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Guias e Dicas
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Desenvolvimento embrionário e fetal nas primeiras semanas de gestação, Resumos de Embriologia

Este documento fornece uma descrição detalhada do desenvolvimento embrionário e fetal durante as primeiras semanas de gestação. Ele abrange tópicos como a implantação do blastocisto, a formação da cavidade amniótica e do disco embrionário, a neurulação, o desenvolvimento inicial do sistema cardiovascular, o dobramento do embrião e as principais características do desenvolvimento fetal a cada semana, desde a terceira até a vigésima nona semana de gestação. O texto é rico em informações sobre a morfogênese e a diferenciação dos tecidos e órgãos durante esse período crítico da gravidez, apresentando um nível de detalhe que pode ser útil para estudantes de cursos relacionados à embriologia, anatomia, fisiologia e obstetrícia.

Tipologia: Resumos

2023

À venda por 19/08/2024

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Baixe Desenvolvimento embrionário e fetal nas primeiras semanas de gestação e outras Resumos em PDF para Embriologia, somente na Docsity! EMBRIOLOGIA HUMANA RESUMO Por: Thamiris Sousa 1 SEGUNDA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO A implantação do blastocisto se completa durante a segunda semana do desenvolvimento. Durante esse processo, ocorrem mudanças que vão formar o disco embrionário bilaminar que é composto por duas camadas: ▪ Epiblasto: camada mais espessa que está relacionada com a cavidade amniótica; ▪ Hipoblasto: camada mais delgada, adjacente à cavidade exocelômica. O disco embrionário vai dar origem as camadas germinativas que são responsáveis por formar todos os tecidos e órgãos. Dentre as estruturas que se formam nesse período, podemos citar: ▪ Cavidade amniótica; ▪ Âmnio; ▪ Vesícula umbilical; ▪ Saco coriônico. A implantação do blastocisto começa no final da primeira semana e ocorre no endométrio, na região superior do útero. O sinciciotrofoblasto que é altamente erosivo, invade o tecido conjuntivo endometrial. Isso faz com que o blastocisto se aprofunde no endométrio. Em seguida, as células endometriais vão sofrer apoptose (morte celular programada) o que vai facilitar a implantação do blastocisto. No décimo dia, o embrião está totalmente implantado no endométrio. As células do tecido conjuntivo vão acumular glicogênio e lipídios (células deciduais), e posteriormente vão se degenerar. Em seguida, o sinciciotrofoblasto engloba essas células, gerando uma rica fonte de nutrição embrionária. Assim que o blastocisto se implanta, o trofoblasto aumenta o contato com o endométrio e vai se diferenciar em duas camadas: ▪ Citotrofoblasto; ▪ Sinciciotrofoblasto; O sinciciotrofoblasto é responsável por produzir o hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG), que entra no sangue materno pelas lacunas no sinciciotrofoblasto. O hCG mantêm o desenvolvimento das artérias espiraladas no miométrio e a formação do sinciciotrofoblasto. Formação da cavidade amniótica e do disco embrionário Uma pequena cavidade aparece no embrioblasto (primórdio da cavidade amniótica). Em pouco tempo, os amnioblastos se separam do epiblasto para formar o âmnio (envolve a cavidade amniótica). 4 Algumas células da linha primitiva migram cefalicamente de cada lado do processo notocordal, e vão se encontrar para formar o mesoderma cardiogênico na área cardiogência (primórdio do coração). Caudamente à linha primitiva, há a membrana cloacal (futura área do ânus). A notocorda vai: ▪ Definir o eixo do embrião, lhe dando certa rigidez; ▪ Base para o desenvolvimento do esqueleto axial; ▪ Indica a futura área dos corpos vertebrais; A coluna vertebral se forma ao redor da notocorda e vai se estender da membrana orofarígea até o nó primitivo. A notocorda funciona como indutor primário do embrião. Ela vai induzir o ectoderma embrionário a formar a placa neural (primórdio do SNC). Alantóide Surge por volta do 16º dia e está envolvido na formação inicial do sangue, além do desenvolvimento da bexiga urinária. Os vasos sanguíneos do alantóide vão se tornar as artérias e veias umbilicais. 