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Guias e Dicas
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CADERNO DO PROFESSOR - EDUCAÇÃO FÍSICA, Exercícios de Matérias técnicas

ATIVIDADES ESPORTIVAS ESCOLARES

Tipologia: Exercícios

2017

Compartilhado em 02/08/2023

rogerio-aka
rogerio-aka 🇧🇷

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Pré-visualização parcial do texto

Baixe CADERNO DO PROFESSOR - EDUCAÇÃO FÍSICA e outras Exercícios em PDF para Matérias técnicas, somente na Docsity! 3a SÉRIE ENSINO MÉDIO Caderno do Professor Volume 1 EDUCAÇÃO FÍSICA Linguagens MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR EDUCAÇÃO FÍSICA ENSINO MÉDIO 3a SÉRIE VOLUME 1 Nova edição 2014-2017 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO São Paulo Orientação sobre os conteúdos do volume 5 Tema 1 – Luta: boxe 8 Situação de Aprendizagem 1 – Conhecendo e vivenciando o boxe 14 Atividade Avaliadora 22 Proposta de Situações de Recuperação 22 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 23 Tema 2 – Contemporaneidade: diferenças de gênero e de sexo e expectativas de desempenho físico e esportivo como construções culturais 24 Situação de Aprendizagem 2 – Gênero e sexo: diferenças, preconceitos e expectativas de desempenho 26 Atividade Avaliadora 28 Proposta de Situações de Recuperação 29 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 29 Tema 3 – Corpo, saúde e beleza: princípios do treinamento físico 31 Situação de Aprendizagem 3 – Elaborando um programa de treinamento 35 Atividade Avaliadora 41 Proposta de Situações de Recuperação 41 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 41 Tema 4 – Atividade rítmica: hip-hop e street dance 42 Situação de Aprendizagem 4 – O movimento hip-hop 46 Situação de Aprendizagem 5 – Street dance 47 Atividade Avaliadora 50 Proposta de Situações de Recuperação 50 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 51 Tema 5 – Lazer e trabalho: ginástica laboral 52 Situação de Aprendizagem 6 – Saúde e trabalho 53 Atividade Avaliadora 58 Proposta de Situações de Recuperação 59 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 59 Tema 6 – Contemporaneidade: esportes radicais 60 Situação de Aprendizagem 7 – A invenção da roda e a criatividade sobre rodas 61 Atividade Avaliadora 67 Proposta de Situações de Recuperação 68 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 69 Quadro de conteúdos do Ensino Médio 70 SUMÁRIO 5 Educação Física – 3ª série – Volume 1 ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME Por Cultura de Movimento entende-se o conjunto de significados e sentidos, símbolos e códigos que se produzem e reproduzem dinamicamente nos jogos, nos esportes, nas danças e nas atividades rítmicas, nas lutas, nas ginásticas etc., que influenciam, delimitam, dinamizam e/ou constrangem o Se-Movimentar dos sujeitos, base de nosso diálogo expressivo com o mundo e com os outros. O Se-Movimentar é a expressão individual e/ou grupal no âmbito de uma Cultura de Movimento; é a relação que o sujeito estabelece com essa cultura a partir de seu repertório (informações, conhecimentos, movimentos, condutas etc.), de sua história de vida, de suas vinculações socioculturais e de seus desejos. A Educação Física no Ensino Médio deve possibilitar que os alunos confrontem suas experiên cias de Se-Movimentar no âmbito da Cultura de Movimento juvenil com ou- tras dimensões do mundo contemporâneo, gerando conteúdos mais próximos de sua vida cotidiana. Assim, a Educação Física pode se tornar mais relevante para eles, não só durante o tempo e o espaço da escolari- zação, mas, e principalmente, auxiliando- -os a compreender a Cultura de Movimento de forma mais crítica. Isso possibilitará aos alunos participar e intervir nessa cultura com mais recursos e de forma mais autôno- ma. Vale lembrar que os alunos de Ensino Médio, ao longo dos ciclos anteriores de esco- larização, já vivenciaram um amplo conjunto de experiências de Se-Movimentar, incluindo o contato com as codificações das culturas lú- dica, esportiva, gímnica, rítmica e das lutas. Podemos, então, definir como objetivos gerais da Educação Física no Ensino Médio: a compreensão do jogo, do esporte, da ginás- tica, da luta e da atividade rítmica como fe- nômenos socioculturais em sintonia com os temas do nosso tempo e da vida dos alunos, ampliando os conhecimentos no âmbito da Cultura de Movimento; e a ampliação das possibilidades de Se-Movimentar e dos signi- ficados e sentidos das experiências de Se-Mo- vimentar no jogo, no esporte, na ginástica, na luta e na atividade rítmica, rumo à construção de uma autonomia crítica e autocrítica. Tomando por base essas considerações, vislumbra-se o Currículo de Educação Física para o Ensino Médio como uma rede de inter- -relações que parte dos cinco grandes eixos de conteúdo (jogo, esporte, ginástica, luta, atividade rítmica) e se cruzam com eixos te- máticos interdisciplinares relevantes na so- ciedade, gerando subtemas a serem tratados como conteúdos ao longo das três séries. Os eixos temáticos escolhidos (corpo, saúde e beleza, contemporaneidade, mídias e lazer e trabalho) justificam-se por estarem relaciona- dos à construção da Cultura de Movimento contemporânea e por serem relevantes e atuais na formação de jovens no Ensino Médio. Neste volume, serão abordados especifi- camente os eixos de conteúdo “Luta” e “Ati- vidade rítmica” e os eixos temáticos “Corpo, saúde e beleza”, “Lazer e trabalho” e “Con- temporaneidade”, que serão desenvolvidos também em outras séries. A luta é um con- teúdo que passa a ter relevância para a Edu- cação Física pela expansão e diversificação que experimentou recentemente e pela aten- ção recebida das mídias. Neste volume pre- tende-se apresentar uma modalidade de luta pouco conhecida (no sentido de vivenciada) dos alunos e que não tenha sido abordada 6 em suas aulas de Educação Física do Ensi- no Fundamental. O boxe será tomado como exemplo. Sugere-se que a escolha da moda- lidade leve em conta, dentre outros fatores, os interesses dos alunos e o contexto local. Neste momento é importante que os alunos compreendam que, nas lutas, o desempenho técnico e tático permite um confronto mais qualificado e também contribui para a apre- ciação do espetáculo esportivo, além de pro- piciar uma compreensão da dimensão socio- econômica desse conteúdo cultural. No tema “Contemporaneidade”, serão discutidos os conceitos de diferença e precon- ceito, aspectos essenciais quando se pretende abordar as habilidades, as características fí- sicas, a etnia, o gênero e as questões sexuais pertinentes aos alunos no que se refere à luta e à atividade rítmica. A atribuição de valor nas expectativas de desempenho e na participação dos próprios alunos no âmbito da Cultura de Movimento está associada à construção cul- tural das diferenças percebidas entre eles. Por isso, serão abordados estereótipos que devem ser evitados para minimizar concepções pre- conceituosas, bem como para prevenir práti- cas discriminatórias, em especial na luta e na atividade rítmica, como proposto neste volu- me. Também serão discutidos os esportes ra- dicais, importante manifestação contemporâ- nea dos jovens que sugere novas experiências do Se-Movimentar, propondo um novo estilo de vida e novas relações com o corpo, com o espaço e com outros jovens. O mundo contemporâneo no qual vivemos se caracteriza por grandes transformações, das quais o aumento e a velocidade do fluxo de in- formações são algumas das mais impactantes, influenciando os conceitos e as relações que as pessoas mantêm com seus corpos e com as ou- tras pessoas, e gerando, por vezes, reações pre- conceituosas com relação a diferenças de sexo, etnia, características físicas, dentre outras. É importante ressaltar que tais conteúdos e temas devem, tanto quanto possível, ser abordados de modo a possibilitar suas inter- -relações. Por exemplo, as diferenças e os pre- conceitos com relação a características físicas, etnia, gênero e sexo entram em cena quando apreciamos ou praticamos a luta e quando nos submetemos ao treinamento físico reque- rido para um desempenho mais qualificado na luta e na atividade rítmica. A importância do tema “Corpo, saúde e beleza” centra-se no fato de que as doenças re- lacionadas ao sedentarismo (hipertensão, dia- betes, obesidade etc.) e, de outro lado, o insis- tente chamamento para determinados padrões de beleza corporal, em associação com produ- tos e práticas alimentares e de exercício físico, colocam os alunos do Ensino Médio na “linha de frente” dos cuidados com o corpo e a saúde. Um dos fatores necessários para a adoção e a manutenção de um estilo de vida ativo re- side na autonomia que os sujeitos devem pos- suir para gerenciar seus próprios exercícios ou programas de atividade física, a partir de um amplo e significativo conjunto de experiências. Portanto, cabe à Educação Física propiciar aos alunos as informações sobre os princípios do treinamento físico, um dos requisitos para a obtenção da referida autonomia, o que será abordado neste volume. No tema “Atividade rítmica” serão aborda- das manifestações rítmicas ligadas à cultura jo- vem, tomando como exemplo os principais pas- sos/movimentos do hip-hop e do street dance, tratados como diferentes estilos de expressão sociocultural na elaboração de coreografias. É importante destacar que o projeto político- -pedagógico da escola poderá optar por outra manifestação rítmica da cultura juvenil. Este volume contempla ainda o tema “Lazer e trabalho”, importante discussão para os alunos 9 Educação Física – 3ª série – Volume 1 Por volta do século XIX, existiam boxea- dores que ganhavam muito dinheiro em apos- tas, que chegavam a ultrapassar o valor de 5 mil libras. Em razão das constantes variações de regras, muitos combates duravam cerca de 80, 90 e até mais de 100 assaltos. Até meados do século XIX, o boxe era considerado ilegal na Inglaterra. Muitas vezes a polícia invadia os ringues e prendia os luta- dores. John Sulivan, um dos mais conhecidos pugilistas ingleses, foi preso várias vezes. Con- tudo, essa repressão teve seu lado positivo, pois acarretou significativas mudanças nas regras, o que permitiu que o boxe evoluísse como uma modalidade de luta. A brutalidade entre os lu- tadores passou a ser controlada e regras mais sistematizadas passaram a ser difundidas. Um exemplo é o uso das luvas, equipamento que permite minimizar a potência dos golpes. Em 1880, o uso de luvas se generalizou e, em 1892, passou a ser equipamento obrigatório no con- junto das novas regras então proclamadas. Em grande parte dos Estados Unidos da América, no início do século XIX, o boxe também era considerado ilegal. Os praticantes e fãs precisavam estar atentos à ação da po- lícia e de outras autoridades, que combatiam os eventos ligados à prática da luta. Dessa maneira, as primeiras lutas por títulos foram travadas em locais afastados, em ambientes rurais, escondidos do grande público. Podemos dizer que o boxe passou por inú- meras modificações, mas, infelizmente, ainda é visto com muito preconceito, considerado uma luta violenta e até mesmo perigosa. De fato, antes de sua legalização, em 1882, nos Estados Unidos da América, muitos fatos contribuíram para construir essa visão, pois algumas lutas envolviam apostas de grandes valores e não existia número máximo de rounds ou separação dos lutadores por categorias de peso, o que le- vou muitos homens a perderem a vida. Os quadros a seguir apresentam as princi- pais regras do boxe na atualidade, nas cate- gorias profissional e amador, e as divisões das categorias por peso e sexo. © B et tm an n/ C or bi s/ L at in st oc k Quadro 1 – Principais regras do boxe Boxe profissional Boxe amador Masculino: 4 a 10 assaltos (rounds) de três mi- nutos cada um e 12 assaltos (para pontuação internacional). Feminino: 4 a 8 assaltos (rounds) de dois mi- nutos cada um. Masculino: 3 assaltos (rounds) com dois minu- tos para estreantes e, para os demais, 4 assaltos, com duração de três minutos. Feminino: 3 assaltos (rounds) de dois minutos. Vencedor: pontos, nocaute, abandono ou desclassificação. Empate: decisão dos árbitros. Vencedor: pontos, nocaute, abandono ou desclassificação. Empate: decisão dos árbitros. Figura 1 – Luta de boxe, 1923. 10 17 categorias, masculino e feminino, de acordo com o peso do lutador. 