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Guias e Dicas
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Educação infantil para ensino fundamental, Teses (TCC) de Educação Psicomotora

Educação infantil e seus desafios

Tipologia: Teses (TCC)

2020

Compartilhado em 16/09/2024

joyce-terra-1
joyce-terra-1 🇧🇷

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Baixe Educação infantil para ensino fundamental e outras Teses (TCC) em PDF para Educação Psicomotora, somente na Docsity! A atuação do Psicopedagogo na Educação Especial dentro do contexto inclusivo do ensino fundamental Iliete Lampert Resumo O presente artigo objetivou compreender mais amplamente a atuação do psicopedagogo dentro da área da educação especial no contexto inclusivo mais direcionado as séries iniciais do ensino fundamental, observando as políticas públicas voltadas para a área educacional e como é desenvolvido o processo pedagógico da escola diante dos estudantes que apresentam dificuldades de aprendizagem ou transtornos/deficiências, na ausência do psicopedagogo nas instituições escolares nota-se as dificuldades no desenvolvimento escolar, uma vez que a presença desse profissional em escolas é essencial, pois este realiza um acompanhamento pedagógico mais direto e específico, pois possui qualificação na área havendo assim, uma relação melhor na execução com: os educadores, estudantes e famílias. A pesquisa caracteriza por ter uma natureza qualitativa direcionada para uma abordagem fenomenológica, bibliográfica, os instrumentos de coletas de dados nortearam-se em objetivação participante. Por meio da construção com os resultados obtidos mostra-se que se é possível trabalhar por uma educação inclusiva, visto que as estratégias pedagógicas para o desenvolvimento e aprendizagem dos educandos são fundamentais, ou seja, para amenizar os problemas encontrados com frequência nas escolas, é necessário contar com o apoio coletivo para a concretização de uma escola inclusiva, caso contrário ficará na utopia. Palavras-chave: Inclusão. Educação. Educador. Psicopedagogo. 1. INTRODUÇÃO Como sabemos na atualidade, a escola não pode ser um espaço neutro, é um espaço político democrático na vida de todos. Nesse sentido, o pensamento Freriano norteará este trabalho, tentando separar a condição de sujeito oprimido da pessoa com deficiência do sujeito crítico e reflexivo. Do ponto de vista educacional, isso é possível. Porém, não basta aceitar alunos com deficiência na escola, é preciso trabalhar muito para o desenvolvimento de todos os alunos. A inclusão escolar trouxe novos desafios ao campo da educação, por isso deve ter um novo olhar, novas práticas e novos objetivos de ensino. Quais são esses desafios? Como enfrentá-los e aprender com eles? Quando Mantoan afirmou que "o pensamento que norteia o sistema (educacional) atual é muito mecânico, distinguindo claramente entre pessoas normais e pessoas com deficiência, educação geral e especial e todas as disciplinas cursadas na escola", é claro que esse fato é transformador o espaço escolar em Um agravante para um ambiente inclusivo. Essa afirmação foi complementada quando Relvas (2009), afirmou que “uma nova postura educativa precisa ser construída para que os alunos possam acordar enquanto estudam na escola” e saibam enfrentar os desafios da vida. A tolerância é um processo que visa trazer pessoas historicamente marginalizadas para a sociedade. Como relata Mantoan (1997), desde que essa pessoa atenda às normas e seja anônima, será aceita pela sociedade. Porém, desde que cometa qualquer ato ilícito ou obtenha quaisquer vestígios de anormalidade, ela é o suficiente para ser condenado como uma anormalidade. Partindo da análise histórica e social dos deficientes, este trabalho penetra no ponto de vista clínico patológico (quando os deficientes são tratados como pacientes-Sacks, 1998), acompanha as mudanças na própria sociedade, nas quais o "transcendental" adota a este tipo de método de ensino de ortopedia (Skliar-2005) visa "normalizar" esta pesquisa está atualmente refletindo sobre o processo de tolerância educacional com base no método da psicoeducação. Ao se referir às pessoas com deficiência, Vygotsky (1993), enfatizou que “não são apenas os defeitos que determinam o destino da personalidade de uma criança, mas sua satisfação social e