Pré-visualização parcial do texto
Baixe Gabriela Aidar - Museu e Inclusão Social e outras Notas de estudo em PDF para Museologia, somente na Docsity!
Cié ISSN 0102-4868 las "Letras Revista da Faculdade Porto-Alegrense de Educação, Ciências e Letras PATRIMÔNIO E EDUCAÇÃO Ana Maria de Almeida Camargo Beatriz Muniz Freire Berenice Corsetti Cores Storchi Eloísa Copovilla da Luz Ramos Gabriela Aidar Heloisa Liberalli Bellotto Hugues de Varine José Itaqui Juan Carlos Ricco Leopoldo Comitti Luis Antônio Boleato Custódio Luiz Antonio Rocha Luis Carlos Lopes Luiz Fernando Rhoden Manuelina Maria Duarte Cândido Maria Angélica Villagran Maria Beatriz Pinheiro Machado Maria Célia T. Moura Santos Maria Cristina Oliveira Bruno Maria de Lourdes Parreiras Horta Maria Teresa Chaves Custódio Marilia Xavier Cury Mario Chagas A“ EST Marlise Giovanaz CA Maturino Luz Toresa Jussara Luporini Valoska Garbinatto Véra Lucia Maciel Barroso Zita Rosane Possamai [Ciênc Jet.] Porto Alegre | n31 | p.3-383 [jan.fjun. 2002] Museus e inclusão social Gabriela Aidart O papel social dos museus s museus, desde sua matriz moderna desenvolvida entre fins dos séculos XVIII e começo do XIX, foram concebidos como institui- ções públicas voltadas à execução de um papel social, Hlistorica- mente, o entendimento sobre qual deveria ser o papel social a ser desempe- nhado pelos museus sofreu alterações, à partir de diversos projetos políticos é institucionais, e das próprias discussões que sc deram no âmbito da Museologia. Assim, se os museus do século XIX europeu eram concebidos como um recurso educacional (ou disciplinatório) para as massas, esse papel foi adquirindo nuanças e alterando-se no decorrer do século XX.' Um momento-de ruptura deu-se com o desenvolvimento da Nova Museologia a partir dos anos de 1960. Essa vertente, entre outras coisas, passa a entender o museu como um instrumento provocador de mudanças com vistas ao desenvolvimento social, propondo que sua organização e suas atividades estejam baseadas nos problemas c demandas da sociedade, e não- exclusivamente em suas coleções. Entretanto ainda que alguns marcos possam ser delineados e as con- tinuidades e rupturas possam ser estabelecidas, este artigo não pretende ater- se à historicidade do papel social dos muscus, mas sim enfocar, em especial, um paradigma contemporâneo: o da inclusão social nos museus, como vem sendo discutida no Reino Unido nos últimos anos. Sua discussão ganhou força a partir da eleição do partido trabalhista (New Labour Party) ao gover- no central em 1997, e de sua seleção como um conceito articulador entre as esferas das políticas sociais e culturais. É importante ressaltar, dessa forma, que, no caso britânico, a ênfase nos museus como instrumentos para à in- clusão social perpassa um projeto político, o que, sem dúvida, favoreceu as ct TGabricia Aidar é Especialista em Muscologia, pelo MAL/USP. Mestre em Muscum Studies, pela Universidade de Leicester, Inglaterra. Museóloga da Pinacoteca do Estado de São Paulo. !Como afirma Tony Benneis, “enquanto os museus do século XIX eram destinados para o povo, eles certamente não exam do povo, no sentido de demonstrar algum interesse nas vidas, hábitos e costumes das classes trabalhadoras das sociedades pré-industriais. Se os museus eram considerados como dores de lições sobre as coisas, sua mensagem central cra a de materializar o poder das classes di tes.! The Birtb af the Museum, Londres e Nova York: Routlcdge, 1995, p- 109. Curi, Poodle a ANG nan 0? 53 participação (ou a não participação) política « cultural podem trabalhar para excluir ou incluir segmentos da sociedade. Um outro ponto de originalidade do conceito é seu foco nos proces- sos e nas instituições que excluem as pessoas, o que faz com que as análises que tenham como referência o conceito de exclusão social preocupem-se com as causas e com os mecanismos que promovem a exclusão, mais do que com seus resultados. Dado seu caráter flexível, a aplicação do conceito de exclusão social varia de acordo com tradições políticas e intelectuais específicas, dependen- do do que cada sociedade considera como sendo excludente e com que tipo de inclusão é almejada. Portanto se faz importante, quando do desenvolvi- mento de políticas locais, ao menos a definição dos grupos excluídos e das razões para que os processos de exclusão