11 categorias, de acordo com o peso do lutador. Masculino: protetor bucal e genital; Feminino: protetor bucal e protetor de seios (este é opcional). Masculino: protetor bucal, genital e de cabeça; Feminino: protetor bucal, de cabeça e de seios (este é opcional). Não são permitidos golpes abaixo da linha da cintura. Não são permitidos golpes abaixo da linha da cintura. Golpes permitidos: na parte frontal ou lateral do rosto ou do abdome do adversário. Golpes permitidos: na parte frontal ou lateral do rosto ou do abdome do adversário. Observação: no boxe é considerado atleta aquele que compete por prêmio em dinheiro. Quadro 2 – Categorias do boxe Amador (masculino e feminino) Profissional masculino Profissional feminino Mosca-ligeiro: até 48 kg Mínimo1: até 47,627 kg Mínimo1: até 46,266 kg Mosca: 51 kg Mosca-ligeiro: 48,988 kg Minimosca: 47,627 kg Galo: 54 kg Mosca: 50,802 kg Mosca-ligeiro: 48,988 kg Pena: 57 kg Supermosca: 52,163 kg Mosca: 50,802 kg Leve: 60 kg Galo: 53,524 kg Supermosca: 52,163 kg Meio-médio ligeiro: 64 kg Supergalo: 55,338 kg Galo: 53,524 kg Meio-médio: 69 kg Pena: 57,153 kg Supergalo: 55,338 kg Médio: 75 kg Superpena: 58,967 kg Pena: 57,153 kg Meio-pesado: 81 kg Leve: 61,235 kg Superpena: 58,967 kg Pesado: 91 kg Superleve: 63,503 kg Leve: 61,235 kg Superpesado: acima de 91 kg Meio-médio: 66,678 kg Superleve: 63,503 kg Supermeio-médio: 69,853 kg Meio-médio: 66,678 kg Médio: 72,575 kg Supermeio-médio: 69,853 kg Supermédio: 76,204 kg Médio: 72,575 kg Meio-pesado: 79,379 kg Supermédio: 76,204 kg Cruzador: 90,719 kg Meio-pesado: 79,379 kg Pesado: acima de 90,719 kg Pesado: acima de 79,379 kg 1 Também conhecido como “palha”. Fonte: Confederação Brasileira de Boxe. Disponível em: <http://www.cbboxe.com.br>. Acesso em: 29 jul. 2013. 11 Educação Física – 3ª série – Volume 1 No Brasil Em nosso país, o boxe só surgiu no início do século XX, por intermédio de alguns mari- nheiros europeus que fizeram exibições quan- do por aqui passaram. Desde então, o boxe passou a ser praticado, mas de modo tímido, pois o preconceito que havia com relação aos “capoei ras” foi transferido para os boxeadores. Para muitos estudiosos, a divulgação do boxe iniciou-se efetivamente no Brasil apenas em 1919, com Goes Neto, marinheiro carioca que havia feito várias viagens à Europa, onde aprendeu a boxear. Naquele ano, Goes Neto fez várias exibições no Rio de Janeiro. E, na época, um sobrinho do então presidente da Repúbli- ca, Rodrigues Alves, apaixonou-se pela “nobre arte” – título que passou a acompanhar o boxe. O apoio de Rodrigues Alves facilitou a difusão da atividade e, em razão disso, começaram a surgir academias. Entre 1920 e 1921 essa luta ganhou a condição da legalidade, de luta regu- lamentada, com a criação das comissões muni- cipais de boxe em São Paulo, Santos e Rio de Janeiro. (Fonte: site da Federação Rio-Granden- se de Pugilismo. Disponível em: <http://www. boxergs.com.br/>. Acesso em: 9 out. 2013.) No Brasil, o boxe teve um percurso dife- rente se comparado aos outros países, pois a prática já se iniciou sob a égide do profissio- nalismo. Possivelmente porque, no início do século XX, o país contava com muitos jovens desempregados que viram no boxe uma opor- tunidade de ascensão social e econômica. A história do boxe no Brasil ostenta exce- lentes treinadores e lutadores. Na década de 1930, o país participou de competições inter- nacionais, e os lutadores amadores também faziam parte desse cenário. Zumbanão foi um dos primeiros astros do boxe brasileiro; lutou entre 1930 e 1950, era peso médio e tinha uma excelente técnica de esquiva. Em 1950, o boxe brasileiro viveu sua fase áurea, com grandes espetáculos nacionais e internacionais. O lutador Éder Jofre (peso galo) foi a maior estrela desse período, tendo o nome gravado na história do boxe, tanto na- cional como mundial – considerado um dos dez melhores boxeadores do século XX. Seu estilo de luta caracterizava-se por fortes gan- chos de esquerda e grande inteligência tática. © F ol ha pr es s Figura 2 – Éder Jofre (à direita), a maior estrela do boxe brasileiro, em 1958. 14 Possibilidades interdisciplinares Professor, o tema “Luta: boxe” poderá ser desenvolvido de modo integrado com a disciplina His- tória, na medida em que envolve conteúdos como a origem da luta na África, o desenvolvimento das técnicas na Europa e na América, o envolvimento e a participação de diferentes classes sociais (aristo- cracia e trabalhadores). Converse com o professor responsável por essa disciplina em sua escola. Essa iniciativa facilitará aos alunos a compreensão dos conteúdos de forma mais global e integrada. Conteúdo e temas: técnicas e táticas no boxe – importância no desempenho esportivo e na apreciação do boxe como espetáculo. Competências e habilidades: identificar e nomear golpes, técnicas e táticas inerentes ao boxe; reconhe- cer e valorizar o conhecimento das técnicas e táticas do boxe como fator importante na apreciação do espetáculo esportivo; analisar do ponto de vista técnico e tático uma luta de boxe, assistida pre- sencialmente ou pela televisão; simular a realização de algumas técnicas dos golpes e preceitos táticos inerentes ao boxe. Sugestão de recursos: vídeo com trechos de lutas de boxe ou imagens impressas; colchonetes; bexigas ou câmara de borracha; sacos de estopa com retalhos. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 CONHECENDO E VIVENCIANDO O BOXE Esta Situação de Aprendizagem inicia-se com o resgate do conhecimento prévio dos alunos a respeito do boxe. Em seguida, suge- re-se que eles ampliem esse conhecimento por meio de pesquisas na internet, em livros ou em outras fontes. Posteriormente serão analisa- dos um vídeo com uma luta de boxe e imagens impressas sobre a luta. Finalmente, os alunos vivenciarão os principais golpes do boxe, si- mulando uma luta. Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 1 Professor, se preferir, utilize a seção “Para começo de conversa”, dispo- nível no Caderno do Aluno. Você sabia que o pugilismo, segundo regis- tros históricos, tem entre 4 mil e 5 mil anos? Que já era praticado na Grécia antiga, nos Jogos Pan-Helênicos (776 a.C.)? A imagem retrata o pugilato, como era conhecido na época, e evidencia que não se usavam luvas de boxe. Na Roma antiga, os lutadores usavam os cestus, protetores metálicos para as mãos, dotados de pregos, que podiam até mesmo matar os oponentes. © C on ex ão E di to ri al Figura 6 – Cestus, protetores metálicos para as mãos, dotados de pregos; usados por lutadores na Roma antiga. 15 Educação Física – 3ª série – Volume 1 O boxe, ao longo de sua história, passou por momentos de alta e de baixa popularidade. No século XVIII, as lutas com punhos renasceram na Inglaterra, mas não havia muitas regras, o que as fazia parecer muito mais com lutas do tipo va- le-tudo. As primeiras regras foram introduzidas em 1867, quando o Marquês de Queensberry pa- trocinou uma luta que incluía a contagem de dez segundos para nocautes, o tempo de três minutos para os assaltos, a proibição dos movimentos do estilo de luta livre e o uso de luvas almofadadas. A primeira luta de boxe profissional legali- zada aconteceu em 7 de fevereiro de 1882, nos Estados Unidos. De lá para cá, entre a paixão de muitos e a repugnância de outros, o boxe amador foi incluído pela primeira vez nos Jogos Olímpi- © J ea n- P ie rr e L es co ur re t/ C or bi s/ L at in st oc k Figura 7 – Detalhe de afresco de Thera (século XVI a.C.), representando luta com luvas. Acervo do Museu de Arqueologia de Atenas. © G eo rg e G ra nt ha m B ai n/ C or bi s/ L at in st oc k Figura 8 – John Sholto Douglas (1844-1900), Marquês de Queensberry. No Brasil, o interesse pelo boxe começou em 1919, com Goes Neto, marinheiro carioca que havia feito várias viagens à Europa, onde aprendeu a boxear. Naquele ano, Goes Neto fez várias exibições no Rio de Janeiro. Na recente história do boxe brasileiro, há nomes respeitá- veis que integram a história do boxe mundial, como Éder Jofre, Servílio de Oliveira, Maguila e Acelino de Freitas, o Popó, entre outros. (Fonte: site da Federação Rio-Grandense de Pugilismo. Disponível em: <http://www.boxergs. com.br/>. Acesso em: 9 out. 2013.) O que você sabe sobre esta luta? 1. O boxe amador praticado na atualidade inclui no vestuário do pugilista itens de se- gurança. Assinale quais são esses itens: ( X ) luvas acolchoadas. ( X ) protetor de cabeça. ( X ) protetor bucal. ( ) colete. ( X ) bandagens para as mãos. ( X ) protetor genital. cos da Era Moderna em 1904, em St. Louis, nos Estados Unidos da América, em razão da popularidade dessa prática no país. Entretan- to, a modalidade foi excluída oito anos depois, retornando apenas em 1920 e permanecendo no programa dos Jogos desde então. 16 2. Quais são os itens de segurança incluídos no vestuário do atleta do boxe profissional? ( X ) luvas acolchoadas. ( ) protetor de cabeça. ( X ) protetor bucal. ( ) colete. ( X ) bandagens para as mãos. ( X ) protetor genital. 3. Até 2008, o boxe feminino fazia parte do programa de Jogos Olímpicos? ( ) Sim. ( X ) Não. 4. Atualmente, temos boxe amador e boxe profissional: ( ) somente masculino. ( ) somente feminino. ( X ) masculino e feminino. 5. Entre os principais golpes utilizados no boxe estão: ( ) nippon. ( X ) jab. ( X ) gancho. ( X ) direto. ( ) zuki. ( X ) cruzado. ( X ) upper. ( ) aú. Etapa 1 – O que os alunos sabem sobre o boxe? Realize uma “chamada temática” relacio- nada ao boxe: em vez de os alunos respon- derem “presente” quando seus nomes forem chamados, eles deverão responder com uma palavra associada ao boxe. As palavras men- cionadas não devem se repetir e, enquanto estiverem sendo pronunciadas, deverão ser anotadas por um grupo responsável pelo re- gistro. Depois da chamada, solicite aos alunos que agrupem as informações obtidas em cinco categorias (capacidades físicas, movimentos característicos, nomes dos golpes, nomes de lutadores e das lesões). Oriente-os a apresen- tar as informações sistematizadas e a fazer co- mentários a respeito dos dados coletados. Depois, com a intenção de ampliar o conhe- cimento prévio, peça aos alunos que realizem uma pesquisa, na internet ou em outras fontes, sobre o boxe (por exemplo, o boxe no Brasil e no mundo, os lutadores, os principais golpes e movimentos, os equipamentos necessários etc.). Etapa 2 – Analisando os movimentos e golpes do boxe Apresente aos alunos um vídeo com tre- chos de lutas de boxe ou imagens impressas (de diferentes épocas) desse tipo de luta que mostrem sequências de golpes e movimen- tação. As imagens e o vídeo devem sugerir a percepção das diferenças de desempenho técnico e tático dos lutadores; as vestimentas utilizadas; o comportamento dos lutadores e da torcida; a duração dos confrontos; as características pessoais e interpessoais dos lutadores. Na sequência, estimule os alunos a no- mear os principais golpes e a descrever os movimentos percebidos no filme e nas ima- gens, confrontando com informações ou conhecimentos deles. O quadro a seguir resume os principais golpes utilizados no boxe. Curiosidade! O treinamento do pugilista envolve muito condicionamento físico e aprimoramento técni- co/tático. Existem equipamentos específicos utilizados nos treinamentos de boxe. 19 Educação Física – 3ª série – Volume 1 Equipamento Material adaptado Protetor bucal. Não há necessidade. Speed ball. Bexiga ou câmara de borracha. Punching ball. Bexiga ou câmara de borracha. Saco de pancada. Saco de estopa com retalhos. © F ab io C hi al as tr i © F ab io C hi al as tr i © F ab io C hi al as tr i © F ab io C hi al as tr i Figura 10. Figura 11. Figura 12. Figura 13. 20 1. No boxe profissional, o atleta: ( ) usa protetor de cabeça. ( x ) não usa protetor de cabeça. 2. O boxe é uma modalidade praticada por: ( ) homens. ( ) mulheres. ( x ) homens e mulheres. 3. O boxe passou a integrar, definitivamen- te, os programas dos Jogos Olímpicos a partir de: ( ) 1904. ( ) 1912. ( x ) 1920. 4. São derivações do boxe, porque se utilizam também dos punhos, cobertos por luvas, as seguintes lutas: ( x ) kick boxing. ( x ) light contact. ( ) judô. ( ) caratê. ( ) capoeira. ( x ) full contact. 