psicológica”. Portanto, o trabalho de educação psicológica tem se mostrado de extrema importância, e o espaço social proporcionado pela escola pode ser muito benéfico. Afinal, o potencial não é inato, mas o ambiente social ajudará os indivíduos a encontrar o potencial e a deixá-lo florescer. Vale destacar que, com a promoção da inclusão, surgiu a psicopedagogia para preencher a lacuna entre o atendimento clínico / psicológico do sujeito com deficiência e a educação do aluno com deficiência. Daí a necessidade de um campo de pesquisa que compreenda a temática dos educandos, o que amplie o campo de atuação do psicoeducador, não só trabalhando com pessoas com deficiência, mas também prevenindo possíveis dificuldades e orientando, apoiando e formulando o desenvolvimento global de estratégias de assuntos de aprendizagem. Esse tipo de prática educacional pode ser orientado por pressupostos pedagógicos e ideais da psicopedagogia. Portanto, os profissionais da psicopedagogia precisam compreender e perceber a importância de seu trabalho como facilitadores nas escolas. Portanto, esta pesquisa prioriza a relação entre psicólogos e educadores, como orientar e apoiar e como amenizar as dificuldades encontradas no processo de formação. Faça algumas perguntas, como: O que é educação inclusiva e como a fazemos? Qual é o papel dos psicoeducadores nas escolas inclusivas? Como os psicólogos educacionais podem promover a integração de crianças com deficiência? Que tipo de mediação de ensino psicológico é necessária para mitigar e / ou superar mudanças no processo de aprendizagem e como desenvolver habilidades? Por meio de pesquisas em livros relacionados e artigos atuais, este trabalho tem como objetivo analisar possíveis práticas de ensino de psicologia que penetram e promovem o processo de inclusão educacional no Brasil, e nos orientam a partir de uma conclusão a partir de ideias do autor que consideraram o tema e podem ajudar. 2. AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS QUE PROMOVEM A INCLUSÃO ESCOLAR indiferença, o discente não será motivado de forma alguma, devido a essa postura inadequada de quem se diz educador (PONTES, 2010). O autor também pontua que, a escola tem a função de rever as suas metodologias de ensino antes de julgar que o educando com dificuldades de aprendizagem é problemático ou que precisa de algum tipo de atendimento clínico. Nesse sentido, a escola deve buscar aprimorar as técnicas de ensino e aprendizagem de acordo com as necessidades dos estudantes, ao invés de tentar adaptar os alunos aos meios de ensino que já demonstraram ser ineficazes. Assim, deve-se adotar práticas que promovam a avaliação dos processos pedagógicos para a menção da sua eficácia, assim como o acompanhamento, redefinições quando necessárias, para a valorização de novos conhecimentos, sem que os docentes fiquem presos somente aos métodos tradicionais, definir objetivos, reconstruir procedimentos, papéis, formas de se relacionar com os alunos e de ministrar as atividades, e quaisquer outras mudanças que se mostrem necessárias. 3. A PSICOPEDAGOGIA O próprio termo psicopedagogia nos faz pensar na "fusão" entre pedagogia e psicologia. Em suma, a pedagogia enfoca as questões relacionadas à metodologia de ensino e aprendizagem do aluno e a amplitude das questões educacionais. A psicologia se concentra na análise do assunto, mas se concentra no comportamento humano e seus processos psicológicos. Portanto, a distância entre tornar-se aluno e tornar-se disciplina depende da psicopedagogia. A psicopedagogia nasceu da fronteira entre pedagogia e psicologia. "O termo psicopedagogia tem três conotações: como prática, como campo de investigação do comportamento de aprendizagem e como (objetivo) conhecimento científico” (BOSSA, 2000). De acordo a Associação Brasileira de Educação Psicológica, “a educação psicológica é um campo de ação no campo da saúde e da educação, envolvendo o processo de aprendizagem humana: padrões normais e patológicos que consideram as influências ambientais - casa, escola e sociedade - em seu desenvolvimento, usar estudo de educação psicológica processual”. Este é gerado a partir das fronteiras existentes entre a psicologia e a pedagogia, apoiadas em um tripé: psicologia social, psicanálise e psicologia genética. A psicopedagogia tem características autônomas e complementares, toma o processo de aprendizagem como objeto de pesquisa, utiliza recursos próprios para diagnóstico, correção e prevenção e acredita que há participação biológica nesse processo. Aspectos das tendências emocionais e intelectuais relacionadas ao desenvolvimento do sujeito interferente, ao relacionamento com os outros, ao meio ambiente e ao desejo de aprender. O desenvolvimento da aprendizagem será influenciado pelas relações sociais e familiares, pelas condições orgânicas e culturais e pelo estímulo e experiência de cada disciplina. Para Rubinstein (1996), “a psicopedagogia visa compreender a complexidade dos diversos fatores envolvidos neste processo (de aprendizagem) ”. Portanto, quem atua no Psicopedagogo, em sua formação, tem o conhecimento e a capacidade de analisar como ocorre o processo de aprendizagem de uma determinada disciplina e se há coisas que podem afetar esse caminho. Para Porto (2011) destaca que, “enquanto profissional multidisciplinar na área da aprendizagem humana, o psicoeducador agrega saberes de diversas áreas para intervir neste processo, podendo através da sua intervenção psicoeducativa realizar a prevenção ou o tratamento”. Na escola, o psicoeducador vai adotar essa postura, lembrando que seu foco não são as dificuldades de aprendizagem, mas sim todo o processo de aprendizagem, portanto, se houver obstáculos, ele saberá se identificar e intervir. “O psicopedagogo vai perceber as possíveis perturbações no processo de aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, apoiar a integração e realizar o processo de orientação de acordo com as características e especificidade do indivíduo do grupo para promover orientações metodológicas” (BOSSA, 1994). Na contemporaneidade, a Psicopedagogia e o Psicopedagogo são conhecidos pela esfera científica e pela sociedade em geral, enquanto familiarizados com os papéis desempenhados em tal esfera no âmbito educacional. A formação da identidade do psicopedagogo traz um dinamismo no que se refere à sua construção, a qual consiste em um agrupamento de características particulares de cada indivíduo, como costumes, crenças, comportamentos, entendimento acerca de determinados assuntos, etc. Todos esses contextos implicam a criação de diversas metodologias psicopedagógicas que buscam estudar e aperfeiçoar as técnicas de aprendizagem dentro das salas de aula (RUBINSTEIN, 2017). Para a Psicopedagogia, são considerados essenciais o conhecimento, o estudo e o entendimento das formas como funcionam as mentes humanas e como se desenvolvem a partir de determinadas situações, a fim de que o profissional possa tornar-se apto a compreender as peculiaridades psicológicas, biológicas e comportamentais das pessoas. Nesse sentido, o entendimento dessas complexidades por meio de estudos e pesquisas científicas e atividades práticas tonam possível a identificação de diversos problemas de aprendizagem, fato condicionante para a elaboração de propostas pedagógicas que possam auxiliar nas dificuldades dos estudantes. O desempenho dos jovens nas questões que versam sobre a psicologia e o meio social encontram diversas indisposições em razão de questionamentos ou conceitos e concepções que ainda não estão completamente definidos, uma vez que a sua personalidade ainda se encontra em processo de formação. Caso as pessoas tivessem a sua maturidade definida por meio de algum tipo de competência, seria mais fácil determinar o que é um adulto, ou um adolescente, ou quando cada um está em cada fase de sua vida. Todavia, ninguém é capaz de definir exatamente o que torna o indivíduo um adulto, ou um adolescente, haja vista que se descartam as questões de maturação física (CALLIGARIS, 2000). O profissional da Psicopedagogia atua como responsável por identificar e especificar as dificuldades que impedem o estudante de aprender ou de realizar determinadas atividades, uma vez que será elaborada uma metodologia pedagógica que possa viabilizar o desenvolvimento do educando que enfrenta impedimentos no que se refere ao ensino e à aprendizagem. Nesse sentido, também cabe ao pedagogo a determinação e a aplicação de técnicas e estratégias em outras esferas, como há estudantes que não conseguem alcançar um rendimento satisfatório em aspectos como falar em público, atividades em grupo, desenvolvimento da escrita, conflitos comportamentais, etc. Ademais, a