ocorram, assim como das institui- ções sociais que tomam parte nestes processos. Isso significa que qualquer que seja a definição usada, ela deve ser baseada nos contextos particulares e explicitada, Ainda que os diferentes entendimentos da privação irão influenciar as políticas para a sua superação, existem duas variáveis comuns aos proje- tos que envolvem o conceito da exclusão social. Esses projetos podem tanto procurar aliviar problemas pontuais, ou eles podem promover mudanças mais estruturais nas organizações e relações sociais, por meio de mecanis- mos como os de melhoria na educação, com resultados mais a longo prazo A vantagem de ser um conceito fluido é dada pela visão multidimensional da privação que o conceito traz consigo, o que oferece a possibilidade para que diferentes países, em diversos contextos, possam de- senvolver suas políticas de acordo com as suas instituições e seus processos de exclusão. Exatamente pela possibilidade de ser adequado a diferentes contex- tos socioeconômicos, o conceito de exclusão social tem sido usado como um substituto para o conceito de pobreza nas políticas sociais desenvolvidas pela União Européia desde o início dos anos de 1990. Isso porque, enquan- to as noções de pobreza centravam-se em questões distribucionais, como as de renda e gastos, a exclusão social se atém a questões relacionais, tais como as de participação social inadequada, falta de integração social e falta de poder. Dentro dessa perspectiva, exclusão social pode ser entendida tam- bém como uma cidadania incompleta, º Se a inclusão social é um sinônimo para a participação social, o que esse paradigma propõe não é o desenvolvimento de políticas assistencialistas, “EVANS, Martin. “Behind the rhetoric: the institutional basis of social exclusion and poverty”. In: HAAN e MAXWELL (Eds). 1998, p. 42-9 (p. 45). “GORE, Charles. “Markets, citizenship and social exelusion”, In: RODGERS, Gerry, GORE, Charles, € FIGUEIREDO, José B. (Eds). Social exelusion: rhetoris, reality, responses. Genebra: International Institute for Labour Studies, 1995, p. 1-37 (p 19). Citnel, Porto Ala, 51, 53-62, au Jam, 2002 E mas o desenvolvimento de políticas participativas, as quais os excluídos se- jam agentes nos processos que buscam a sua inclusão, pois a participação é nela mesma uma forma de integração. º Na prática, e considerando-se a natureza multidimensional da exclu- são, isso significará que diferentes profissionais, agências e níveis de gover- no terão que trabalhar em conjunto com os grupos excluídos na concepção e gerenciamento das políticas de inclusão. Um meio para o desenvolvimento de abordagens participativas é a adoção de medidas que incrementem as habilidades de associação e organização de indivíduos e grupos. Outra estra- tégia é o desenvolvimento de ações locais que visem envolver comunidades específicas, atendendo às suas necessidades de maneira interdisciplinar, cons- truindo parcerias entre agências governamentais e a sociedade civil e dentro da própria sociedade civil, Finalmente, um esforço no sentido da implementação de uma legislação que lute contra a discriminação representa outra iniciativa que coloca o combate à exclusão social dentro de um fórum legal” A inclusão social aplicada à prática dos museus Para responder à pergunta por que os museus devem envolver-se com demandas sociais aparentemente “alheias” às suas atribuições, duas questões centrais têm sido propostas dentro do discurso da inclusão social desenvolvido ultimamente no Reino Unido. Primeiramente, há o dilema contemporâneo no qual os muscus têm de provar sua relevância para uma sociedade com diversas opções de lazer e de consumo de informação, e que, no caso britânico, exige constante retorno ao dinheiro que é empregado em serviços públicos. A resposta a isso tem sido o foco em seu potencial educa- cional, e em práticas socialmente inclusivas que ampliem a utilidade social dos museus. Como um segundo argumento, existe a questão ideológica de que os museus, como instituições públicas, possuem uma responsabilidade para com a sociedade à qual pertencem, devendo atuar como agentes de mudanças sociais positivas. * A partir disso, e considerando-se o que já foi mencionado, pode-se compreender como o conceito de exclusão social foi importado pela área museológica. Baseando-se na definição de exclusão social como um processo “Idem, p. 34. TRODGERS, Gerry. “The design of policy against exclusion”. In: RODGERS, Gerry, GORE, Chades, « FIGUEIREDO, José B. (Eds). 