Baixe Desafio avaliativo sobre MCCP e medicina baseada em evidencia. e outras Exercícios em PDF para Semiologia, somente na Docsity! DESAFIO AVALIATIVO MÓDULO 4 ANA PAULA RODRIGUES DE OLIVEIRA 1. Escolha uma consulta para, segundo as teorias da Consulta em 7 Passos e dos quatro componentes do Método Clínico Centrado na Pessoa, aplicar a organização, a estrutura e os elementos de consulta aprendidos nesta unidade. Assim: a) registre detalhadamente essa consulta, explicando como e por que você organizou dessa maneira o atendimento; Seguindo os 7 passos da consulta, organizei da maneira como relato a seguir: Segunda-feira, 7h da manhã. Antes de chamar o primeiro paciente, conferi se o material de expediente estava disponível e organizei o ambiente. Chequei o PEC para ter uma ideia de quantos pacientes já estavam no sistema. A manhã ia ser cheia. Por isso, decidi não fazer sala de espera naquele dia. Às segundas, o público- alvo são hipertensos e diabéticos. Havia combinado em reunião de equipe que faria uma sala de espera sobre alimentação saudável para desmitificar a ideia que se alimentar bem é caro. Mas como tinha umas 4 urgências, renovações de receita e 8 pacientes previamente agendados para aquela manhã, e o dia havia mal começado, decidi iniciar logo as consultas e adiar o tema para a semana seguinte. Fiquei um pouco chateada e frustrada por não conseguir realizar a atividade naquele dia. Mas respiro fundo e chamo o primeiro paciente para a consulta. Olho os dados no PEC. Paciente: Jailson, 49 anos; Classificado na escuta inicial como risco intermediário. Checo o motivo da consulta: dor nas costas. Eu: Sr. Jailson? Pode entrar. Sente-se por favor. Meu nome é Ana Paula e sou médica aqui da UBS. Em que posso te ajudar hoje? Jailson: Bom dia, dra. É que tem uns 3 dias que estou com uma dor nas costas que tá me incomodando até pra dormir. Já fui no pronto socorro sábado e me passaram uma injeção. Nem sei qual foi, porque não me falaram. Até que aliviou um pouco, mas no outro dia parece que fez foi piorar. E o médico que me atendeu lá disse que era pra eu procurar meu posto. Até faltei meu trabalho sexta e sábado, mas o médico que me atendeu disse que não podia me dar atestado e que era pra eu pedir aqui pra senhora. Eu: Entendo. Mas me explica mais sobre essa dor. Tem algum fator de melhora ou de piora? Além da injeção, tomou algum outro medicamento? Jailson: Não sei nem explicar direito, dra. Essa dor é chata,. Tem hora que ela vem forte e depois melhora um pouco. Até fico meio enjoado quando ela ataca mais forte. Acho que são meus rins. Minha mulher acha que é isso, porque ela diz que eu bebo pouca água. Mas não tem nem como eu ficar bebendo água toda hora. Sou caixa de supermercado e se eu ficar bebendo água vai me dar vontade de ir ao banheiro e o gerente lá fica implicando se a gente precisa ficar saindo do caixa. Minha mulher tá me dando um chá de quebra-pedra, mas não tô vendo melhora não. Eu: Certo. Entendi. E febre você teve? Percebeu alguma alteração na urina? Já teve isso antes? Jailson: Acho que tive febre noite passada, porque senti meu corpo quente. Minha mulher me deu dipirona e depois me senti melhor. A urina tá meio escura. E dói também no pé da barriga, mas melhora quando urino. E tô indo muitas vezes ao banheiro, mas só sai de pouco. Ah! E antes de eu entrar aqui, precisei ir no banheiro e acho que saiu um pouco de sangue. Estou muito preocupado. Será que é muito grave? Meu pai teve problema de pedra nos rins e teve que se operar duas vezes. Ai, dra. Me passe um remédio pra eu ficar bom. Não quero me operar não. E tem como fazer meu atestado para levar lá na empresa pra eles não descontarem a sexta e o sábado? Eu: Vamos já falar sobre a questão do atestado. Mas antes vou te examinar. Sinais vitais: Tax: 36,2ºC; FC: 102bpm ; FR: 16 irmp; PA; 140X90mmHg. Antropometria: Peso: 89kg; Est: 167 cm; IMC: 31,9. Eu: Agora me aponta onde que dói. Paciente se levanta e aponta para o flanco esquerdo. Explico para o paciente que vou precisar fazer um teste nele. Faço o Giordano e verifico positividade à esquerda. Pergunto se ele já havia