5 Neurulação: formação do tubo neural Com o desenvolvimento da notocorda, o ectoderma se espessa para formar a placa neural (neuroectoderma), que vai originar o SNC e também a retina. Ela também vai se alargar e se estender cefalicamente até a membrana orofaríngea. Por volta do 18ª dia, a placa neural vai se invaginar formando um sulco neural longitudinal, com pregas neurais em ambos os lados. Essas pregas constituem os primeiros sinais do desenvolvimento do encéfalo. E no fim da 3ª semana, as pregas vão se aproximar e se fusionar convertendo a placa neural em tubo neural. A neurulação se completa durante a quarta semana. Quando o tubo neural se separa do ectoderma, as células da crista neural migram dorsolateralmente e formam a crista neural. As células dessa crista vão se diferenciar em vários tipos de células, incluindo os gânglios espinais e gânglios do sistema nervoso autônomo. Os glânglios dos nervos cranianos V, VII, IX e X são parcialmente derivados da crista neural. As células da crista neural formam as bainhas dos nervos periféricos, pia-máter e a aracnoide. Desenvolvimento dos somitos Durante a formação da notocorda e do tubo neural, o mesoderma intraembrionário de cada lado dessas estruturas prolifera para formar o mesoderma paraxial. No fim da 3ª semana, esse mesoderma vai se diferenciar e vai se dividir em pares, os somitos. Estes vão dar origem a maior parte do esqueleto axial e aos músculos associados, assim como a derme da pele. Devido a sua proeminência durante a 4ª e 5ª semanas, eles são usados como um dos critérios para determinar a idade do embrião. Desenvolvimento do celoma intraembrionário O celoma intraembrionário surge de pequenos espaços no mesoderma lateral e mesoderma cardiogênico. O celoma se divide em duas partes: ▪ Camada somática ou parietal (somatopleura), que cobre o âmnio; ▪ Camada esplâncnica ou visceral (esplancnopleura), que cobre a vesícula umbilical. A somatopleura e o ectoderma embrionário formam a parede do corpo do embrião, enquanto a esplancnopleura e o endoderma formam a parede do intestino. Desenvolvimento inicial do sistema cardiovascular Como visto anteriormente, no final da segunda semana a nutrição embrionária é obtida do sangue materno por meio de difusão através do córion, celoma extraembrionário e vesícula umbilical. No início da 3ª semana, ocorre o processo de vasculogênese (formação de vaso sanguíneo), que se inicia no córion. Os vasos sanguíneos vão se desenvolver aproximadamente 2 dias depois. No final da 3ª semana, tem-se o primórdio da circulação uteroplacentária. 6 Na vasculogênese, as células mesenquimais se diferenciam em precursores dos angioblastos, que vão se agregar para formar as ilhotas sanguíneas. Já as células sanguíneas vão se desenvolver a partir de células endoteliais (angioblastos) na vesícula umbilical e no alantoide. A formação do sangue (hematogênese) não se inicia no embrião até a 5ª semana. Esse processo vai ocorrer primeiro no fígado e mais tarde no baço, medula óssea e linfonodos. O coração e os grandes vasos vão se formar a partir das células mesenquimais na área cardiogênica. Assim, na 3ª semana, forma-se um par de tubos revestidos por endotélio que vão se fundir para formar o tubo cardíaco primitivo. No final da 3ª, o sangue circula e o coração começa a bater entre o 21º ou 22º dia. Neste caso, o sistema cardiovascular é o primeiro sistema que alcança um estágio funcional primitivo. Desenvolvimento das vilosidades coriônicas No final da 2ª semana, há a formação das vilosidades coriônicas primárias. No início da 3ª, o mesênquima penetra nessas vilosidades primárias, onde vai originar as vilosidades coriônicas secundárias, que vão recobrir a superfície do saco coriônico. As células mesenquimais nessas vilosidades vão se diferenciar em capilares e células sanguíneas, e quando esses capilares se tornam visíveis, vão originar as vilosidades coriônicas terciárias. Os capilares