1995, p. 253-82 (p. 25-60). 'DODD, Jocelyn e SANDELL, Richard (Eds,). Ineluding Museums: Perspestives om Museums, Galieriti and Social Inclusiom, Leicester: Research Centre for Museums and Galleries, 2001, p. 4. 56 Gli ho Algo II ASTE pa 00? « « Uma interessante experiência foi a desenvolvida pelo Nottingham Castle Museum and Art Gallery, em Nottingham, na Inglaterra, com um grupo de deficientes físicos. A iniciativa teve origem em um projeto de con- sulta de diversos profissionais do museu com os deficientes físicos, buscan- do estabelecer quais eram suas necessidades dentro do museu e como ele poderia contemplá-las, desde questões de acessibilidade física, como o uso de rampas e elevadores, até a introdução de elementos que auxiliassem na interpretação das exposições, como recursos táteis ou sonoros, ou mesmo questões de conteúdo sobre textos ou abordagens expositivas que poderiam ser consideradas equivocadas ou ofensivas para esse grupo, Foi um proces- so de consulta que se desenvolveu durante cinco anos, em que os deficientes receberam treinamento para se familiarizar com o museu € seu funciona- mento, treinaram uns aos outros acerca de suas deficiências e visitaram ou- «ras instituições em busca de exemplos de boas práticas. Com isso, puderam auxiliar a equipe do museu no desenvolvimento é adequação dos seus proje- tos e também introduziram uma perspectiva do público no trabalho interno do museu. Como um resultado, os participantes aprenderam novas habilida- des e desenvolveram confiança, o que resultou na formação, por parte dos deficientes físicos participantes, de um grupo de consultoria chamado de Drawbridge Group, que passou a oferecer seus serviços não apenas ao museu, mas à outras instituições interessadas em adaptar-se às necessidades desse grupo. Outra iniciativa foi a desenvolvida pelo Tyne and Wear Muscum, da cidade de Newcastle, no nordeste da Inglaterra. O projeto intitulado Making History/ Objects of Desire convidou moradores da cidade a doarem um objeto de valor pessoal ao museu e contar sua história, a partir de entrevistas feitas pelos profissionais do museu com os doadores, ou de participações espon- tâneas, com o envio de objetos pelo correio, explicando as razões para as escolhas. O programa incluía ainda oficinas, grupos de discussões e visitas ao museu. Essa iniciativa proporcionou aos membros da comunidade parti- cipantes um sentimento de que a coleção do museu lhes pertencia, de que eles eram uma parte valiosa de um todo, e ainda com suas contribuições puderam ajudar a contar a história da região onde vivem." Outros dois exemplos, dessa vez brasileiros, merecem ser citados por sua sintonia com os pressupostos do paradigma da inclusão social nos museus. Um deles foi um projeto desenvolvido pelo Museu Lasar Segall de São Paulo, cujo início, em 2000, pude acompanhar pessoalmente. Foi um projeto de parceria implementado pela Área de Ação Educativa com uma escola de ensino médio vizinha ao museu, em que professores de diversas disciplinas foram convidados a participar. Sua proposta era o desenvolvi- mento de um material e de atividades educativas que se baseassem na expo- 1º Ambos os exemplos foram retirados de Museums and Social Inclusion — The GLLAM Report, Group for Large Local Authority Muscums/ Rescarch Centre for Museums and Galleries, 2000. = 58 Gibi het, Porto Adr 31, PS-62, far.ljon. 2002 sição de longa-duração, mas que tivessem um caráter interdisciplinar, con- tando com a perspectiva das diferentes disciplinas, para serem aplicadas tan- to pelos educadores do museu quanto pelos professores, nas duas institui- ções. Assim, os professores seriam instrumentalizados sobre como utilizar um espaço pedagógico informal como é o museu (nesse caso, um museu de arte como é o Museu Lasar Segall) e sobre as potencialidades do uso quali- ficado desse espaço. Além disso, havia o interesse em fazer com que eles sentissem que eram bem-vindos e que suas contribuições eram válidas para o museu. Da perspectiva do museu, foi a oportunidade de estar em contato mais direto com o mediador do seu público-alvo, que é o escolar, e de trazer uma perspectiva externa ao museu