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Guias e Dicas
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Desenvolvimento embrionário e fetal: uma visão geral, Esquemas de Embriologia

Uma visão geral sobre o desenvolvimento embrionário e fetal, abordando tópicos como a formação do ovócito e espermatozoide, os processos de ovogênese e espermatogênese, a neurulação, a segmentação e a formação dos principais órgãos e sistemas durante a gestação. A descrição detalhada desses processos biológicos fundamentais pode ser útil para estudantes de áreas como biologia, medicina, enfermagem e ciências da saúde, que buscam compreender melhor o desenvolvimento humano desde a concepção até o nascimento. O documento também inclui informações sobre a visualização do embrião e feto por meio de exames de ultrassonografia, fornecendo uma perspectiva clínica relevante.

Tipologia: Esquemas

2024

Compartilhado em 24/10/2024

Pipoqueiro
Pipoqueiro 🇧🇷

4.5

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Baixe Desenvolvimento embrionário e fetal: uma visão geral e outras Esquemas em PDF para Embriologia, somente na Docsity! Embriologia e Gametogênese Embriologia Completo Introdução A embriologia é a ciência que trata da função e do desenvolvimento dos embriões, estudando a formação dos órgãos e sistemas a partir de uma célula indiferenciada. Ela esclarece a anatomia e explica como se desenvolvem as relações normais e anormais. A embriologia comparada compara embriões de diferentes espécies, a embriologia química estuda as bases químicas sobre o desenvolvimento, e a embriologia moderna relaciona a genética, medicina e bioquímica. Gametas e Gônadas Os gametas são células reprodutoras especializadas (células germinativas), capazes de unir-se a outro gameta para produzir o zigoto, apresentando metade do número de cromossomos daquela espécie. As gônadas são os órgãos onde são produzidas as células germinativas, sendo divididas em região cortical (contém os folículos e corpo lúteo, recoberto pela túnica albugínea) e região medular. Ovário e Ovócito O ovário é o órgão que produz e libera ovócitos e hormônios, sendo dividido em região cortical e medular. O ovócito é a célula germinativa feminina produzida nos ovários, enquanto o espermatozoide é a célula germinativa masculina produzida nos testículos. Gametogênese A gametogênese é o processo de produção dos gametas nos organismos dotados de reprodução sexuada, ocorrendo nas gônadas. A ovogênese é o processo de formação, crescimento e maturação do gameta feminino, enquanto a espermatogênese é o processo de formação do gameta masculino, ocorrendo nos testículos, na região do túbulo seminífero. Ciclos Reprodutivos Os ciclos reprodutivos variam entre as diferentes espécies de mamíferos, com a vaca apresentando proestro de 3 a 4 dias, estro de 12 a 18 horas, metaestro de 3 a 5 dias e diestro de 10 a 12 dias, a égua com proestro e estro de 6 a 7 dias, metaestro e diestro de 15 a 16 dias, a porca com proestro de +/- 3 horas, estro +/- 56 horas, metaestro e diestro cerca de 18 dias, e a cadela com proestro de 5 a 9 dias, estro de 6 a 12 dias, metaestro e diestro de 30 a 100 dias. Útero e Fecundação O útero é semelhante a uma pera, com conexão com a vagina, sendo bicorne. A fecundação é o processo no qual um espermatozoide fertiliza um oócito/ovócito, dando origem ao ovo (zigoto), ocorrendo na tuba uterina e sendo um processo intraespecífico. O zigoto é a célula que resulta da união do ovócito ao espermatozoide durante a fertilização, sendo a primeira célula diploide (2n). Período Embrionário O período embrionário tem início na fecundação e seu término é quando ocorre a completa diferenciação dos órgãos internos. Suas fases são: segmentação, mórula, blástula, gástrula, nêurula e organogênese. A clivagem é a série de divisões mitóticas do zigoto que dão origem ao embrião, formado por blastômeros. A mórula é uma massa sólida com 12 a 32 blastômeros, com o trofoblasto (massa celular externa que origina estruturas extra-embrionárias) e o embrioblasto (massa celular interna que origina qualquer tecido, exceto a placenta). Folhetos Embrionários A blástula é composta por trofoblasto, blastocele e embrioblasto. Os folhetos embrionários são a ectoderme (folheto