Paz são inaugura- dos na sede da ONU, em Nova York. Por seu envolvimento com o Partido Comunista, a receptividade dos Esta- dos Unidos esfria. Portinari não é convidado a comparecer à cerimônia. O artista é premiado com a Menção Honrosa no Concurso Internacional de Aquarela do Hallmark Art Award, de Nova York. Expõe em Paris e Munique. Neste ano, Portinari começa a escrever suas memórias. 1958 Em Bruxelas, a mostra 50 Ans d’Art Moderne expõe Enterro na Rede, da Série Retirantes, escolhida para figurar entre as 100 obras-primas do século. Foi o único artista brasileiro a participar dessa exposição. Participa também, como convidado de honra, da I Bienal de Artes Plásticas da Cidade do México, com enorme sucesso. 1959 Portinari apresenta obras na Galeria Wildenstein de Nova York e, juntamente com outros grandes artistas latino-ame- ricanos como Tamayo, Cuevas, Matta, Orozco e Rivera, participa da exposi- ção Coleção de Arte Interamericana, do Museo de Bellas Artes de Caracas. 1961 Apesar das diversas manifestações da doença, Portinari não para. Viaja para Paris, onde encontra o filho e aproveita para escrever poesias e rever museus e monumentos da cidade. 1962 Candido Portinari morreu no dia 6 de fevereiro, vítima de intoxicação causada pelas tintas do seu ofício. O artista, na ocasião, preparava uma grande exposição de cerca de 200 obras, a convite da Prefeitura de Milão, que foi realizada em 1963, como a primeira grande mostra post mortem de sua obra. Enterro na Rede, 1944 Painel a óleo/tela 180 x 220cm 4 A primeira versão da Carta da Terra foi escrita por ocasião do “Fórum Global”, evento ocorrido paralelamente à Cúpula da Terra (ECO-92), no Rio de Janeiro, em 1992. O documento propõe princípios que ob- jetivam a construção da sustentabilidade da vida no planeta, equi- valendo à Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Baseia-se na afirmação de princípios éticos e valores fundamentais que devam nortear pessoas, nações, estados, raças e culturas. PREÂMBULO Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo se torna cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fun- dada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida e com as futuras gerações. TERRA, NOSSO LAR A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, é viva como uma comunidade de vida incomparável. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providen- ciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recu- peração da comunidade de vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar lim- po. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todos os povos. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado. A SITUAÇÃO GLOBAL Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem prece- dentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis. DESAFIOS FUTUROS A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São neces- sárias mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem supridas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais e não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos no meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo demo- crático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções inclusivas. RESPONSABILIDADE UNIVERSAL Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com a comunidade terrestre como um todo, bem como com nossas comunidades locais. Somos, ao mes- mo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual as di- mensões local e global estão ligadas. Cada um compartilha responsabilidade pelo presente e pelo futuro bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida e com humildade em relação ao lugar que o ser humano ocupa na natureza. Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, interde- pendentes, visando a um modo de vida sustentável como padrão comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos e instituições transnacionais será dirigida e avaliada. PRINCÍPIOS I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA 1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade. a. Reconhecer que todos os seres são interdependentes e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos. b. Afirmar a fé na dignidade inerente a todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade. 2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor. a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de prote- ger os direitos das pessoas. b. Assumir que, com o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder, vem a maior responsabilidade de promover o bem comum. 3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sus- tentáveis e pacíficas. a. Assegurar que as comunidades em todos os níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada pessoa a oportunidade de realizar seu pleno potencial. b. Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a obtenção de uma condição de vida significativa e segura, que seja ecologicamente responsável. 4. Assegurar a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações. a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras. A Carta da Terra 4 5 b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apoiem a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra a longo prazo. II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA 5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial atenção à diversidade biológica e aos processos naturais que susten- tam a vida. a. Adotar, em todos os níveis, planos e regulamentações de desenvolvimen- to sustentável que façam com que a conservação e a reabilitação ambien- tal sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento. b. Estabelecer e proteger reservas naturais e da biosfera viáveis, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural. c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçados. d. Controlar e erradicar organismos não nativos ou modificados gene- ticamente que causem dano às espécies nativas e ao meio ambiente e impedir a introdução desses organismos prejudiciais. e. Administrar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam às taxas de regene- ração e que protejam a saúde dos ecossistemas. f. Administrar a extração e o uso de recursos não renováveis, como mi- nerais e combustíveis fósseis de forma que minimizem o esgotamento e não causem dano ambiental grave. 6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção am- biental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução. a. Agir para evitar a possibilidade de danos ambientais sérios ou irrever- síveis, mesmo quando o conhecimento científico for incompleto ou não conclusivo. b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade propos- ta não causará dano significativo e fazer com que as partes interessadas sejam responsabilizadas pelo dano ambiental. c. Assegurar que as tomadas de decisão considerem as consequências cumulativas, a longo prazo, indiretas, de longo alcance e globais das ati- vidades humanas. d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não per- mitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substân- cias perigosas. e. Evitar atividades militares que causem dano ao meio ambiente. 7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capaci- dades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário. a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produ- ção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos. b. Atuar com moderação e eficiência no uso de energia e contar cada vez mais com fontes energéticas renováveis, como a energia solar e do vento. c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência equitativa de tecnologias ambientais seguras. d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam às mais altas normas sociais e ambientais. e. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável. f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito. 8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover o intercâmbio aberto e aplicação ampla do conhecimento adquirido. a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento. b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambien- tal e o bem-estar humano. c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, permaneçam disponíveis ao domínio público. III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA 9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental. a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, alocando os recursos nacionais e internacionais demandados. b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma condição de vida sustentável e proporcionar seguro social e segurança coletiva aos que não são capazes de se manter por conta própria. c. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem e habilitá-los a desenvolverem suas capacidades e alcançarem suas aspirações. 10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma equitativa e sustentável. a. Promover a distribuição equitativa da riqueza dentro das e entre as nações. b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e so- ciais das nações em desenvolvimento e liberá-las de dívidas inter- nacionais onerosas. c. Assegurar que todas as transações comerciais apoiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas. d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras in- ternacionais atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas consequências de suas atividades. 11. Afirmar a igualdade e a equidade dos gêneros como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, à assistência de saúde e às oportunidades econômicas. a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar 8 a Chamar a atenção para os tocos de árvores cortados. a Observar com o grupo a caveira do boi e perguntar o que pode ter causado esse fato. a Conversar sobre o fato de os espantalhos estarem pintados sobre um terreno árido, refletindo o que esta cena provoca. * Ver anexo – Estilos / Movimentos Artísticos Prancha número 2: Mulher do pilão a Convidar o grupo a analisar o quadro como um todo e em seguida prestar atenção aos detalhes. a Perguntar qual o sentimento que o quadro transmite ao espectador. a Perguntar aos alunos se eles conhecem o objeto representado no plano de fundo e para que serve (o pilão). a Chamar a atenção do grupo para a maneira como Portinari pintou as mãos e os pés da personagem do quadro Mulher do pilão. a Propor que todos reflitam sobre a atitude da figura-personagem. Prancha número 3: Retirante morrendo a Propor que descrevam o que estão vendo em primeiro plano e, em seguida, o que há no plano de fundo. a Perguntar quantas figuras há neste quadro e qual o personagem central. a Observar com o grupo quais as cores utilizadas pelo artista e o que elas expressam. a Observar a proximidade das personagens do plano de fundo, umas em relação às outras e todas em relação ao personagem central. a Qual o sentimento expresso nas faces das três mulheres que estão no plano de fundo? a Observar com o grupo a forma como o artista interpreta os personagens do quadro. Comentar, tam- bém, que Portinari utiliza figuras geométricas nesta composição. Falar sobre os dois gêneros de pintura presentes nesta obra (expressionismo* e cubismo* – ressaltando a presença das figuras geométricas que aparecem no quadro). * Ver anexo – Estilos / Movimentos