para alimentar suas atividades internas, além de criar um vínculo mais estreito com aquela escola e com seus alunos. Como último exemplo, há o trabalho efetuado pelo Museu Didático- Comunitário de Itapuã, em Salvador. Partindo dos interesses acadêmicos de sua idealizadora, de analisar as relações entre a preservação do patrimônio e a educação, e de como uma prática baseada nessa relação pode afetar a rea- lidade positivamente, esse museu, desde suas origens, buscou 0 envolvimento de seus participantes nas diversas fases da prática dos museus. Assim, desde suas primeiras atividades, os estudantes, professores e outros participantes recebiam treinamento sobre como coletar dados, como processá-los muscologicamente, como disponibilizá-los e promover sua extroversão. Com isso, a figura do técnico, ou do profissional de museu se pulverizou entre todos os envolvidos nas atividades, contando com o trabalho dos espe: tas que ensinavam aos participantes os procedimentos de suas especialida- des. À intenção era a de não alienar os participantes em nenhuma etapa do processo, instrumentalizando-os com a aquisição de técnicas e de um pen- samento museológico, e promovendo a reflexão sobre o uso potencial desse conhecimento para responder aos desafios da vida cotidiana." Como os exemplos citados demonstram, via de regra, os processos que buscam a inclusão social nos museus costumam promover resultados bilaterais, em que ocorrem ganhos tanto para os públicos participantes, quanto para as instituições. Nesse sentido, faz-se importante ressaltar os limites entre o conceito de inclusão social e a idéia de andience development (ou desenvolvimento de públicos), duas noções que costumam ser bastante confundidas. O desen- volvimento de públicos pode ser entendido como a identificação das dife- rentes barreiras que acabam por excluir indivíduos ou grupos da freguência aos museus, e o posterior desenvolvimento de estratégias que superem essas barreiras, trazendo para os museus públicos tradicionalmente não visitantes. Isto se dá pela eliminação dos obstáculos para o seu acesso, obstáculos que podem ser físicos, financeiros, atitudinais, etc. Por sua vez, a inclusão social "SANTOS, Maria Célia Teixeira Moura. “Processo Muscológico e Educação: construindo um museu didático-comunitário”. : Cadernos de Sociomustologia, nm. 7, Lisboa, 1996. Cine, Perto Al 8.31, ASS, Jonas, 2002 E) No campo da conservação, uma contradição se impõe, pois uma de suas tarefas é a de estabelecer barreiras protetoras entre os objetos e o públi- co. Para responder a isso, poderiam ser desenvolvidas alternativas para 0 uso controlado e supervisionado de certos objetos, em contraponto à posição negativa do não toque, normalmente adotada pelos museus. Em termos pedagógicos, procedimentos de conservação utilizados em museus € explicitados poderiam ajudar a promover nos públicos visitantes uma cons- ciência do papel e importância da preservação.! Seguindo essa lógica, até mesmo o papel do curador deveria ser redimensionado, substituindo sua posição de autoridade definitiva para a de facilitador entre as pessoas e os objetos, dado seu conhecimento das coleções.” No que diz respeito à comunicação nos museus, as possibilidades de aplicação dos paradigmas da inclusão social são amplas, e provavelmente seus programas educacionais são a área onde a maior parte das experimen- tações nesse campo têm sido realizadas até agora. Mais do que isso, muitas vezes são seus setores educativos os que são unicamente responsabilizados para atender às demandas sociais colocadas aos museus. Como em qualquer processo de inclusão social, os museus podem contribuir para a regeneração social em nível local, e/ou como catalisadores de mudanças sociais mais abrangentes. Quaisquer que sejam os resultados, sua potencialidade para informar e questionar idéias preconcebidas, por meio da manipulação de suas coleções e do conhecimento oferece a chave para que se localize a sua especificidade como instituição. A comunicação muscológica é a área em que se localiza a contribuição específica dos museus aos processos de inclusão social, a partir da sua capaci- dade de manipulação e difusão do conhecimento, ou do que se pode chamar como a sua autoridade interpretativa, seu papel como criador de narrativas sociais dominantes, que podem, como se sabe, ser