mais externo, originando epiderme, anexos e sistema nervoso), a mesoderme (situada entre a ectoderma e a endoderma, originando derme, sistema muscular, esquelético, cardiovascular e urogenital) e a endoderme (folheto mais interno, revestindo o sistema digestório, respiratório e urinário). Período Fetal O período fetal se inicia a partir da diferenciação dos órgãos internos e termina no momento do parto. Nesse período, o feto já possui todos os órgãos internos, apesar de ainda não estarem completamente desenvolvidos. A duração do período fetal varia entre as espécies, sendo de 23 dias na rata, 58 dias na gata, 63 dias na cadela, 114 dias na porca, 150 dias na cabra e ovelha, 280 dias na vaca e 336 dias na égua. Concepto e Conceição O concepto é formado pelo embrião e pelas membranas embrionárias ou pelo feto e pela placenta. O conceito é o processo que abrange a formação, nas gônadas femininas (ovários), dos gametas femininos, iniciando-se ainda no período pré-natal e terminando depois do fim da maturação sexual (puberdade). Órgãos Sexuais Femininos Os órgãos sexuais femininos constituem-se de 2 ovários e 2 tubas uterinas (bicorne), um útero, colo do útero, vagina e vulva. O útero apresenta 3 Duração da Espermatogênese Homem: 60 a 74 dias Touro: 53 a 61 dias Coelho: 40 dias Rato: 30 dias Origem das Células Epiteliais Células de Sertoli: Originadas do epitélio celômico das cristas genitais. Células Germinativas: Originadas do mesoderma extraembrionário (células germinativas primordiais). Eventos durante o Desenvolvimento Aumento da testosterona (gonócitos e células de Sertoli) e aumento das células de Leydig (cordões seminíferos) até a puberdade. Antes da puberdade: Túbulo seminífero sem lúmen e diminuição das células de Leydig. Fase Adulta: Formação do lúmen, túbulos verdadeiros e aumento do tamanho testicular. Funções das Células de Sertoli Barreira hematotesticular Conversão de testosterona em diidrosterona Secreção de ABP (Androgen Binding Protein) Produção de hormônio antimülleriano Fagocitose Células-tronco e células em diferenciação Espermatogênese O início da meiose é estimulado pela ação do ácido retinóico (AR), um importante morfogene que estimula a diferenciação do DNA e a mitose. Nos machos, o AR é degradado, impedindo o início da meiose. A espermatogênese é uma sequência de eventos que transforma uma espermatogônia em espermatozoide. As espermatogônias ficam latentes nos túbulos seminíferos, que se tornam ocos. O epitélio do túbulo seminífero se diferencia em células de Sertoli, que nutrem e protegem as espermatogônias, podendo gerar novas espermatogônias. As células de Sertoli são células-tronco que podem optar por duas vias: a via de WNT, essencial para a proliferação das espermatogônias, e a via de BMP, essencial para a diferenciação das espermatogônias. O controle entre multiplicação e diferenciação é fundamental para uma perfeita espermatogênese. A espermatogênese requer uma rede de genes muito especializada, com a substituição de histonas por histonas específicas de espermatozoide. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Em camundongos, a espermatogênese leva cerca de 35 dias, enquanto em humanos é aproximadamente o dobro. Além da testosterona e FSH, outros esteroides produzidos pelas células de Leydig influenciam a espermatogênese. Produção de Espermatozoides Diariamente, são produzidos cerca de 100 milhões de espermatozoides em cada testículo humano, e em uma ejaculação são liberados aproximadamente 200 milhões. Um homem pode produzir entre 1012 a 1013 espermatozoides ao longo da vida. Espermiogênese A espermiogênese prepara o gameta masculino para a locomoção e fecundação do ovócito. Formação do Acrossoma O acrossoma é uma bolsa enzimática produzida a partir do complexo de Golgi, auxiliando no processo de fecundação. Outras Etapas da Espermiogênese As espermátides giram para colocar os flagelos voltados para a luz do túbulo. Extrusão do citoplasma e início da condensação do núcleo. Condensação do núcleo e posicionamento das mitocôndrias. Plasticidade Celular Já foi demonstrado que ovogônias transplantadas para testículos podem se modificar em espermatozoides, e espermatogônias transplantadas para ovários podem se modificar em ovócitos. A gônada determina o sexo do gameta. Capacitação Espermática Processo de contato com as secreções femininas, que prepara o espermatozoide para a fecundação. Estrutura do Espermatozoide Cabeça: Núcleo e acrossomo Núcleo: Genética e cromatina densa e espessa Acrossomo: Complexo de Golgi e fecundação Pescoço e Colo: Centríolos • • • • • • 1. 