psicopedagogia busca promover um diálogo que possibilite o entendimento e a cooperação entre escola e família, haja vista que a participação conjunta de ambos no processo de assistência ao aluno constitui elemento fundamental a sua progressão escolar (PONTES, 2010). O aprendizado é efetivamente solidificado quando o estudante conseguir absorver o conteúdo ministrado pelo educador, seja em forma de conhecimentos práticos ou teóricos, entretanto, existem alunos que não conseguem alcançar resultados ou assimilar as tarefas que estão sendo ensinadas. Nesse âmbito, a psicologia e pedagogia formam uma concepção de ideia que buscam identificar e resolver os empecilhos que obstam tais estudantes de desempenhar as atividades escolares de forma natural e progressiva. Nesse sentido, a Psicopedagogia foi instituída com escopo de manifestar as causas e desenvolvimentos dessas complicações, além de instituir e aperfeiçoar estratégias que possam desenhar um tratamento adequado para tais complexidades (CHIARELLO, 2014). por intermédio de recursos humanos, materiais e financeiros, que possam tutorar a demanda de estudantes que precisam de tais proteções (BRASIL, 2001). Portanto, começaram a ser elaboradas diversas legislações que previam assegurar uma melhor qualidade de ensino aos educandos especiais, todavia, a prática da inclusão, da psicologia escolar e da psicopedagogia ainda não eram esferas muito conhecidas e nem muito aplicadas, na prática, dentro das escolas. A modernização do sistema educativo, atual, passa por uma descentralização e por um investimento das escolas como espaços de formação e não de frustração. Um dos primeiros passos do psicopedagogo seria realizar um diagnóstico buscando a história da escola, para entender melhor sobre a rede de movimentos e a identidade dessa instituição. Estabelecendo a partir daí um trabalho de ação preventiva que amenize ou impeça as dificuldades de aprendizagem, articulando uma postura de diálogos e contribuindo para que as mudanças possam acontecer na comunidade escolar (PONTES, 2010). A Educação Inclusiva, apesar de já estar prevista na legislação brasileira desde a década de 90, na prática ainda funcionava em divergência com o que era previsto nas legislações que tratavam do tema. A inclusão dos educandos portadores de necessidades especiais deve ser promovida de maneira que eles possam interagir nas atividades em salas de aulas e escolas de ensino regulares juntamente com as crianças que não são portadores de deficiência. Essa prática deve ser consolidada por intermédio de profissionais que são capacitados para ministrar o ensino de forma equitativa, e que consigam prestar a devida assistência para todos de acordo com a condição de cada um. Todavia, àquela época, embora se tratasse de um assunto fundamental, as questões inclusivas dentro das escolas ainda não era um tema que ocupasse muito espaço nas esferas da educação. Dentro das instituições de ensino, a inclusão social era aplicada de forma residual, com pouco empenho e zelar, de fato, pela interação entre o ensino comum e o especial. Diante de poucas reflexões acerca da questão, não havia muito emprenho e realizar estratégias e planejamentos pedagógicos que habilitassem os gestores e docentes especificamente para atender a esses estudantes, além de zelar pela aprendizagem e interação dos mesmos especial. Anteriormente conhecida por integração escolar, a educação inclusiva valia-se de práticas bastante segregadoras, com a existência de classes e escolas especiais, baseados em um sistema paralelo de ensino. Sendo assim, existiam duas formas de se ingressar no sistema educacional: para os alunos “ditos normais” teríamos o ensino regular, e para os alunos com algum tipo de deficiência teríamos o ensino especial (SASSAKI, 2005). Diante da inércia dos governantes e dos profissionais da educação em relação à segregação dos alunos portadores de necessidades especiais, alguns grupos formados por pessoas envolvidas com as causas de interesse social, entre docentes, pedagogos, psicólogos e militantes, em conjunto com alguns pais dos discentes, começam a reivindicar o direito de inclusão dentro das salas de aula. Esses grupos, com intuito de dirimir a prática de preconceito contra os estudantes hipossuficientes, requereram o direito do cumprimento das obrigações do poder público de proporcionar aos mesmos as condições necessárias para que eles possam integrar o ensino regular: Movimentos sociais e grupos organizados por pais e pessoas portadoras de deficiências foram os primeiros a discordar dessa metodologia de ensino e a discutir propostas visando a equiparação de oportunidades justificando que a sociedade não poderia exigir aptidão por parte dessas crianças para ingressar no sistema educacional. Pelo contrário, caberia à sociedade fornecer as estruturas necessárias e adequadas para atender às necessidades de cada educando, independentemente de suas diferenças (SASSAKI, 2005). Neste sentido, compreende-se que a integração da criança especial era vista como um ônus dele, ao invés de ser atribuída ao Estado a obrigação de possibilitar a esses educandos, por meio da educação inclusiva, a inserção na sociedade e nas escolas de forma igualitária. Esses costumes eram conhecidos por práticas de mainstreaming, de normalização, de classes especiais e de escolas especiais, e foram duramente criticados pelo movimento inclusivo. Sua principal crítica seria a de que a escola tenderia a ocultar o fracasso desse estudante em seu processo de integração por meio de instrumentos e práticas subjetivas, isolando-os considerados menos “capazes” ou que não constituíssem um desafio à competência e sucesso da instituição (MANTOAN, 1998). Após apresentadas novas reflexões acerca da inclusão dos estudantes com necessidades especiais, novos entendimentos sobre o papel dos educadores e gestores nesse processo começaram a surgir. Nessa fase de evolução, novas ideias foram evidenciadas com relação a novas práticas que poderiam obter resultados mais eficazes na inclusão destes nas redes de ensino regulares. Nesse sentido, entendeu-se que, para que o poder público pudesse arcar com o ônus de proporcionar as condições de que precisam para o alcance desse objetivo, seria fundamental realizar investimentos em práticas de treinamento e desenvolvimento de todos os profissionais da área da educação. Essa capacitação consiste na elaboração de projetos direcionados especificamente para esses estudantes, que necessitam de assistência personalizada, por intermédio de estratégias pedagógicas elaboradas para esse fim. Por fim, até os tempos atuais ainda é possível perceber as contribuições de autores citados na área educacional, uma vez que foram desenvolvidas por eles diversas teorias e iniciativas de inclusão na esfera educacional, direcionadas à psicopedagogia dentro da educação especial. Ressalta-se que a trajetória dos autores que vivenciaram e contribuíram para a formação de conceitos e perspectivas que visavam à inclusão da psicologia dentro dos ambientes escolares se faz necessário para possibilitar a compreensão de como foi possível chegar a um cenário em que a psicopedagogia ocupa importante espaço e, atualmente, tornou-se objeto de importantes estudos direcionados ao aperfeiçoamento da educação psicopedagogia no país. 3.2 A pedagogia social A Pedagogia Social, construída sob as bases da Ciência da Educação, caracteriza-se como sendo uma ciência descritiva e normativa, que tem como principal objetivo direcionar as técnicas sociopedagógicas inerentes aos grupos ou aos indivíduos a fim de proporcionar-lhes assistência e suporte nas estruturas institucionais. Ainda segundo o autor, no Brasil, a pedagogia social deve atuar de forma crítica nos ambientes em que haja necessidade de atenuar as desigualdades sociais e promover a educação inclusiva por intermédio do assistencialismo educacional (CALIMAN, 2009, p. 352). Conforme Torquato (2015), a pedagogia social se refere a um acervo de estratégias educacionais elaboradas com base em fundamentos que descrevam a necessidade de sistematizações não convencionais, direcionadas a desenvolver adequadamente os indivíduos e adaptá-los aos ambientes sociais. Embora haja, muitas vezes, a fusão dos conceitos da pedagogia social e educação não formal. Para Gonh (2010), esclarece que há diferenças nítidas entre as duas concepções. Ainda de acordo com a autora, a educação social implica o escopo de preencher as lacunas sociais e de corrigir distorções e desigualdades, enquanto a educação não formal pode ser aplicada como método de aprendizagem indiscriminadamente, ou seja, não há público-alvo determinado a partir de critérios sociais. Neste