5. São pugilistas ou ex-pugilistas brasileiros: ( ) Cassius Clay. ( x ) Maguila. ( ) Tony Galento. ( x ) Éder Jofre. ( x ) Popó. ( x ) National Kid. Desafio! Estes são alguns nomes de pugilistas da história do boxe moderno, mais conhecidos pelos nomes grafados em vermelho: Pugilistas estrangeiros: Tony Galento; Floyd Mayweather Jr.; Hasim Rahman; Lennox Lewis; Wladimir Klitschko; Muhammad Ali (Cassius Marcellus Clay); Jack Dempsey; James Joseph “Gene” Tunney; Mike Tyson; George Foreman. Pugilistas brasileiros: Éder Jofre; Adílson Maguila Rodrigues; Acelino Popó de Frei- tas; Ralph Zumbano; Servílio de Oliveira; Valdemir Pereira (Sertão). Mulher pugilista brasileira: Adriana Salles. Mulheres pugilistas estrangeiras: Laila Ali; Gwendolyn O’Neil. 21 Educação Física – 3ª série – Volume 1 Escreva estas palavras no diagrama a seguir, respeitando os cruzamentos. Pugilistas do Brasil e do mundo: 8 letras Servílio 9 letras Klitschko 10 letras Mayweather 3 letras Ali 4 letras Popó 5 letras Tyson Lewis Jofre O’Neil 6 letras Sertão Rahman Salles Tunney 7 letras Galento Dempsey Foreman Maguila Zumbano G A J S E R V Í L I O A E F L N R M A G U I L A T E L A E O D E M P S E Y S W W I E P S A T Y S O N T U P K R A H M A N O N E I L E N I R E S E R T Ã O Y F S O C R H E K Z U M B A N O A L N I 24 TEMA 2 – CONTEMPORANEIDADE: DIFERENÇAS DE GÊNERO E DE SEXO E EXPECTATIVAS DE DESEMPENHO FÍSICO E ESPORTIVO COMO CONSTRUÇÕES CULTURAIS O mundo e a época em que vivemos carac- terizam-se por grandes transformações, den- tre as quais a globalização, que não é apenas econômica (produtos e serviços), mas também cultural (ideias, valores, comportamentos). O enorme aumento da quantidade e da velo- cidade do fluxo de informações que corre o planeta, por meio das mídias e dos computa- dores, contribui decisivamente nesse processo, tornando globais fenômenos socioculturais, como movimento ecológico, feminismo, bio- tecnologia, movimento negro, virtualização das relações humanas, espetacularização do esporte etc. Tudo isso acaba por influenciar os conceitos e as relações que as pessoas mantêm com seus corpos e, como consequência, com as outras pessoas, gerando, por vezes, reações pre- conceituosas a respeito das diferenças de sexo, etnia e características físicas, entre outras. Uma Educação e uma Educação Física que se pretendam democráticas e que visem ao alcance da totalidade dos alunos devem estar atentas à questão das diferenças entre eles e, principalmente, à forma como eles lidam com essas diferenças. Uma solução que a educação tradicional ofereceu a essa questão foi a dilui- ção das diferenças apresentadas pelos alunos em padrões que visavam a homogeneizar o grupo, tratando-os com base em uma “média” da classe. Dessa maneira, os extremos nunca eram considerados, e muitos alunos ficavam desmotivados ou se sentiam fracassados. Ou- tra solução encontrada foi tratar a diferença como desigualdade, partindo-se de exigências rígidas que poucos alunos conseguiam atin- gir. Dessa forma, alguns se tornavam “mais iguais” que outros, ficando estes fadados ao fracasso escolar e à exclusão do sistema. Considerar que os alunos são diferentes e estimulá-los a não tratar as diferenças como desigualdades é tarefa precípua de todo o pro- cesso escolar. Compreender que um conjunto de diferenças torna o grupo mais rico, porque cria mais variáveis e permite mais diálogos, é fundamental para uma educação que se pre- tenda sintonizada com os dias atuais. A Educação Física também vem acompa- nhando as transformações ao longo do tempo. Durante parte do século XX, a disciplina foi associada à ginástica com o objetivo de prepa- ração militar para proteger a pátria e preser- var hábitos higiênicos para o aprimoramento racial do povo brasileiro. Também nesse sécu- lo, ela foi associada à prática esportiva, com o objetivo de detectar talentos para a conquista de títulos e medalhas no esporte profissional, ou para a ocupação do tempo ocioso. Porém, no século XXI, os tempos são outros... E a Educação Física também deve ser outra! Figura 14 – As diversas manifestacões da cultura devem ser consideradas. © F er na nd o F av or et to 25 Educação Física – 3ª série – Volume 1 Consideramos necessário o comprometi- mento dos professores com o encaminhamento de algumas questões centrais com as quais lidamos no dia a dia – diferenças no nível de habilidade dos alunos e em suas características físicas, além de questões étnicas, sexuais e de gênero, práticas preconceituosas e discrimina- tórias nas aulas e fora da escola e, ainda, ex- pectativas de desempenho dos próprios alunos. Não se trata de mascarar as diferenças, dis- farçando-as ou minimizando-as. Na mesma aula há meninos e meninas dividindo o mesmo espaço; há brancos e negros; há alunos mais hábeis que outros; há alunos que gostam mais da Educação Física que outros; há aqueles que tiveram mais oportunidades que outros; há alunos altos e baixos, magros e gordos; há ex- pectativas de desempenho físico diferentes; há conceitos variados sobre o corpo. A tarefa desa- fiadora para os professores de Educação Física é fazer todos os alunos participarem das aulas, variando as solicitações e as exigências, tentan- do compreender que os jovens manifestam inte- resses variados com relação aos temas das aulas. Sobretudo, o professor deve impedir manifesta- ções de preconceito e discriminação entre os alu- nos. Se as aulas sempre enfatizarem atividades que exijam força, por exemplo, sempre haverá os mesmos que terão destaque e os que apresen- tarão dificuldades. Se as aulas sempre exigirem velocidade, alguns alunos sempre vencerão e ou- tros sempre perderão. Quanto às características físicas, devemos insistir para que os alunos vejam além das apa- rências, que vislumbrem seu próprio potencial e o de seus colegas de turma, assim como suas próprias limitações, pois todos as têm. O que pode ser vantajoso nas ginásticas, como a agi- lidade e a flexibilidade, pode ser pouco útil em jogos que envolvam a precisão, por exemplo. As questões de gênero e de sexo, embora sutis, necessitam ser urgentemente repensadas nas aulas de Educação Física. Que sentido faz termos turmas separadas por gênero? Talvez o único momento em que se justifique a separa- ção é no esporte de alto rendimento, pois são atletas produzindo um espetáculo. O caminho mais direto para que tratemos dessas questões nas aulas é, no mínimo, termos os gêneros mas- culino e feminino com as mesmas oportunida- des, isto é, a coeducação entre meninos e me- ninas, assim como entre meninos e meninos e meninas e meninas. Dessas diferenças podem aparecer condutas preconceituosas e discriminatórias. O preconcei- to, quando se manifesta em comentários ou ações, deve ser imediatamente questionado. O objetivo é evitar práticas discriminatórias que possam prejudicar efetivamente um aluno ou grupo de alunos. Além disso, a intervenção do professor diante de atitudes discriminatórias pode ser uma oportunidade rica para a discussão franca e aberta com os alunos sobre as origens do pre- conceito e a dificuldade de sua superação. Temos também de tratar das expectativas de desempenho dos alunos, pois no meio social quase todas as manifestações da Cultura de Mo- vimento (como a ginástica) são associadas ao “esporte” e aos slogans esportivos – “esporte é saúde, pratique” e “supere seus limites, pratique esportes”. Ora, um dos limites que pode ser su- perado é o da própria saúde, colocando o aluno em risco. Esperamos que no Ensino Médio os jovens se comprometam com as responsabilida- des inerentes ao compartilhar a vida em socieda- de. Ponderar os riscos e as consequências para si mesmo e para as outras pessoas, em cada uma de suas ações, é algo essencial nesse sentido. Figura 15 – A diversidade deve ser respeitada nas aulas de Educação Física. © W hi te P ac ke rt /T he I m ag e B an k/ G et ty I m ag es 26 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 GÊNERO E SEXO: DIFERENÇAS, PRECONCEITOS E EXPECTATIVAS DE DESEMPENHO Conteúdo e temas: o corpo na contemporaneidade e o gênero; corpo, Cultura de Movimento, dife- rença e preconceito; manifestações da Cultura de Movimento tidas como masculinas ou femininas. Competências e habilidades: respeitar as diferenças de habilidade, características físicas, etnia, gê- nero e sexo etc. nas experiências do Se-Movimentar, especificamente na luta e na atividade rítmica; identificar qualquer tipo de preconceito e evitar qualquer tipo de discriminação na prática da luta e da atividade rítmica; perceber como os papéis ou condicionantes sexuais culturalmente construídos influenciam as expectativas de desempenho físico dos jovens; analisar o corpo a partir das diferenças de gênero, compreendendo a diferença não como falta ou falha individual. Sugestão de recursos: vídeo; filmes; aparelho de som. Esta Situação de Aprendizagem inicia- -se com a experimentação, por parte dos alunos e alunas, de atividades consideradas típicas do sexo contrário, a fim de gerar de- bate sobre dificuldades, limites, preconcei- tos e possibilidades de atuação conjunta. Posteriormente, são analisados trechos de filmes que tratem do preconceito nos ele- mentos da Cultura de Movimento, especi- ficamente na luta. Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 2 masculinas – por exemplo, uma luta. A inten- ção, obviamente, não é criar constrangimentos, mas gerar um debate posterior sobre limites, dificuldades, preconceitos e possibilidades de realização das atividades em conjunto, por me- ninos e meninas, respeitando-se as diferenças. Etapa 2 – Se ela dança, ele dança Proponha a realização de atividades rítmi- cas em que um aluno e uma aluna, conjunta- mente, devam inverter os papéis culturalmen- te criados com relação ao sexo. Por exemplo, Professor, este tema será abordado no Caderno do Aluno em “Luta: boxe”. Etapa 1 – Todos parecidos, todos diferentes Proponha aos alunos que realizem ativida- des tidas como femininas – por exemplo, uma dança – e às alunas, atividades tidas como Possibilidades interdisciplinares Professor, o tema “Contemporaneidade: diferenças de gênero e de sexo e expectativas de desempe- nho físico e esportivo como construções culturais” poderá ser desenvolvido de modo integrado com as disciplinas Biologia, Arte, Sociologia e Filosofia, na medida em que envolve conteúdos como corpo, gênero, estética corporal, preconceito, discriminação e sexualidade. Converse com os professores res- ponsáveis por essas disciplinas em sua escola. Essa iniciativa facilitará aos alunos a compreensão dos conteúdos de forma mais global e integrada. 29 Educação Física – 3ª série – Volume 1 PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, alguns alunos po- derão não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário, portanto, que outras Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o processo de outra maneira. Tais situações podem ser desen- volvidas durante as aulas ou em outros momen- tos, individualmente ou em pequenos grupos, envolvendo todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Por exemplo: roteiro de estudos com perguntas nor- teadoras elaboradas por você, profes- sor, para posterior apresentação das respostas em registro escrito; apreciação e análise de filmes ou do- cumentários sob sua orientação; apreciação e registro, por parte do aluno, das próprias condutas e das condutas dos colegas nas atividades realizadas. RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA Livros CORSINO, Luciano N.; AVAD, Daniela. O professor diante das relações de gênero na Educação Física escolar. São Paulo: Cortez, 2012. Analisa a Educação Física escolar na perspectiva de gênero e permite acessar algumas maneiras como são educadas, no detalhe de suas corporeidades, meninas, meninos, homens e mulheres. DAOLIO, Jocimar. Construção cultural do corpo feminino, ou o risco de transformar meninas em “antas”. In: Cultura: Educação Física e futebol. 3. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2006. Discute a cons- trução cultural do corpo e as dificuldades e possibilidades da Educação Física escolar na superação de estereótipos de gênero. DAOLIO, Jocimar. Da cultura do corpo. 12. ed. Campinas: Autores Associados, 2007. Analisa o trabalho do professor de Educação Física, re- construindo o universo de representações sobre o corpo que rege e orienta sua prática escolar. Artigos MELO, Victor A. de; VAZ, Alexandre F. Cinema, corpo e boxe: notas para pensar a relação esporte e sociedade. Temas & Matizes, n. 7, primeiro semestre de 2005. Dispo- nível em: <http://e-revista.unioeste.br/index. php/temasematizes/article/download/32/20>. Acesso em: 29 jul. 2013. Discute as representações de masculinidade em filmes que incorporam o boxe – prática social especialmente masculina em sua origem – a partir da questão: que ideias de homem, na sua relação com o corpo e com os sentidos e significados da modernidade, podem ser identificadas nas películas que representaram, de forma mais ou menos explícita, tal esporte? SILVEIRA, Guilherme C. F. da. Dança como meio de desenvolvimento de valores e atitudes (solidariedade, afetividade, confiança, sensibilidade, respeito às diferenças, inclusão). Currículo Básico Comum – Educação Física Ensino Médio. Centro de Referência Virtual do Professor – SEE-MG/2005. 30 Disponível em: <http://crv.educacao.mg.gov. br/SISTEMA_CRV/documentos/op/em/ educacaofisica/2010-08/op-em-ef-40.