2. 3. • • • • • • • Peça Intermediária: Mitocôndrias, energia e propulsão Problemas Espermáticos Problemas de origem imunológica (aglutinações): Ocorrem quase sempre no sistema genital feminino. Problemas estruturais: Gota citoplasmática, crateras no acrossoma, peça intermediária dobrada, fragmentação de DNA, etc. Problemas de morfologia: Alterações de cabeça (pequena, gigante, cabeça isolada, vacúolos) e alterações da cauda (inserção, dupla, enrolada na cabeça). Fatores que Interferem na Espermatogênese Fatores hormonais (hormônios hipotalâmicos e hipofisários) Temperatura Deficiências nutricionais Ação de agentes físicos (radiação), químicos (drogas) e biológicos (toxinas) Conceito de Sêmen O sêmen é o produto de secreção dos testículos e glândulas sexuais acessórias, caracterizado pela presença de espermatozoides, sendo liberado no momento da ejaculação. Constituição do Sêmen Espermatozoides: Células altamente especializadas, cuja função é transportar 50% do material genético paterno para o oócito (fecundação). Plasma Seminal: Parte líquida do ejaculado, cuja função é promover a manutenção e viabilidade espermática, preservando sua capacidade de fecundação. Enzimas Hidrolíticas do Sêmen Hialuronidase: Promove a dispersão das células do cumulus oophorus que rodeiam o oócito. Enzima Penetradora da Corona Radiata: Dispersa as células da corona radiata que envolvem o oócito. Acrosina: Promove a penetração do espermatozoide através da zona pelúcida. Composição do Plasma Seminal Mantém o equilíbrio iônico do meio. • • • • • • • • • • • • • • • Morfogênese Embrionária Proliferação, migração e diferenciação celular. Formação da linha primitiva, notocorda, placa neural e crista neural. Divisão do mesoderma em paraxial, intermediário e lateral. Desenvolvimento Embrionário e Fetal 2ª Semana de Desenvolvimento Na segunda semana de desenvolvimento, a nutrição do embrião é proveniente da mãe por difusão através do córion, celoma e vesícula umbilical. Nesta fase, há a necessidade de oxigênio e nutrientes, e os batimentos cardíacos se iniciam a partir da 5ª semana. As células mesenquimais formam o angioblasto, dando origem às ilhotas sanguíneas e ao endotélio. Ocorre o espalhamento dos vasos e a formação do coração e grandes vasos, constituindo o sistema cardiovascular primitivo. Observa-se o dobramento trilaminar (ectoderma, endoderma e mesoderma), com dobramento na extremidade caudal e cefálica, bem como nas extremidades laterais, devido ao crescimento do tubo neural (medula espinhal) e dos somitos. Diversos mecanismos, como divisão, migração, agregação e diferenciação celular, atuam de forma sincronizada, tanto por fatores genéticos quanto ambientais, para o desenvolvimento embrionário. 3ª a 8ª Semana de Desenvolvimento No 24º dia, surgem os arcos faríngeos, e o embrião assume um formato curvo, com o coração começando a bombear o sangue. Nesta fase, também se observam a formação das fossetas óticas, orelhas internas, brotos dos membros inferiores e superiores, além de um grande crescimento da cabeça e das cristas mesonéfricas. Posteriormente, ocorre a contorção do tronco e da cabeça, o aparecimento dos raios digitais, aurículas, a entrada dos intestinos no celoma extraembrionário na parte proximal do cordão umbilical, o início dos futuros dedos das mãos e dos pés, a evidência caudal desaparecendo e a ossificação primária. 