contexto os autores mencionam diversas questões que norteiam os princípios da educação e da pedagogia social, haja vista que os profissionais da área devem buscar minimizar os impactos negativos advindos de problemas comuns como desestruturação familiar, abandono, falta de atenção aos discentes portadores de necessidade especiais, falta de mecanismos capazes de capacitar os jovens para a atuação nos mercados profissionais, entre outras. Assim, compreende-se que a pedagogia social parte dos princípios direcionados à busca pela correção das desigualdades, assim como a instituição de um sistema socioeducativo capaz de promover a inclusão e a aprendizagem. Para tanto, faz-se necessária a adoção de métodos e práticas dinâmicas e não padronizadas, que oportunizem a abrangência da educação em todas as esferas da civilização. 4. A POSTURA DO PSICOPEDAGOGO NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO ESPECIAL Compreendemos ainda que a educação inclusiva é um assunto que está sendo muito discutido na atualidade, visto que há uma demanda muita grande de estudantes com deficiência no ambiente educacional e é preciso encontrar estratégias para amenizar as dificuldades encontradas no contexto escolar para estudantes com deficiência como: acessibilidade, sala de AEE, formação para os professores e professores auxiliar capacitados. Segundo Thoma (2000, p.68), “A educação inclusiva é um movimento que busca repensar a escola para que deixe de ser a escola da homogeneidade e passe a ser a escola da heterogeneidade para que a escola da descriminação dê lugar à escola aberta a todos”. Após estas investigações e análises o psicopedagogo agirá pedagogicamente encontrando metodologias e soluções para serem tomadas na escola, juntamente com os educadores. Neste sentido, a orirentação aos educadores deve ser dada para que adequem suas metodologias e atividades a serem desenvolvidos com os estudantes com necessidades ou dificuldades educacionais. Porém muitos não conseguem compreender este fato, assim prejudicando o próprio trabalho e ensino dos estudantes. 5. METODOLOGIA O presente artigo foi desenvolvido por meio de uma revisão bibliográfica. Este classifica-se como uma pesquisa qualitativa bibliográfica e documental. Na pesquisa qualitativa pode ser definida como a que se fundamente pela não utilização de instrumentos estatísticos na análise de dados (VIEIRA, 2006). Onde visa entender, descrever e explicar os fenômenos sociais de modos diferentes, por meios de análise de experiências individuais ou grupais (FLICK, 2009). “As técnicas qualitativas focam a experiência das pessoas e seu respectivo significado em relação a eventos, processos e estruturas inseridos em cenários sociais” (SKINNER; TAGG; HOLLOWAY, 2000). De acordo com Stake (1983) “a pesquisa qualitativa enfatiza principalmente a compreensão da singularidade e a contextualização dos fatos e eventos, e que segue complementando que esta não é uma distinção fundamental”. A distinção mais importante é a de natureza epistemológica entre as generalizações que os dois tipos de pesquisa proporcionam. A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em materiais que já foram publicados, tais como, livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos (GIL, 2010). Pode ser feita a partir de levantamentos de teorias já analisadas e publicadas. “Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto” (FONSECA, 2002). E a pesquisa documental, utiliza os mesmos caminhos que a pesquisa bibliográfica, através do uso de dados que já foram publicados, porém a documental, utiliza de fontes mais diversificadas e dispersas, sem um tratamento analítico, que são: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão, etc. (FONSECA, 2002, p. 32). 