Artísticos Prancha número 4 : Retirantes a Propor a um dos alunos que leia o título do quadro. a Perguntar se o artista privilegia alguns elementos neste quadro. Quais são esses elementos? a Perguntar o que se pode distinguir no plano de fundo (o horizonte baixo; os pássaros negros sobrevo- ando o grupo de retirantes). a Refletir junto com o grupo como as cores podem ser descritivas, simbólicas, e como podem sugerir um estado de espírito ou emoções (neste quadro o artista se utiliza de cores escuras, densas, para mostrar a tristeza da cena). a Estabelecer com o grupo relações entre luz e sombra, distância e proximidade, presença e ausência, esperança e desesperança. a Perguntar aos alunos se já ouviram falar no termo “retirantes”. O que sabem a respeito? (Conversar com o grupo sobre os nordestinos que se retiravam de sua terra em busca de moradia e melhores condições de vida e ressaltar que Portinari, quando criança, testemunhou muitas vezes essas famílias chegarem a São Paulo, passando por Brodowski, quando já estavam desnutridos e frágeis). a Comparar a pobreza representada nesta cena da década de 1940 com a pobreza brasileira da atualidade. Portinari usou a sua arte para mostrar as injustiças sociais, como na série Retirantes, que pintou na década de 1940. Foi o primeiro pintor a denunciar a situação subumana em que os migrantes do Nordeste vinham para o Sul. “No primeiro plano, dominando todo o quadro, o grupo de figuras em equilíbrio clássico, na sua estruturação piramidal, ganha um tratamento expressionista*, tanto no desenho como na utilização da textura. Uma linha de terra muito baixa organiza o espaço e a ilusão de profundidade; as figuras se recortam do fundo, a perspectiva é sugerida pela linha sutil que separa o céu da terra. Pedri- nhas no chão e pássaros voando evocam a definição de terra e de céu. As cores têm características naturalistas, sugerindo a profundidade pela variação de tonalidades.” (Maria Lúcia Freire – Imagens da arte brasileira) * Ver anexo – Estilos / Movimentos Artísticos “Inté mesmo a asa branca Bateu asas do sertão.” (1) (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) 8 9 II – AtIvIdAdes IntegrAdAs a) reflexão 1. l Leitura da parte inicial do texto “A Carta da Terra”: “Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a hu- manidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo se torna cada vez mais inter- dependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fun- dada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida e com as futuras gerações.” (Preâmbulo do texto “A Carta da Terra”) 2. l roda de conversa para troca de ideias: O que faz do atual momento histórico um momento crítico? Por que esta é a época de escolher o futuro? Qual é o grande perigo a que o texto se refere? E a grande esperança? Que atitudes podemos pensar como exemplos, no dia a dia, de respeito à natureza? E aos direitos humanos? Existe no mundo alguma comunidade humana que não seja fundada em princípios de justiça econômica e social? O que é necessário para que floresça uma cultura de paz? b) diálogo entre linguagens 1. l Leitura do trecho inicial do capítulo “Mudança”, do romance Vidas secas, de Graciliano Ramos: “Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas man- chas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, esta- vam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procura- vam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala. Arrastaram-se para lá, devagar, Sinha Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a cho- rar, sentou-se no chão. – Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai. Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esper- neou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo. A catinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas. O voo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos. – Anda, excomungado. O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo. Tinha o coração grosso, queria responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessá- rio – e a obstinação da criança irritava-o. Certamente esse obstáculo miúdo não era culpado, mas dificultava a marcha, e o vaqueiro precisava chegar não sabia onde.” Retirantes, 1944 Painel a óleo/tela 190 x 180cm Retirante Morrendo, 1958 Painel a óleo/madeira 160 x 110cm Espantalhos, 1940 Painel a óleo/tela 81 x 100cm Retrato de Graciliano Ramos, 1937 Desenho a carvão e crayon/papel 32.5 x 27.5cm 10 2. l seleção de palavras e expressões do texto ligadas à ideia de “seca” (secos, pelados, rala, catinga, etc.). a Comparação do meio ambiente descrito no romance com o cenário dos quadros Retirantes e Espantalhos, de Portinari. 3. l Caracterização fisica, psicológica e social dos personagens do texto. a Comparação dos personagens do romance com os personagens dos quadros Retirantes e Retirante morrendo: Na sua opinião, onde o estado de espírito, as emoções ficam expressos de maneira mais forte, contunden- te – na linguagem da pintura ou na linguagem literária? Por quê? 4. l reflexão a respeito da atitude do pai em relação ao filho: Poderia ou deveria ser diferente? Que fatores do ambiente físico e social teriam in- fluenciado seu comportamento? Como associar esse comportamento rude do pai ao título do romance? 5. l roda de conversa a respeito do fenômeno da seca no Brasil: A seca é natural? Que regiões atinge? Quais as causas? Desde quando a população sofre com a seca? Que tipos de problema decorrem desse fenômeno? Essas consequências são inevitáveis? Como se explica a afirmação, por parte de al- guns estudiosos, de que “falta chuva mas não falta água no Nordeste”? Em que consiste a chamada “indústria da seca”? O que os governos têm feito para solucionar ou minimizar seus efeitos perversos? A geografia da seca alterou-se no Brasil? Como se explicariam possíveis mudanças? 6. l Leitura da letra da música “Lamento sertanejo”, de Dominguinhos e Gilberto Gil, com audição, se possível, da melodia: “Por ser de lá Do sertão, lá do cerrado Lá do interior do mato Da caatinga do roçado Eu quase não saio Eu quase não tenho amigos Eu quase que não consigo Ficar na cidade sem viver contrariado. Por ser de lá Na certa por isso mesmo Não gosto de cama mole Não sei comer sem torresmo. Eu quase não falo Eu quase não sei de nada Sou como rês desgarrada Nessa multidão boiada caminhando a esmo.” 7. l Criação de um texto poético em que cada um se descre- va como fruto do meio em que vive ou em que foi criado. Sugestão de estrutura do texto: Por ser de .............................. (lugar de origem), eu faço .............................., não gosto de...................................., apre- cio......................................., minha comida preferida é............................. ........., meu lazer predileto é ............................................., sou como .... ............................... (comparação com um elemento do ambiente), etc. a Apresentação do texto criado, explorando recursos artísticos, como canto, dança, representação, música, etc. c) Contação de História e de histórias 1. l Leitura do livro Plantando uma amizade, de Rubens Matuck, para observar o importante intercâmbio cultural en- tre um personagem que migra do Nordeste para uma grande cidade e um menino, criado nessa cidade, onde “só conhecia vacas impressas em embalagens de queijo”. O professor deverá, a cada início de período letivo ou a cada ingres- so de aluno novo na turma, propor uma recepção carinhosa aos que chegam de outro lugar para que todos possam se conhecer melhor e estabelecer um relacionamento harmonioso, não estigmatizante, não preconceituoso. Dessa forma, os alunos novos vão contando suas histó- rias pessoais de vida, nos moldes da atividade a seguir. 2. l recepção de boas-vindas aos amigos recém-chegados, todos em roda: Como é seu nome? De onde você veio? Que tem de bom e bonito na sua cidade? Como as pessoas se divertem lá? Há alguma festa típica? E comidas gostosas? A lgumas pala- vras diferentes das daqui? Qual o tipo de música preferida lá? E dança? Quem são os artistas locais? A lém da televisão, quais os veículos de comunicação mais presentes? Informação: A seca é um fenômeno natural, ocasionado pelo atraso na precipitação de chuvas ou por sua distribuição irregular, que acaba prejudicando o crescimento ou desenvolvimento das plantações agrícolas. Além desses, outros fatores também podem ocasionar a seca, como a temperatura da região, o relevo topográfico e manchas solares. A ação predatória do homem também tem contribuído para agravar a questão, pois a constante destruição da vegetação natural por meio de queimadas acarreta a expansão do clima semiárido em áreas onde anteriormente ele não existia. “O sertanejo é, antes de tudo, um forte.” (2) (Euclydes da Cunha) 12 13 Água: fonte da vida Módulo 2 I – OBrAs de CAndIdO POrtInArI a) reflexão Um quarto do total de água doce que circula no globo tornou-se inaproveitável, devido à poluição gerada pelo homem. Nos paí- ses em desenvolvimento, apenas 40% da população bebe água limpa e saudável. Mas a quantidade de dinheiro necessária para obter água limpa para o mundo todo é muito menor do que o montante gasto com o consumo de supérfluos. (extraído de Conceitos para se fazer educação ambiental / Secretaria do Meio Ambiente, São Paulo, 1997) b) Leitura dos quadros Prancha número 5: Rio Tietê a Com o grupo, observar o que está representado no quadro e quais os personagens e elementos presentes. a O que nos diz o título do quadro? a Quais as características deste lugar representado na pintura? a O que aparece no primeiro plano e no plano de fundo? a Quais as cores predominantes? Conversar sobre as modificações sofridas pelo rio Tietê da época em que o artista pintou esta tela até hoje. Prancha número 6: Arrastão a Conversar com o grupo sobre o que o artista representa nesta cena. a Perguntar se alguém já viu este tipo de trabalho nas praias. a Propor que descrevam o que a figura em primeiro plano está fazendo. Marinha (detalhe), 1951 Pintura a óleo/tela 38 x 46cm 14 a Chamar a atenção do grupo para as diferentes ações que aconte- cem em cada um dos planos (puxando a rede, separando os peixes, carregando o cesto de peixes e preparando a rede). a Convidar uma pessoa do grupo para ler a legenda do quadro. Comentar sobre o cuidado que os pescadores precisam ter com o tipo de pesca que realizam. Pedir que os alunos relacionem uma série de medidas que podem ser tomadas pelos frequentadores a fim de que as praias se mantenham limpas como a retratada pelo artista naquela época. II – AtIvIdAdes IntegrAdAs a) reflexão e ação 1. l Leitura do seguinte fragmento do texto “Existe uma única água no mundo”, de Roberto Otsu: “A água que hoje alimenta e beneficia tudo que existe na Terra é a mesma desde a sua formação. Em maior ou menor quantidade, a água está presente em todos os cantos da Terra. O gelo do Polo Norte é água, as nuvens do céu do Deserto de Atacama são água. Todos os seres vivos têm água na sua composição bioquímica. Existe água no sangue do ser humano e no sangue do beija-flor. Na pétala da rosa e no pé do jatobá. (...) Toda essa água circula na Terra sem cessar, desde a sua formação, há bilhões de anos. Tudo é ciclo. E é sempre a mesma água. Ao beber um copo de água, não se bebe apenas água. Bebem-se todas as memórias da água e toda a história do planeta. (...) Por- que, como diziam os sábios, existe uma única água no mundo. A percepção do ciclo da água levou os chineses à ideia de unicidade e, como consequência, a um sentimento de reverência. (...) Para os sábios, assim como a água é uma só, tudo no mundo é uma coisa só. (...) quando se toca uma parte, toca-se o todo. Tocar a folha é tocar a árvore. (...) Quando se toca a gota de orvalho, toca-se toda a água do planeta. (...) A unicidade da água mostra que nada está isolado, nada está fora do todo e tudo forma uma única realidade. Nada é impres- tável ou sem função. A nuvem, o rio, a neve, a transpiração, a lágrima, a chuva, todas as manifestações da água têm função. Em essência, nada e ninguém é melhor que outra coisa ou outra pessoa. Tudo e todos merecem o mesmo respeito, a mesma reverência.” (6) 2. l troca de ideias a respeito do trecho lido: Por que a água deveria ser reverenciada? O que significa o termo “unicidade” no texto lido? Alguma vez você já havia pensado na ideia de unicidade relativamente às coisas do mundo? Algum ser vive isoladamente na natureza? Para que e por que uns dependem dos outros? E em sociedade, essa interdependência existe? Em que medida? Podemos considerar que na natureza exista uma organização, que cada parte esteja engrenada às outras de forma que todas funcionem em conjunto? Há seres dispensáveis ou todos são indispensáveis? 