9ª Semana até o Nascimento A partir da 9ª semana, o embrião torna-se um ser humano reconhecível, com um rápido crescimento do corpo, diferenciação dos tecidos, órgãos e sistemas, evoluindo de uma estrutura rudimentar para uma funcional. Ao longo deste período, observa-se a diminuição relativa da cabeça em relação ao comprimento total, o alongamento dos membros inferiores, a coordenação dos movimentos fetais, a ossificação, a identificação da • • • genitália, o aparecimento dos testículos, o ganho de peso, a presença de unhas nas mãos, a maturação do sistema nervoso central e o desenvolvimento da gordura subcutânea. Fatores como desnutrição materna, fumo, drogas, gravidez múltipla, fluxo sanguíneo uteroplacentário reduzido e insuficiência placentária podem comprometer o desenvolvimento fetal. Formação dos Órgãos Respiratórios Os órgãos respiratórios inferiores (laringe, faringe, brônquios e pulmões) se formam a partir do intestino primitivo, no limite caudal do quarto par de bolsas faríngeas, com o desenvolvimento de uma evaginação ventral denominada primórdio respiratório ou sulco laringotraqueal. O revestimento endodérmico desse sulco dá origem ao epitélio e às glândulas da laringe, traqueia, brônquios e epitélio pulmonar, enquanto o tecido conjuntivo, a cartilagem e o músculo liso se desenvolvem a partir do mesoderma esplâncnico. O divertículo laringotraqueal se separa da faringe primitiva, mantendo comunicação com ela pela entrada da laringe primitiva. As dobras traqueoesofágicas longitudinais se desenvolvem no divertículo laringotraqueal, formando o septo traqueoesofágico, que divide a porção cranial do intestino anterior em tubo laringotraqueal (primórdio da laringe, traqueia, brônquios e pulmões) e orofaringe e esôfago. Os componentes cartilaginosos do quarto e sexto arcos branquiais originam as cartilagens tireoide, cricóide e aritenóides da laringe. O mesênquima da extremidade cranial do tubo laringotraqueal prolifera, produzindo as eminências aritenóides, que reduzem a luz da laringe em desenvolvimento a uma fenda estreita. Após a formação das cartilagens, o epitélio laríngeo prolifera rapidamente, levando a uma oclusão temporária da luz na laringe, seguida de vacuolização e recanalização, formando os ventrículos da laringe, que se diferenciam nas pregas vocais (cordas) e nas pregas vestibulares. A epiglote se origina da eminência hipofaríngea. O divertículo respiratório passa a sofrer um alongamento considerável, antes do surgimento de um par de brotos brônquicos em sua extremidade distal. A parte reta do divertículo respiratório é o primórdio da traqueia, cujo revestimento endodérmico se diferencia no epitélio e nas glândulas da traqueia e no epitélio pulmonar. Os brotos brônquicos primários se dividem em brotos brônquicos secundários e terciários, que se diferenciam em brônquios e suas ramificações nos pulmões, juntamente com o mesoderma esplâncnico que os envolve. Maturação Pulmonar A maturação dos pulmões é dividida em quatro períodos: Período Pseudoglandular (16 semanas): Todos os principais elementos do pulmão estão formados, exceto aqueles envolvidos com as trocas gasosas. A respiração não é possível neste período. Período Canalicular (24 semanas): A luz dos brônquios e bronquíolos terminais torna-se altamente vascularizada, e alguns sacos terminais (alvéolos primordiais) de paredes delgadas se desenvolvem nas extremidades dos bronquíolos respiratórios, permitindo a respiração, embora o sistema respiratório ainda esteja imaturo. Período do Saco Terminal (26 semanas até o nascimento): Desenvolvem-se muito mais sacos terminais, com epitélios mais delgados e capilares começando a fazer saliência dentro desses alvéolos em desenvolvimento. O contato íntimo entre as células epiteliais e endoteliais estabelece a barreira hematoaérea, possibilitando as trocas gasosas. Período Alveolar (após o nascimento): Ocorre a maturação final dos alvéolos e a produção adequada de surfactante, essencial para a expansão e estabilidade dos alvéolos. A produção de surfactante começa com 20 semanas, mas atinge níveis adequados apenas no final do período fetal. O aumento da produção de surfactante induzido por corticosteroides e a terapia de reposição de surfactante pós-natal têm aumentado as taxas de sobrevivência de crianças prematuras. Período Alveolar (32 semanas a 8 anos) Início do Período Alveolar O período exato em que o período do saco terminal termina e o período alveolar começa depende da definição do termo alvéolo. No início do período alveolar, cada bronquíolo respiratório termina em um aglomerado de sacos terminais de paredes delgadas, separados por tecido conjuntivo frouxo. Esses sacos terminais representam os futuros ductos alveolares. A membrana alveolocapilar (barreira de difusão pulmonar ou membrana respiratória) é suficientemente delgada para possibilitar as trocas gasosas. Adaptações Pulmonares A transição da dependência da placenta por trocas gasosas para a troca autônoma requer as seguintes alterações adaptativas dos pulmões: Produção adequada de surfactante nos sacos alveolares; Transformação dos pulmões em órgãos de trocas gasosas; 1. 