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Distúrbios de aprendizagem, Notas de estudo de Pedagogia

Psicologia do desenvolvimento e aprendizagem

Tipologia: Notas de estudo

2015

Compartilhado em 04/06/2015

ivinna-d-souza-9
ivinna-d-souza-9 🇧🇷

4.9

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Problemas de aprendizagem
Introdução
O termo “distúrbio de aprendizagem” tem despertado grandes discussões
relacionadas à definição, fatores causais e procedimentos terapêuticos. Esses debates
levantaram questões importantes, dentre as quais, a discussão referente a qual
profissional está habilitado para intervir, tanto preventiva quanto terapeuticamente.
Considerando-se as diversas causas que podem interferir no processo ensino-
aprendizagem, investigar o ambiente no qual a criança vive e a metodologia abordada
nas escolas é importante antes de se traçar um enfoque terapêutico, uma vez que a
criança pode não apresentar o distúrbio de aprendizagem, mas apenas não se adaptar ou
não conseguir aprender com determinada metodologia utilizada pelo professor, como
também a carência de estímulos dentro de casa.
Por outro lado, muitas crianças podem não apresentar nenhum fator externo a
ela e mesmo assim não conseguir desenvolver plenamente suas habilidades
pedagógicas. É o caso das crianças com distúrbio de aprendizagem, cujas limitações
intrínsecas se manifestam através de déficits lingüísticos, alteração no processamento
auditivo e outros vários fatores que podem prejudicar significativamente o aprendizado
da leitura e da escrita.
Se o professor souber como funciona a atenção e a memória nas diversas fases da vida,
com certeza vai ensinar melhor. A aprendizagem está ligada ao processo de
desenvolvimento biológico. A evolução é determinada pela genética da espécie. Nosso
cérebro demora vinte anos para amadurecer. Nossa saúde mental depende da amplião de
experiências anteriores e de experiências pticas. A escola é o lugar de ampliação da
experiência humana, o lugar onde gente como a gente constrói conhecimentos com o
uso de diversas linguagens e da imaginação. Ela precisa preocupar-se com a formação
humana. A semente da disciplina ou da indisciplina reside no clima escolar. Se esta não
consegue impor seus valores entre alunos e professores, conseguir disciplina passa a ser
uma proeza. Na escola em que há mais indisciplina o rendimento é pior, mas se ela for
cativante terá poucos problemas.
Professores, pressionados por seus chefes, seguem calendários oficiais que exigem que
todas as crianças aprendam no mesmo ritmo e do mesmo jeito. No entanto, as crianças
o diferem das rosas em seu desenvolvimento: elas nascem com a capacidade e o
desejo de aprender, e aprendem em ritmos diferentes e de modos diferentes. Se formos
capazes de satisfazer suas necessidades, proporcionar um ambiente seguro e propício e
evitar nos intrometer com dúvidas, ansiedades e calendários arbitrários, aí então - como
as rosas - as crianças irão desabrochar cada uma a seu tempo.
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Problemas de aprendizagem

Introdução

O termo “distúrbio de aprendizagem” tem despertado grandes discussões relacionadas à definição, fatores causais e procedimentos terapêuticos. Esses debates levantaram questões importantes, dentre as quais, a discussão referente a qual profissional está habilitado para intervir, tanto preventiva quanto terapeuticamente. Considerando-se as diversas causas que podem interferir no processo ensino- aprendizagem, investigar o ambiente no qual a criança vive e a metodologia abordada nas escolas é importante antes de se traçar um enfoque terapêutico, uma vez que a criança pode não apresentar o distúrbio de aprendizagem, mas apenas não se adaptar ou não conseguir aprender com determinada metodologia utilizada pelo professor, como também a carência de estímulos dentro de casa. Por outro lado, muitas crianças podem não apresentar nenhum fator externo a ela e mesmo assim não conseguir desenvolver plenamente suas habilidades pedagógicas. É o caso das crianças com distúrbio de aprendizagem, cujas limitações intrínsecas se manifestam através de déficits lingüísticos, alteração no processamento auditivo e outros vários fatores que podem prejudicar significativamente o aprendizado da leitura e da escrita.

Se o professor souber como funciona a atenção e a memória nas diversas fases da vida, com certeza vai ensinar melhor. A aprendizagem está ligada ao processo de desenvolvimento biológico. A evolução é determinada pela genética da espécie. Nosso cérebro demora vinte anos para amadurecer. Nossa saúde mental depende da ampliação de experiências anteriores e de experiências práticas. A escola é o lugar de ampliação da experiência humana, o lugar onde gente como a gente constrói conhecimentos com o uso de diversas linguagens e da imaginação. Ela precisa preocupar-se com a formação humana. A semente da disciplina ou da indisciplina reside no clima escolar. Se esta não consegue impor seus valores entre alunos e professores, conseguir disciplina passa a ser uma proeza. Na escola em que há mais indisciplina o rendimento é pior, mas se ela for cativante terá poucos problemas.

Professores, pressionados por seus chefes, seguem calendários oficiais que exigem que todas as crianças aprendam no mesmo ritmo e do mesmo jeito. No entanto, as crianças não diferem das rosas em seu desenvolvimento: elas nascem com a capacidade e o desejo de aprender, e aprendem em ritmos diferentes e de modos diferentes. Se formos capazes de satisfazer suas necessidades, proporcionar um ambiente seguro e propício e evitar nos intrometer com dúvidas, ansiedades e calendários arbitrários, aí então - como as rosas - as crianças irão desabrochar cada uma a seu tempo.

Em uma abordagem pedagógica, certos fatores podem interferir, significativamente, no processo de aprendizagem, sendo necessária muita atenção aos acontecimentos que representaram uma mudança considerável para a criança e para a família. Estes muitas vezes estão ligados a uma perda, pois os lutos deterioram a aprendizagem e tornam improdutivos todos os esforços empregados para dominar a situação anterior.

Dificuldade e Distúrbio de Aprendizagem: Divergências na nomenclatura

Os termos dificuldades e distúrbios de aprendizagem têm gerado muitas controvérsias entre os profissionais, tanto da área da educação quanto da saúde. Isto porque, há uma sintomatologia muito ampla, com diversidade de fatores etiológicos, quando se considera o aprendizado da leitura, escrita e matemática. Entretanto, é necessário uma adequação nestas terminologias a fim de possibilitar uma homogeneização quando estes casos são discutidos pelos profissionais das áreas afins. Considerando-se os dois principais manuais internacionais de diagnóstico, os transtornos de aprendizagem são assim definidos:

  • CID – 10: organizado pela Organização Mundial de Saúde - OMS/ "Grupos de transtornos manifestados por comprometimentos específicos e significativos no aprendizado de habilidades escolares. Estes comprometimentos no aprendizado não são resultados diretos de outros transtornos (tais como retardo mental, déficits neurológicos grosseiros, problemas visuais ou auditivos não corrigidos ou perturbações emocionais) embora eles possam ocorrer simultaneamente em tais condições". (1993, p. 237).
  • DSM – IV: organizado pela Associação Psiquiátrica Americana/ “Os transtornos de aprendizagem são diagnosticados quando os resultados do indivíduo em testes padronizados e individualmente administrados de leitura, matemática ou expressão escrita estão substancialmente abaixo do esperado para sua idade, escolarização ou nível de inteligência...Os transtornos de aprendizagem podem persistir até a idade adulta” (1995, p. 46).

Ambos os manuais consideram, basicamente, três tipos de transtornos, quais sejam, da leitura (dislexia), da escrita (disgrafia e disortografia) e das habilidades

dos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade e impulsividade, sendo que estes devem estar presentes em pelo menos dois ambientes diferentes (casa, escola, atividades sociais) e devem estar persistindo por pelo menos seis meses. O indivíduo enquadrado nestes sintomas deve ser encaminhado para avaliação profissional: neurologista, psiquiatra ou um profissional que tenha experiência com o transtorno. Os sintomas oficiais do THDA são inatenção, impulsividade e, às vezes, mas nem sempre, hiperatividade ou excesso de energia****. Essas pessoas geralmente apresentam:

Inconstância;

  • Criatividade;
  • Comportamento provocador;
  • Personalidade cativante;
  • Pouca motivação;
  • Esquecimento irritante;
  • Desorganização;
  • Baixo rendimento;
  • Impulsividade e busca de emoções fortes.

O tratamento é realizado com metilfenidato, mais conhecido como a Ritalina, que atua como um fraco estimulante do sistema nervoso central, inibindo o transporte de dopamina (neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina) no cérebro. Esse medicamento deve ser utilizado por adultos ou crianças acima de sete anos e antes de prescrito, deve-se fazer uma avaliação no histórico do paciente. Também é fundamental a intervenção de um psicoterapeuta e psicopedagogo. Este conjunto combinado é chamado de intervenção multimodal e serve para um adequado equilíbrio também emocional do paciente, família e professores. Os pais e/ou cuidadores devem estar bem esclarecidos e orientados quanto ao TDAH. Muitos se queixam do comportamento, perdem a paciência e não sabem lidar

com estas crianças e por falta de informação, acabam agravando mais os sintomas. Existem estratégias que, sendo trabalhadas em conjunto com os envolvidos, podem amenizar a tensão e melhorar o relacionamento. É importante lembrar que nem todas as crianças que apresentam os sintomas comportamentais de desatenção, hiperatividade e/ou impulsividade são realmente perturbadas pelo TDAH. Percebe-se também, muitos destes sintomas originados de problemas psicológicos e por isso enfatizamos a importância de saber o histórico desse paciente e a intervenção terapêutica. O que pode ocorrer nestes casos é uma falta de atenção dos pais e/ou cuidadores à criança e não que a mesma possua o déficit de atenção e sendo assim, ela se utiliza de certos mecanismos para chamar a atenção para si.

Dislexia Do grego: dus → difícil, dificuldade; lexis → palavra.

É um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração.

A dislexia é o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Pesquisas realizadas em vários países mostram que cerca de 10 a 15% da população mundial é disléxica. Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas inteligentes e, até, geniais experimentarem dificuldades paralelas em seu caminho diferencial do aprendizado, é desafio que a Ciência vem deslindando paulatinamente, em130 anos de pesquisas. E com o avanço tecnológico de nossos dias, com destaque ao apoio da técnica de ressonância magnética funcional, as conquistas dos últimos dez anos têm trazido respostas significativas sobre o que é Dislexia. Ao contrário do que muitos pensam, a dislexia não é o resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Ela tem sido vista como uma condição hereditária devido a alterações genéticas, mas tal só acontece numa pequena percentagem de casos. Ela também é caracterizada por apresentar alterações no padrão neurológico. Não trata de uma

americana como disléxica, com a observação adicional: "existem muitos disléxicos não diagnosticados em nosso país". Para sublinhar, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves, embora importantes, não costumam sequer ser considerados. Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes arguta e até genial, mas que aprende de maneira diferente.

Sinais e sintomas

Na primeira infância: 1 - atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar; 2 - atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio à pronúncia de palavras; 3 - parece difícil para essa criança entender o que está ouvindo; 4 - distúrbios do sono; 5 - enurese noturna (xixi na cama); 6 - suscetibilidade à alergias e à infecções; 7 - tendência à hiper ou a hipoatividade motora; 8 - chora muito e parece inquieta ou agitada com muita freqüência; 9 - dificuldades para aprender a andar de triciclo; 10 - dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares.

A partir dos sete anos de idade:

1 - pode ser extremamente lento ao fazer seus deveres, ou ao contrário, seus deveres podem ser feitos rapidamente e com muitos erros; 2 - copia com letra bonita, mas tem pobre compreensão do texto ou não lê o que escreve; 3 - a fluência em leitura é inadequada para a idade; 5 - inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever; 6 - só faz leitura silenciosa; ou ao contrário, só entende o que lê, quando lê em voz alta para poder ouvir o som da palavra;

8 - sua letra pode ser mal grafada e, até, ininteligível; pode borrar ou ligar as palavras entre si; 9 - pode omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de letras e sílabas; 10 - esquece aquilo que aprendera muito bem, em poucas horas, dias ou semanas; 11 - é mais fácil, ou só é capaz de bem transmitir o que sabe através de exames orais; 12 - ao contrário, pode ser mais fácil escrever o que sabe do que falar aquilo que sabe; 13 - tem grande imaginação e criatividade; 14 - desliga-se facilmente, entrando "no mundo da lua"; 15 - tem dor de barriga na hora de ir para a escola e pode ter febre alta em dias de prova; 16 - porque se liga em tudo, não consegue concentrar a atenção em um só estímulo; 17 - baixa auto-imagem e auto-estima; não gosta de ir para a escola; 18 - esquiva-se de ler, especialmente em voz alta; 19 - perde-se facilmente no espaço e no tempo; sempre perde e esquece seus pertences; 20 - tem mudanças bruscas de humor; ... entre outros.

Crianças disléxicas apresentam combinações de sintomas, em intensidade de níveis que variam entre o sutil ao severo, de modo absolutamente pessoal. Em algumas delas há um número maior de sintomas e sinais; em outras, são observadas somente algumas características. Quando sinais só aparecem enquanto a criança é pequena, ou se alguns desses sintomas somente se mostram algumas vezes, isto não significa que possam estar associados à Dislexia. Inclusive, há crianças que só conquistam uma maturação neurológica mais lentamente e que, por isto, somente têm um quadro mais satisfatório de evolução, também em seu processo pessoal de aprendizado, mais tardiamente do que a média de crianças de sua idade.

Disgrafia

  • Letra ilegível.
  • Escrita desorganizada.
  • Traços irregulares: ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito leves.
  • Desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial.
  • Desorganização do texto, pois não observam a margem parando muito antes ou ultrapassando. Quando este último acontece, tende a amontoar letras na borda da folha.
  • Desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas, omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas, movimentos contrários à escrita (um S ao invés do 5 por exemplo).
  • Desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita alongada ou comprida.
  • O espaço que dá entre as linhas, palavras e letras são irregulares.
  • Liga as letras de forma inadequada e com espaçamento irregular.

O disgráfico não apresenta características isoladas, mas um conjunto de algumas destas citadas acima.

Podemos encontrar dois tipos de disgrafia:

- Disgrafia motora (discaligrafia): a criança consegue falar e ler, mas encontra dificuldades na coordenação motora fina para escrever as letras, palavras e números, ou seja, vê a figura gráfica, mas não consegue fazer os movimentos para escrever. - Disgrafia perceptiva: não consegue fazer relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam os sons, as palavras e frases. Possui as características da dislexia sendo que esta está associada à leitura e a disgrafia está associada à escrita.

Tratamento e orientações:

  • O tratamento requer uma estimulação lingüística global e um atendimento individualizado complementar à escola.
  • (^) Os pais e professores devem evitar repreender a criança.
  • Reforçar o aluno de forma positiva sempre que conseguir realizar uma conquista.
  • Na avaliação escolar dar mais ênfase à expressão oral.
  • Evitar o uso de canetas vermelhas na correção dos cadernos e provas.
  • Conscientizar o aluno de seu problema e ajudá-lo de forma positiva.

Dislalia – A fala do Cebolinha

Dislalia é a má formação da articulação de fonemas, dos sons da fala. “Não é um problema de ordem neurológica, mas de ordem funcional, referente à forma como estes sons são emitidos”, explica a fonoaudióloga Rosane Paiva. Segundo ela, este som alterado pode se manifestar de diversas formas, havendo distorções, sons muito próximos, mas diferentes do real; omissão, ato em que se deixa de pronunciar algum fonema da palavra; transposições na ordem de apresentação dos fonemas (dizer mánica em vez de máquina, por exemplo); e, por fim, acréscimos de sons. Estas alterações mais comuns caracterizam uma dislalia. Pode ser fonética, quando o problema se apresenta somente na alteração constante de fonemas, mas a criança conhece o significado da palavra, ou fonológica, quando a criança simplesmente não ordena de modo estável os sons de sua fala. Para evitar tais problemas,a Fonoaudiologia deve ser também preventiva:

A maioria das pessoas ainda não tem o hábito de fazer uma avaliação fonoaudiológica preventiva, nos primeiros anos de vida, como ocorre no que diz respeito à Pediatria. Mas eu penso que se deve estar atento também à saúde da voz, da fala e da audição, e acompanhar este desenvolvimento, principalmente quando se pretende expor a criança a uma aprendizagem formal, na idade certa.

Muitos fatores podem influir para que dislalias venham a surgir: “crianças que usam a chupeta por muito tempo, ou que mamam na mamadeira por tempo prolongado, ou mesmo aquelas que mamam pouco tempo no peito terminam por alterar as funções de mastigação, respiração e amamentação. Estas crianças podem apresentar um quadro de dislalia”. Embora não se possa dizer que haja uma relação direta, é inegável que tais crianças acabem apresentando flacidez muscular e postura de língua indevida, o que pode ocasionar dislalia. Sendo assim, a dislalia pode ser prevenida por mães bem orientadas durante a amamentação e o pré-natal.

  • Uma criança que falta às aulas regularmente por problemas de audição, como otites freqüentes, requer maior atenção.
  • Os professores devem ser bem -orientados em relação a estes fatores e , para isto, é preciso que haja interação entre eles e os fonoaudiólogos.
  • O ato da fala é um ato motor elaborado e, portanto, os professores devem trocar informações com os educadores esportivos e professores de Educação Física, que normalmente observam o desenvolvimento psicomotor das crianças.
  • O ideal é que a criança faça uma avaliação fonoaudiológica antes de iniciar a alfabetização, além de exames auditivos e oftalmológicos.

Disfemia – A Gagueira

A disfemia é um distúrbio que provoca dificuldade em se expressar por meio da fala. Conhecida popularmente como gagueira (ou tartamudez), é um problema que ocorre principalmente em mulheres. Caracteriza-se por interrupções bruscas na fala que podem ser tônicas ou clônicas. A tartamudez se caracteriza pela interrupção da fluência verbal, por meio de repetições ou prolongamento dos sons, sílabas ou palavras. Freqüentemente, ela vem acompanhada de movimentos corporais, como balançar os braços e as mãos, piscar os olhos ou tremor labial, na tentativa de superar o bloqueio da fala. Observa-se que a freqüência e a intensidade da gagueira estão associadas ao estado emocional do indivíduo. A disfemia tônica é caracterizada por espasmos musculares que comprometem a fala provocando os bloqueios que tendem a ficar mais intensos com o esforço que o indivíduo faz para que consiga terminar o que estava falando. A disfemia clônica é caracterizada por contrações que ocorrem diretamente na boca de forma leve e rápida provocando a repetição de palavras ou parte delas. As duas formas de disfemia podem ou não estarem associadas uma a outra e ocorrer de forma contínua. Normalmente, crianças de até 04 anos apresentam períodos de disfemia provocados pela combinação de diversos fatores associados ao desenvolvimento da fala e a rapidez com que as informações são processadas fazendo com que a fala não consiga transmitir com tanta rapidez as informações encaminhadas pela mente. A

maioria das crianças com o passar do tempo perdem a disfemia, porém algumas necessitam de tratamento específico para controlar tal distúrbio. Para que a criança consiga superar a disfemia nesse período, os especialistas recomendam aos pais e outros que participam do convívio da criança a não dar ênfase para tal manifestação, não corrigir e nem completar a palavra ou frase para tal, pois esses comportamentos fazem com que a criança não necessite lutar e vencer o problema para que seja melhor compreendida. O tratamento para a disfemia varia de acordo com a manifestação em cada indivíduo. As formas terapêuticas e abordagens de tratamento são variadas, visando em alguns casos uma melhor adaptação social e emocional, passando pelo enfrentamento de situações de exposição verbal, pela diminuição da ansiedade e o aumento da auto- estima.

Discalculia

A matemática para algumas crianças ainda é um bicho de sete cabeças. Muitos não compreendem os problemas que a professora passa no quadro e ficam muito tempo tentando entender se é para somar, diminuir ou multiplicar; não sabem nem o que o problema está pedindo. Alguns, em particular, não entendem os sinais, muito menos as expressões. Contas? Só nos dedos e olhe lá. Em muitos casos o problema não está na criança, mas no professor que elabora problemas com enunciados inadequados para a idade cognitiva da criança. Carraher afirma que:

Vários estudos sobre o desenvolvimento da criança mostram que termos quantitativos como “mais”, “menos”, maior”, “menor” etc. são adquiridos gradativamente e, de início, são utilizados apenas no sentido absoluto de “o que tem mais”, “o que é maior” e não no sentido relativo de “ ter mais que” ou “ser maior que”. A compreensão dessas expressões como indicando uma relação ou uma comparação entre duas coisas parece depender da aquisição da capacidade de usar da lógica que é adquirida no estágio das operações concretas”...”O problema passa então a ser algo sem sentido e a solução, ao

visuais ou auditivos, nem por má escolarização, por isso é importante não confundir a discalculia com os fatores citados acima.

O portador de discalculia comete erros diversos na solução de problemas verbais, nas habilidades de contagem, nas habilidades computacionais, na compreensão dos números. Kocs (apud García, 1998) classificou a discalculia em seis subtipos, podendo ocorrer em combinações diferentes e com outros transtornos:

Discalculia Verbal - dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações.

  1. Discalculia Practognóstica - dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente.
  2. Discalculia Léxica - Dificuldades na leitura de símbolos matemáticos.
  3. Discalculia Gráfica - Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos.
  4. Discalculia Ideognóstica – Dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos.
  5. Discalculia Operacional - Dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos.

De acordo com Johnson e Myklebust a criança com discalculia é incapaz de:

  • Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior;
  • Conservar a quantidade: não compreendem que 1 quilo é igual a quatro pacotes de 250 gramas.
  • Seqüenciar números: o que vem antes do 11 e depois do 15 – antecessor e sucessor.
  • Classificar números.
  • Compreender os sinais +, - , ÷, ×.
  • Montar operações.
  • Entender os princípios de medida.
  • Lembrar as seqüências dos passos para realizar as operações matemáticas.
  • Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de alunos de uma sala à quantidade de carteiras.
  • Contar através dos cardinais e ordinais.

Os processos cognitivos envolvidos na discalculia são:

  1. Dificuldade na memória de trabalho;
  2. Dificuldade de memória em tarefas não-verbais;
  3. Dificuldade na soletração de não-palavras (tarefas de escrita);
  4. Não há problemas fonológicos;
  5. Dificuldade na memória de trabalho que implica contagem;
  6. Dificuldade nas habilidades visuo-espaciais;
  7. Dificuldade nas habilidades psicomotoras e perceptivo-táteis.

Ajuda do professor:

O aluno deve ter um atendimento individualizado por parte do professor que deve evitar:

  • Ressaltar as dificuldades do aluno, diferenciando-o dos demais;
  • Mostrar impaciência com a dificuldade expressada pela criança ou interrompê-la várias vezes ou mesmo tentar adivinhar o que ela quer dizer completando sua fala;
  • Corrigir o aluno freqüentemente diante da turma, para não o expor;
  • Ignorar a criança em sua dificuldade.

Dicas para o professor:

  1. Não force o aluno a fazer as lições quando estiver nervoso por não ter conseguido;