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2013. Texto de caráter didático, discute a dança nas aulas de Educação Física com relação aos temas da diferença, gênero e inclusão. Site Crianças Invisíveis. Disponível em: <http:// www.invisiblechildren.org>. Acesso em: 29 jul. 2013. Organização internacional que pesquisa crianças e jovens em situação de risco social. Filmes Billy Elliot (Billy Elliot). Direção: Stephen Daldry. Inglaterra, 2000. 111 min. Obrigado pelo pai a treinar boxe, Billy fica fascinado com a magia do balé, com o qual tem con- tato por meio de aulas de dança clássica que são realizadas na mesma academia em que pratica boxe. Garota veneno (The hot chick). Direção: Tom Brady. EUA, 2002. 101 min. Uma adolescen- te muito popular no Ensino Médio, acostu- mada a fazer pequenos furtos, troca de cor- po com um assaltante de 30 anos de idade após ambos terem cometido delitos. Ele pas- sa a usar o corpo dela para viver nas ruas, e ela passa a usar o corpo dele para frequentar a escola, depois de conseguir emprego como zelador. A situação fica ainda mais inusitada quando uma das amigas da adolescente se apaixona por ela. Jump in! (Jump in!). Direção: Paul Hoen. EUA, 2007. 90 min. Livre. Jovem estudan- te do Ensino Médio, que está aprendendo a lutar boxe incentivado pelo pai, interes- sa-se pelo ritmo do double dutch – estilo de pular duas cordas simultaneamente –, praticado por um grupo de garotas de sua escola. Ele começa a ser criticado pelos amigos e pelo próprio pai após manifestar publicamente seu interesse por uma “ativi- dade de meninas”. Menina de ouro (Million dollar baby). Dire- ção: Clint Eastwood. EUA, 2004. 137min. 12 anos. Frankie Dunn é um treinador de boxe que já conquistou vários títulos. Aparece em sua academia Maggie Fitzgerald, mas Frankie nunca aceitou treinar mulheres. Maggie trabalha duro para se sustentar e ajudar sua família e, após muito esforço, consegue convencer Frankie a ser seu treina- dor. Maggie torna-se uma ótima lutadora e conquista muitas vitórias, até que um acon- tecimento trágico muda definitivamente o destino dessas duas pessoas. 31 Educação Física – 3ª série – Volume 1 TEMA 3 – CORPO, SAÚDE E BELEZA: PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO FÍSICO Apesar dos avanços na identificação e na compreensão dos vários benefícios que o exer- cício praticado regularmente pode exercer so- bre o estado geral de saúde – e a despeito da crescente difusão dessas informações pelas mí- dias –, a busca por um estilo de vida mais ativo parece não constituir uma das preocupações para a grande maioria da população. Manter-se fisicamente ativo constitui um dos pré-requisitos para que uma pessoa pos- sa obter e/ou manter boa condição de saúde. Para isso, a atividade física e os exercícios de- vem promover melhorias na capacidade fun- cional do organismo, o que requer atender a princípios fisiológicos que norteiam a elabo- ração e o desenvolvimento de um programa de exercícios. Tais princípios, denominados princípios do treinamento, quando aplicados adequadamente, possibilitam a melhoria das capacidades físicas, tanto em atletas quanto em não atletas. Cabe à Educação Física, portanto, propi- ciar aos alunos informações e conhecimen- tos sobre os princípios do treinamento físico. Mesmo que não se tornem atletas, esse é um dos requisitos para que os alunos possam ela- borar e gerenciar seus próprios programas de atividade física e exercícios, e assim conquis- tar a autonomia que lhes permita adotar e manter um estilo de vida ativo. A inobservância de um ou mais dos referi- dos princípios, por ocasião da elaboração e da execução de um programa de exercícios, pode trazer consequências diversas ao organismo. Essas consequências variam desde a não alte- ração da condição física inicial do praticante até o comprometimento do seu estado de saú- de, mediante o declínio de sua capacidade funcional associada à baixa estimulação pro- veniente dos exercícios ou, ao contrário, pela sobrecarga orgânica decorrente de recupera- ção incompleta entre os estímulos. Os princípios do treinamento físico (atlético ou não) podem ser assim definidos: Princípio da individualidade: diz respeito ao modo como as diferentes características e condições de cada indivíduo interferem nos efeitos pretendidos por um programa de exercícios. Compreende aspectos relacionados: ao sexo do praticante – características associadas às diferenças entre os homens e as mulheres; ao estágio de maturação biológica – ainda que a idade cronológica seja igual; ao nível inicial do condicionamento físico – quanto mais treinada ou condicionada for uma pessoa, menor sua “treinabilidade” (resposta ao exercício), e quanto menos treinada ou condicionada, mais treinável; à genética do praticante – alguns fatores genéticos, como predominância de determinado tipo de fibra muscular, podem interferir na resposta ao aprimoramento das capacidades físicas. Princípio da sobrecarga: diz respeito ao aumento da carga de trabalho físico, que deve ser gradual e progressivo, de modo a estimular o organismo a se exercitar acima do nível ao qual está habituado, para que ocorram adaptações biológicas que aprimorem suas características morfológicas e funcio- nais. Para isso, deve adequar diferentes combinações entre frequência, intensidade, duração e volume 34 Princípio de treinamento Questões a) Princípio: Individualidade Definição: diz respeito ao modo como as diferentes característi- cas e condições de cada indivíduo interferem nos efeitos pretendidos por um programa de exercícios. Compreende aspectos relacionados: ao sexo do praticante – características associadas às diferenças entre os homens e as mulheres; ao estágio de maturação biológica –, ainda que a idade cronológica seja igual; ao nível inicial do condiciona- mento físico – quanto mais treinada ou condicionada for uma pessoa, menor sua “treinabilidade” (resposta ao exercício), e quanto menos treinada ou condicionada, mais treinável; à genética do praticante – alguns fatores genéticos, como predominância de determinado tipo de fibra muscular, podem interferir na resposta ao aprimoramento das capacidades físicas. Por que, em geral, as mulheres são mais flexíveis que os homens? E por que os homens, em geral, são mais fortes que as mulheres? Por que meu colega da mesma idade e com o mesmo peso, que treina comigo, é mais veloz do que eu? b) Princípio: Sobrecarga Definição: diz respeito ao aumento da carga de trabalho físico, que deve ser gradual e progressivo, de modo a estimular o organismo a se exercitar acima do nível ao qual está habituado, para que ocorram adaptações biológicas que aprimorem suas características morfológi- cas e funcionais. Para isso, deve adequar diferentes combinações entre frequência, intensidade e duração ou volume de treinamento confor- me a capacidade física a ser desenvolvida. Frequência refere-se ao nú- mero de sessões semanais de determinado exercício; intensidade, ao nível de dificuldade do exercício – quantidade de peso e velocidade suportados; duração e volume, ao período de tempo durante o qual o programa é realizado (macrociclo – semanas, meses) ou tempo gasto em uma única sessão de exercícios (minutos, horas). No treino de musculação, quando devo aumentar a carga (número de repeti- ções ou peso)? Como saber se essa carga é muito alta? Devo treinar quantas vezes por semana? Qual a duração de cada sessão? c) Princípio: Reversibilidade Definição: diz respeito ao declínio na capacidade funcional, de- corrente das perdas das adaptações biológicas obtidas com o pro- grama de exercícios, que ocorre quando a atividade física é suspensa ou reduzida. Representa um reajuste do organismo ao baixo nível de solicitação das capacidades físicas, tornando evidente o caráter tran- sitório e reversível das melhorias oriundas da prática regular e contí- nua de exercícios físicos, principalmente quando essa regularidade ou continuidade deixa de ser mantida. Por que demoro tanto para adquirir condicionamento físico e o perco tão rápido? 2. Feita a pesquisa, relacione os princípios de treinamento às características apresenta- das nos itens abaixo: I. Princípio da Sobrecarga. II. Princípio da Individualidade. III. Princípio da Reversibilidade. a) Fator genético. ( II ) b) Duração do treinamento. ( I ) c) Queda do rendimento em função da fal- ta de regularidade dos treinos. ( III ) d) Aumento da velocidade no treino de corridas. ( I ) e) Nível de condicionamento. ( II ) 35 Educação Física – 3ª série – Volume 1 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 ELABORANDO UM PROGRAMA DE TREINAMENTO Esta Situação de Aprendizagem inicia- -se com a retomada das capacidades físicas. Posteriormente, será realizado um circuito no qual serão enfatizados os princípios do treinamento para o desenvolvimento das capacidades físicas. Em seguida, o professor enfatizará com os alunos a medida da zona- -alvo de treinamento, a fim de que eles possam elaborar um programa pessoal de treinamento. Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 3 Etapa 1 – Princípios de treinamento e capacidades físicas O objetivo desta etapa é retomar o conhe- cimento dos alunos sobre o tema das capaci- dades físicas – resistência, força, velocidade, flexibilidade e agilidade –, revisando conceitos e indicadores de avaliação, conteúdos já abor- dados anteriormente. Organize um circuito de exercícios com- posto de estações que contemplem as vá- rias capacidades físicas. Sugere-se que, na elaboração do circuito, sejam reservadas duas estações para cada capacidade física, a saber: velocidade, flexibilidade, força, agi- lidade e resistência. Cada estação elaborada para a mesma capacidade deve contemplar princípios diferentes quanto à sobrecarga – por exemplo, variar número, intensidade e duração dos movimentos; determinar se a passagem pelas estações é feita por um tem- po determinado ou conforme um número de movimentos executados. Ao término do circuito, proponha aos alu- nos que relacionem, com base em suas percep- ções, os princípios do treinamento aplicados a cada um dos exercícios. O objetivo é mostrar o que cada um desses exercícios proporciona em termos de resposta orgânica, quando vincula- dos à capacidade individual. Ao final, comente as observações e cons- tatações dos alunos sobre a vivência do cir- cuito e solicite que enumerem quais foram as maiores dificuldades que tiveram, e em quais exercícios. Depois, questione-os sobre quais os possíveis motivos que influenciaram as di- ferenças apresentadas, com o objetivo de evi- denciar a relação direta entre a capacidade individual e a sobrecarga do exercício. Conteúdo e temas: princípios do treinamento – individualidade biológica, sobrecarga (frequência, intensidade, duração e volume) e reversibilidade; frequência cardíaca (FC); zona-alvo de exercitação; critérios para a elaboração de um programa de condicionamento físico. Competências e habilidades: discriminar conceitualmente os princípios do treinamento; estabelecer a zona-alvo de exercitação a partir da medida da FC; identificar como os princípios do treinamento se aplicam ao desenvolvimento das capacidades físicas; selecionar, interpretar e utilizar informações e conhecimentos sobre os princípios do treinamento na elaboração de um programa pessoal de condi- cionamento físico voltado ao desenvolvimento de uma ou mais capacidades físicas. Sugestão de recursos: calculadora. 36 Etapa 2 – Zona-alvo Avaliação da frequência cardíaca (FC) Informe os alunos o que representa a FC, explique seu uso na monitoração da intensidade de exercitação, mostre como essa intensidade pode ser medida, solicite a eles que verifiquem a própria FC e, por fim, faça as correções individuais que fo- rem necessárias. Pulso: o que é? Corresponde ao batimento arterial que se faz sentir em várias regiões do corpo, caracterizando uma re- presentação da frequência cardíaca à distância. Como se mede? A frequência cardíaca é detectada pela palpação das artérias radial, carótida (sugerem-se prefe- rencialmente estas duas), temporal, femoral ou inguinal, umeral, poplítea e pedial. O indivíduo deve permanecer parado e a região a ser aferida deve estar em repouso, de preferência apoiada sobre uma mesa, cama ou outro local. A palpação é realizada pressionando-se levemente a artéria com o dedo mé- dio e o indicador. Escolhido o local, conta-se o número de pulsações que ocorrem no espaço de um minuto, ou durante 15 ou 20 segundos, multiplicando-se o valor encontrado por 4 ou 3, respectivamente, de modo a obter o valor correspondente a um minuto. Solicite aos alunos que meçam e registrem sua FC de repouso durante dois ou três dias, pela manhã, assim que despertarem, antes de se levantarem da cama. Esses dados devem ser levados à aula da semana seguinte, assim como uma calculadora, para estabelecer a zona-alvo de treinamento (caso haja poucas calculadoras, pode-se dividir os alunos em grupos). Professor, oriente os alunos a ler o quadro “Dica!” e a realizar a “Lição de casa”, disponíveis no Caderno do Aluno, para que se aprofundem. Treinamento é coisa séria. Conver- se com seu professor ANTES de iniciar o programa, pois seu orga- nismo será submetido a uma sobre- carga maior a do que está acostumado. Diga- mos que você pretende iniciar um treinamento de musculação ou aderir a um treinamento de corrida de rua. Basta ir à academia, ligar uma esteira e fazer força nas máquinas ou então sair correndo pelas ruas? Não! Se você fizer isso, muito provavelmente não vai atingir seu objeti- vo, e ainda por cima corre um grande risco de adquirir alguma lesão. No exemplo da corrida de rua, para você sair correndo por aí, a pri- meira coisa que deve ter é vontade ou uma ne- cessidade! Para que você possa tirar o máximo proveito de seu treinamento, apresentamos as etapas que devem ser observadas ANTES de iniciá-lo. O problema é que elas estão fora da ordem. Defina a ordem correta dos procedi- mentos e bom treino! 