2. 3. 4. • • • • • • • Formação do Nervo Óptico Os axônios das células ganglionares da camada superficial da retina neural crescem proximalmente na parede da haste óptica para o encéfalo. A cavidade da haste óptica desaparece gradualmente enquanto os axônios das células ganglionares formam o nervo óptico. A mielinização das fibras do nervo óptico começa no final do período fetal e se completa em torno da 10a semana após o nascimento. Desenvolvimento da Coroide e Esclera O mesênquima que envolve o cálice óptico se diferencia em uma camada interna vascular, a coroide, e em uma camada externa fibrosa, a esclera. Na borda do cálice óptico, a coroide forma os núcleos dos processos ciliares, constituídos principalmente por capilares sustentados por um delicado tecido conjuntivo. Desenvolvimento do Corpo Ciliar e Íris O corpo ciliar é uma extensão cuneiforme da coroide e sua superfície medial se projeta em direção à lente, formando os processos ciliares. A parte pigmentada do epitélio ciliar é derivada da camada externa do cálice óptico e é contínua com o epitélio pigmentar da retina. O prolongamento anterior da retina neural, em que elementos neurais não se desenvolvem, representa a parte não pigmentada do epitélio ciliar. O músculo ciliar liso desenvolve-se a partir do mesênquima localizado na borda do cálice óptico entre a condensação na esclera anterior e o epitélio pigmentar ciliar. Esse músculo é responsável por colocar em foco a lente e o tecido conjuntivo no corpo ciliar. A íris se desenvolve a partir da borda do cálice óptico, que cresce para dentro e cobre parcialmente a lente. O epitélio da íris contempla as camadas do cálice óptico, o epitélio de camada dupla do corpo ciliar e o epitélio pigmentar da retina e retina neural. Das células da crista neural é que deriva o arcabouço de tecido conjuntivo da íris, já os músculos dilatadores e esfíncter da pupila derivam da neuroectoderma do cálice óptico. Desenvolvimento da Lente A lente se desenvolve a partir da vesícula da lente, derivado do ectoderma da superfície. A parede anterior da vesícula da lente se torna o epitélio subcapsular da lente. Os núcleos das células colunares altas que formam a parede posterior da vesícula da lente se dissolvem e essas células se alongam consideravelmente para formar células epiteliais altamente transparentes, chamadas fibras primárias da lente. • • • • • • • • • • • • • • • À medida que essas fibras crescem, fecham gradualmente a cavidade da vesícula da lente. A borda da lente, chamada zona equatorial, está localizada entre os polos anterior e posterior da lente. As células na zona equatorial são cuboides, e conforme elas se alongam perdem seu núcleo e se tornam fibras secundárias da lente. Essas fibras são acrescentadas aos lados externos das fibras primárias da lente. Embora as fibras secundárias da lente continuem a ser formadas durante a fase adulta e a lente aumente em diâmetro como resultado, as fibras primárias precisam durar a vida toda. A lente em desenvolvimento está suprida de sangue pela parte distal da artéria hialoide, no entanto, está se torna avascular no período fetal quando essa parte da artéria se degenera. Depois disso, a lente depende da difusão do humor aquoso da câmara anterior do olho, que banha sua superfície anterior, e do humor vítreo nas outras partes. A cápsula da lente é uma membrana basal muito espessa e apresenta uma estrutura lamelar. O local anterior da artéria hialoide é indicado pelo canal hialoide no corpo vítreo, este canal é imperceptível no olho vivo. Desenvolvimento do Corpo Vítreo O corpo vítreo se forma dentro do cálice óptico e é composto pelo humor vítreo, uma massa avascular de substância intercelular, semelhante a um gel transparente. Desenvolvimento das Câmaras Oculares A câmara anterior do olho se desenvolve a partir de um espaço em forma de fenda que se forma no mesênquima localizado entre a lente em desenvolvimento e a