utilizadas tanto para incluir segmentos da sociedade quanto para excluí-los e cristalizar preconceitos. Nesse sentido, as oportunidades de inclusão são abertas quando os re- cursos comunicacionais de que se valem os museus, ou os seus instrumentos de interpretação, são questionadores e propõem formas alternativas de se ver a realidade, contando, na sua elaboração, com a ajuda de diversos parceiros. Em complementação ao seu potencial educativo, o fato dos museus lidarem intimamente com a noção de preservação representa outro distinti- vo. A possibilidade de se combinar a vocação informativa dos museus com sua experiência na preservação do patrimônio também pode promover be- nefícios sociais. Estes são relacionados com a disseminação da consciência da preservação do patrimônio como um instrumento que proporciona iden- tidade e conhecimento, e que pode levar à aquisição de novas habilidades e ainda de um desenvolvimento econômico local. TCANE, Simon. “Conservation and inclusion”. 1a: DODD E SANDELL, 2001, p. 88-91 (p. 90). YNFALLACE, Amanda. 2001, p. 87. Cache Agr aJL STA alan dO? À 10 (2/1): Entretanto ainda que seja possível delinear a contribuição específica dos múseus aos processos de inclusão social, uma excessiva preocupação com as suas especificidades pode negar o valor dos benefícios que sejam similares âque- les proporcionados por outras instituições sociais, tais como a aqComo afirma- do por Sandell, “...o conceito de responsabilidade social não implica que o combate à desigualdade se torne o único objetivo de todos os museus, nem que a desvantagem e a discriminação são problemas que os museus devem desafiar sozinhos: O papel dos museus nos processos de mudanças sociais será o de tomar parte numa rede contra a exclusão social, conjuntamente com outras organizações públicas e privadas, e com iniciativas governamentais. Referências bibliográficas AIDAR, Gabriela. Museums and socio! change: two perspectiver em the social role of muscums. Dissertação não- publicada, University of Leicester, 2001 BENNETT, Tony. The Birb of the Museum. Londres e Nova York: Routledge, 1995. DE HAAN, Arjan « MAXWELL, Simon (Eds). “Poverty and social exclusion in North and South”. In: International Development Studies Bulletin, vol. 29, 1.1, 1998. DODD, Jocelyn e SANDELL, Richard (Eds). Ineleding Museums: Perspectives on Museums, Galhries ond Social Inclurion, Leicester: Research Centre for Muscums and Galleries, 2001. MUSEUMS AND SOCIAL INCLUSION. Thr GLLAM Repori, Group. for Large Local Authority Muscums/ Research Centre for Museums and Galleries, 2000. RODGERS, Gerry; GORE, Charles, « FIGUEIREDO, José B. (Eds). Social Exclurian: Rbetani, Rest, Responses. Genebra: International Institute for Labour Studies, 1995. SANDELL, Richard, Mastums, Sariety, Inegualijs, Londres e Nova York: Rouiledge, 2002. SANTOS, Maria Célia Teixeira Moura. “Processo Muscológico e Educação: construindo um museu didático-comunitário”, In: Cadernos de Soriamuscológia, n. 7. Lisboa, 1996 Resumo O presente artigo nasce do interesse nas reflexões é práticas que propõem e analisam a idéia da relevância social dos museus. Mais especificamente, pretende discutir um paradigma contemporinco que vem ga- nhando força nos debates museológicos internacionais: o da inclusão social aplicada à prática dos museus. Para caracterizar esse conceito, inicialmente serão apontadas suas origens nos estudos sobre exclusão social, para em seguida, focalizar na aplicação e desdobramentos das noções de exclusão e inclusão social dentro da área muscológica. Palevras-ehaves: museus, mudanças sociais, inclusão social. Abstract The present article was born ftom an interest in the reflections and practices that propose and analyze the idea of the social relevance of muscums, K specifically intends to discuss a contemporary paradigm that has gaining visibility in the international muscological debates: the social inclusion concept applied to the museum practice. To characterize this concept, initially its originsin the social exelusion studies will be pointed out, in order to allow the focus on the applications and results of the social inclusion concept in the muscological area Keysvents: muscurns, social change, social inclusion. 'DODD e SANDELL, 2001, p. 34. VSANDELL, 2002, p. 60. [5 Glee, bt, Porto Al 3, ASISZ,jom jan. 2002 q