1. Prescrição – um profissional de Educação Fí- sica elabora um treinamento de acordo com o objetivo pretendido (seu professor pode lhe explicar esse processo com mais detalhes). 2. Anamnese – um questionário em que se verifica seu histórico de saúde, prática de atividades físicas e hábitos alimentares. 3. Avaliação – um médico avalia e atesta se você está apto para se submeter a um pro- grama de treinamento (os postos de saúde realizam essa avaliação). 4. Testes – realização de testes que avaliam as capacidades físicas. Você já deve ter feito algum: teste de Cooper, ergométrico em es- teira, teste de força abdominal etc. A ordem correta é 3, 2, 4 e 1. 39 Educação Física – 3ª série – Volume 1 Aumente o consumo de alimentos com cálcio O cálcio é o principal mineral que forma nosso esqueleto. Para ter uma ideia, quase todo o cálcio (99%) que temos no organismo é armazenado nos ossos. Muitas pessoas pensam que, quando paramos de crescer, os ossos permanecem parados como uma rocha. Não é verdade. Cada minuto do dia e da noite os minerais dos ossos se movimentam constantemente no organismo. A adolescência é um período decisivo para o desenvolvi- mento dos ossos. É possível tirar proveito disso para torná- -los mais fortes. Veja como: em primeiro lugar, é nessa fase que os ossos estão cres- cendo rapidamente, ficando longos e resistentes (densos); em segundo, o organismo de um adolescente é “famin- to” por cálcio, absorvendo e armazenando mais cálcio do que o de um adulto. Muito bem, e onde você entra nessa história? É simples. Você pode e deve aproveitar para fazer o máximo de depósi- tos que puder em seu “banco de cálcio”. Durante a infância, a adolescência e até os 25 anos, os ossos funcionam como um banco. Mais ou menos assim: se temos quantidade suficiente de cálcio no corpo e ingerimos mais desse mineral, vamos depositá-lo no osso. Porém, se tivermos quantidade menor e não ingerirmos o suficiente, o sangue irá até o osso e retirará um pouco de cálcio para usar onde for preciso. Então, quanto mais cedo você tiver uma boa ingestão de cálcio e mantiver essa ingestão diariamente, mais reservas terá nesse banco, e mais resistentes serão seus ossos. Gestos Capacidades físicas estimuladas Finta Agilidade 1. 2. 3. 4. 5. Dependendo do gesto escolhido pelo aluno, ele deverá apontar a capacidade física correspondente, conforme o exemplo dado. © P oo dl es R oc k/ C or bi s/ L at in st oc k Ilustração de um esqueleto humano, publicada em 1905. 40 É importante pensar sobre isso hoje. Sabe por quê? Porque a doença que deixa os ossos frágeis e quebradiços (a osteoporose) é muito traiçoeira. Se você não estiver ingerindo boa quantidade de cálcio, ela vai agindo em seus ossos, mas você nem percebe. Para evitar que isso aconteça, e para manter os ossos fortes e rígidos por muito tempo, devemos seguir algumas dicas: comer ou beber alimentos ricos em cálcio (como leite, queijos e iogurtes) todos os dias; beber menos refrigerante, porque essa bebida tem substâncias que impedem o armazena- mento de cálcio nos ossos; praticar exercícios físicos por toda a vida; tomar sol regularmente, sempre respeitando os horários mais apropriados (até 10 horas da manhã e após as 16 horas); diminuir a ingestão de sal (adicionar menos sal à comida e comer menos salgadinhos de pacote ou outros alimentos muito salgados, por exemplo); não exagerar no consumo de carnes vermelhas. Em que alimentos encontramos mais cál- cio? Laticínios como leite, queijo, iogurte, requeijão e coalhada, tofu (queijo de soja) e ve- getais verde-escuros, como brócolis e espinafre. Quantas porções devemos comer por dia? Três porções. Uma porção é: 1 copo grande de leite (240 ml); 1 pote de iogurte (140 gramas); 1 co- lher e meia (de sopa) de requeijão; 3 fatias de muçarela ou 1 fatia média de queijo branco. Lembre-se de que você deve comer 3 porções todos os dias. Para refletir Você consome leite, queijos e iogurtes todos os dias? Você toma mais leite ou refrigerante? Agora você deve saber: a quantidade de cálcio que você conseguir armazenar no esqueleto durante a adolescência e até os 25 anos pode fazer toda a diferença entre ter os ossos fortes ou fracos no futuro; os refrigerantes atrapalham a absorção de cálcio pelos ossos; praticar exercícios diariamente melhora a saúde óssea. © E ag le m os s C on um er P ub lic at io ns /F re sh F oo d/ L at in st oc k 41 Educação Física – 3ª série – Volume 1 ATIVIDADE AVALIADORA Tomando-se por base o levantamento so- bre as capacidades físicas menos contempla- das em sua rotina de atividades físicas coti- dianas (no decurso de uma semana), solicite a cada aluno que elabore um programa pes- soal de condicionamento físico fundamen- tado nos princípios do treinamento, com o objetivo de obter melhorias nas capacida- des físicas escolhidas. Observe se os alunos contemplam os princípios de frequência, intensidade e duração de modo adequado às capacidades físicas escolhidas. No caso da resistência aeróbia, verifique se o estabe- lecimento da zona-alvo de treinamento está correto. Faça os comentários e correções necessários. É importante que o professor acompanhe o desenvolvimento do programa ao longo do ano. PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, alguns alunos po- derão não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário, portanto, que outras Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o processo de outra maneira. Tais situações podem ser desen- volvidas durante as aulas ou em outros momen- tos, individualmente ou em pequenos grupos, envolvendo todos ou apenas aqueles que apre- sentaram dificuldades. Por exemplo: roteiro de estudos com perguntas norteadoras elaboradas por você, pro- fessor, para posterior apresentação das respostas em registro escrito; reelaboração do de situações-problema, sugeridas por você, referentes aos prin- cípios do treinamento; reelaboração do programa pessoal de condicionamento físico com base nos pontos indicados pelo professor. RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA Livros FOSS, Merle L.; KETEYIAN, Steven J. Treina- mento físico. In: ______. Fox: bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. Contempla os princi- pais conceitos e princípios da fisiologia do exer- cício. Na seção 4, trata especificamente de méto- dos para o treinamento aeróbio, força muscular e resistência aeróbia. GOBBI, Sebastião; VILLAR, Rodrigo; ZAGO, Anderson S. Bases teórico-práticas do condi- cionamento físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. Aborda as diversas capacidades físicas, caracterizando sua relação com a con- dição de saúde e seu desenvolvimento ao longo da vida, destacando aspectos relacionados à infância, à adolescência e ao envelhecimento. Apresenta propostas de avaliação para indiví- duos em diferentes idades, bem como referências a parâmetros gerais e específicos que devem ser levados em consideração ao elaborar programas de condicionamento físico destinados ao desen- volvimento das várias capacidades. POWERS, Scott K.; HOWLEY, Edward T. Treinamento para o desempenho. In: ______. Fisiologia do exercício: teoria e apli- cação ao condicionamento e ao desempe- nho. 3. ed. São Paulo: Manole, 2000. Apre- senta conceitos e princípios fundamentais da fisiologia do exercício, com aplicações práticas, incluindo testes de esforço para avaliação da aptidão cardiorrespiratória e informações sobre o treinamento para me- lhoria da aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho físico. 44 Quadro 5 – Principais passos e movimentos do street dance Funky chicken (locking). Scooby-doo (locking). Skeeter rabbit (locking): o nome deste passo é o próprio apelido de seu inventor, falecido em 2006. Back slide/moonwalk (popping): deslizar para trás. Top-rock (breaking): movimentos feitos em planos altos. Floor-rock (breaking): “trançar” as pernas continuamente, mantendo as mãos em contato com o solo. Freeze (breaking): finalização do movimento, mantendo uma posição fixa. Professor, para introduzir o tema, solicite aos seus alunos que reali- zem a atividade descrita na seção “Para começo de conversa”, do Ca- derno do Aluno. Se você é da cidade de São Paulo ou mora na região metropolitana, já deve ter visto apre- sentações informais dos b-boys ou b-girls pelas ruas da capital. O movimento hip-hop em São Paulo, influenciado, sobretudo, pelo movi- mento hip-hop de Nova Iorque, associa mani- festações culturais, como a música, o grafite, e a dança de rua, ou street dance, a questões sociais, como o racismo, a livre expressão e maior representatividade política dos segmen- tos sociais presumidamente desfavorecidos. Os quatro elementos do hip-hop são: MC – mestre de cerimônia ou apresenta- dor do evento; DJ – disc jockey responsável pela produção musical; grafiteiro – realiza a expressão gráfica da “cultura de rua”; b-boy – dançarino de rua (se for menina, b-girl). As letras das músicas, no hip-hop, são mar- cadas pelo tom de protesto. Se você conhece algum rap, transcreva um trecho em seu ca- derno e responda às perguntas que se seguem: 1. Qual é o tema abordado pela música? Essa situação ocorre também na sua cidade? Resposta pessoal, a depender da temática apresentada na música escolhida. © C on ex ão E di to ri al Figura 22. 45 Educação Física – 3a série – Volume 1 © B ra nd X P ic tu re s/ T hi nk st oc k/ G et ty I m ag es © S ea n M ur ph y/ T he I m ag e B an k/ G et ty I m ag es © iS to ck ph ot o/ T hi nk st oc k/ G et ty I m ag es © F er na nd o F av or et to c) MC ou rapper. d) B-boy. a) Grafite. b) DJ. 2. Identifique nas imagens a seguir os quatro elementos do hip-hop: Agora, professor, instrua a classe a ler o quadro “Você sabia?” e realizar o “Desafio!”. Você sabia? Que é possível fazer música com o corpo? Palmas, marcação com os pés, sons com a boca etc. Essa técnica é chamada percussão corporal. Experimente “tirar” sons graves, médios e agudos do seu corpo. Por exemplo, se você bater com as palmas das mãos sobre o peito, en- contrará sons graves; no abdome, sons médios; e nas coxas, sons agudos. Experimente! Para saber mais, acesse o site <http://www.barbatuques.com.br> (Acesso em: 29 jul. 2013). O Barbatuques é um grupo brasileiro de percussão corporal internacionalmente reconhecido. Talvez você já tenha ouvido falar desse grupo ou pesquisador a respeito! 46 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 O MOVIMENTO HIP-HOP Desafio! Você sabe o que é xenofobia? É a aversão a pessoas ou objetos estranhos. Na área social, o termo designa aversão ao estrangeiro, ao que vem de fora, uma espécie de bairrismo. Por exemplo: o possível preconceito de quem vive na capital em relação a quem mora no inte- rior ou o preconceito de quem vive nas regiões centrais em relação a quem vive na periferia. O movimento hip-hop denuncia toda forma de preconceito. Elabore com seus colegas da turma um grafite (em local autorizado), uma letra de rap ou uma coreografia de street dance contendo as palavras que se relacionam com os elementos da cultura de rua. MC Grafite DJ Popping Preconceito Freestyle B-boy Locking Rap Breaking Espera-se que o aluno consiga elaborar uma das três opções (grafite, letra de rap ou coreografia de street dance) com os elemen- tos do hip-hop, tomando por base o conteúdo aprendido nas aulas, bem como as próprias experiências vividas fora da escola. Os alunos farão movimentos coreografa- dos mesclando os elementos do hip-hop com duas intenções: denunciar problemas da região em que vivem e problemas globais. Em ambos os casos, a coreografia deve apontar possíveis soluções para os problemas apontados. Conteúdo e temas: diferentes estilos do hip-hop como expressões socioculturais; principais passos, mo- vimentos e coreografias no hip-hop. Competências e habilidades: apreciar e analisar movimentos característicos do hip-hop; compreender e analisar o movimento hip-hop como expressão sociocultural. Sugestão de recursos: aparelho de som; material de segurança: colchões ou colchonetes (opcional). Possibilidades interdisciplinares Professor, os temas hip-hop e street dance poderão ser desenvolvidos de modo integrado com as disciplinas de Artes, Geografia, História, Língua Portuguesa e Língua Estrangeira, na medida em que os conteúdos remetem aos costumes brasileiros e de outros países, localização geográfica e situação econômica, expressões idiomáticas, termos estrangeiros e representações estéticas. Converse com os professores responsáveis em sua escola por essas disciplinas. Essa iniciativa facilitará aos alunos a compreensão dos conteúdos de forma mais global e integrada. 49 Educação Física – 3a série – Volume 1 Etapa 3 – Estilo livre: freestyle Mantenha os grupos das etapas ante- riores e solicite que cada um deles elabo- re uma coreografia ao ritmo da música que escolherem. Nessa coreografia devem incluir no mínimo um dos passos já vivenciados e criar os demais movimentos. Permita que todos os grupos se apresentem. Ao final, soli- cite que registrem por escrito a sequência de movimentos, nomeando os passos que inven- taram, e que identifiquem os passos princi- pais de street dance e seus respectivos estilos (por exemplo: skeeter rabbit/locking). Professor, para melhor compre- ensão do conteúdo apresentado neste tema, peça aos alunos que realizem a atividade proposta na seção “Você aprendeu?”, do Caderno do Aluno. ©  F er na nd o F av or et to Figura 23 – Coreografia de street dance, estilo freestyle. 1. O street dance é uma das manifestações do hip-hop e possui quatro estilos diferentes. Assinale a alternativa que corresponde a esses estilos e apresente imagens deles para justificar sua escolha: a) MC, popping, DJ e breaking. b) grafite, freestyle, locking e b-boy. c) breaking, popping, freestyle e locking. d) b-boy, breaking, grafite e MC. 2. O estilo de street dance que enfatiza movi- mentos como se as articulações estivessem “quebrando” é: a) popping. b) freestyle. c) breaking. d) locking. 3. Quais são os quatro elementos do hip-hop? Assinale abaixo a alternativa correta para justificar a sua escolha: a) MC, DJ, b-boy e grafite. b) grafite, freestyle, MC e b-boy. c) popping, freestyle, b-boy e DJ. d) b-boy, breaking, grafite e MC. 50 PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO ATIVIDADE AVALIADORA Solicite aos alunos que escrevam uma letra de música rap com informações pertinentes ao hip-hop e aos estilos de street dance, ou que escolham uma música de sua preferência (é importante que eles analisem criticamente a letra, mesmo se escolherem uma música es- trangeira), e que apresentem uma coreogra- fia para a música com os movimentos/pas- sos aprendidos. As coreografias realizadas nas aulas também podem ser consideradas nesse sentido, sendo possível avaliar todo o processo de elaboração. Procure observar se as condutas dos alunos correspondem ao que foi aprendido (passos específicos dos es- tilos de street dance) e se têm relação com os temas que tentam expressar na coreografia. A apresentação poderia, opcionalmente, ser registrada/gravada no formato de videoclipe. Nesse caso, o foco da avaliação seria a elabo- ração coletiva da coreografia. Durante o percurso das Situações de Apren- dizagem, alguns alunos poderão não apreender os conteúdos e desenvolver as habi lidades espe- radas. É necessário, então, que outras Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar de outra maneira o processo. Tais estratégias podem ser desenvolvidas du- rante as aulas ou em outros momentos, envol- vendo todos os alunos ou apenas aqueles que apresentaram dificuldades. Podem ser traba- lhadas individualmente ou em pequenos gru- pos. Por exemplo: roteiro de estudos com perguntas norteado- ras elaboradas por você, professor, referen- tes ao hip-hop e ao street dance para poste- rior apresentação em registro escrito; apresentar semelhanças e diferenças entre o movimento hip-hop e os passos e coreogra- fias de street dance; apreciação e análise de filmes ou documen- tários, orientadas por você, professor; apreciação e registro por parte do aluno dos próprios movimentos e dos movimen- tos dos colegas; elaboração e apresentação (pode-se optar pelo registro com uso de palavras, dese- nhos, audiovisual etc.) de pequenas coreo- grafias a partir de referenciais e elementos sugeridos por você, professor; reapresentação da Atividade Avaliadora, desenvolvida em outra linguagem (por exemplo, descrever verbalmente e/ou com desenhos as atividades realizadas); atividade-síntese de determinado conteú- do, em que as várias tarefas sejam refei- tas em uma única aula e discutidas pos- teriormente (por exemplo, dramatização de videoclipe com elementos do hip-hop e passos de street dance). 51 Educação Física – 3a série – Volume 1 RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA Livros CASSEANO, Patrícia; ROCHA, Janaina; DOMENICH, Mirella. Hip-hop: a periferia gri- ta. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2001. As autoras dão voz aos manos e às minas e mostram que, mais que um modismo ou um estilo de música, o hip-hop é uma nação que busca congregar excluídos do mundo inteiro. FERRÉZ. Capão pecado. São Paulo: Labor- texto Editorial, 2000. O autor constrói uma narrativa original, “de mano para mano”, re- velando o cotidiano da periferia a partir da rea- lidade de uma favela. PIMENTEL, Spensy. O livro vermelho do hip- -hop. Arquivo on-line. Disponível em: <https:// clam.sarava.org/node/75>. Acesso em: 29 jul. 2013. Aborda a história do movimento hip- -hop e as semelhanças e diferenças entre as culturas hip-hop estadunidense e brasileira. Artigos DAYRELL, Juarez. O rap e o funk na sociali- zação da juventude. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 28, n. 1, p. 117-136, jan.-jun. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ep/ v28n1/11660.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2013. Propõe-se discutir a importância dos grupos musicais juvenis nos processos de socialização vivenciados por jovens pobres na periferia de Belo Horizonte. SOUZA, Gustavo. Um novo cenário sociocul- tural nas metrópoles brasileiras: descentramen- to, consumo e estilo cultural no movimento hip-hop. XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Belo Horizonte (MG), 2003. Disponível em: <http://www. intercom.org.br/papers/nacionais/2003/ www/pdf/2003_NP13_souza.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2013. Propõe-se a analisar a re- lação do sujeito com a cidade, a constituição de seu estilo cultural e o paradigma entre a noção de consumo e cidadania. STOPAA, Edmur A. “Tá ligado mano”: o hip- -hop como lazer em busca da cidadania. 2005. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campi- nas. Campinas, 2005. Trata da organização de grupos de hip-hop, dos significados do lazer, e de seus participantes e suas perspectivas de inserção social. Filmes Escritores da liberdade (Freedom writers). Direção: Richard LaGravenese. EUA, 2007. 123 min. 16 anos. Jovem professora começa a trabalhar em uma escola da periferia e tem de lidar com a violência e a tensão racial entre os alunos. No balanço do amor (Save the last dance). Di- reção: Thomas Carter. EUA, 2001. 112 min. 10 anos. Uma adolescente branca de classe média, praticante de balé, muda de escola e vai conviver com colegas negros, sendo intro- duzida na cultura hip-hop. 54 Há dois tipos corretos de alcance dos objetos, indicados na figura a seguir: Como você percebe na figura, no alcance ótimo ou preferencial o movimento é executado com facilidade, e a posição é bastante confortável para realizar qualquer tarefa. Já no alcance máximo, embora as medidas corporais sejam respeitadas, o gesto está sen- do executado com o auxílio do tronco ou do ombro para ampliar o movimento. Devemos evitar os movimentos que estejam além dessas duas possibilidades de execução, por causa do risco de causar lesões por esforço inadequado. Algumas articulações são mais frágeis do que outras, logo, mais sujeitas a lesões. Na figura a seguir, você tem informações da postura correta para pegar algum objeto que está acima da linha de seu olhar. Observe o ombro nas duas figuras humanas. Na figura da direita, o gesto executado está muito além do limite máximo de alcance. Todo o corpo está mal equilibrado e, o membro superior, instável (vul- nerável) para pegar o objeto. Na figura da esquerda, o alcance máximo é res- peitado. O corpo possui equilíbrio, e o membro su- perior permanece estável (bem apoiado no tórax), possibilitando boa coordenação da mão (preensão) para apanhar o objeto. Então, organize-se! © C on ex ão E di to ri al ótimo máximo © A le xa nd re J ub ra n Dica! Coloque os objetos que você utiliza com maior frequência, ou que sejam mais pesados, na área do alcance ótimo. Os demais objetos, menos utilizados ou mais leves, podem ficar um pouco mais distantes, dentro da área do alcance máximo. Observe seu quarto, sua cozinha, seu banheiro e veja se a disposição dos objetos está correta ou pode ser melhorada. Se você já trabalha, analise o local e os objetos que utiliza e, se possível, reorganize-os segundo as orientações que você acabou de aprender. E boa postura para você! SANTOS, Angela. Postura corporal: um guia para todos. São Paulo: Summus, 2005. p. 25. 55 Educação Física – 3a série – Volume 1 A ginástica laboral, como indica o nome, é uma ginástica para ser feita antes, du- rante ou depois do expediente de trabalho. Essa prática tem o objetivo de prevenir as doenças causadas pelo esforço repetitivo, conhecidas como LER (lesões por esforços repetitivos), Dort (distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho) e, mais recentemente, Amert (afecções musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho). Ministrada durante 10 a 15 minutos, em geral, com alongamento e relaxamento, por um tempo essa prática foi criticada pela vinculação que se fez, quando da sua utilização nas em- presas, apenas ao aumento da produtividade – e não ao bem-estar do trabalhador. Estudos revelam que a ginástica laboral pode contribuir para a prevenção das doenças cau- sadas pelo esforço repetitivo, além de beneficiar o trabalhador nos seguintes aspectos: diminui- ção de dores corporais, redução do cansaço, aumento da atenção e concentração, entre outros. Mas o trabalhador tem outras sobrecargas no ambiente de trabalho. A crescente com- petitividade dentro das empresas e fora delas vem aumentando a insegurança em relação à conservação do emprego (para quem está empregado) ou à inserção no mercado de trabalho. Esse tipo de insegurança é um fator que induz os trabalhadores a permanecer mais tempo no trabalho, com medo de perder o emprego. Hoje, fala-se em workaholics, pessoas viciadas em trabalho. Na verdade, elas sempre exis- tiram, mas as circunstâncias da vida moderna têm contribuído para que as pessoas fiquem conectadas ao trabalho por muito mais tempo. Ou estão no local do trabalho ou o trabalho as acompanha quando saem de lá, com seus computadores ou palmtops, seus celulares em- presariais ou outros meios de comunicação. Estão tão viciadas que não percebem que a falta de lazer (para descansar e espairecer) também é um fator de diminuição de produtividade, o que as coloca na zona de risco de perderem seus postos de trabalho. 1. Em sua opinião, quais foram as razões para que a ginástica laboral passasse a ser adota- da por um número maior de empresas? Espera-se que o aluno, com base na leitura do texto, identifi- que que a ginástica laboral foi introduzida para diminuir/pre- venir as doenças causadas por LER/Dort/Amert e aumentar a produtividade dos funcionários. 2. Apresente argumentos favoráveis e desfa- voráveis à prática da ginástica laboral. Favoráveis: diminuição/prevenção das lesões e das doenças corporais, aumento da atenção e da concentração etc. Desfavoráveis: exploração das empresas em relação aos fun- cionários, visando apenas sua produtividade. 3. Além da ginástica laboral, quais outras estratégias ou recursos poderiam contri- buir para reduzir o estresse provocado pelo trabalho? Aumento do tempo e das atividades de lazer, maior segurança quanto à empregabilidade e permanência no emprego, me- nor sobrecarga, entre outros recursos. Etapa 1 – A importância da ginástica laboral nos tempos modernos Introduza o tema, exemplificando os male- fícios de movimentos repetitivos ocasionados por determinadas funções de trabalho. Suge- re-se o uso de imagens de diferentes profis- sões: fotos ou figuras de linha de produção em fábrica, pedreiros, digitadores, empregados domésticos ou trechos de filmes como Tempos modernos, de Charles Chaplin. Auxilie os alunos a identificar os movimentos repetitivos e posturas inadequadas nas situações de trabalho presentes nas imagens, bem como as inadequações ergonômicas dos equipamentos de trabalho que acarretam má postura. 56 Ao final, aponte os benefícios da ginásti- ca laboral realizada antes, durante e após a jornada de trabalho, para prevenir doenças ocupacionais, e proponha uma discussão sobre quais seriam os interesses dos empregadores em tal prática. Professor, peça aos seus alunos que façam as atividades a seguir, pre- sentes no Caderno do Aluno na se- ção “Para começo de conversa”. Você é o tipo observador, que analisa os ambientes e as pessoas? Eventualmente co- menta com um amigo algum fato que você observou? Já viu uma linha de produção ou de seleção de algum produto? Por exemplo, se- leção de frutas ou uma confecção de roupas? 1. Como é o trabalho das pessoas nesses lugares? Espera-se que o aluno identifique o trabalho repetitivo, a linha de produção e a mesma posição corporal, entre outros aspectos. 2. Nesse tipo de ambiente, os movimentos que os trabalhadores executam são: ( x ) repetitivos, realizados quase sempre na mesma posição corporal e no mesmo lugar. ( ) variados, exigindo que esses trabalha- dores mudem constantemente de lugar. 3. Como você se sente quando fica muito tempo sentado na escola, por exemplo, ou muito tempo em pé em uma fila de ônibus ou de banco? Espera-se que o aluno identifique que essas situações são exaustivas, enfadonhas, desmotivantes, entre outras carac- terísticas. 4. Que tipo de prejuízo os movimentos repe- titivos e a permanência em posições inade- quadas, em situações de trabalho ou mes- mo no cotidiano das pessoas, podem trazer para o seu corpo? Espera-se que o aluno consiga associar os movimentos repetiti- vos à predisposição para algumas patologias, como a tendinite. Etapa 2 – Identificando a ginástica laboral adequada para a futura profissão Inicialmente, cada aluno indica sua perspec- tiva ou preferência de futuro emprego (ou atual) para que se organizem em grupos de cinco a sete alunos, de acordo com a profissão indicada. A seguir, cada grupo aponta posturas inadequadas ou movimentos realizados com mais frequência em cada jornada de traba- lho e identifica as regiões do corpo mais propensas à dor. Pode-se utilizar o esque- ma de um corpo de frente e de costas, para que pintem as regiões de cores diferentes de acordo com a intensidade da dor, como Mulheres trabalhando com embalagem de uvas. Petrolina (PE). Costureiras. © D el fim M ar ti ns /P ul sa r Im ag en s © R ol f B re nn er /A la m y/ G lo w I m ag es 59 Educação Física – 3a série – Volume 1 PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO No decorrer das Situações de Aprendiza- gem, alguns alunos poderão não apreender os conteúdos e desenvolver as habilidades esperadas. É necessário, então, que outras Situações de Aprendizagem sejam propostas, permitindo ao aluno “revisitar” de outra ma- neira o processo. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, envolver todos os alunos ou ape- nas aqueles que apresentaram dificuldades. Podem ser trabalhadas individualmente ou em pequenos grupos. Por exemplo: roteiro de estudos com perguntas nortea- doras referentes à ginástica laboral, e pos- terior apresentação em registro escrito; apreciação e análise de filmes ou docu- mentários, orientadas pelo professor; apreciação e registro por parte do aluno dos próprios movimentos e dos colegas; reapresentação da Atividade Avaliadora desenvolvida em outra linguagem (por exemplo, descrever verbalmente e/ou com desenhos as atividades realizadas). RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA Livros MENDES, Ricardo A.; LEITE, Neiva. Ginás- tica laboral: princípios e aplicações práticas. São Paulo: Manole, 2004. Aborda conceitos da ginástica laboral e princípios teóricos como o sedentarismo, estresse ocupacional, doenças e saúde no mundo do trabalho. POLITO, E.; BERGAMASHI, E. C. Ginás- tica laboral: teoria e prática. Rio de Janeiro: Sprint, 2003. Apresenta exercícios e sugestões para a implantação de um programa de ginás- tica laboral. Artigos DEVIDE, Fabiano P. Atividade física na em- presa: para onde vamos e o que queremos? Motriz, v. 4, n. 2, p. 109-115, dez. 1998. Dispo- nível em: <http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/ motriz/ 04n2/4n2_PON06.pdf>. Acesso em: 29 jul. 2013. Baseado no referencial teórico da Promoção da Saúde, o estudo tem como objetivo discutir questões polêmicas sobre as funções desses programas de atividade física nas empresas. Filme Tempos modernos (Modern times). Direção: Charles Chaplin. EUA, 1936. 87 min. Uma sátira à sociedade industrial, mostra a desuma- nização do funcionário quando é obrigado a seguir o movimento repetitivo imposto pelas máquinas no processo de produção. Site Cooperativa do Fitness. Disponível em: <http://www.cdof.com.br/gl5.htm>. Acesso em: 29 jul. 2013. Nesse endereço, há artigos sobre ginástica laboral, indicação de sites so- bre o tema e seção de perguntas e respostas. 60 TEMA 6 – CONTEMPORANEIDADE: ESPORTES RADICAIS O mundo e a época em que vivemos caracterizam-se por grandes transforma- ções, dentre as quais a globalização, que não é apenas econômica (produtos e servi- ços), mas também cultural (ideias, valores, comportamentos). Tudo isso pode influen- ciar os conceitos e as relações que as pes- soas mantêm com o corpo. O advento dos esportes radicais, como mais um elemento que se agrega à Cultura de Movimento con- temporânea, é bastante significativo nesse processo, pois leva ao extremo a experiência corporal do risco, da liberdade e da aven- tura, indo na “contramão” do sedentarismo e da virtualização dos corpos, fenômenos promovidos pela televisão e pela internet. © J un T ak ah as hi /T ax i J ap an /G et ty I m ag es Figura 25 – Ir ao trabalho de skate. 61 Educação Física – 3a série – Volume 1 Porém, nem todas as atividades que provo- cam essa sensação de liberdade e aventura são vistas como radicais. Vários nomes podem ser atribuídos a esse desejo humano de superar as adversidades do ambiente, seja na água, na terra ou no ar, nas praias no verão ou em mon- tanhas cobertas de neve durante o inverno, ou, ainda, enfrentando as demandas ambientais que surgiram com a urbanização das cidades. Atividades de aventura na natureza po- dem designar algumas vivências, como seguir trilhas ou fazer escaladas; e jogos extremos ou esportes radicais (os chamados extreme games ou X games) são passíveis de abranger outros elementos culturais, como fazer ma- nobras em bicicletas, skates e patins. Algumas manifestações podem ser relacionadas sob diferentes nomenclaturas e classificações, como surfar nas regiões litorâneas, criar per- cursos diferenciados nas cidades (parkour) ou utilizar os equipamentos de parques te- máticos (jogos vertiginosos). De qualquer modo, os esportes radicais tendem a reunir certos grupos sociocultu- rais, sobretudo entre os jovens, que se iden- tificam e constroem certo “estilo de vida” caracterizado por sentidos/significados atri- buídos ao Se-Movimentar, vestuário, lin- guajar etc. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7 A INVENÇÃO DA RODA E A CRIATIVIDADE SOBRE RODAS Possibilidades interdisciplinares Professor, o tema “Contemporaneidade: esportes radicais” poderá ser desenvolvido de modo integrado com outras disciplinas, na medida em que envolve conteúdos comuns: Geografia (espaço urbano) e Inglês (expres- sões estrangeiras). Converse com os professo- res responsáveis em sua escola por essas dis- ciplinas. Essa iniciativa facilitará aos alunos a compreensão dos conteúdos de forma mais global e integrada. Os alunos relacionarão os esportes radicais conhecidos pela turma e/ou já praticados por eles. A seguir, vivenciarão pelo menos uma modalidade sobre rodas: skate e/ou patins. Conteúdo e temas: esporte na contemporaneidade: esportes radicais; corpo, Cultura de Movimento e “estilo de vida”. Competências e habilidades: identificar características específicas dos esportes radicais; relacionar ex- periências do Se-Movimentar para elaborar conhecimentos sobre o “estilo de vida” dos praticantes de esportes radicais. Sugestão de recursos: folhas de papel; papelão; colchões; madeirite; bastões; jornal; balões. 64 Etapa 2 – A vida sobre rodas Solicite previamente aos alunos que tra- gam skates e/ou patins para a aula, con- forme a disponibilidade que tenham em conseguir material próprio ou emprestado. Considere o nível de autonomia da turma ao organizar a aula, mas, de modo geral, é re- comendável não ter mais do que dez skates e/ou patins em uso ao mesmo tempo, sen- do necessário também o uso de equipamen- tos de segurança para minimizar riscos. As lesões mais comuns ocorrem nos membros supe riores (punhos e cotovelos); por isso, sugere-se aos alunos que mobilizem/prepa- rem adequadamente essas articulações para a vivência. Converse previamente com a direção e a coordenação da escola, pois às vezes é vetada a entrada dos alunos com esses equipamentos. Verifique também as reais condições dos alu- nos de trazerem equipamentos em número e condições suficientes para a proposta. Agrupe-os conforme o nível de habilida- de que declararem possuir ou que demons- trarem. Sugere-se que sejam formados três grupos: iniciante, intermediário e avançado. Note que um aluno pode ser iniciante no uso de skates, mas não necessariamente no uso de patins; por isso, ajustes podem ser necessários ao longo da aula. As possibilidades de movimento mais co- muns encontradas nos grupos possivelmen- te serão: iniciante: permanecer em pé nos equi- pamentos e deslocar-se sem apoio e/ou sem auxílio dos colegas; intermediário: deslocar-se em sentidos opostos (deslizar de costas utilizando os patins, por exemplo), fazer curvas e controlar os movimentos; avançado: realizar manobras com os equipamentos e ter maior precisão nos deslocamentos. Os alunos mais avançados podem dar dicas para os colegas (“pares avançados”). Será necessário que os alunos comparti- lhem os materiais. Após todos passarem pela vivência inicial, proponha uma atividade de perseguição entre os grupos. Cada aluno deverá prender um objeto em uma das pernas. Utilize para isso cadarços de tênis, folhas de jornal ou balões amarrados com barbante. O objetivo na perseguição é proteger-se e tentar retirar o objeto dos demais colegas. Para que a vivência seja adequada aos níveis discrepantes de habilidade, sugira aos alunos que persigam somente os colegas de turma que estiverem no mesmo grupo ou em um grupo mais avançado que o seu. Identifique, com os alunos, as principais dificuldades que tiveram, especial mente a adequação da postura. A seguir, solicite a cada grupo que proponha um movimento de- safiador aos demais. Solicite a todos que ten- tem realizar os desafios, conforme seu nível de habilidade. Converse novamente com os alunos sobre as dificuldades percebidas, aproveitando os comentários de cada grupo na discussão. Etapa 3 – Estilo de vida radical A identificação com determinada prática corporal reflete um estilo de vida. Solicite aos alunos que identifiquem as práticas que influenciam seu próprio estilo de vida e seus costumes e que as registrem em uma folha de papel. A seguir, organize-os em grupos conforme suas afinidades e procure associar em um mesmo grupo os alunos que têm um “estilo de vida radical”. Peça que registrem coletivamente (em cada grupo) argumentos favoráveis e desfavoráveis aos seus próprios hábitos e discuta com eles as implicações dos diferentes costumes, enfatizando as par- ticularidades de um estilo de vida radical. 65 Educação Física – 3a série – Volume 1 Professor, para ampliar a pers- pectiva dos alunos sobre o tema, solicite que realizem a “Pesquisa de campo”, sugerida no Caderno do Aluno. Pesquise em seu bairro ou em sua cidade quais são os esportes radicais mais comuns. Se isso não for possível, faça uma pesquisa em sites. Realizada a pesquisa, você pode agrupar os esportes segundo os ambientes predominantes para sua prática: terra, ar e/ou água. Ou ainda, se preferir, poderá optar pela divisão segundo as modalidades: sobre rodas, de inverno, na na- tureza, na cidade ou outra qualquer. Observe os praticantes: como se vestem, como agem, como falam. Se você for um praticante, des- creva as roupas que gosta de usar e por que as veste, anote as palavras mais comuns em suas conversas com outros praticantes, fale sobre os locais de reunião e a prática do esporte, as difi- culdades enfrentadas etc. Registre suas observações e considerações. Posteriormente, troque ideias a respeito com outros amigos da classe. Espera-se que o aluno, após pesquisar as ofertas de esportes radicais na cidade, consiga agrupá-las segundo os ambientes ou as modalidades que identifiquem o estilo de seus prati- cantes (vestuário, linguagem etc.) e a sua própria identidade, se for praticante de algum esporte radical. No uso corrente, a palavra radical tornou-se sinônimo de extremista. As grandes transformações no mundo globalizado têm influencia- do os conceitos e as relações que mantemos com o corpo. Os esportes chamados radicais refletem esse movimento, que se instalou na sociedade contemporânea, levando ao extre- mo a experiência corporal do risco, da liber- dade e da aventura. Esportes radicais, também conhecidos como esportes de aventura, são práticas que geralmente reúnem jovens que se iden- tificam e constroem certo “estilo de vida”, caracterizado pelo vestuário, pelo linguajar e pelo significado que atribuem à atividade realizada. 1. As imagens seguintes exemplificam alguns esportes radicais: a) b) © A le xa nd re C ap pi /B rS to ck © H en ry W es th ei m P ho to gr ap hy /A la m y/ G lo w I m ag es 66 c) © A le xa nd re C ap pi /B rS to ck d) © A le xa nd re C ap pi /B rS to ck f) © D ar ry l L en iu k/ St on e/ G et ty I m ag es © A le xa nd re C ap pi /B rS to ck g) © K ut ti g- P eo pl e/ A la m y/ G lo w I m ag es e) Quais são os esportes que aparecem nas imagens? a) Skate; b) Rafting; c) Le parkour; d) Rappel; e) Bicicross; f) Downhill; g) BMX e Freestyle. 69 Educação Física – 3a série – Volume 1 Livros DIAS, Cleber A. G.; ALVES Jr., Edmundo D. Entre o mar e a montanha: esporte, aventura e na- tureza no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: EdUFF, 2008. Analisa os desafios e as perspectivas dos es- portes praticados na natureza, também conheci- dos como radicais e de aventura, especialmente o surfe e o montanhismo, das perspectivas das ciências sociais e econômica. MOREIRA, Wagner W. (org.). Século XXI: a era do corpo ativo. Campinas: Papirus, 2006. Busca identificar os fatores que influem no en- tendimento do corpo na contemporaneidade, apresentando trabalhos que investigam a intera- ção entre esporte, corporeidade, meio ambiente, mídia, virtualidade e formação profissional. UVINHA, Ricardo R. Juventude, lazer e es- portes radicais. São Paulo: Manole, 2001. Apresenta uma discussão sobre o lazer e o esporte na adolescência, desvendando o sen- tido do “radical” para os jovens e explorando questões relativas aos seus valores, anseios, modos de agir e de pensar. Artigos FIGUEIRA, Márcia L. M.; GOELLNER, Silvana V. Skate e mulheres no Brasil: frag- mentos de um esporte em construção. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 30, n. 3, 2009, p. 95-110. Disponível em: <http://www. rbceonline.org.br/revista/index.php/RBCE/ article/view/254/369>. Acesso em: 9 set. 2013. O artigo analisa, por meio de diferentes fon- tes documentais, a pouca visibilidade dada no Brasil às mulheres que praticam skate. HONORATO, Tony. Modelo de aprendizagem da tribo skatista. 9o Congresso Brasileiro de História do Esporte, Lazer e Educação Física, 2004, Recife. História e Ciências Sociais, Fontes e Métodos. Anais... Recife: Universidade Fede- RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA ral de Pernambuco, 2004. 424p. Disponível em: <http://www.boletimef.org>. Acesso em: 29 jul. 2013. Propõe um possível modelo de aprendiza- gem sistematizado e técnico da prática do skate. SPINK, Mary J. P. Trópicos do discurso sobre risco: risco-aventura como metáfora na modernidade tardia. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 6, p. 1277- 1311, nov.-dez. 2001. Disponível em: <http: / /www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0102-311X2001000600002& lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 29 jul. 2013. Este artigo tem como objetivo situar as novas modalidades de uso dos repertórios interpretativos sobre risco, especialmente no que se refere à perspectiva da aventura. Filmes ATL – O som do gueto (ATL). Direção: Chris Robinson. EUA, 2006. 120 min. 14 anos. O filme mostra quatro adolescentes da classe operária de Atlanta chegando a uma idade em que a música, o hip-hop e os patins são as palavras de comando na vizinhança. Deck dogz: feras do skate (Deck dogz). Dire- ção: Steve Pasvolsky. Austrália, 2005. 90 min. 12 anos. Conta como dois garotos sonham em se tornar skatistas profissionais e participar de um campeonato. Sem contar com nenhum tipo de apoio, eles tentam conseguir ajuda, mas nem sempre com as pessoas certas. Ritmo alucinante (Roll bounce). Direção: Malcolm D. Lee. EUA, 2005. 112 min. 12 anos. No fim da década de 1970, quando pati- nar era um modo de vida, X e sua turma eram os reis incontestáveis. Mas, quando as portas do rinque local fecharam, foi o fim de uma era e o início de outra, na qual os rapazes teriam de se aventurar em território estranho: o rin- que do lado rico da cidade, onde encontraram competidores à altura. 70 QUADRO DE CONTEÚDOS DO ENSINO MÉDIO 1a série 2a série 3a série V ol um e 1 Esporte – Modalidade coletiva: basquetebol – Sistemas de jogo e táticas em uma modalidade coletiva já conhecida dos alunos Corpo, saúde e beleza – Padrões e estereótipos de beleza corporal – Consumo e gasto calórico: alimenta- ção, exercício físico e obesidade Atividade rítmica – Ritmo vital e ritmo como organização expressiva do movimento – Tempo e acento rítmicos Esporte – Modalidade individual: ginástica rítmica Corpo, saúde e beleza – Corpo e beleza em diferentes períodos históricos Ginástica – Práticas contemporâneas em academias: ginástica aeróbica, ginástica localizada e/ou outras Mídias – Significados/sentidos no discurso das mídias sobre a ginástica e o exercício físico – O papel das mídias na definição de mo- delos hegemônicos de beleza corporal Corpo, saúde e beleza – Capacidades físicas: conceitos e ava- liação Esporte – Modalidade individual: tênis – Técnicas e táticas em uma modalidade ainda não conhecida pelos alunos Corpo, saúde e beleza – Efeitos fisiológicos, morfológicos e psicossociais do treinamento físico – Exercícios resistidos (musculação): benefícios e riscos à saúde nas várias faixas etárias Luta – Modalidade de luta pouco conhecida pelos alunos: boxe Contemporaneidade – Corpo, Cultura de Movimento, diferença, preconceito e expectativas de desempenho físico e esportivo como construções culturais Corpo, saúde e beleza – Princípios do treinamento físico: individualidade biológica, sobrecarga e reversibilidade Atividade rítmica – Manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem: hip-hop e street dance Lazer e trabalho – Ginástica laboral: saúde e trabalho Contemporaneidade – Esportes radicais: criatividade sobre rodas V ol um e 2 Esporte – Sistemas de jogo e táticas em uma mo- dalidade coletiva ainda não conhecida dos alunos Corpo, saúde e beleza – Atividade física, exercício físico e saúde Ginástica – Práticas contemporâneas: ginástica aeró- bica, ginástica localizada e/ou outras Luta – Princípios orientadores, regras e técni- cas de uma luta ainda não conhecida dos alunos Esporte – Modalidade “alternativa” ou popular em outros países: beisebol, badminton, frisbee ou outra Corpo, saúde e beleza – Fatores de risco à saúde: sedentarismo, alimentação, dietas e suplementos ali- mentares, fumo, álcool, drogas, dopping e anabolizantes, estresse e repouso – Doenças hipocinéticas e relação com a atividade física e o exercício físico: obesidade, hipertensão e outras Mídias – A transformação do esporte em espetá- culo televisivo e suas consequências Ginástica – Ginástica alternativa: alongamento, relaxamento ou outra Corpo, saúde e beleza – Atividade física/exercício físico e prática esportiva em níveis e condições adequadas Contemporaneidade – Corpo, Cultura de Movimento, diferença e preconceito Atividade rítmica – Manifestações e representações da cultura rítmica nacional ou de outros países Lazer e trabalho – O lazer como direito do cidadão e dever do Estado Contemporaneidade – A virtualização do corpo na contempo- raneidade Esporte, ginástica, luta e atividade rítmica – Organização de eventos esportivos e/ou festivais (apresentações) de ginástica, luta e/ou dança Lazer e trabalho – Espaços, equipamentos e políticas públicas de lazer – O lazer na comunidade escolar e em seu entorno: espaços, tempos, interesses e estratégias de intervenção Corpo, saúde e beleza – Estratégias de intervenção para promo- ção da atividade física e do exercício físico na comunidade escolar CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL NOVA EDIÇÃO 2014-2017 COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB Coordenadora Maria Elizabete da Costa Diretor do Departamento de Desenvolvimento Curricular de Gestão da Educação Básica João Freitas da Silva Diretora do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF Valéria Tarantello de Georgel Coordenadora Geral do Programa São Paulo faz escola Valéria Tarantello de Georgel Coordenação Técnica Roberto Canossa Roberto Liberato S el Cristina de lb er e o EQUIPES CURRICULARES Área de Linguagens Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli Ventrela. Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt, Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto Silveira. Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire de Souza Bispo, Marina Tsunokawa Shimabukuro, Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes Nogueira. Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves. Área de Matemática Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros, Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio Yamanaka, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e Rodrigo Ponce. Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Maria da Graça de Jesus Mendes. Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte. Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus. Área de Ciências Humanas Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e Teônia de Abreu Ferreira. Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati. História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria Margarete dos Santos e Walter Nicolas Otheguy Fernandez. Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de Almeida e Tony Shigueki Nakatani. PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO PEDAGÓGICO Área de Linguagens Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes, Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz. Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva, Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos, Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Bom m, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Campos e Silmara Santade Masiero. Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M. de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Sílvia Regina Peres. Área de Matemática Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima, Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda Meira de Aguiar Gomes. Área de Ciências da Natureza Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara Santana da Silva Alves. Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson Luís Prati. Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula Vieira Costa, André Henrique Ghel Ru no, Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael Plana Simões e Rui Buosi. Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S. Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M. Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus. Área de Ciências Humanas Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal. Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez, Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos, Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório, Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato e Sonia Maria M. Romano. História: Aparecida de Fátima dos Santos Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo, Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas. Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves, Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e Tânia Fetchir. Apoio: Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE CTP, Impressão e acabamento Esdeva Indústria Grá ca Ltda.

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