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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO, Notas de estudo de Metodologia

metodologias de pesquisa empírica nas ciências da educação, levando em ... críticas do distanciamento entre a pesquisa educacional e o desenvolvimento de ...

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Miguel86
Miguel86 🇧🇷

4.8

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Baixe MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO e outras Notas de estudo em PDF para Metodologia, somente na Docsity! Revista Científica da FASETE 2019.1 | 36 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO Ana Cristina Barbosa de Oliveira Mestranda em Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental (UNEB). Carlos Alberto Batista dos Santos Doutor em Etnobiologia e Conservação da Natureza. Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais, Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental. Roberto Remígio Florêncio Docente IF Sertão–PE; Mestre em Educação e Cultura (UNEB): Doutorando em Educação (UFBA). RESUMO Este estudo objetiva apresentar um quadro conciso sobre as principais metodologias de pesquisa empírica nas ciências da educação, levando em consideração técnicas qualitativas da atualidade. Foram analisadas características desses tipos de investigação, seus desdobramentos e suas atualizações, fazendo referências às novas tecnologias e às demandadas dos atuais contextos socioculturais, levando em consideração que o empirismo tem a função de desenvolver o conhecimento a partir das sensações advindas principalmente da observação presencial. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica de artigos científicos e capítulos de livros voltados ao estudo de abordagens e técnicas da produção científica, tendo Flick (2009) e Creswell como as principais referências. Nos estudos científicos em educação, vários métodos e técnicas de pesquisa estão em desenvolvimento e, entre eles, estão a observação, as entrevistas e os estudos orientados, o que permite ao pesquisador descobrir como algo efetivamente ocorre. Neste contexto, refletiu-se sobre os problemas, vantagens e implicações envolvidos em cada tipo de pesquisa, buscando verificar o enfoque qualitativo em cada técnica ou abordagem utilizada. O texto defende que o mais importante é produzir um conhecimento rigoroso ainda que subjetivo, pois é orientado pelo caráter humanista das ciências em educação. Palavras-chave: Métodos de Pesquisa. Pesquisa em Educação. Pesquisa Qualitativa. METHODS AND TECHNIQUES OF RESEARCH IN EDUCATION ABSTRACT This paper aims to present a brief overview of the main methodologies of empirical research in the educational sciences, considering the qualitative techniques of current time. The characteristics of these kinds of investigations were analyzed, evaluating its results and its updates, making reference to the new technologies and to the demands of the current sociocultural contexts, in view of the fact that the empiricism is meant to develop the knowledge through the sensation that result from the personal observation. The methodology used was MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO Ana Cristina Barbosa de Oliveira | Carlos Alberto Batista dos Santos | Roberto Remígio Florêncio Revista Científica da FASETE 2019.1 | 37 the bibliographical review of scientific articles and chapters of books that approached the studies of techniques of educational scientific production, being Flick (2009) and Creswell the main references. In education scientific researches, many methods and research techniques are being developed and, among them, are the observation, the interviews and the guided researches, which allows the researcher to find out how something actually happens. In this context, we reflected about the problems, advantages and implications involved in each type of research, aiming to verify the qualitative focus on every technique or approach that were analyzed. The text defends that the most important thing is to produce knowledge which is subjective and strict at the same time, once it is guided by the humanistic character of educational sciences. Keywords: Research Methods. Research in Education. Qualitative Research. 