córnea. A câmara posterior do olho desenvolve-se a partir de um espaço que se forma no mesênquima posterior à íris em desenvolvimento e anterior à lente em desenvolvimento. Após a formação da lente, o ectoderma de superfície é induzido a se desenvolver em epitélio da córnea e conjuntiva. Quando a membrana pupilar desaparece e a pupila se forma, as câmaras anterior e posterior do olho podem se comunicar entre si através do seio venoso da esclera, este seio possibilita a saída de humor aquoso da câmara anterior do olho para o sistema venoso. Desenvolvimento da Córnea A córnea, induzida pela vesícula da lente, é formada a partir de três fontes: o epitélio externo da córnea (derivado do ectoderma da superfície), o mesênquima (derivado do mesoderma) e as células da crista neural (migram da margem do cálice óptico e se diferenciam no endotélio da córnea). • • • • • • • • • • • • • • Desenvolvimento das Pálpebras As pálpebras se desenvolvem durante a 6a semana, a partir do mesênquima das células da crista neural e de duas pregas de peles que crescem sobre a córnea. As pálpebras se aderem uma sobre a outra aproximadamente na 10a semana, permanecendo assim até a 26a à 28a semana. A conjuntiva palpebral reveste a superfície interna das pálpebras. Os cílios e as glândulas nas pálpebras são derivados do ectoderma da superfície. O tecido conjuntivo e as placas tarsais se desenvolvem do mesênquima nas pálpebras em desenvolvimento. O músculo orbicular dos olhos é derivado do mesênquima do segundo arco faríngeo. Desenvolvimento das Glândulas Lacrimais As glândulas lacrimais são derivadas a partir de vários brotos sólidos do ectoderma de superfície, esses brotos se ramificam e tornam-se canalizados para formar ductos excretores lacrimais e os alvéolos das glândulas. As glândulas lacrimais são pequenas ao nascimento e não funcionam plenamente até cerca de 6 semanas, portanto, o recém-nascido não produz lágrimas quando chora. Desenvolvimento da Orelha Formação da Orelha Interna A orelha interna é a primeira parte da orelha a se desenvolver, no início da 4a semana um espessamento do ectoderma da superfície, chamados placoides óticos, aparece em cada lado do embrião na parte caudal do rombencéfalo. A notocorda e o mesoderma paraxial estimulam o ectoderma da superfície a formar os placoides óticos, e cada placoide logo invagina e mergulha do ectoderma de superfície para o mesênquima subjacente, formando uma fosseta ótica. As bordas dessa fosseta ótica se aproximam e fundem-se para formar uma vesícula ótica, que em seguida perde a sua ligação com o ectoderma da superfície, e dela cresce um divertículo que se alonga para formar o ducto e o saco endolinfático. Formação dos Ductos Semicirculares Três tipos de divertículos discoides crescem para fora da parte utricular do labirinto membranoso primitivo. A parte central se funde e desaparece, enquanto que as partes periféricas não fundidas se tornam os ductos semicirculares, que estão ligados ao utrículo e mais tarde ficam contidos dentro dos canais semicirculares do labirinto ósseo. • • • • • • • • • • • • • Fertilização e Desenvolvimento Embrionário Os espermatozoides do cão são depositados no útero e rapidamente percorrem todo o oviduto, podendo sobreviver no trato genital da fêmea por 6 a 7 dias. Eles necessitam de 7 horas para passar pelo processo de capacitação e estarem aptos a penetrar a zona pelúcida. A fertilização se completa na secção média do oviduto, 24 a 48 horas após a ovulação, com a formação do zigoto. Este entra em divisões mitóticas (clivagens) 72 horas após a ovulação, formando a mórula (192 horas após) e, posteriormente, o blastocisto. O blastocisto contém 32 a 64 células, com a blastocele (cavidade preenchida por líquido) e o trofoblasto (células achatadas que migraram para o polo oposto). Após a blastulação, inicia-se a gastrulação, com a diferenciação dos tecidos embrionários (ectoderma, mesoderma e endoderma). Diferenciação Sexual Determinação do Sexo O sexo do indivíduo é determinado no momento da fertilização. O zigoto normal contém o cromossomo sexual XX ou XY, que se mantém durante as divisões mitóticas em todos os tipos celulares, incluindo as células germinativas primárias. Desenvolvimento das Gônadas O desenvolvimento do sistema genital inicialmente ocorre independente do sexo até o início da diferenciação das gônadas. O desenvolvimento do ovário normal depende do cromossomo XX, enquanto o desenvolvimento do testículo depende de um gene contido no cromossomo Y. Masculinização A masculinização é andrógeno-dependente, sendo mediada pela testosterona e dihidrotestosterona, que agem em receptores de androgênio expressos em células do tecido alvo. A testosterona é produzida pelas células de Leydig e converte-se em dihidrotestosterona pela enzima 5α-redutase, promovendo a formação da genitália masculina. Feminilização Na ausência do cromossomo Y, o embrião desenvolverá o fenótipo feminino. Os ductos de Müller persistem, formando a genitália feminina tubular, enquanto o ducto de Wolff regride devido à ausência da testosterona. Implantação e Desenvolvimento Embrionário Migração e Implantação dos Blastocistos Os blastocistos flutuam livremente nos cornos uterinos, podendo migrar de um corno para o outro. Dessa forma, o embrião localizado em um corno não necessariamente é proveniente de uma fecundação do mesmo lado. O número de corpos lúteos em um ovário e o número de embriões implantados no corno uterino ipsilateral não estão correlacionados devido à migração transuterina. Preparação Uterina para a Implantação O útero se encontra com uma rica vascularização, com sua mucosa espessada e alta atividade glandular, devido à ação da progesterona. Ocorre também a produção de substâncias ricas em nutrientes para alimentar o blastocisto, chamadas de histiótrofos. Implantação A implantação na cadela é observada entre o 17º e o 22º dia depois da fertilização. O inchaço uterino, de aproximadamente 1 mm de diâmetro, ocorre 20 dias após o pico de LH, representando um edema localizado e a expansão das membranas embrionárias que darão origem à placenta. A placenta fetal (córion e alantóide) e a placenta materna (endométrio) estão intimamente correlacionadas durante o desenvolvimento embrionário. A Placenta Canina Composição e Classificação A placenta canina é composta por duas partes: o endotélio uterino materno e as vilosidades do córion fetal. Essa placenta é classificada como sendo do tipo endotélio corial, onde a circulação materna e fetal é separada por quatro camadas de células. Além disso, a placenta canina também pode ser classificada como completa zonal, onde as vilosidades se agrupam em um único ponto em forma de cinturão ao redor da circunferência do lúmen do útero. Função da Placenta A placenta serve para proteger o desenvolvimento do feto, transmitir nutrientes, remover resíduos metabólicos do feto e sintetizar substâncias e enzimas necessárias para o suporte da gestação. Apenas 5 a 10% do total de imunoglobulinas provenientes das cadelas são transferidos para os filhotes pela placenta endotélio-corial. Duração da Gestação A gestação da cadela tem uma duração média de 63 dias, podendo variar entre 57 a 72 dias. Essa variação pode ser influenciada por diversos fatores, como a idade da cadela, o número de filhotes e o número de gestações anteriores. Quanto maior o número de filhotes, menor será a duração da gestação, enquanto que quanto maior o número de gestações anteriores, maior será a duração da gestação. Hormônios Envolvidos A manutenção da gestação nas cadelas depende da secreção de progesterona durante todo o período, sendo os ovários a principal fonte de síntese deste hormônio. Não há reconhecimento materno da gestação, pois o corpo lúteo se mantém persistente por todo o período, como nas cadelas não prenhes. Próximo ao parto, há um decréscimo abrupto dos níveis de progesterona devido à regressão do corpo lúteo. Outros hormônios importantes são a prolactina, que tende a aumentar sua concentração ao longo da gestação, e a relaxina, que é detectada no plasma a partir da 3ª ou 4ª semana de gestação e apresenta um pico duas a três semanas antes do parto. Diagnóstico por Imagem O exame ultrassonográfico é o meio de diagnóstico mais preciso para a avaliação da prenhez, permitindo confirmar a gestação, avaliar a idade gestacional, as condições dos ovários e útero, e as estruturas e condições vitais dos fetos. Algumas características importantes que podem ser visualizadas em diferentes períodos da gestação incluem: