Baixe Demonstrações Financeiras e outras Resumos em PDF para Análise das Demonstrações Financeiras, somente na Docsity! INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO DE NEGÓCIOS Curso: Gestão de Recursos Humanos Limitações Financeiras da Analise das Demonstrações Financeiras Analise Económica e Financeira da Empresa Carla Marrengula Matola 2020 INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO DE NEGÓCIOS Curso: Gestão de Recursos Humanos Limitações Financeiras da Analise das Demonstrações Financeiras Analise Económica e Financeira da Empresa Carla Marrengula Matola 2020 Trabalho de investigação científica, a ser apresentado na disciplina de gestão financeira para avaliação, sob orientação do: Dr. CAPITULO I 1.1. Introdução A globalização pressupõe um livre comércio entre as nações e nesse contexto a contabilidade assume um papel muito importante nesse processo porque apura e divulga os resultados das empresas em diferentes contextos económicos sujeitos a normas específicas, e também dos agregados de mercado. Entre várias alternativas, escolher aquelas que melhor se adequam ou favorecem a entidade é um processo pelo qual o gestor passa todos os dias. No entanto, decidir é escolher entre sim ou não, entre fazer ou não fazer, entre ir ou não ir, e no campo financeiro é escolher entre investir ou desinvestir, entre vender ou comprar, mas para que estas escolhas possam ser as mais acertadas possíveis há que ter suporte e base de informações que sejam consideradas credíveis, fiáveis, relevantes e compreensíveis. A tomada de decisões é um dos processos mais complexos, pois são inúmeros os elementos que intervêm na decisão e existem diferentes fontes de informação. Num mundo empresarial ou de negócios altamente competitivo a informação é um diferencial que determina um passo à frente dos restantes concorrentes, mas esta informação sobre o estado da entidade só pode ser possível com o uso e análise das demonstrações financeiras (Dantas, 2005). Para Salas (2005) esta análise, numa perspectiva interna, permite à direcção da empresa a tomada de decisões e medidas que corrijam os pontos fracos e que amenizem o seu futuro ao mesmo tempo que tira proveito dos pontos fortes; enquanto numa perspectiva externa tem, também, grande utilidade para os agentes interessados de alguma forma na empresa. A decisão é o ponto mais alto de um gestor pois determina o rumo que a empresa seguirá a partir desse momento. As demonstrações financeiras são importantes e úteis no sentido em que auxiliam os stakeholders na obtenção de informações financeiras. Por isso, deverão estar disponíveis de forma a contribuírem para a resposta às necessidades informativas dos gestores e outros agentes tomadores de decisão. No entanto, é imprescindível que a informação contemple um conjunto de características qualitativas, em especial a compreensibilidade, a tempestividade, a relevância, a fiabilidade e a comparabilidade, de forma a não comprometer a sua utilidade. 1 1.2. Problema da Pesquisa As demonstrações financeiras consistem em um importante instrumento de apoio à gestão para tomada de decisão nas organizações, permitindo o conhecimento do desempenho e posição financeira e económica das entidades. Talvez por essa razão, as demonstrações financeiras divulgadas pelas entidades têm sido objecto de diversos estudos. A análise “permite uma compreensão simultânea mais rápida e profunda das informações disponíveis, sempre com vista à sua utilidade percebida pelos utilizadores”. Os executivos, responsáveis pelas estratégias das empresas, precisam ter dados, informações e instrumentos que os auxiliem na gestão e na tomada de decisão. A área financeira juntamente com a contabilidade tem papel fundamental, pois apresentam indicadores económicos e financeiros obtidos através das demonstrações financeiras, que são utilizados para avaliar se a empresa está alcançando os objectivos definidos pela alta administração ou se há necessidade de alterar a estratégia. Analisando as demonstrações de uma empresa pode-se determinar qual a sua real situação económica e financeira, através do conhecimento de pontos fundamentais de sua estrutura, como a capacidade de pagamento de dívidas, rentabilidade do capital investido, possibilidade de falência entre outros. A crise económica, a desaceleração económica, a inflação e as elevadas taxas monetárias constituem um dos fundamentos macroeconómicos, que por sua vez contribuem para o crescimento económico e financeiro das empresas porque elas precisam de investidores e financiadores para o alcance de bons resultados nas suas empresas. A análise financeira é fundamental para a empresa conhecer sua situação e tomar medidas de forma a sanar dificuldades, promovendo o seu crescimento. Também é fundamental para que todos os envolvidos nos processos, ou ainda, interessados futuramente a fazer parte da franquia, conheçam financeiramente a empresa. Dentre várias explanações surgem a seguinte questão: Até que ponto a não elaboração das demonstrações pode influenciar positivamente ou negativamente na rentabilidade da empresa? 