1 INTRODUÇÃO Metodologias de caráter participativo nas pesquisas em educação ganharam forte adesão a partir da década de 1970, tanto na área científica quanto no campo sociopolítico. Entre as principais características desses estudos, está a preocupação de garantir a participação ativa dos grupos sociais no processo de tomada de decisões sobre assuntos que lhes dizem respeito, com vistas à transformação social, não se tratando, portanto, de uma simples consulta popular, mas do envolvimento dos sujeitos da pesquisa no processo de reflexão, análise da realidade, produção de conhecimentos e enfrentamento dos problemas (SANTOS et al., 2012). É possível dizer que a história da evolução das ciências e da própria evolução humana se deu/dá através da pesquisa empírica e, mais ainda, que essas pesquisas são prioritariamente desenvolvidas a partir de observações (VILLANI; PACCA, 1997). O empirismo tem a função de desenvolver o conhecimento a partir das sensações advindas principalmente da observação presencial. Nos estudos científicos em educação, vários métodos de pesquisa estão em pleno desenvolvimento na atualidade e, entre elas, os mais diversos tipos de observação, o que permite ao pesquisador descobrir como algo efetivamente ocorre e, segundo Flick (2009), os procedimentos de observação podem ser classificados em cinco grandes dimensões, a partir das seguintes questões: Até que ponto a observação é revelada aos observados? O observador precisa tornar-se ativo no campo observado? A observação deve seguir os critérios à risca ou permite alguma flexibilidade? O local deve ser o único ambiente propício à observação necessária? Até que ponto a observação deve/pode ser também uma auto-observação? (FLICK, 2009, p 40) MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO Ana Cristina Barbosa de Oliveira | Carlos Alberto Batista dos Santos | Roberto Remígio Florêncio Revista Científica da FASETE 2019.1 | 40 2.2 Estudo de caso O Estudo de Caso é um tipo importante de pesquisa empírica, embora apresente algumas diferenças da etnografia clássica. Pesquisadores dessa metodologia podem se concentrar em um programa ou atividade envolvendo indivíduos em vez de um grupo. O Estudo de Caso contribui para compreendermos melhor os fenômenos individuais, os processos organizacionais e políticos da sociedade. Os tipos de casos que os pesquisadores qualitativos estudam podem ser um único indivíduo, vários indivíduos separadamente ou em grupo, um programa, eventos ou atividades. Pode ser selecionado para estudo porque é incomum e tem mérito em si (SANTOS, 2011). É uma investigação que trata sobre uma situação específica, procurando encontrar as características e o que há de essencial nela. Segundo André (2013), os estudos de caso vêm sendo usados há muito tempo em diferentes áreas de conhecimento, tais como: sociologia, antropologia, medicina, psicologia, serviço social, direito, administração, com métodos e finalidades variadas. André (2013) destaca três pressupostos básicos que devem ser levados em conta ao se optar pelo uso do estudo de caso qualitativo: 1) o conhecimento está em constante processo de construção; 2) o caso envolve uma multiplicidade de dimensões; e 3) a realidade pode ser compreendida sob diversas óticas. O primeiro pressuposto implica uma atitude aberta e flexível por parte do pesquisador, o segundo pressuposto requer que o pesquisador procure utilizar uma variedade e fontes de dados, de métodos de coleta, de instrumentos e procedimentos e o terceiro pressuposto exige uma postura ética do pesquisador, que deve fornecer ao leitor as evidências que utilizou para fazer suas análises. 2.3 Pesquisa-Ação A consolidação da pesquisa-ação no âmbito educacional intensificou-se no Brasil a partir da década de 1980 com forte influência de Paulo Freire (1970) e “seus postulados sobre a importância da reflexão crítica dos sujeitos sobre suas práticas e da problematização da realidade para seu enfrentamento” (TOLEDO; JACOB, 2013). Ainda sobre o caráter participativo, pode-se dizer que para sua verdadeira efetivação, a participação no processo de pesquisa não pode limitar-se à divulgação de informações ou a uma consulta popular; implica uma postura proativa no processo de tomada de decisões e deve ocorrer no âmbito do aprendizado, de forma interativa e colaborativa, e, em nível mais elevado, promover um processo de aprendizagem mútua e de fortalecimento comunitário (TOLEDO; JACOB, 2013). MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO Ana Cristina Barbosa de Oliveira | Carlos Alberto Batista dos Santos | Roberto Remígio Florêncio Revista Científica da FASETE 2019.1 | 41 Os estudos de pesquisa-ação têm sua origem em trabalhos desenvolvidos por Dewey (1929), que ressaltavam a importância de pesquisas sobre a prática escolar e a obtenção de melhores resultados a partir do envolvimento dos sujeitos nesse processo. Aproximando-se do pensamento de Freire (1970) e contribuindo para o fortalecimento da pesquisa-ação na educação, estão as ideias de Laurence Stenhouse, John Elliot, Wilfred Carr e Stephen Kemmis, valorizando a postura investigativa do professor para melhorar sua prática (BICUDO, 1994). Ao se posicionar como instrumento de investigação e ação à disposição da sociedade, a pesquisa- ação exerce também uma função política, oferecendo subsídios para que, por meio da interação entre pesquisadores e atores sociais implicados na situação investigada, sejam encontradas respostas e soluções capazes de promover a transformação de representações e mobilizar os sujeitos para ações práticas e enfrentamentos de conflitos (TOLEDO; JACOB, 2013). 2.4 Pesquisa de desenvolvimento Do inglês “design-based research”, a pesquisa de desenvolvimento refere-se às “investigações que envolvem delineamento, desenvolvimento e avaliação de artefatos para serem utilizados na abordagem de um determinado problema, à medida que se busca compreender/explicar suas características, usos e/ou repercussões” (BARBOSA; OLIVEIRA, 2015). Esse tipo de pesquisa é uma modalidade de estudo científico que deve gerar algum produto para dar conta de uma problematização. Um material didático ou um software, por exemplo, podem ser o produto final da pesquisa de desenvolvimento e tem se tornado muito comum na área das ciências exatas nas últimas décadas, tanto que é apresentada como uma resposta às críticas de que a pesquisa educacional não teria grandes relevâncias para solucionar os problemas da educação. Portanto, a Pesquisa de Desenvolvimento, assim como tipos de Pesquisa-ação, também é chamada de Pesquisa de Intervenção, pois estudos desta natureza visam, invariavelmente, intervir nos processos educacionais como parte do estudo científico (BURD, 1999). Existe uma grande articulação entre a Pesquisa de Desenvolvimento e a geração de produtos a serem utilizados na abordagem dos problemas educacionais e esta característica responde às críticas do distanciamento entre a pesquisa educacional e o desenvolvimento de técnicas e instrumentos promotores do processo de ensino-aprendizagem. A Pesquisa de Desenvolvimento MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO Ana Cristina Barbosa de Oliveira | Carlos Alberto Batista dos Santos | Roberto Remígio Florêncio Revista Científica da FASETE 2019.1 | 42 estabelece uma “ponte” entre duas culturas distintas: a da pesquisa e a do desenvolvimento (GERALDI; BIZELLIM, 2017). 2.5 Experimentos de Ensino O método de Experimento de Ensino incorpora três elementos à entrevista tradicional: a modelagem (capacidade de adaptação das perguntas ao nível de desenvolvimento dos indivíduos); os episódios de ensino (com a presença do professor, as técnicas de ensino em sala de aula podem ser modificadas) e as entrevistas propriamente ditas (que podem ser individuais ou em grupos), envolvendo professores, alunos e pesquisadores (enquanto observadores ativos no processo), os episódios de ensino têm como foco o raciocínio dos alunos, (BARBOSA; OLIVEIRA, 2015). O pesquisador assume um papel muito próximo da mediação do conhecimento, pois há um repasse da análise para os professores, a fim de se promover um caminho mais efetivo no processo de ensino-aprendizagem. As vantagens dessa metodologia de pesquisa são a semelhança com a própria aula, o que torna invisível a presença do pesquisador enquanto mero observador dos fatos e a escolha dos métodos e técnicas de ensino mais apropriadas ao nível e/ou a necessidade dos estudantes (CRESWELL, 2012), além de o Experimento de Ensino poder fornecer mais informações sobre os melhores percursos da aprendizagem para os profissionais, possibilita percepções dos estudantes em relação às descobertas científicas (FLICK, 2009). 2.6 Pesquisa Histórica A Pesquisa Histórica vem se tornando importante metodologia de conhecimento científico contextualizado, pois se trata de um processo de sistematização de eventos para aprofundamento do campo teórico. A Pesquisa Histórica é primordialmente um método interpretativo, subjetivo e complexo. Isso não lhe retira o caráter científico e contextual (TASHAKKORI; TEDDLIE, 2003). Os eventos são o seu principal foco de investigação e, segundo Johnson e Christensen (2014), está baseada no levantamento e leitura de extenso material sobre o tema, ainda que histórias orais façam parte do arcabouço investigativo da pesquisa. As narrativas orais podem trazer “insights” sobre os temas assim como preencher lacunas proporcionadas pela literatura oficialmente constituída. Os autores Johnson e Christensen (2014) apontam algumas características do MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO Ana Cristina Barbosa de Oliveira | Carlos Alberto Batista dos Santos | Roberto Remígio Florêncio Revista Científica da FASETE 2019.1 | 45 Segundo Creswell (2012), dentre os inúmeros desafios da pesquisa narrativa, o pesquisador precisa trabalhar na dimensão ética, onde pesquisar histórias de vida e narrativas exige o aprender a trabalhar nos limites da relação dialética entre os interesses individuais, do pesquisador e do pesquisado, e entre os interesses desses sujeitos e os das comunidades a que um e outro pertencem ou representam. 