sentido sintomas semelhantes antes e ele diz que às vezes tem dor nas costas, geralmente no final do dia, porque passa muitas horas sentado. Mas que a dor agora é diferente. Procedo ao restante do exame físico: sem alterações. Explico para o paciente que ele está com um quadro de infecção urinária e que não podemos descartar pedras nas vias urinárias. Explico para ele que a PA deu um pouco elevada e que ele está também acima do peso. Combino com ele para fazer o monitoramento da pressão e se ele tem como fazer em casa. Ele diz que mora vizinho à sogra e que ela tem um aparelho de medir a pressão, porque tem pressão alta. Pergunto se ele sabe medir. Ele fala que não, mas a cunhada que mora com a sogra é técnica de enfermagem e pode ficar medindo para ele. Forneço um papel padronizado para ir anotando as aferições e Analisando a consulta, observo que tentei ao máximo seguir os 7 passos, iniciando com a preparação, em seguida com o contato inicial (primeiros minutos), explorando o motivo da consulta, procedendo à avaliação, à pactuação do plano e ao encerramento. Não sei se antes de estudar esse módulo, eu fazia exatamente assim. Mas acho que me ajudou a me organizar melhor e aprimorar a aplicação do MCCP. Quanto à reflexão, essa é uma prática que costumo sempre fazer. Sempre fico pensando no que eu poderia ter feito melhor e me cobro muito. b) analise a consulta indicando quais elementos das habilidades de comunicação você utilizou nesse exemplo. 1,5 Quanto às habilidades de comunicação, creio que consegui aplicar a maioria dos elementos. Deixei o paciente à vontade, procurei utilizar uma linguagem menos técnica, ofereci suporte e segurança. Talvez ainda esteja falhando quanto ao envolvimento do paciente no plano para que ele possa se sentir mais capaz de autogerenciar sua saúde e doença. Geralmente percebo que já vou indicando o tratamento e fazendo os aconselhamentos sobre mudanças de hábitos e nem sempre dou a oportunidade de a própria pessoa perceber o que ela precisa fazer. É um ponto que preciso melhorar. 2. Em relação a mesma consulta você deverá aplicar os conceitos de raciocínio clínico, de Prática em Saúde Baseada em Evidências e Prevenção Quaternária que você aprendeu nesse módulo. Dessa forma: a) descreva os elementos que você utilizou (ou que deveria ter utilizado); 1,0 Com base na sintomatologia do paciente e nos achados do exame físico, consegui construir minhas hipóteses diagnósticas: ITU/PIELONEFRITE/NEFROLITÍASE; utilizei o tripé da PSBE: melhor evidência disponível, as circunstâncias clínicas, os valores e as preferência do paciente. Quanto à prevenção quaternária: após a consulta fiquei pensando se deveria ter mesmo solicitado a urocultura e a ultrassonografia. São dois exames dispendiosos. E quando o paciente retornou dizendo que precisou pedir dinheiro emprestado para fazer os exames, aí que fiquei me cobrando sobre a real necessidade de solicitá-los. b) classifique os elementos utilizados (ou que deveria ter utilizado); 1,0 Melhor evidência disponível, visto que os sinais e sintomas do paciente em conjunto ao exame físico me levaram a chegar nas hipóteses aventadas o que já leva automaticamente ao segundo item, qual seja, a as circunstâncias clínicas, fechando a conduta escolhida tentando levar em conta os valores e as preferências do paciente (acho que dá pra melhorar mais nesse aspecto). c) descreva ainda quais as diferenças você consegue identificar entre a sua consulta após e antes o estudo dessa disciplina; 1,0 Apesar de já conhecer e ter estudado previamente tanto MCCP e PSBE, foi importante revisar esses conteúdos e fazer uma análise mais crítica a respeito de minha prática clínica, visando um melhoria constante do meu atendimento. Ao buscar a melhor evidência disponível, percebi que poderia não ter solicitado de imediato a USG e a urocultura. d) avalie quais são os elementos que ainda apresentam maior dificuldade para aplicação na sua prática. 1,0 Como já mencionei anteriormente, acho que o ponto de maior fragilidade ainda é levar mais em conta as preferências do paciente e estabelecer em conjunto melhor plano terapêutico.