6. RESULTADOS E DISCURSSÕES Ao analisar o contexto educacional em que estão inseridas as práticas da psicopedagogia, psicologia, pedagogia e inclusão social de matérias que formam uma interligação em relação aos seus propósitos e conteúdos, pode-se inferir que o Brasil se encontra distante de atender à demanda necessária para alcançar um cenário satisfatório em relação ao tema. Isso se reflete nas formas como ficam evidenciadas as necessidades de aprimoramento das práticas psicopedagógicas em diversos contextos educacionais e, principalmente, dento da Educação Especial. Nesse sentido, embora já tenham sido conquistados diversos direitos, hoje reconhecidos pela Constituição Federal de 1988 e por diversos outros tipos de legislações, ainda devem ser promovidas campanhas e orientações educacionais no âmbito da pedagogia, que busquem a inclusão social em termos práticos, uma vez que as pessoas portadoras de necessidades especiais ainda são vítimas de conceitos e de práticas de segregação. Por fim, para que a equidade e as ações inclusivas sejam concretizadas e solidificadas dentro da esfera educacional, tanto na educação básica quanto nos ambientes acadêmicos, faz-se necessária a adoção de mecanismos pelo Poder Público, em conjunto com o corpo de docentes em geral e com a sociedade como um todo, para que toda a população histórica e culturalmente excluídas e invisibilizadas possam ter seus direitos fundamentais e sociais garantidos na prática, assim como a recepção do tratamento e assistência adequada à sua necessidade, e o acesso a atividades inclusivas e incentivadoras, capazes de orientar e solucionar quaisquer óbices ao aprendizado e à convivência dentro doa ambientes escolares isentos de qualquer tipo de preconceito ou exclusão. A pesquisa realizada possibilitou o conhecimento sobre a importância do psicopedagogo numa instituição de ensino, visto que o mesmo sem dúvida só contribuirá com o processo de ensino aprendizagem do estudante principalmente os estudantes com ou sem deficiência. Destacamos o fato de que a atuação do psicopedagogo é crucial no processo de ensinoaprendizagem do estudante, pois o mesmo estará mais capacitado para trabalhar na área e com as especificidades. Ressalta-se também que a maioria das escolas da rede de ensino não estão aptas para atender essa demanda, pois como se sabe os educadores na maioria das vezes não estão preparados para lhe dar com os educandos com deficiências ou dificuldades de aprendizagem, sendo que é direito dos estudantes ter um ensino digno. Segundo Moojen (1997), destaca “o que se espera de um psicopedagogo na escola, antes de mais nada, é uma sensibilidade especial para integrar agilmente os componentes básicos presentes em um processo educativo bemsucedido” (MOOJEN, 1997, p.40). Neste sentido, nota-se que as escolas na sua maioria tem somente acompanhamento o pedagógico e não o psicopedagógico, visto que seria imprescindível a presença desse profissional para acompanhar a aprendizagem do estudante, incrementar o fazer pedagógico do corpo docente, pois se todas as escolas tivessem a presença e auxílio de um psicopedagogo, com certeza a aprendizagem dos estudantes seria melhor, pois possibilitaria meios que facilitem essa aprendizagem, visando assim um estudo digno para todos. Nesse estudo enfatiza-se ainda que as dificuldades encontradas nas escolas são muito grandes de forma que os prejudicados são os estudantes, principalmente os que tem deficiência, pois são eles que mais precisam de um acompanhamento e muitas vezes os mesmos não recebem o apoio e incentivo dos governantes, e na maioria das vezes só estão inseridos no ambiente educacional e não há a inclusão na prática. No entanto a presença do psicopedagogo é de suma importância numa instituição de ensino, visando sempre um acompanhamento necessário para os estudantes com e sem deficiência e dificuldades de aprendizagem, visto que o mesmo irá ajudar desde o planejamento dos educadores, onde ele orientará nos planejamentos, refletindo assim as ações pedagógicas, as intervenções e metodologias adequadas para trabalharem com esse público. Uma grande dificuldade encontrada nas escolas municipais é justamente a falta ou ausência do psicopedagogo ou até mesmo do pedagogo dentro da escola. Uma das escolas que observei é um forte exemplo para esta questão, pois não há a presença desses profissionais na escola e cabe ao gestor assumir este papel, tendo uma obrigação a mais para que a funcionalidade da escola não seja afetada. A escola que está situada dentro da área periférica da cidade os estudantes são pertencentes a um cotidiano de muitos desafios. Como não há um profissional especializado na área pedagógica, o gestor se desdobra para que tudo esteja exatamente organizado, porém é notável a falta de um psicopedagogo e um pedagogo, visto que é extremamente necessário o apoio docente da escola. A realidade dentro da escola é muito mais complicada, são diversos os problemas no qual a escola passa, seja social, político e econômico e o gestor acaba se sobrecarregando com trabalhos que não são de sua atuação. A presença do psicopedagogo faz a diferença, pois têm capacitação para lidar com as situações corriqueiras que afetam o conhecimento dos estudantes, além da vida social que enfrentam e pela qual dependem muito de atenção psicológica e comunicacional. Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais graduados em 3º grau, portadores de certificados de curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia, ministrados em estabelecimentos de ensino oficial e /ou reconhecido, ou mediante direitos adquiridos, sendo indispensável submeter- se à supervisão e aconselhável trabalho de formação pessoal (CÓDIGO DE ÉTICA, 1996, s/p.). Percebemos que os desafios são muitos para que a educação seja verdadeira e significativa na vida dos estudantes. A parceria entre escola e família é fundamental para a educação, pois um complementa o outro. A equipe escolar deve desenvolver projetos para que realmente sejam cumpridos no ambiente educacional as necessidades e peculiaridades dos educandos. Se o comprometimento com a educação do ser humano for levado em consideração, as dificuldades seriam sanadas de fato e de direito nas escolas do nosso país. As políticas públicas devem ser cobradas e questionadas por todos que participam da comunidade escolar, a união e mobilização devem prevalecer. Mas infelizmente, nota-se que dentro de boa parte das escolas públicas a classe dos educadores está dividida entre os que promovem atividades e avaliações adaptadas de acordo com as A gestão e coordenação pedagógica devem mediar e conhecer de tudo um pouco, sobre os assuntos da escola, pois é notório que a intervenção e presença necessária de psicopedagogos são fundamentais em uma instituição de ensino. A carência deste profissional no município dificulta a aprendizagem dos estudantes ou pode causar experiências dolorosas para algumas crianças que não possuem orientação familiar e institucional. A união e colaboração dos colegas no ambiente escolar são essenciais no processo de adaptação e aceitação do estudante na instituição de ensino, observa-se que as crianças que possuem esse apoio têm mais vontade de aprender, questionar e aceitar os conteúdos pedagógicos com mais facilidade do que daqueles que se sentem isolados na sala de aula. 7. CONCLUSÃO Isso se reflete nas formas como ficam evidenciadas as necessidades de aprimoramento das práticas psicopedagógicas em diversos contextos educacionais e, principalmente, dento da Educação Especial. Neste contexto, embora já tenham sido conquistados diversos direitos, hoje reconhecidos pela Constituição Federal de 1988 e por diversos outros tipos de legislações, ainda devem ser promovidas campanhas e orientações educacionais no âmbito da pedagogia, que busquem a inclusão social em termos práticos, uma vez que as pessoas portadoras de necessidades especiais ainda são vítimas de conceitos e de práticas de segregação. Ao verificar o cenário educacional em que estão inseridas as práticas da psicopedagogia, psicologia, pedagogia e inclusão social matérias que forma uma interligação em relação aos seus propósitos e conteúdos, pode-se inferir que o Brasil se encontra distante de atender à demanda necessária para alcançar um cenário satisfatório em relação ao tema. Por fim, para que a equidade e as ações inclusivas sejam concretizadas e solidificadas dentro da esfera educacional, tanto na educação básica quanto nos ambientes acadêmicos, faz- se necessária a adoção de mecanismos pelo Poder Público, em conjunto com o corpo de docentes em geral e com a sociedade como um todo, para que toda a população histórica e culturalmente excluídas e invisibilizadas possam ter seus direitos fundamentais e sociais garantidos na prática, assim como a recepção do tratamento e assistência adequada à sua necessidade, e o acesso a atividades inclusivas e incentivadoras, capazes de orientar e solucionar quaisquer óbices ao aprendizado e à convivência dentro doa ambientes escolares isentos de qualquer tipo de preconceito ou exclusão. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA. Cartilha da inclusão escolar: inclusão baseada em evidências científicas. 2014. 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