3. l reflexão: Por que “ecologia” recebeu esse nome? (oikos, em grego, quer dizer “casa”) Que cuidados devemos ter com a nossa própria casa? E com a grande casa de todos? Que movimentos podem ser realizados coletivamente para promover uma consciência ecológica em sua comunidade? Como passar da consciência à ação? Que ações podem ser deflagradas para resolver problemas ambientais, ou minimizá-los, no lugar em que você vive (casa, escola, rua, “Olha o arrastão entrando no mar sem fim (...) Nunca jamais se viu tanto peixe assim” (5) (Edu Lobo e Vinicius de Moraes) Prancha número 7: Praia de Ipanema a Solicitar que alguém do grupo leia o título do quadro e a partir deste título observar com os alunos o que está representado no quadro. Explicar aos alunos que a praia de Ipanema é um dos locais mais famosos da cidade do Rio de Janeiro. Encontra-se na Zona Sul, no bairro do mes- mo nome, com uma orla povoada de belos edifícios e hotéis elegantes. É frequentada pelos moradores da cidade e também por turistas nacionais e internacionais, que vêm para conferir a exuberância da natureza e das mu- lheres, conforme os versos do poeta Vinicius de Moraes na canção “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim. a Comentar que o artista pintou esta paisagem em 1927, ainda na época em que era uma praia semideserta. Perguntar aos alunos como deve estar, 83 anos depois, esse mesmo lugar. a O que aparece no plano de fundo desta paisagem? (os dois mor- ros são chamados de Dois Irmãos). a Quais as cores predominantes? Essas cores contribuem para manter o realismo da composição feita por Portinari? 14 15 bairro, cidade)? Quais dessas ações são mais viáveis no momento? Como implementá-las? “Necessitamos, em primeiro lugar, comunicar nossas ideias em linguagem mais simples e direta, capaz de envolver mais gente. Achar maneiras de transformar o conhecimento em fazeres (...) Temos que transformá-las [as ideias] em eventos, em ´inventos´ coletivos que (...) nos renovem diariamente como militantes por um mundo melhor.” (7) (Marina Silva) 4. l Promoção de algumas dessas ações com auxílio dos professores: a solicitação de cursos, palestras, oficinas sobre reciclagem. a realização de eventos comunitários, como por exemplo: “Dia da Faxina Ecológica” – descartar baterias e pilhas em locais adequados; – separar o lixo e criar depósitos para seleção; – não jogar lixo no chão; – não deixar os cães sujarem as calçadas; – organizar mutirões de limpeza na escola, em praças, em ruas; etc. “Dia da Reciclagem” – reutilizar materiais em trabalhos artísticos e artesanais, em vez de jogá-los fora. “Dia da Preciclagem” – não comprar coisas, como embalagens de plástico, que não possam ser reutilizadas. “Dia da Economia de Energia” – apagar as luzes quando não houver necessidade delas; – acender menos lâmpadas; – usar lâmpadas mais econômicas; – usar menos água quente; – não usar carro em curtas distâncias; etc. a Promoção de ações especificas quanto à questão da água: – confeccionar cartilhas de orientação quanto ao consumo consciente da água; – redigir folhetos destinados a turistas, com normas relativas à não poluição das praias, rios, córregos e cachoeiras locais (enfatizar o perigo do descarte de materiais perigosos à fauna marinha e fluvial, especial- mente isopor e plástico); – promover eventos: “Dia de Economizar Água”: monitorar vazamentos; fechar torneiras quando não estiver usando água; encurtar o tempo do banho; etc. “Sorrio com Rio Limpo”: não jogar detritos na água dos rios; colocar entulhos em sacos ou latas de lixo; etc. “Amar o Mar”: não jogar resíduos no mar e na areia; levar para a praia sacola grande para pôr seu próprio lixo; não levar animais à praia; não deixar restos de alimentos na areia; recolher o lixo encontrado, tomando cuidado para não manipular aquele que possa ser tóxico, cortante, perfurante...; etc. b) diálogo entre linguagens 1. l Leitura dos seguintes versos: “Meu rio, meu Tietê, onde me levas? Sarcástico rio que contradizes o curso das águas E te afastas do mar e te adentras na terra dos homens, Onde me queres levar?” (Mario de Andrade, versos do poema “A meditação sobre o Tietê”) a Interpretação: Que elementos do poema lido contribuem para a personificação do rio Tietê? Essa imagem do rio como se fosse uma pessoa produz em você que tipo de sentimento, de sensação? Observando o rio Tietê pintado por Candido Portinari (prancha número 5), por quais emoções e sentimentos você navega? 2. l Pesquisa sobre rios em sua cidade: Há algum rio? Qual o nome? Quais as dimensões? Encontra-se dentro de alguma reserva ambiental ou corta a cidade? Há registro dele nos mapas? É conhecido nacionalmente? Pesca- -se nele? Pesca de subsistência? Pesca comercial? Pesca predatória? É navegável? Há cachoeiras? Serve ao esporte? Ao lazer? Qual a condição de suas águas? Limpas ou poluídas? Apresenta algum problema de outra natureza? 18 4. l Leitura em voz alta do cordel A falta d´ água no mundo, de João Batista Melo. O professor inicialmente deverá dar uma explicação sobre literatura de cordel. A seguir, orientar a leitura oral do texto, pelos alunos, aos poucos, em segmentos, de acordo com os vários assuntos abordados no texto do folheto. Levar a turma a desenvolver esses assuntos posteriormente, do ponto de vista não mais da literatura, mas sim da ciência: importância da água; sua utilidade; necessidade de economizá-la; poluição e consequências para a saúde; desperdício e escassez; ciclos da água; mananciais não explorados; problemas do rio São Francisco; papel de organismos internacio- nais em relação à preservação da água. a Pesquisa, em livros de Ciências, a respeito desses temas. Apresentação dos resultados da pesquisa. a releitura da penúltima estrofe do cordel: “Temos de ser otimistas em qualquer situação só queremos que alguém nos indique a direção faça um cordel bem bonito ilustrado e bem escrito e mostre à população” a Atendendo a esse apelo final do cordelista, criação, em grupo, de “um cordel bem bonito / ilustrado e bem escrito”, que aponte direções para solucionar os problemas ambientais citados pelo autor. e) esporte, lazer, arte... ao ar livre! Vamos aproveitar mais a vida pertinho da natureza? 1. l Caminhada na praia, observando a natureza em seus mínimos detalhes; coleta de conchas furadi- nhas, descartadas pelo mar, para confecção de colares e pulseiras; banhos de mar, cachoeira, rio... Que delícia! 2. l Criação de esculturas na areia da praia. As águas vão levar, mas só o prazer de ter feito... esse nem o mar nos tira!... Quem tem sensibilidade artística é capaz de trabalhar diretamente com os próprios elementos da natureza. 3. l Leitura deste belo exemplo da integração harmoniosa de um artista com o ambiente em que vive: No km 53 da estrada Friburgo-Teresópolis, reside o artista plástico cearense Geraldo Sim- plício Nêgo, famoso por suas esculturas gigantescas, feitas com a terra de barrancos do jardim de sua casa. A inspiração para essas obras vem das próprias formas dos barrancos. Suas esculturas ficam expostas permanentemente no local, batizado de Jardim do Nêgo, que passou a ser um ponto turístico dessa região do Estado do Rio de Janeiro. A primeira dessas esculturas, feita por ele em 1981, foi a de uma mulher. Quando finalizou essa obra, ele a protegeu com um plástico, por ter começado a chover. Sem que esperasse, uma camada de musgo brotou na superfície da escultura, envolvendo-a e, assim, protegendo-a contra a erosão. O efeito estético foi fantástico, com essa pequena e casual “colaboração” da natureza!... Algumas de suas esculturas podem ser apreciadas também através de sites na internet. Conchas e Hipocampos, 1942 Painel de azulejos 990 x 1510cm 18 19 Uso dos recursos minerais Módulo 3 I – OBrAs de CAndIdO POrtInArI a) reflexão Diariamente perdem-se centenas de milhões de toneladas de terra da camada superficial do solo, de- vido à erosão. Isso equivale à perda anual de uma área como a do estado de Pernambuco. As regiões desérticas, nas diversas partes do mundo, aumentam a cada quatro anos, numa área equivalente à do Estado de São Paulo. As atividades de extração de recursos minerais estiveram e estão no centro das atividades produtivas brasileiras. Como conciliar extração, desenvolvimento e preservação? (extraído de Conceitos para se fazer educação ambiental / Secretaria do Meio Ambiente, São Paulo, 1997) b)Leitura dos Quadros Prancha número 8: Garimpo a Solicitar que todos vejam o quadro como um todo, percebendo as ações, os personagens e os elementos representa- dos não somente no primeiro plano; observar, também, os detalhes da obra. a Conversar com o grupo sobre o original desta pintura (faz parte de uma série de 12 murais que foram pinta- dos no antigo prédio do Ministério da Educação e Cultura – hoje Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. Os murais são todos afrescos* e foram realizados entre 1938 e 1944). a Perguntar ao grupo se eles sabem o que é um mural e qual a diferença entre mural e painel*. a Qual o nome do objeto que o personagem no primeiro plano está segurando (bateia)? a Chamar a atenção para os pés e as mãos grandes dos personagens, uma característica da pintura de Portinari. a Mostrar as chapadas de cores geométricas ao fundo do painel (grandes chapadas de azul e verde). Conversar com o grupo a respeito do fato de o garimpo ter sido a principal fonte de renda do Brasil Colonial. Levá-lo a re- fletir um pouco sobre a história da mineração no Brasil, enfocando as principais consequências da exploração do minério. * Ver anexo – Técnicas usadas por Portinari Prancha número 9: Ferro a Convidar o grupo a visualizar o quadro como um todo. a Explicar que este mural também integra a série pintada para o antigo prédio do Ministério da Educação e Cultura, fazendo parte dos murais Ciclos econômicos, junto do Garimpo. Terra (detalhe), 1945 Painel a óleo/tela 200 x 250cm (aproximadas) 20 a Perguntar ao grupo quantos trabalhadores há no quadro. a Ressaltar que na composição há dois arcos de cor escura, ao fundo, e dois trabalhadores segurando tubos de ferro (os homens estão em sequência, e seu tamanho diminui à medida que se afas- tam do trabalhador que se encontra em primeiro plano, ao centro). a Conversar com o grupo sobre a técnica de perspectiva usada por Portinari, para dar profundidade ao quadro. a Ressaltar as diferentes tonalidades e contrastes do quadro, que é praticamente todo em tons marrons e branco. Prancha número 10: Garimpeiro a Explicar aos alunos que este desenho é um estudo para o mu- ral Garimpo, localizado no Palácio Gustavo Capanema (antigo prédio do Ministério de Educação e Cultura – MEC). a Comentar sobre o estilo realista deste estudo*. a Junto com o grupo, fazer uma comparação do estudo Garim- peiro com o mesmo personagem que aparece representado no mu- ral Garimpo. Quais as semelhanças e diferenças? (o estudo, que tem um estilo bastante realista, é modificado no mural, onde o personagem ganha cor e menos detalhes). * Ver anexo – Estilos / Movimentos Artísticos II – AtIvIdAdes IntegrAdAs a) reflexão 1. l Leitura do seguinte fragmento do texto “Contribuição do ouro do Brasil ao progresso da Inglaterra”, de Eduardo Galeano (12): “Nada ficou, no solo brasileiro, do impulso dinâmico do Garimpeiros no Rio, c.1937 Pintura a guache e grafite/papel kraft 37.5 x 26.5cm ouro, salvo os templos e as obras de arte. Em fins do século XVIII, embora ainda não se tivessem esgotado os diamantes, o país estava prostrado. A renda per capita dos três milhões de brasileiros não superava os 50 dólares anuais no atual (*) poder aquisitivo (...) e este era o nível mais baixo de todo o período colonial. Minas Gerais caiu verticalmente numa grande onda de decadência e ruína. (...). Condenados inflexivelmente à pobreza em função do progresso alheio, os povos mineiros (...) ficaram isolados e tiveram que se resignar a arrancar seus alimentos das pobres terras já despojadas de metais e pedras preciosas. A agricultura de subsistência ocupou o lugar da economia mineira.(...). Só a explosão de talento ficou como recordação da vertigem do ouro, para não mencionar os buracos das escavações e as pequenas cidades abandonadas. (...). As igrejas de Minas foram bastante saqueadas e são raros os objetos sacros (...) que nelas perduram, mas ficarão para sempre, alçadas sobre as ruínas coloniais, as monumentais obras barrocas, os frontispícios e os púlpitos, os retábulos, as tribunas, as figuras humanas, que desenhou, talhou e esculpiu Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, o filho genial de uma negra escrava e um artesão famoso. (...). A euforia do ouro era coisa do passado (...). Toda a pompa e alegria tinham-se desvanecido e não sobrava espaço para nenhuma esperança.” * Esse texto foi publicado em 1971. 2. l roda de conversa sobre os seguintes assuntos: Quais os ciclos econômicos da História do Brasil? Que ciclo econômico precedeu o ciclo da mineração? Por que o ciclo precedente entrou em declínio? Com esse declínio, que atividade econômica a Coroa Portuguesa passou a estimular? O que foram as Entradas? E as Bandeiras? Quais as principais regiões brasileiras em que houve descoberta de pedras e metais preciosos? Quais as transformações ocorridas na vida colonial brasileira com a mine- ração? Qual a mão de obra utilizada nessa atividade? Qual a sua opinião sobre a primeira afirmativa do texto lido, de Eduardo Galeano? Como se explica historicamente o título desse texto? Que sentido tem a ideia corrente de que “As minas do Brasil foram a glória e a ruína de Portugal”? As minas do Brasil te- riam sido também a nossa glória e a nossa ruína? Que rebelião importante surgiu em Minas à época do ciclo do ouro? Quais os principais atores desse movimento? O que pretendiam? Que escritores dele participaram? “Ouro branco! Ouro preto! Ouro podre! De cada Ribeirão trepidante e de cada recosto De montanha o metal rolou na cascalhada Para o fausto Del-Rei, para a glória do imposto.” (11) (Manuel Bandeira) “Parecia um santo De mãos amarradas, No meio das cruzes, Bandeiras e espadas(...)” (13) (Cecília Meireles) Tiradentes, 1948 Desenho a grafite/papel 36.5 x 27.5cm 22 23 do petróleo. E em 1937 publicara, para o público infantojuvenil, O poço do Visconde, no qual defendia a existência de petróleo em território brasileiro. 3. l Pesquisa, com mais detalhes, das circunstâncias que envolveram as publicações desses livros, bem como das ações promovidas por Mon- teiro Lobato relativamente ao petróleo nesse período histórico. a resumo de todos esses fatos e narração oral. 4. l Leitura do livro O poço do Visconde. a Escolha, por parte de um grupo, de um trecho desse livro que melhor se preste a uma dramatização. dra- matização desse trecho; confecção de figurino e cenário. a Escolha, por parte de outro grupo, de um trecho do mesmo livro, mais compatível com uma apresentação sob a forma de história em quadrinhos. Criação da história em quadrinhos; redação dos diálogos em balões, desenho e pintura das cenas. d) enxergando os dois lados da moeda 1. l Leitura do seguinte texto: Recursos naturais são elementos da natureza úteis ao ser humano, na medida em que são imprescindíveis ao desenvolvimento da civilização, à sobrevivência e ao conforto da sociedade. São componentes, materiais ou não, da paisagem geográfica, mas que ainda não tenham sofrido importantes transformações pelo trabalho humano e cuja própria gênese é independente do homem, mas aos quais foram atribuídos, historicamente, va- lores econômicos, sociais e culturais. Nem todos os recursos que a natureza oferece ao ser humano podem ser aproveitados em seu estado natural. Quase sempre o homem precisa trabalhar para transformá-los em bens capazes de satisfazer alguma necessidade humana. (adaptado do texto “Recurso natural” – pt.wikipedia.org/wiki/Recurso_natural) 2. l Pesquisa sobre a real importância dos recursos minerais para a sociedade: Por que se diz que a atividade de mineração impulsiona o desenvolvimento? Em que medida necessidades básicas do ser humano, como alimentação, moradia e vestuário, dependem de recursos minerais? É possível haver desenvolvimento econômico e qualidade de vida independentemente do consumo de bens minerais? a Apresentação dos resultados da pesquisa. O professor poderá ajudar os alunos, informando, por exemplo, a respeito das princi- pais substâncias minerais utilizadas na construção de uma casa: tijolo (argila); bloco (areia, brita, calcário); fiação elétrica (cobre, petróleo); lâmpada (quartzo, tungstênio, alumínio); fundações de concreto (areia, brita, calcário, ferro); ferragens (ferro, alumí- nio, cobre, zinco, níquel); vidro (areia, calcário, feldspato); louça sanitária (caulim, cal- cário, feldspato, talco); azulejo (caulim, calcário, feldspato, talco); piso cerâmico (argila, caulim, calcário, feldspato, talco); piso de pedra (ardósia, granito, mármore); pintura – tinta (calcário, talco, caulim, titânio, óxidos metálicos); caixa dágua (calcário, argila, gipsita, amianto, petróleo); pias (mármore, granito, ferro, níquel, cobalto); encanamento metálico (ferro ou cobre); encanamento PVC (petróleo, calcita); esquadrias (alumínio ou ligas de ferro-manganês); telhas de cerâmica (argila); telha fibro-amianto (calcário, argi- la, gipsita, amianto); calha (ligas de zinco-níquel-cobre ou fibro-amianto); pregos e parafusos (ferro, níquel). (16) 3. l Pesquisa sobre a exploração de recursos minerais no Brasil de hoje: Que principais riquezas são exploradas? Que grandes empresas as exploram? Que benefícios a exploração desses recursos traz para as cidades, os estados, o País? Há participação estrangeira na exploração de nossos recursos minerais hoje? Que tipo de participação? a Apresentação dos resultados da pesquisa, por meio de cartazes com textos e imagens, em mural da escola. 4. l Leitura do seguinte texto: “Um dos aspectos mais graves da economia industrial de crescimento é a pressão destrutiva que ela exerce sobre os recursos naturais, que são a base material sobre a qual se estabelece a vida humana. (...) foi apenas a partir da Revolução Industrial que a economia passou a se valer cada vez mais do consumo acelerado dos estoques planetários de minérios e combustí- veis fósseis, que são recursos não renováveis. (...) a economia de crescimento tem conseguido (...) ameaçar os próprios recursos ´livres`. Isso porque fenômenos como a poluição em grande escala têm ameaçado tornar escassos recursos, como o ar puro e a água doce, que foram sempre considerados ´livres´, tal a sua abundância.” (17) 5. l Pesquisa e troca de ideias sobre as seguintes questões: Que transformações importantes se deram com a Revolução Industrial? Que é “economia industrial de crescimento”? Por que se acelerou o consumo de recursos não renováveis a partir da Revolução Industrial? Qual a razão de a mineração ser considerada por alguns uma atividade que agride o meio ambiente? Atividade de mineração e desenvolvimento sustentável são incompatíveis? A imagem da mineração como uma atividade agressiva ao meio ambiente e aos interesses do desenvolvimento sustentável está mudando hoje no Brasil? Em caso afirmativo, que fatores têm contribuído para essa mudança? Depósito de Óleo, 1933 Pintura a óleo/tela 50 x 72cm 24 Marinha, 1953 Pintura a óleo/tela 25 x 44cm e) O ambiente é notícia 1. l seleção de notícias sobre desastres ambientais recentes, no Brasil e no mundo, que tenham atingido as águas (de oceanos, lagos, rios), o ar e o solo, quando da extração e do processamento de recursos minerais, ou quando do transporte desses recursos e de bens deles obtidos. Utilizar variadas fontes de consulta: revistas, jornais, TV, internet, entrevistas, etc. a Análise dessas notícias do ponto de vista jornalístico: O que ocorreu? Quando? Onde? Como? Quais as causas? E as consequências? Que providências foram tomadas para solucionar o problema? a Organização do material recolhido e com ele criação de um jornalzinho para ser distribuído na escola e na comunidade. Nesse jornal, além das notícias, inserir, na primeira página, um texto de esclarecimento, denúncia e alerta quanto aos sérios problemas ambientais que atingem o planeta. 2. l Leitura da seguinte informação: “O esgotamento das reservas de combustíveis, assim como os problemas ambientais ocasio- nados pela produção de subprodutos indesejáveis, a devastação das florestas e a inundação de vastas áreas para a formação de represas hidrelétricas vêm obrigando o homem a investir sua inteligência e criatividade na obtenção de formas ‘não convencionais’ de energia.” (18) 3. l Pesquisa a respeito de fontes alternativas de energia (solar, eólica e outras). a seleção de notícias sobre locais que já vêm utilizando algumas dessas fontes no Brasil e no mundo. a redação de um segundo caderno para o jornalzinho anterior, com divulgação dessas iniciativas. f) Poupando nossos tesouros 1. l Leitura do seguinte texto: “Existem muitas coisas maravilhosas que este planeta vem armazenando há bilhões de anos. (...) Temos o petróleo, o ferro, a prata, a areia, o alumínio, o cobre (... ). Esses tesouros são uma dádiva para nós. (...) Mas a quantidade deles é limitada. Quando os usarmos todos, não sobrará nada. Portanto, cabe a nós decidir o que devemos fazer com eles. Devemos tirá-los da Terra e transformá-los em coisas de que realmente não precisamos? Ou devemos poupá-los para que nós – e todas as criaturas da Terra – ainda possamos tê-los?” (19) 2. l Organização, na escola, de um evento de combate ao consumo de supérfluos. a “Dia do Consumo Consciente”: não comprar nada que não seja absolutamente necessário; recolher de sua casa objetos que não estejam sendo utilizados e promover uma feirinha de troca-troca; doar roupas, brinquedos, material escolar de que não mais precisar. 3. l reflexão sobre a seguinte declaração: “O consumismo não existiria sem a publicidade, ferramenta fundamental para influenciar padrões de consumo, formar estilos de vida e, consequentemente, criar necessidades (...) (20) a debate a respeito das características da chamada “sociedade de consumo”: Por que, para alguns, “ter” é mais importante do que “ser”? Para que serve a publicidade? Ela cria necessidades de consumo? Ela alimenta desejos que já existem nas pessoas? Ela “vende” status, estilos de vida, sensação de pertencimento, de inclusão? Ela presta informação para escolhas mais conscientes? Ela pode estimular o consumo compulsivo? Que movimento social surgiu, na década de 1960, de rebeldia à sociedade de consumo (movimento hippie)? Você conhece alguém que tente viver de forma alternati- va, reduzindo ao máximo o consumo, por opção e não por necessidade? 4. l Coleta, em sua casa, de todos os objetos descartados, reutilizando-os para outros fins: potes de vidro (para acondicionar compotas de fabricação caseira, pó de café, biscoitos, etc.; para guardar pequenos objetos, como apon- tador, borracha, pecinhas de jogos, bolas de gude, etc.); embalagens de plástico (para servirem de porta-lápis, porta- -bijuterias, caixas de costura, etc.). “(...). Se tivesse Continuado a soltar papagaio Seria livre como as andorinhas (...) saberia a vida do vento” (Candido Portinari) 24 25 5. l Coleta de garrafas pet, latas de cerveja e refrigerante, embalagens de isopor, aparas de papel, etc. a Confecção, com o material recolhido, de brinquedos variados: cata-vento, papagaio, diabolô, bilboquê, carrinho, aviãozinho; bijuterias com argolas de metal das latinhas de refrigerante; etc. Pedir ajuda ao professor de Artes e consultar na internet sites que ensinam o modo de confeccioná-los. O professor, aproveitando a motivação dos alunos na confecção de papagaios e cata-ventos, poderá abordar a importância do vento na natureza, inclusive como fonte alternativa de energia. 6. l Leitura do texto “Latas”, de Manoel de Barros: “Estas latas têm que perder, por primeiro, todos os ranços (e artifícios) da indústria que as produziu. Segundamente, elas têm que adoecer na terra. Adoecer de ferrugem e casca. Finalmente, só depois de trinta e quatro anos elas merecerão de ser chão. Esse desmanche em natureza é doloroso e necessário se elas quiserem fazer parte da sociedade dos vermes. Depois desse desmanche em natureza, as latas podem até namorar com as borboletas. Isso é muito comum. Diferentes de nós as latas com o tempo rejuvenescem, se jogadas na terra. Chegam quase até de serem pousadas de caracóis. Elas sabem, as latas, que precisam chegar ao estágio de uma parede suja. Só assim serão procuradas pelos caracóis. Sabem muito bem, estas latas, que precisam da intimidade com o lodo obsceno das moscas. Ainda elas precisam de pensar em ter raízes. Para que possam obter estames e pistilos. A fim de que um dia elas possam se oferecer às abelhas. Elas precisam de ser um ensaio de árvore a fim de comungar a natureza. O destino das latas pode também ser pedra. Elas hão de ser cobertas de limo e musgo. As latas precisam ganhar o prêmio de dar flores. Elas têm de participar dos passarinhos. Eu sempre desejei que as minhas latas tivessem aptidão para passarinhos. Como os rios têm, como as árvores têm. Elas ficam muito orgulhosas quando passam do estágio de chutadas nas ruas para o estágio de poesia. Acho esse orgulho das latas muito justificável e até louvável.” (21) 7. l Pesquisa a respeito do importante papel dos chamados “decompositores” no meio ambiente: Quais são os decomposi- tores? Como atuam? Por que a decomposição de todos os seres é necessária na natureza? Qual a relação deles com o processo natural de reciclagem? O professor poderá ajudar os alunos nessa atividade com a leitura do capítulo “A importante tarefa dos decompositores”, do livro Natureza e seres vivos, de Samuel Gurgel Branco. a Coleta de latas que tenham sido jogadas fora. Plantio, nelas, de sementes ou mudas de plantas que deem flores diversas. decoração das latas com frases do texto de Manoel de Barros que você achar mais bonitas. Cuide das plantinhas, regue-as, ponha-as no sol ou na sombra, dê a elas muito carinho, enfeite sua casa. Pronto! Suas latas vão “ganhar o prêmio de dar flores”, passar “do estágio de chutadas nas ruas para o estágio de poesia”... Meninos Soltando Pipas, c.1940 Pintura a óleo/madeira 15 x 12.5cm 28 5. l reflexão – Ainda temos grande parte da Floresta Amazônica em pé, mas a invasão humana é iminente. Quei- madas da floresta nativa trocam as paisagens por pastagens ou cidades. Já destruímos grande parte da Mata Atlântica e estamos destruindo rapidamente o Cerrado. As soluções imediatas para os dois problemas seriam as seguintes: parar as queimadas na Amazônia, intensificar os programas de conservação e uso sustentável, regenerar pelo menos parte das florestas e cerrados perdidos (23). a debate: Ainda há tempo de salvar nossas florestas? Como é possível explorar seus recursos de forma não predatória? O professor poderá citar, como ponto de partida, o exemplo de grupos humanos que vivem ou viveram na Floresta Amazônica explorando seus recursos sem destruí-la. 6. l Informação – Em 1861, D. Pedro II mandou plantar milhares de mudas de árvores, criando a Floresta da Tijuca. Este foi o primeiro exemplo no Brasil de reconstituição de cobertura vegetal com espécies nativas. a Pesquisa sobre a importância dessa medida: Por que a floresta nativa tinha sido destruída? Quais as con- sequências ambientais, na época, dessa destruição? Que problema para os habitantes da cidade levou D. Pedro II a tomar a iniciativa de reconstituir a floresta? O que teve que ser feito previamente? A medida surtiu o efeito esperado? Qual a importância, hoje, da Floresta da Tijuca para a cidade do Rio de Janeiro? 7. l Informação – Apesar da degradação sofrida pelas nossas florestas, tem crescido ultimamente a preocupação em recuperar esses ecossistemas, por meio de projetos, iniciativas, experiências. São ações, enfim, de proteção, regeneração, plantio, planejamento do uso sustentável dos recursos dessas florestas. a Pesquisa e troca de ideias a respeito das medidas concretas que vêm sendo tomadas pelos governos nesse sentido, bem como sobre a atuação de Organizações Não Governamentais (ONGs). 8. l Informação – Marechal Rondon, Noel Nutels, os irmãos Villas-Bôas, Darcy Ribeiro, Irmã Dorothy Stang e Chico Mendes foram personalidades emblemáticas na defesa de nossas florestas e dos povos que nelas vivem. a Pesquisa a respeito da vida dessas figuras e das ações implementadas por elas em nosso País. resumo de suas biografias e confecção de mural com as informações e, se possível, reproduções de retratos dessas personalidades. 9. l Leitura da trova a seguir. “Eu não tenho uma floresta, mas tenho em casa um jardim. O verde mantenho em festa, na parte que cabe a mim!” (A.A.de Assis) a Há uma frase, atribuída ao falecido músico inglês John Lennon, que diz: “Pense globalmente e atue localmente.” Interpretação e roda de conversa: A ideia que a trova transmite teria alguma relação com a frase de Lennon? O que simboliza, na trova, o “jardim” em relação à “floresta”? O que é o “verde”? Que é um verde “em festa”? Qual a importân- cia das ações coletivas? E das ações individuais? O que é ser cidadão? Além dos governos e dos grupos da sociedade civil organizada, o cidadão, individualmente, teria alguma parcela de responsabilidade no cuidado com o meio ambiente? O que diz a trova quanto a isso? Você já pensou sobre a parte que cabe a você? Como alguém pode manifestar seu cuidado Desbravamento da Mata, 1941 Pintura mural a têmpera 316 x 431cm A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2011 o Ano Internacional das Florestas. 28 29 com sua casa, sua escola, sua rua, seu bairro, sua cidade, seu País, com o mundo enfim? E o que cada um tem feito nesse sentido? 10. l Comemoração do Dia da Árvore (21 de setembro): a Plantio de algumas mudas em local apropriado, com o consentimento de órgãos da cidade ligados à administração dos parques e jardins (observar o melhor tipo de árvore de acordo com o espaço). a Montagem de exposição com fotos, desenhos e pinturas de árvores da região. a dramatização de cena em que o personagem central seja uma árvore ameaçada (escrever o roteiro; distribuir os papéis de cada personagem; en- saiar; criar figurinos; montar o palco e o cenário com folhas, flores, galhos, caídos das árvores; representar). a recitação ao ar livre de poemas alusivos a árvores e florestas; leitura, por exemplo, do soneto “Velhas árvores”, de Olavo Bilac: “Olha estas velhas árvores, mais belas Do que as árvores novas, mais amigas: Tanto mais belas quanto mais antigas, Vencedoras da idade e das procelas... O homem, a fera, e o inseto à sombra delas Vivem, livres de fome e fadigas; E em seus galhos abrigam-se as cantigas E os amores das aves tagarelas. Não choremos, amigo, a mocidade! Envelheçamos rindo! envelheçamos Como as árvores fortes envelhecem: Na glória da alegria e da bondade, Agasalhando os pássaros nos ramos, Dando sombra e consolo aos que padecem!” (24) 11. l Criação de um jardim na sua casa ou na escola: observar os tipos de flores que precisam de mais sol ou de mais sombra, de mais ou menos água; informar-se sobre o melhor adubo para a terra; observar as cores das diversas espécies a serem plantadas, tamanho, altura, para planejar sua distribuição estética no espaço disponível. Confecção de plaquinhas artesanais, com pedaços de madeira de demolição, para decorar o jardim; nelas pintar pequenas mensagens éticas e poéticas e decorá-las com motivos ligados à fauna e à flora. 12. l Plantio de flores em vasos para colorir e alegrar toda a casa. Plantar mudas dessas flores em vasinhos para presentear amigos, parentes, professores... decoração desses vasinhos com pedaços de fitas, retalhos de panos estampados, juntando cartões com mensagens de carinho. 13. l Confecção de bloquinhos e cadernos com folhas de papel de em- brulho ou qualquer outro papel descartado. Caprichando e usando seu bom gosto, você poderá presentear amigos. Economia de papel deixa as árvores felizes! 14. l Criação de uma horta na escola. Informar-se sobre os procedi- mentos adequados para o cultivo de verduras, legumes e temperos. Acompa- nhar o crescimento dos vegetais plantados; colher na época devida. a Preparo, com a ajuda das merendeiras, de refeições comunitárias, em determinado dia do mês – o “Dia da Alimentação Saudável”: saladas, sanduíches, sucos, feitos com produtos da horta. a Confecção de mural com cartazes alusivos ao valor nutricional desses alimentos. b) diálogo entre linguagens 1. l Criação de trovas inspiradas nos seguintes quadros de Portinari: Fauna e flora brasileiras; Floresta I; e Vendedor de passarinhos. a decoração de caixinhas de fósforo: escrever ou digitar as tro- vinhas criadas em pequeninos papéis retangulares ou pedaços de tecido e colar nas caixinhas. 2. l Informação – Haicai é um tipo de poesia muito antiga, de ori- gem japonesa, constituída de três versos de cinco, sete, cinco sílabas poéti- cas. Tradicionalmente, fala da natureza, usando termos ligados direta ou indiretamente às estações do ano. Ver como exemplo o belo haicai de Teruko Oda: “O pincel registra O início de primavera: Leveza de cores.” (26) a Criação de haicais para as quatro estações do ano: observar, no lugar em que você vive, aspectos típicos de cada estação – elementos da fauna, da flora, do clima, além das festas e dos acontecimentos marcantes de cada época do ano; escrever haicais que façam alusão ao verão, ao inverno, à primavera e ao outono em sua cidade. Informação: “Nos últimos dez anos descobrimos que plantar uma hor- ta e usá-la como recurso para o preparo de refeições na es- cola é um projeto perfeito para experimentar (...) os prin- cípios da ecologia em ação. A horta restabelece a conexão das crianças com os fundamentos da alimentação – na verdade, com os próprios fundamentos da vida – ao mes- mo tempo que integra e torna mais interessantes pratica- mente todas as atividades que acontecem na escola.” (25) Flores II, 1942 Gravura a ponta-seca/papel 24,5 x 18,8cm 30 a Ilustração do haicai com uma pintura, desenho ou foto para confecção de cartões poéticos de boas-vindas a cada nova estação do ano. Como é importante observar as mudanças da natureza, seus ciclos, os reflexos sobre nossas emoções, sentimen- tos, estados de espírito!... 3. l Informação – Frans Krajcberg, polonês naturali- zado brasileiro, é um ativista ecológico e artista plástico preocupado com a preservação do meio ambiente. Ficou famoso internacionalmente por suas esculturas com madeiras de cedro mortas. Fez várias viagens à Ama- zônia e ao Pantanal Mato-Grossense, documentando os desmatamentos e coletando troncos e raízes calcinados para usar como material em suas obras de arte. Vive atualmente em Nova Viçosa, sul da Bahia. Lá, no Sítio Natura, se encontra seu ateliê e o Museu Ecológico Frans Krajcberg. “Toda a sua obra se constitui num grito pungente da natureza viva, ameaçada de morte.” (27) a Pesquisa, em livros de arte ou na internet, de imagens de algumas dessas esculturas feitas por Frans Krajcberg com madeiras de florestas queimadas. a Criação de um trabalho artístico (desenho, pintu- ra, colagem, escultura, poema, texto em prosa, etc.) que tenha por título “O grito pungente da natureza”. 4. l Leitura da letra da música e, se possível, audição da melodia de “Passaredo”, de Francis Hime e Chico Buarque. Menino com Pássaro, 1957 Pintura a óleo/tela 65 x 53cm “Ei, pintassilgo Oi, pintarroxo Melro, uirapuru Ai, chega-e-vira Engole-vento Saíra, inhambu Foge, asa-branca Vai, patativa Tordo, tuju, tuim Xô, tié-sangue Xô, tié-fogo Xô, rouxinol sem fim Some, coleiro Anda, trigueiro Te esconde, colibri Voa, macuco Voa, viúva Utiariti Bico calado Toma cuidado “Íamos ver os ninhos de Passarinhos, cada um zelava De uns quantos. Nenhum os maltratava.” (29) (Candido Portinari ) Que o homem vem aí O homem vem aí O homem vem aí Ei, quero-quero Oi, tico-tico Anum, pardal, chapim Xô, cotovia Xô, ave-fria Xô, pescador-martim Some, rolinha Anda, andorinha Te esconde, bem-te-vi Voa, bicudo Voa, sanhaço Vai, juriti Bico calado Muito cuidado Que o homem vem aí O homem vem aí O homem vem aí” (28) 5. l roda de conversa: Quais dos pássaros citados na letra da música você conhece? Quais as característi- cas dessas avezinhas? Qual tem o canto mais belo? Qual a mais colorida? Quais as que existem em sua cidade? Alguma delas está ameaçada de extinção? 6. l troca de ideias sobre a letra da música “Passare- do”: Quem é esse homem? Como ele é? O que ele pretende? Você conhece alguém assim? Ele está retratado em algum dos quadros de Candido Portinari? Ele pode ser punido de alguma forma? Como? O que você diria a esse homem? 7. l Criação de uma música cuja letra fale a esse “homem” citado em “Passaredo” o que ele precisaria ouvir de você. a Criação da letra e da melodia. a Criação de instrumentos de percussão com elementos descartados pela natureza e pelo ser humano (consultar os professores de Artes e Música; e sites como, por exemplo, www.ciclonatural.com.br). a gravação de sons de cantos de pássaros. a Apresentação da música, acompanhada dos instru- mentos musicais criados e do canto gravado dos pássaros. 8. l Leitura do início do poema “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias. De longe, da Europa, esse poeta cantou o Brasil em versos, lembrando-se com sauda- de do sabiá e das palmeiras, típicos de nossa fauna e nossa flora. “Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.” (30) a Minha terra tem também... Pesquisa a respeito do pau-brasil, da seringueira e do cacaueiro. Quais as suas características? Em que regiões são encontradas? Com que finalidade são exploradas? Alguma delas sofreu ex- 32 33 dão no compartilhamento, na troca, no diálogo, no respei- to à singularidade. Em contrapartida, o painel Guerra projeta o sofrimento, a angústia, o desespero, a dor, por meio de homens e mulhe- res, abraçados a si mesmos ou enlaçados uns aos outros. Afirmam a presença da solidão como especial convite para que sejam pensadas e realizadas ações capazes de transfor- mar o presente em futuro de esperança e paz. O convite para Candido Portinari criar e executar a obra de arte a ser doada pelo governo brasileiro à Organização das Nações Unidas, destinada à nova sede da ONU, foi ofi- cializado em 1952 pelo secretário-geral dessa instituição, cuja responsabilidade principal é viabilizar a articulação e a negociação entre dirigentes de diversos países que a in- tegram, em busca de caminhos para a construção da paz mundial. Em 27 de fevereiro de 1956, o então Presidente da Repú- blica Juscelino Kubitschek inaugurou no Theatro Munici- pal do Rio de Janeiro a exposição dos referidos painéis, que foram enviados a Nova York no mesmo ano. No entanto Portinari não é convidado para a cerimônia oficial, em virtude de seu envolvimento com o Partido Comunista. Os painéis seguem para os Estados Unidos, onde são mon- tados no hall de entrada da Assembleia Geral e lá per- manecem até hoje. (Isabel Reis) a Solicitar um voluntário para ler a legenda de título do quadro. a Explicar ao grupo que, para representar a Paz, Portinari inspirou-se na vida rural e bucólica de sua cidade natal, povoando-a de personagens que lembram a sua infância na cidade de Brodowski, interior de São Paulo: o menino com a arapuca (no centro, embaixo), o coral de crianças (no alto, à esquerda), os dois bodes brincando (no centro do painel), o menino plantan- do bananeira, o bumba meu boi (na parte inferior), as colheitas de arroz (no alto do painel), entre outros. A concepção de Paz do artista é representada pela tranquilidade encontrada no campo, pela gente simples, as crianças po- bres, os lavradores. Portinari encontrou no modo de vida dos humildes, num ambiente agrícola, a harmonia que pode ser desfrutada por uma sociedade pacífica e feliz. a Propor ao grupo que procure no quadro esses personagens citados, e que ao mesmo tempo comente se na sua cidade pode identificar personagens semelhantes a esses. a Perguntar ao grupo quais as cores predominantes no painel. Propor que cada um dos participantes descreva como ele vê, sente e pode transmitir a Paz. Prancha número 15: Plantando bananeira a Propor que os participantes digam o que veem nesta cena registrada pelo quadro. a Perguntar ao grupo quantos personagens há no quadro (o menino e o carneiro). a Propor que descrevam o que o menino está fazendo, observando como a legenda do título auxilia essa compreensão. Perguntar ao grupo se alguém sabe plantar bananeira e quais os conheci- mentos e habilidades necessários para a realização dessa brincadeira. a Propor que o grupo busque no painel Paz a confirmação da presença desta cena. Após ela ser identificada, perguntar quais são as similaridades e diferenças entre o estudo e o painel. a Conversar com o grupo sobre a maneira pela qual o artista dividiu o fundo do quadro (duas cores: azul, representando o céu, e marrom claro, re- presentando o chão onde as figuras do menino e do carneiro estão apoiadas). a Conversar sobre a técnica utilizada pelo artista (tinta a óleo sobre tela, feita com pinceladas cheias de tinta, presentes tanto na figura do menino, quanto na do carneiro, no céu e no solo. Prancha número 16: Dança de roda a Solicitar um voluntário para ler a legenda de título do desenho. a Explicar ao grupo que este é um estudo para uma das partes do painel Paz. a Propor que o grupo procure no painel Paz a presença deste desenho, destacando as modificações e similaridades desta situação representada no estudo e na obra acabada. a Perguntar ao grupo quais as cores predominantes na obra e explicar os diversos materiais usados por Portinari para produzir este desenho. Conversar com o grupo que a dança de roda era uma das formas pelas quais o pintor via a paz, numa visão singela da infância. (Concepção de paz na alegria e na inocência das brincadeiras infantis, que também favoreciam o exercício da afetividade). Ressaltar para o grupo que as meninas brincando de roda fazem parte das brincadeiras típicas infantis: uma referência às brincadeiras da infância do pintor, passada em Brodowski. Solicitar que os participantes relatem como esta brincadeira tão antiga é pra- ticada em sua cidade. Prancha número 17: Guerra a Solicitar um voluntário para ler a legenda de título do quadro. a Explicar ao grupo que, para representar a Guerra, Portinari optou pelo tema dos “Quatro Cavaleiros do Apocalipse” (à direita, acima das hienas), em vez de soldados, armas, bombas e aviões em chamas. Uma visão simbólica em que a guerra seria representada através do sofrimento do povo. O bem e o mal, construindo a vida e também a morte. O sofrimento e as provações estão estampados nos rostos e nos corpos dos homens, mulheres e crianças, em toda a extensão do painel. Podemos contar 7 vezes a presença da figura da mãe com o filho morto no colo, fazendo alusão à célebre obra de 34 Leonardo da Vinci, Pietà (escultura em mármore de Carrara), representando Maria abrigando o corpo de seu filho, Jesus Cristo, no colo, após ele ter sido retirado da cruz. As faces dos retirantes nordestinos pintados por Portinari aparecem nos semblantes dos quase 70 personagens colocados no painel. O grupo de hienas (canto lateral, inferior, direito) é uma metáfora do homem violento, que faz a guerra. a Propor ao grupo que procure no quadro esses personagens. a Perguntar ao grupo quais as cores predominantes no painel. a Propor que cada um dos participantes descreva como ele vê, sente e pode transmitir a Guerra. Prancha número 18: A morte cavalgando a Explicar ao grupo que este desenho é um dos estudos para o painel Guerra. a Propor que um voluntário leia a legenda indicativa do título e perguntar se essa informação amplia ou modifica a percepção de cada um ao ver a imagem da obra indicada. a Convidar um dos participantes a contar aos colegas que leitura ele faz desta imagem: o que expressam os personagens; que sensação lhe causa esta figura da caveira, cavalgando, com a foice. a Perguntar se já viram em algum outro lugar esta imagem represen- tando a morte. a Perguntar que relação esta cena pode ter com o tema Guerra. Prancha número 19: Mãe e filha a Explicar ao grupo que este desenho é um dos estudos para o painel Guerra. Portinari se utilizou de diferentes qualidades de lápis (o grafite, o crayon, o lápis cera e o lápis sanguínea, que tem esse nome por causa da sua cor vermelha) para criar este desenho. Conversar com o grupo sobre as diferentes composições desses materiais e quais os resultados obtidos pelo artista ao empregá-los. a Solicitar que os participantes descrevam os sentimentos que as persona- gens deste desenho expressam. Qual a relação entre as duas personagens? a Perguntar ao grupo que relações esta cena pode ter com o tema Guerra. a Propor ao grupo que busque no painel Guerra a presença desta cena representada aqui por desenho, observando se existem modificações na re- presentação do estudo e do painel. Prancha número 20: Mulher com menino morto a Explicar ao grupo que este desenho é mais um estudo para o painel Guerra. a Convidar os participantes a contar aos colegas que leitura se pode fazer desta imagem: o que expressam os personagens, qual a relação entre eles, que relações esta cena pode ter com o tema Guerra. a Conversar com o grupo sobre o sofrimento da mãe ao perder o filho e refletir sobre as diversas situações que retiram a vida de crianças. (Ressal- tar os detalhes desta relação da mãe segurando o filho morto no quadro. Conversar sobre o porquê de este tipo de imagem da mãe com o filho mor- to no colo ser conhecido por “Pietà”: trata-se de uma palavra em italiano, que quer dizer piedade. A escultura do artista italiano Michelangelo, que viveu de 1475 a 1564, mostra Maria, com seu filho Jesus, morto, logo que foi retirado da cruz, e tem o nome de Pietà. Foi daí que se convencionou dar o nome de “Pietà” a uma pintura ou escultura com este tema). a Propor que os participantes localizem no quadro Guerra este desenho. Quantas vezes esta imagem da mãe com o filho morto no colo aparece no painel Guerra? Prancha número 21: Homem a Conversar com o grupo a respeito dos estudos realizados por Portinari para os painéis Guerra e Paz. Antes de pintar os painéis Portinari realizou o que chamamos de “estudos preliminares”, compostos de cerca de 190 desenhos de personagens, 4 ma- quetes e 14 quadros de grandes formatos. Os desenhos foram, em seguida, selecionados para a composição final dos grandes painéis, de 14m x 10m. As maquetes, de 1,37 x 1m, e os 14 grandes quadros pintados orientaram todo o tempo a execução dos grandes painéis. a O que o personagem representado na figura de um homem parece estar fazendo? a Conversar com o grupo sobre a força expressiva de detalhes do corpo (pescoço, pés, mãos, olhos, etc.) deste personagem. a Perguntar aos participantes que associações eles podem fazer ao ver este desenho. Por quê? Prancha número 22: Mulher a Explicar ao grupo que este é um dos estudos que serviram de base para uma das partes do painel Guerra. a Observar com o grupo que este quadro é um desenho a grafite e lápis de cor. a Propor ao grupo que busque no painel Guerra a presença desta cena representada aqui por desenho, observando se existem modificações na re- presentação do estudo e do painel. a Propor ao grupo que faça uma lista de palavras que lhe vêm à mente ao observar este desenho. Em seguida pedir que cada um dos participantes fale quais são essas palavras e, se possível, explique por que essas palavras foram escolhidas. 34 35 II – AtIvIdAdes IntegrAdAs a) reflexão e ação 1. l Leitura do seguinte fragmento de texto de Leonardo Boff: “O sintoma mais doloroso, já constatado há décadas por sérios analistas e pensadores con- temporâneos, é um difuso mal-estar da civilização. Aparece sob o fenômeno do descuido, do descaso e do abandono, numa palavra, da falta de cuidado. − Há um descuido e um descaso pela vida inocente de crianças, usadas como combustível na produção para o mercado mundial. (...) − Há um descuido e um descaso manifesto pelo destino dos pobres e marginalizados da humanidade, flagelados pela fome crônica (...) − Há um descuido e um descaso imensos pelo sorte dos desempregados e aposentados, so- bretudo dos milhões e milhões de excluídos do processo de produção, tidos como descartáveis e zeros econômicos. (...) − Há um descuido e um abandono dos sonhos de generosidade (...) Menospreza-se a tra- dição da solidariedade. Faz-se pouco dos ideais de liberdade e de dignidade para todos os seres humanos. (...) − Há um descuido e uma falta de atenção na salvaguarda da nossa casa comum, o plane- ta Terra. Solos são envenenados, ares são contaminados, águas são poluídas, florestas são dizimadas, espécies de seres vivos são exterminadas (...)” (35) 2. l Interpretação do texto lido: A que fato criminoso o autor se refere, ao mencionar o “descaso pela vida inocente das crianças”? Como se explica, nesse mesmo contexto, a comparação de “crianças” a “combustível”? Quem são os “marginalizados da humanidade”? Como se explica a equiparação do ser humano a um objeto que não mais serve, que por isso se pode descartar? a seleção (em jornais, revistas, rádio, TV, etc.) e apresentação de notícias que exemplifiquem: – abandono da generosidade; – menosprezo pela solidariedade; – descaso pelos ideais de liberdade e dignidade para todos. a seleção de algumas pranchas de quadros de Candido Portinari que poderiam ilustrar situações resultantes de alguma forma de descaso. Apresentação e explicação oral. 3. l O teólogo Leonardo Boff denuncia em seu texto: “Há um descuido e uma falta de atenção na salvaguarda da nossa casa comum, o planeta Terra.” O cientista Marcelo Gleiser dá a seguinte declaração: “Estamos aprendendo que a Terra é um planeta extrema- mente importante, extremamente raro, quase um oásis sagrado, em uma galáxia extremamente hostil à vida. (...) A vida é rara, nós, seres inteligentes, somos extremamente raros (...) e, portanto, importantíssimos na preservação da vida. Temos uma nova missão cósmica: preservar a vida a todo custo, entender a impor- tância fundamental da Terra e a nossa dependência dela também. Cada vez mais, entendemos o seguinte: a Terra estaria perfeitamente bem sem a gente, mas a gente, sem a Terra, não conseguiria sobreviver.” (36) a escolha, nessa declaração de Marcelo Gleiser, da frase que seja o mais contundente grito de alerta em relação ao fato que Leonardo Boff denuncia. 4. l Em outro fragmento do texto lido, Leonardo Boff afirma: “Há um descuido e um descaso imensos pelo sorte dos desempregados e aposentados”. Isso nos remete à questão da importância do trabalho tanto do ponto de vista individual quanto social. Candido Portinari, em muitos de seus quadros, valoriza o homem que trabalha, ao mesmo tempo que denuncia as difíceis condições de vida de alguns desses trabalhadores, seus corpos refletindo a dureza de seus ofícios. O trabalho compar- tilhado é um dos símbolos de situações de paz na sua obra. e Organização do evento “Mãos à Obra de Mãos Dadas”, em homenagem a todos que trabalham ou já trabalha- Colheita de Café, 1958 Pintura a óleo/madeira 60 x 73cm Pescadores,1953 Pintura a óleo/tela 61 x 73cm 38 Anexos I. sugestões de atividades complementares Para o módulo 1: l Aos alunos a partir do 6º. ano do Ensino Fundamental, aos alunos do Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA): a leituras de livros: Plantando uma amizade, de Rubens Matuck; Justi- no, o retirante, de Odette de Barros Mott; a leitura das letras e audição das seguintes músicas que falam do senti- mento de quem sai de seu lugar de origem e pisa em novo chão: “Asa branca”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira;“Sampa”, de Caetano Veloso; “Peguei um Ita no Norte”, de Dorival Caymmi. l Aos alunos a partir do 9º ano do Ensino Fundamental, aos alunos do Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA): a leituras de livros: Vidas secas, de Graciliano Ramos, e Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, que tratam da dura vida do ser- tanejo nordestino. Para o módulo 2: l Aos alunos a partir do 6º. ano do Ensino Fundamental, aos alunos do Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA): a leitura de livros: Na praia, no luar, tartaruga quer o mar, de Ana Ma- ria Machado; Aventuras de uma gota d’água, de Samuel Murgel Branco; Os rios morrem de sede, de Wander Piroli; A Iara e a poluição das águas, de  Samuel Murgel Branco; a leitura das letras e audição das seguintes músicas: “As baleias”, de Ro- berto Carlos e Erasmo Carlos; “Planeta Água”, de Guilherme Arantes; “Águas de março”, de Tom Jobim; “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinicius de Moraes; canções praieiras de Dorival Caymmi; a visita ao local ou via internet ao Projeto Tamar e ao Instituto Jubarte. l Aos alunos a partir do 9º ano do Ensino Fundamental, aos alunos do Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA): a leitura do poema “Adeus a Sete Quedas”, de Carlos Drummond de Andrade. Para o módulo 3: l Aos alunos a partir do 6º. ano do Ensino Fundamental, aos alunos do Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA): a leitura dos livros Passeio por dentro da Terra e Carolina e o vento, de Samuel Murgel Branco; a leitura da letra e audição da música “Tema de Os inconfidentes”, de Chico Buarque e Ennio Morriconi, música criada sobre versos de Cecília Mei- reles, no Romanceiro da Inconfidência; a apreciação dos filmes O aleijadinho (2003), dirigido por Geraldo Santos Pereira; Os trapalhões na Serra Pelada (1983), dirigido por J. B. Tanko; e Só dez por cento é mentira (2009), de Pedro Cezar, sobre a vida e a obra do poeta Manoel de Barros; a visita, via internet, ao Museu de Mineralogia de Minas Professor Djalma Guimarães e ao Museu de Ciência e Técnica Escola de Minas / UFOP – Ouro Preto. 38 39 Para o módulo 4: l Aos alunos a partir do 6º. ano do Ensino Fundamental, aos alunos do Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA): a leitura de livros: Pau-brasil, de Regina Casé e Estevão Ciavatta; Frans Krajcberg, de Renata Sant’Anna e Valquíria Prates; ABC do Zoo – animais do Brasil, de Pedro Maia; Rubens, o semeador, de Ruth Rocha; A última flor amarela e Vida de passarinho, de Caulus; Tutu, o menino índio, de Toni Brandão; Curupira e o equilíbrio da natureza, Florinha e a fotos- síntese e Natureza e seres vivos, de Samuel Murgel Branco; Não se mata na mata: lembranças de Rondon e Gente, bicho, planta: o mundo me encanta, de Ana Maria Machado; e mais as seguintes obras de Rubens Ma- tuck: A caatinga; Árvores das cidades; Histórias da floresta: Pescaria e O gavião; Plantando uma amizade; Por dentro da Mata Atlântica; Por dentro dos cerrados; Tudo é semente;   a leitura da letra e audição da música “Passarim”, de Tom Jobim e Paulo Jobim; a apreciação do seguinte filme: Tainá – uma aventura na Amazônia, dirigido por Tânia Lamarca e Sérgio Bloch; a visita aos seguintes museus: Museu Ecológico Frans Krajcberg (Bahia), Museu da Borracha (Acre), Museu do Cacau (Bahia); na impossibilidade, visita aos sites dessas instituições; a visita ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro; na impossibilidade, visita ao site. l Aos alunos a partir do 9º ano do Ensino Fundamental, aos alunos do Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA): a leitura dos livros Terras do sem-fim e São Jorge dos Ilhéus, de Jorge Amado. Para o módulo 5: l Aos alunos a partir do 6º. ano do Ensino Fundamental, aos alunos do Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA): a leitura dos seguintes livros: O menino do dedo verde, de Maurice Druon; Azul e lindo: planeta Terra, nossa casa e Declaração universal dos direitos humanos, de Ruth Rocha e Otavio Roth; 50 coisas simples que as crianças podem fazer para salvar a Terra, The Earth Works Group, tradução de Reynaldo Guarany; a leitura das letras e audição das músicas: “Planeta Água”, de Guilherme Arantes; “O sal da Terra”, de Beto Guedes e Ronaldo Bastos; “Planeta azul”, de Xororó e Aldemir”. l Aos alunos a partir do 9º ano do Ensino Fundamental, aos alunos do Ensino Médio e aos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA): a leitura dos seguintes livros: Saber cuidar – ética do humano – compaixão pela Terra, de Leonardo Boff; Mundo sustentável, de André Trigueiro. II. estilos/movimentos artísticos Classissismo – a pintura acadêmica – pintura caracterizada por um rigoroso estudo da figura humana; pelas proporções consideradas “corretas” das figuras retratadas; por uma grande preocupação em mostrar a cena o mais realisticamente possível. São considerados mestres da pintura clássica: Raphael (1483-1520), Tintoretto (1518-1594), Michelangelo(1475 -1564), Leo- nardo da Vinci (1452-1519). Impressionismo - movimento surgido na França em 1860. O nome “impressionismo” foi cunhado por um crítico de arte da época, inspirado no título do quadro de Claude Monet, “Impressão - o amanhecer”. Os “im- pressionistas”, que incluem Pissarro, Sisley, Renoir, entre outros, rejeitavam os tons escuros em sua paleta, saíam dos ateliês sombrios do século 19 e bus- cavam inspiração na luminosidade dos parques, do campo, das ruas de Pa- ris. As pinturas impressionistas são caracterizadas por suas cores brilhantes, pelos temas alegres e festivos, pela imagem de belas mulheres. Seus segui- dores privilegiavam a transmissão de uma sensação a partir da observação, utilizando-se de pinceladas fragmentadas e um prisma de cores. Este movi- mento marca o processo de ruptura com a tradição pictórica dos classisistas. expressionismo – movimento que engloba a arte, a literatura e a arquitetura e que visa comunicar as realidades emocionais de uma situa- ção, não estando preso a mostrar o aspecto realista “externo”. O termo foi primeiramente usado na Alemanha em 1911, mas as raízes do movimento podem ser traçadas a partir de Van Gogh e Gauguin, em 1880. Foram nomes influentes no movimento o norueguês Edvard Münch e o belga James Ensor. No expressionismo as concepções tradicionais de beleza e proporção clássicas são abandonadas visto que o artista desconstrói esses parâmetros. Liberto do realismo clássico o artista expressa os seus sentimentos através da distorção das formas, das cores vibrantes e do exagerado ritmo linear. 40 Cubismo – surgido em 1907, quando Picasso e Braque passam a rejeitar as formas e a perspectiva usadas pelos renascentistas e dão menor atenção às preocupações com a luz e a atmosfera, tão presentes nos impressionistas. A obra “As moças de Avignon”, de Picasso, marca o início do movimento e explora as relações entre cor e linha, figura e fundo, volume e plano, ressal- tando o caráter pictórico da representação, mas sem abandonar a referência direta com a realidade. Objetos e pessoas são pintados a partir de uma aná- lise “geometrizada” do real. São nomes expressivos dentro do movimento: Pablo Picasso (1881 -1973), George Braque (1882-1963), Fernand Léger (1881 - 1955), André Derain (1880 -1954). surrealismo - movimento importante surgido na França, entre as duas guerras mundiais. O primeiro Manisfesto Surrealista de André Breton, de 1924, propunha a subversão do realismo do século 19 por três outras caracte- rísticas: o humor, o sonho e o absurdo. A ideia básica era de libertar o artista da necessidade da lógica clássica, abrindo espaço para a lógica do universo onírico, a lógica do nonsense, que para uma lógica realista parece sem sen- tido. Vários trabalhos de Dali, Magritte e Tanguy buscam recriar a fantasia através do mundo dos sonhos. Objetos são retirados de seu contexto habitual, seus tamanhos drasticamente mudados, ou são representados como sendo feitos de material completamente inadequados, tais como os relógios derreti- dos de Dali. São nomes representativos dentro do movimento: Salvador Dali (1904-1989), René Magritte (1898-1976), Giorgio de Chirico. O Surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criadora. III. Características gerais da técnica de pintura suporte - É o material sobre o qual é feita a pintura. Em artes plásticas podem ser utilizadas como suporte a madeira e aglomerados, resinas sin- téticas, papel, pedra, vidro, tecido (tela) ou mesmo paredes rebocadas. Não deve ser confundida com base, que se trata da superfície já preparada antes que o processo de pintura tenha início. O propósito da base é isolar a tinta do suporte de modo que impeça a interação química entre ambos; tornar o su- porte menos absorvente; propiciar uma superfície satisfatória para a pintura ou o desenho e realçar o brilho das cores. Ex.: o gesso na pintura de cavalete. tinta - pigmentos: material sólido de origem vegetal, animal ou mineral (e atualmente também sintético), que caracteriza a cor da tinta. Estes são os elementos básicos das tintas e em suas composições podem ser utilizadas ter- ras naturais ou calcinadas, resíduos animais e vegetais (osso calcinado, san- gue ou folhas), pedras, pó de ouro ou prata. Determinado pigmento, como o giz ou caulim, classificado como material inerte e com efeito limitado sobre a cor da tinta, é adicionado para controlar as propriedades de uma tinta ou reduzir custos. veículo - também denominado medium, emulsão ou diluente, é o meio onde os pigmentos vão ser diluídos. Pode ser líquido, como a água, cera der- retida, cola, óleo ou gema de ovo; ou sólido, como o talco, o gesso ou a argila. Aderente - também denominado aglutinante, é a substância que “liga” as partículas de pigmento de uma tinta, agindo também como responsável pela aderência (fixação) do pigmento ao suporte. Pode ser à base de água, goma-arábica ou cola. Iv. Algumas técnicas usadas por Candido Portinari têmpera – Técnica pictórica que emprega solução especial de tintas dilu- ídas em veículos à base de cola, gema de ovo e água. A têmpera se caracteriza pela vivacidade e pela profundidade do campo cromático que permite. Sua execução deve ser muito rápida, pois a solução seca em pouco tempo (pintu- ra a têmpera/ reboco – painel a têmpera). Afresco – Técnica de pintura mural, muito antiga, usada pelos artistas italianos entre os séculos 14 e 16. A parede é preparada com camadas de gesso e o artista trabalha enquanto a última camada ainda está molhada, com pigmentos de cor a base de água. Pintura a óleo – Técnica pictórica à base de tintas misturadas com óleos (de linhaça ou de noz) e resinas vegetais secativas; aplicadas sobre tela (tecido), pedra, madeira (painel), papelão ou cobre (dificilmente sobre papel ou per- gaminho, devido às bordas de absorção deixadas pelas substâncias oleosas). A pintura a óleo sempre foi, desde o século 15, a técnica preferida pela maioria dos artistas plásticos, pela variedade de suportes que permite utilizar. O óleo (que não seca sobre a tela, e sim se oxida, formando uma película dura, ligando o pigmento à base) permite modificações de cor e de tonalidades produzidas pela combinação de camadas translúcidas superpostas, além de permitir qualquer variedade de textura, do empaste à superfície lisa da porcelana. 42 43 37. RAMOS, Graciliano. Vidas secas. São Paulo: Livraria Martins Editora S.A., 1969. 38. SANTOS, Joel Rufino dos. História do Brasil. 2º. Grau. São Paulo: Editora FTD S.A. 39. SCHWARCZ, Lilia Moritz e GOLDSTEIN, Ilana Seltzer (organização). O universo de Jorge Amado – cadernos de leituras. São Paulo: Editora Schwarcz Ltda., 2009. 40. STRICKLAND, Carol. Arte Comentada – da pré-história ao pós- moderno. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999. 41. THE EARTH WORKS GROUP. 50 Coisas simples que as crianças podem fazer para salvar a Terra. Tradução de Reynaldo Guarany. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 2003. 42. THE EARTH WORKS GROUP. Manual de reciclagem. Tradução Outras Palavras. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 2003. 43. TRIGUEIRO, André (coordenação). Meio ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2003. 44. TRIGUEIRO, André. Mundo sustentável. São Paulo: Editora Globo S.A., 2005. 45. Conceitos para se fazer educação ambiental / Secretaria do Meio Ambiente, Coordenadoria de Educação Ambiental. - 2ª. ed. São Paulo: A Secretaria, 1997 – (Série Educação Ambiental) II – sItes: 1. www.cartadaterrabrasil.org/ 2. www.ciclonatural.com.br 3. www.dicionariompb.com.br 4. www.ecoparque.org.br 5. www.jbrj.gov.br 6. www.mundosustentável.com.br 7. www.portinari.org.br 8. http://sosfauna.braslink.com 9. www.sosma.org.br III – teXtOs enCOntrAdOs nA Internet: 1. “A Carta da Terra”. Disponível em < www.cartadaterrabrasil.org/> 2. “Adeus a sete quedas”, de Carlos Drummond de Andrade. Disponível em: <http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond30.htm> 3. “A importância dos recursos minerais”. Cesar Antônio Schenini. Disponível em <http://www.mundovestibular.com.br/articles/4259/1/A-IMPORTANCIA- DOS-RECURSOS-MINERAIS/Paacutegina1.htm> 4. “Arrastão”. Edu Lobo e Vinicius de Moraes. Disponível em <http://www. vagalume.com.br/edu-lobo/arrastao.html> 5. “Asa branca”. Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Disponível em <http:// www.vagalume.com.br/luiz-gonzaga/asa-branca.html> 6. “Importância dos recursos minerais”. Disponível em <http://www. mundovestibular.com.br/ar ticles/4259/1/A-IMPORTA NCIA-DOS- RECURSOS-MINERAIS/Paacutegina1.htm> 7. “Lamento sertanejo”. Dominguinhos e Gilberto Gil. Disponível em <http:// www.vagalume.com.br/ze-ramalho/lamento-sertanejo.html> 8. “O mar”. Dorival Caymmi. Disponível em <http://www.vagalume.com.br/ dorival-caymmi/o-mar.html> 9. “Recurso natural” (adaptação). Disponível em <pt.wikipedia.org/wiki/ Recurso_natural> 10.   “Sonhos brasis”, de Gonzaguinha. Disponível em <www.gonzaguinha. com.br> 44 Portinari – Arte e meio ambiente Ficha técnica Criação e coordenação geral do projeto: Suely Avellar elaboração do caderno do professor I. Leitura dos quadros: Suely Avellar Isabel Reis II. Atividades Integradas: Nadya Ferreira Jesus Lena Jesus Ponte design gráfico e diagramação: Rita Loureiro Projeto Portinari direção: João Candido Portinari Área técnica: Noélia Coutinho Elisanete Albernaz da Silva Área de arte educação: Suely Avellar Isabel Reis Área de comunicação e projetos: Maria Duarte Gabriela Valente Juliana Cassidy Sarah Bazin (estagiária) Área de tecnologia: Rafael Pereira Área administrativa: Roseane Macedo Vera Bendia Fatima Pereira Reinaldo Oliveira Assessoria Jurídica: Maria Edina de O. Carvalho Portinari Luís Guilherme Vieira 44 45