2 1.3. Objectivos da Pesquisa 1.3.1. Objectivo geral Analisar e Compreender a Importância da Demonstrações Financeiras nas organizações; 1.3.2. Objectivos Específicos Apresentar as diferentes ferramentas que possibilitam a elaboração das demonstrações financeiras; Compreender a importância das Demonstrações Financeiras e Quais são os usuários relevantes a informação financeira da empresa; Elaborar análise através de índices, identificando sua situação económico- financeira da HOME TECH SOLUTIONS, 1.4. Justificativa O tema imposto é um tema que desperta muita atenção em qualquer parte do mundo devido a sua utilidade, importância e finalmente porque faz parte da vida de qualquer cidadão directa ou indirectamente. Para o caso de Moçambique em especial, actualmente, torna-se imprescindível, num momento em que em Moçambique, ocorrem diversas transformações de ordem económica e financeira, movidas pelo surgimento dos megaprojectos e consequente aumento do poder de compra e ocorrência de diversas alterações na economia, factores estes que directamente contribuem para o aumento das empresas. A escolha do tema deveu-se a dois motivos. Em primeiro lugar por ser um tema muito pouco explorado academicamente a nível de Moçambique, portanto, há necessidade de existirem mais estudos para fortificarem as bases teóricas da área em questão. Em segundo lugar por motivos de curiosidade. Em conversa com colegas de serviço e até mesmo conhecidos que já trabalham há vários anos, pôde constatar que poucos sabem o porquê da elaboração das demonstrações financeiras e da publicação dos mesmos. 3 Sector Secundário: são as empresas industriais. São responsáveis pela utilização de factores de produção para transformar as matérias-primas em produtos diferente do original para posterior comercialização. Segundo (Chiavenato, 2007, p. 44), As empresas industriais que produzem bens de consumo oferecem seus produtos aos consumidores finais, enquanto aquelas que produzem bens de produção são geralmente fornecedoras de outras empresas industriais ou comerciais. Sector Terciário: são as empresas que se relacionam com as actividades de comércio e prestação de serviços. A empresa comercial é um intermediário entre a indústria e o consumidor. 3.2.2. Aspecto Administrativo Pública: uma empresa estatal é aquela que é controlada totalmente pelo poder público. Privada: uma empresa privada é aquela cujo capital e administração são de total responsabilidade da iniciativa particular. Seus objectivos, sua gestão e política de funcionamento são de total responsabilidade da iniciativa particular. 3.2.3. Aspecto Jurídico Em relação ao aspecto jurídico a empresas comerciais podem se dividir em dois grandes grupos: empresa individual e Sociedades Comerciais. A empresa individual é aquela que o capital pertence apenas a uma pessoa. Esse único dono será responsável por todos os resultados da empresa. Sociedades Comerciais Sociedade em Nome Colectivo - A responsabilidade dos sócios é solidária e ilimitada. Sociedade por Quotas - Neste tipo de sociedade a responsabilidade dos sócios é limitada ao valor da sua quota (o valor de entrada de cada sócio) e ao valor das quotas subscritas pelos restantes sócios mas enquanto estes as não realizarem. Sociedades Anónimas - é o tipo de empresa que mais tem se desenvolvido nos últimos anos. Seu capital é dividido em parcelas, as quais são representadas por valores mobiliários denominados acções. ASSAF Neto (2012) 6 Sociedades em Comandita - Sociedades em que existem sócios com responsabilidades diferentes: os sócios comanditários, que entram para a sociedade com o capital, têm uma responsabilidade limitada à sua entrada e não interferem na gestão da sociedade. 3.2.4. Quanto ao tamanho das empresas Segundo (Chiavenato, 2007, p. 46), Quanto ao seu porte, as empresas podem ser classificadas em grandes, médias e pequenas segundo critérios universalmente aceitos, como o número de empregados, o volume de vendas, o valor dos activos, o volume de depósitos etc. Governo, bancos e entidades de classe utilizam critérios variados para classificar as empresas de acordo com o seu tamanho, para efeito de registo, isenções, apoio técnico, obtenção de crédito etc. 3.3. Analise das Demonstrações Financeiras SALAS (2005) e RIBEIRO (2003, p. 69) afirmam que: “as demonstrações financeiras também são chamadas de relatórios contabilísticos e são a fonte de informações para análise, servindo de base, inclusive para avaliar possíveis investimentos”. Para Ribeiro (2003) as demonstrações financeiras são relatórios ou quadros técnicos que contêm dados extraídos dos livros, registos e documentos que compõem o sistema contabilístico de uma entidade. O Sistema de Normalização Contabilística (SNC), na Base de Apresentação das Demonstração Financeiras (BADF), define as demonstrações financeiras como uma “representação estruturada da posição financeira e do desempenho financeiro de uma entidade”; e no parágrafo 6 da Estrutura Conceptual (EC) (Decreto 70/2009) do mesmo normativo afirma que: “as demonstrações financeiras retratam os efeitos financeiros das transacções e de outros acontecimentos ao agrupá-los em grandes classes de acordo com as suas características económicas”. 3.3.1. Utilizadores e as necessidades da informação financeira Para entender a importância das demonstrações financeiras importa identificar os seus utilizadores e os requisitos essenciais porque se deve pautar essa informação. Assim, de acordo com a EC do SNC (§7). 7 a) Investidores — Os fornecedores de capital de risco e os seus consultores estão ligados ao risco inerente e ao retorno proporcionado pelos seus investimentos. Necessitam de informação para os ajudar a determinar se devem comprar, deter ou vender. Os accionistas estão também interessados em informação que lhes facilite determinar a capacidade da entidade pagar dividendos. a) Empregados — Os empregados e os seus grupos representativos estão interessados na informação acerca da estabilidade e da lucratividade dos seus empregadores. Estão também interessados na informação que os habilite a avaliar a capacidade da entidade proporcionar remuneração, benefícios de reforma e oportunidades de emprego. b) Financiadores — Os Financiadores estão interessados em informação que lhes permita determinar se os seus empréstimos, e os juros que a eles respeitam, serão pagos quando vencidos. c) Fornecedores e outros credores comerciais — Os fornecedores e outros credores estão interessados em informação que lhes permita determinar se as quantias que lhes são devidas serão pagas no vencimento. Os credores comerciais estão provavelmente interessados numa entidade durante um período mais curto que os mutuantes a menos que estejam dependentes da continuação da entidade como um cliente importante. d) Clientes — Os clientes têm interesse em informação acerca da continuação de uma entidade, especialmente quando com ela têm envolvimentos a prazo, ou dela estão dependentes. e) Governo e seus departamentos — O Governo e os seus departamentos estão interessados na alocação de recursos e, por isso, nas actividades das entidades. Também exigem informação a fim de regularem as actividades das entidades, determinar as políticas de tributação e como base para estatísticas do rendimento nacional e outras semelhantes. f) Público — As entidades afectam o público de diversos modos. Por exemplo, podem dar uma contribuição substancial à economia local de muitas maneiras incluindo o número de pessoas que empregam e patrocinar comércio dos fornecedores locais. 8 Variações do Capital Próprio Para GITMAN (2010, p. 103) as variações no capital próprio têm três origens possíveis: “as que resultam das transacções com detentores de capital próprio, na sua figura e capacidade de detentores; o resultado líquido que representa a diferença entre rendimentos e gastos em cada período, ou seja, a gerada pelas actividades da entidade; 3.3.4. Análise das Demonstrações Financeiras Para SALAS (2005, p. 7) “a análise das demonstrações financeiras, também conhecida como análise económico-financeiro, análise de balanços ou análise contabilística, é um conjunto de técnicas utilizadas para diagnosticar a situação e perspectivas da entidade com a finalidade de tomar decisões mais adequadas”. GITMAN (2010, p. 103) acrescenta, ainda, que a utilização de ferramentas e técnicas adequadas procura avaliar a posição financeira e os resultados da actividade empresarial no presente e passado para se obter as melhores estimativas para o futuro. Esta análise é relativa e somente, por comparações históricas com outras entidades e com o sector, poderá indicar qual a real condição da entidade. Nenhum indicador é bom ou ruim isoladamente. A análise das demonstrações financeiras visa reduzir a dependência de palpites e intuição e, por sua vez, diminui a incerteza na tomada de decisão, pois detecta forças e fraquezas económicas e financeiras da entidade, sendo deste modo a terapia precisa para a entidade. As técnicas mais utilizadas para a análise das demonstrações financeiras são a análise financeira, a análise horizontal e a análise vertical. De acordo com GITMAN (2010) a análise de indicadores envolve métodos, cálculos e Interpretações de indicadores financeiros para compreender, analisar e monitorar a performance da entidade. Dentre os vários grupos encontram-se indicadores de rendibilidade, de liquidez, de endividamento e indicadores de risco. Assim, em seguida reflecte-se sobre estes indicadores. 11 CAPITULO IV - Estudo de Caso Este capitulo tem como função apresentar análise de factos reais sobre o impacto da auditoria externa com o objectivo de obter conclusões credíveis. Apresentação da Instituição: HOME TECH SOLUTIONS A HOME TECH SOLUTIONS, LDA é uma empresa de consultoria de novas tecnologias virada exclusivamente na inovação. Está localizada na Cidade de Maputo. A HOME TECH tem a experiência necessária para executar toda a tipologia de obras e serviços, mantendo a flexibilidade, dinamismo, qualidade e excelência para garantir não apenas o requinte, mas também a durabilidade do produto final 4. Analise das Demonstrações Financeiras da HOME TECH SOLUTIONS, LDA 4.1. Mapa de Demonstração de Resultados (Valores em Meticais) Descrição Notas Dezembro 2017 Dezembro 2016 Proveitos operacionais: Vendas 16 362 671,00 13 747 406,00 Prestação de serviços 441 265,00 316 288,00 Outros proveitos operacionais 183 341,00 201 407,00 Total de proveitos operacionais: 16 987 277,00 14 265 101,00 Custos operacionais: Custo das vendas 14 569 679,00 11 996 630,00 Fornecimentos e serviços externos 914 235,00 781 052,00 Custos com o pessoal 326 719,00 344 370,00 Amortizações, depreciações 403 958,00 331 204,00 Provisões 43 914,00 83 267,00 Outros custos operacionais 87 092,00 79 480,00 Total de custos operacionais: 16 345 597,00 13 616 003,00 Resultados operacionais: 641 680,00 649 098,00 Proveitos financeiros 220 395,00 27 235,00 Custos financeiros (140 536,00) (113 632,00) Ganhos (perdas) cambiais (246,00) (11 074,00) Outros ganhos e perdas (1 680,00) (1 493,00) Resultado antes de impostos: 719 613,00 550 134,00 Imposto sobre o rendimento (32%) 230 276,00 176 043,00 Resultado líquido do exercício 489 337,00 374 091,00 12 4.2. Balanço da HOME TECH SOLUTIONS, LDA (Valores em Meticais) Activos Notas Dezembro 2017 Dezembro 2016 1 de Janeiro 2016 Activos não correntes Activos Tangíveis 5 159 443,00 3 588 502,00 2 639 588,00 Goodwill 231 866,00 242 842,00 189 293,00 Investimentos Financeiros 132282,00 135 621,00 114 750,00 Activos Intangíveis 1 301 481,00 1 307 873,00 1 318 596,00 Amortizações Acumuladas -170 000,00 -195 500,00 -217 350,00 Total dos activos não Correntes 6 655 072,00 5 079 338,00 4 044 877,00 Activos Correntes Inventários 1 874 807,00 1 570 131,00 1 228 833,00 Clientes 1 066 320,00 1 082 063,00 778 384,00 Outros Devedores 532 074,00 562 179,00 571 695,00 Imposto Corrente a receber 9 251,00 8 803,00 Outros activos correntes 20 875,00 196 579,00 11 807,00 Caixa e Bancos 298 426,00 369 547,00 243 839,00 Total do Activo Corrente 3 801 753,00 3 780 499,00 2 843 361,00 Total do Activo 10 456 825,00 8 859 837,00 6 888 238,00 Capital Próprio e Passivo Capital Próprio Capital Social 1 490 325,00 1 490 325,00 1 490 325,00 Reservas 193 384,00 193 384,00 193 384,00 Resultado Acumulado 492 041,00 158 581,00 324 431,00 Resultado Liquido 489 337,00 374 091,00 Total do capital Próprio 2 665 087,00 2 216 381,00 2 008 140,00 Passivos Passivos não Correntes Empréstimos Obtidos 2 274 069,00 2 412 024,00 1 488 236,00 Provisões 562 755,00 586 118,00 554 670,00 Outras Contas a pagar 533 673,00 320 585,00 335 476,00 Total do passivo não corrente 3 370 497,00 3 318 727,00 2 378 382,00 Passivos Correntes Provisões 1 123 987,00 1 041 779,00 971 253,00 Fornecedores 1 538 487,00 1 489 805,00 1 106 821,00 Impostos pagar 230 276,00 176 043,00 Empréstimos Obtidos 1 528 491,00 617 102,00 423 642,00 Total do passivo corrente 4 421 241,00 3 324 729,00 2 501 716,00 Total do Capital e Passivos 10 456 825,00 8 859 837,00 6 888 238,00 13