nestas vilosidades vão se fundir para formar as redes arteriocapilares. No final da 3ª semana, o sangue embrionário começa a fluir lentamente através dos capilares das vilosidades coriônicas. O oxigênio e os nutrientes no sangue materno nos espaços intervilosos se difundem através das paredes das vilosidades e penetram no sangue do embrião. O dióxido de carbono e os refugos se difundem do sangue dos capilares através da parede das vilosidades, para o sangue materno. É através das paredes das vilosidades crônicas terminais que ocorre a maior parte das trocas de material entre o sangue materno e o do embrião. DESENVOLVIMENTO DURANTE A QUARTA À OITAVA SEMANA Conhecido como período organogenético, pois todos os principais sistemas orgânicos começaram a se desenvolver. É também neste período que o uso de substâncias teratogênicas pode causar grandes anomalias congênitas. Dobramento do embrião 9 ▪ 10ª: alças intestinais visíveis na extremidade proximal do cordão umbilical; ▪ 11ª: intestinos já retornaram ao abdome; ▪ Final da 12ª: o CR já é mais que o dobro; membros superiores quase alcançaram seu comprimento final; membros inferiores ainda não desenvolvidos; genitália externa não está na sua forma fetal até a 12ª; ▪ A formação da urina ocorre entre a 9ª e a 12ª, e esta é lançada na uretra no líquido amniótico para ser reabsorvida pelo feto. Os produtos de excreção fetal são transferidos para a circulação materna, cruzando a membrana placentária. Da décima terceira à décima sexta semana ▪ Crescimento muito rápido entre 13ª e 16ª semana; ▪ 14ª: movimento dos membros tornam-se coordenados; movimentos lentos dos olhos; ▪ 16ª: cabeça é relativamente pequena; membros inferiores ficaram mais compridos; ossos se tornam visíveis em imagens de ultrassom; ovários já se diferenciaram e já contém os folículos primordiais com ovogônias; olhos ocupam uma posição anterior na face. Da décima sétima à vigésima semana ▪ Movimentos fetais são percebidos com maior frequência; ▪ Pele é coberta pelo vérnix caseoso (células da epiderme morta + material gorduroso secretado pelas glândulas sebáceas). Protege contra abrasões, rachaduras e endurecimento, devido à exposição ao líquido amniótico; ▪ Fetos cobertos pelo lanugo que ajuda a manter o vérnix caseoso preso à pele; ▪ Sombrancelhas e cabelos são visíveis; ▪ Gordura parda se forma (local de produção de calor). Esse tecido adiposo produz calor pela oxidação de ácidos graxos; ▪ 18ª: útero formado; ▪ 20ª: testículos começaram a descer, mas ainda estão localizados na parede abdominal posteiror. Da vigésima primeira à vigésima quinta semana ▪ Ganho substancial de peso; ▪ 21ª: movimentos rápidos dos olhos; ▪ 24ª: células epiteliais secretórias (pneumócitos tipo II) dos septos interalveolares do pulmão começam a secretar o surfactante ( lipídio tensoativo que mantém aberto os alvéolos); presença de unha dos dedos das mãos; ▪ Sistema respiratório ainda imaturo; 10 Da vigésima sexta à vigésima nona semana ▪ Pulmões já alcançaram um desenvolvimento suficiente para realizar as trocas gasosas; ▪ SNC já amadureceu a ponto de dirigir os movimentos respiratórios rítmicos, e controlar a temperatura corporal; ▪ 26ª: pálpebras abertas; lanugo e cabelos bem desenvolvidos; unhas dos dedos dos pés visíveis; quantidade considerável de gordura subcutânea presente. Da trigésima a trigésima oitava semana ▪ 30ª: reflexo pupilar dos olhos à luz pode ser induzido; pele rosada e lisa, membros superiores e inferiores parecem gordos; ▪ 32ª: geralmente sobrevivem se nascerem prematuros; ▪ 35ª: se seguram com firmeza e se orientam espontaneamente em direção à luz; ▪ 36ª: circunferência da cabeça e do abdome são quase iguais; ▪ 37ª a 38ª: SN suficientemente maduro para efetuar algumas funções integrativas; ▪ Crescimento lentifica à medida que o nascimento se aproxima; ▪ Durante as últimas semanas, o feto ganha 14 g por dia; ▪ Tórax saliente e as mamas fazem leve protusão. Referência MOORE, K.; PERSAUD, T.; TORCHIA, M. Embriologia Básica. 8ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier.