Baixe Conhecimento: Decartes e Hume - Ensaio Filosófico e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Filosofia, somente na Docsity! Defenição do Conhecimento & Ceticismo O que é conhecimento? A abordagem mais famosa ao conhecimento é denominada Abordarem Tripartida do Conhecimento, que define o conhecimento através de 3 condições suficientes e necessárias: Crença, Verdade e Justificação. Estas condições, individualmente, são necessárias para o conhecimento, mas não são suficientes por si só. Uma das respostas mais conhecidas ao conhecimento é o ceticismo que nega a existência de conhecimento. Qualquer um que adote o Ceticismo e que coloque em causa a possibilidade e existência do conhecimento é chamado Cético. Ceticismo é a premissa que admite que todas as crenças são justificadas por outras crenças, caíndo assim no Argumento Cético da Regressão Infinita. A resposta Fundacionalista Uma das resposatas mais famosas ao ceticismo é a Resposta Fundacionalista, que recorre à divisão das crenças em dois tipos: Crença Básica e Crença Não-Básicas. As crenças básicas são consideradas pelos fundacionalistas como autoevidentes, ou seja, são tão evidentes que não necessitam de qualquer justificação, pois justificam-se a si mesmas. As crenças não-básicas não são autoevidentes e são inferidas e justificadas através de outras crenças. Assim sendo, as crenças básicas servem como base para quaisquer outras crenças. Foram formuladas duas possiveis origens para essas mesmas crenças autoevidentes: a Razão e a Experiência. Os que acreditam que provem da razão são chamados Racionalistas, como René Descartes. Já os que acreditam que vêm da Experiência são chamados Empiristas, como David Hume. Este conhecimento definido por ambos através de duas categorias: à priori (racionalismo), ou seja provêm do raciocínio e não requerem qualquer experiência, ou à posteriori (empirismo) que provêm da experiência e não necessita de raciocínio prévio. Descartes: a resposta racionalista A prespetiva que Descartes desenvolveu ficou conhecida como racionalismo cartesiano. O objetivo do racionalismo cartesiano era estabelecer um conhecimento seguro e indubitável. Descartes queria encontrar pelo menos uma crença básica que servisse de fundamento para o conhecimento. Para definir este conhecimento recorreu àquilo que apelidamos: A Dúvida Metódica. A Dúvida Metódica (ou Dúvida Cartesiana) consistia em duvidar de tudo o que seja possível duvidar. Esta abordagem resulta numa decisão de considerar provisoriamente falso tudo aquilo que seja minimamente duvidoso. Podemos adjetivar a Dúvida Cartesiana como Metódica, Universal, Provisória e Hiperbólica. As principais razões para duvidar, defendidas por Descartes são: Ilusões dos Sentidos, que afirma que estes por vezes nos enganam, logo não podemos confiar neles. A Indistinção Viígilia-Sono que afirma que não podemos distinguir se estamos a sonhar ou se estamos acordados. Os Erros de Raciocínio, que afirma que podemos cometer erros de raciocínio. O cogito. Descartes conclui a sua primeira premissa indubitável: Penso; logo, existo! Assim ele afirma a existência de um Eu pensante, que posteriormente fornece os alicerces seguros para edificar o conhecimento. Descartes considera que o cogito representa um triunfo sobre o ceticismo. O argumento da Marca Bifurcação de Hume: Hume dividiu o conhecimento em dois tipos: Relações de Ideias Questões de Facto As relações de Ideias correspondem ao tipo de conhecimento que pode ser obtido apenas mediante a análise do significado dos conceitos envolvidos na proposição. Trata-se de uma verdade necessária. As questões de facto correspondem o tipo de conheciimento que só pode ser obtido diretamente através das impressões. Apenas este nos fornece informações acerca do mundo. Princípios de associação de ideias: Hume afirma que existem três princípios de associações de ideias: Semelhança, quando duas ideias se assemelham de algum modo. Contiguidade, quando duas ideias representam coisas que são de alguma forma próximas. Causalidade (ou relação causa-efeito), quando duas ideias aparentam ter uma conexão necessária ou conjução constante O problema da indução O problema da indução prevê a existência de certas irregularidades ou imperfeições naquilo que podemos considerar como altamente provável de acontecer. Este pensamento induz nos em erro, por vezes, pois não é por algo ter acontecido que terá necessáriamente de acontecer. O problema do Mundo Exterior O problema do Mundo Exterior pretende separar aquilo que está presente nas nossas mentes do mundo exterior. Por exemplo, ao nos afastar-mos de uma mesa, esta parece diminuir de tamanho, mas na verdade é apenas a nossa perceção que realiza esta mudança. Objeções à resposta empirista de Hume O contraexemplo do tom de azul desconhecido: Esta objeção vai contra o princípio da cópia e afirma que é possível, recorrendo à nossa imaginação, formar uma ideia sobre algo, mesmo sem termos uma impressão prévia dela. Objeção à conceção humeana de causalidade: Esta objeção afirma que o a conjunção constante de dois acontecimentos não é uma condição suficiente para que exista uma relação de causalidade. Objeção baseada na argumentção a favor da melhor explicação: Bertrand Russel afirma que a existência de um mundo exterior tal como o vemos é mais provável do que qualquer cenário cético que possamos imaginar. Conclusão Ambas as perspectivas têm as suas forças e fraquezas. Descartes enfatiza a certeza e a universalidade das verdades racionais, mas pode ser criticado pela sua dependência excessiva na razão, levando a conclusões que podem parecer distantes da realidade observada. Por outro lado, Hume destaca a importância da experiência sensorial, mas a sua ênfase na observação empírica pode limitar o alcance do conhecimento, já que ele nega a existência de verdades universais e necessárias. Em suma, as respostas racionalistas de Descartes e empiristas de Hume oferecem visões contrastantes sobre a natureza e a origem do conhecimento humano. Compreender e ponderar sobre essas perspectivas distintas contribui para uma apreciação mais profunda das diferentes maneiras pelas quais os seres humanos buscam entender o mundo ao seu redor.