2.9 Entrevistas Nos estudos científicos em educação, várias tendências das pesquisas narrativas estão em pleno desenvolvimento na atualidade. Entre elas, os mais diversos tipos de entrevistas. Segundo Amado e Ferreira (2013), a entrevista é um dos mais importantes instrumentos de compreensão dos seres humanos nas pesquisas científicas nas mais diversas áreas. Segundo os autores, trata-se de um meio de transferência de informações, com interferências intencionais, abastado de nuances subjetivas e preciosas. Atualmente, são inúmeros os tipos, as formas e os fins a que se destinam as entrevistas. Cara a cara (entre as vistas) ou valendo-se dos mais avançados meios de comunicação, as entrevistas apresentam diversas estruturas, entre as quais: estruturada (ou direta; sem grande flexibilidade, obedece um roteiro objetivado pelo investigador); semiestruturada (ou semidiretiva; modelo mais utilizado nas pesquisas qualitativas, trata-se de um roteiro previamente planejado pelo investigador, mas que é flexibilizado pelo percurso discursivo do entrevistado); não estruturada (ou não-diretiva; quando as questões são apresentadas a partir da interação entre investigador e entrevistado, sem partir de nenhum enquadramento teórico previamente estabelecido); informal (ou conversação; muito comum nos estudos etnográficos; sem nenhum plano prévio, trata-se de uma conversa informal sobre o tema e pode discorrer sobre temas afins que, ocasionalmente, podem fazer parte do arcabouço informativo coletado pelos integrantes da comunidade) (DUARTE, 2004; ALBUQUERQUE et al., 2014). Uma modalidade de entrevista que vem chamando a atenção da comunidade acadêmica é a investigação coletiva ou entrevista em grupo, ao que os autores chamam atenção para um problema: o grupo pode apresentar problemas de identidade coletiva, ou seja, os membros reagirem como uma entidade e produzir uma informação unívoca, inclusive quando os indivíduos respondem diferentemente às mesmas questões, quando entrevistados conjuntamente com colegas ou na individualidade e no anonimato (BONI; QUARESMA, 2005). MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO Ana Cristina Barbosa de Oliveira | Carlos Alberto Batista dos Santos | Roberto Remígio Florêncio Revista Científica da FASETE 2019.1 | 46 A técnica do Grupo Focal consiste em envolver um grupo de representantes de uma determinada população na discussão de um tema previamente fixado, sob o controle de um moderador que estimulará a interação e assegurará que a discussão não extravase do tema em foco. É no contexto da interação que se espera que surjam as informações pretendidas (AMADO; FERREIRA, 2013, p. 226). As entrevistas na modalidade Grupo Focal devem ser preparadas a partir das escolhas dos temas, dos participantes e dos contextos de conversação, observando detalhes para melhor aproveitamento do momento: explanação clara dos conceitos, guia da entrevista, comodidade aos participantes, assim como estímulo às falas e responsabilidade teórica e ética na escolha dos participantes. O moderador (que pode ser o pesquisador) deve estar ciente de seu papel nessa técnica de entrevista: manter o foco, respeitar os participantes, tornar-se claro nas perguntas e assegurar segurança, conforto e anonimato aos entrevistados. E, a partir das discussões, geralmente filmadas ou gravadas em áudio (com prévia autorização dos participantes), o investigador deve fazer a transcrição para posterior análise dos dados, o que pode ocorrer a partir da Análise do Conteúdo, segundo Flick (2009). São muitos os tipos de entrevistas em pesquisas qualitativas em educação e seus formatos estão cada vez mais atualizados às tecnologias da contemporaneidade, o que não poderia ser diferente, vivenciando um grande boom desenvolvimentista em relação aos meios de comunicação, na érea da comunicação imediata, TIC e afins. Portanto, é natural que as entrevistas também possam ser concebidas pelo processo da tecnologia da comunicação online, no ciberespaço (como as entrevistas virtuais e a netnografia) (FERNANDES, 2014). A pesquisa virtual nada mais é que o uso da revolução digital para efeitos de coleta/produção de dados nas ciências humanas, seja como ciberespaço, quando a busca é feita no ambiente que já existe e está em pleno funcionamento, com a realidade virtual ou a virtualidade real, no ciberespaço, ou quando essa construção deriva dos recursos tecnológicos da internet para a construção/constituição desses dados. Neste caso, os métodos qualitativos de coleta/construção dos dados da pesquisa são tradicionais, a internet funciona apenas como espaço e meio de contato entre pesquisador e pesquisado (MENDES, 2009). Flick (2009) aborda três condições prévias para a pesquisa qualitativa online: 1. A familiaridade do pesquisador com o ambiente online, é preciso conhecer formas de comunicação online, ter acesso assegurado e gostar de estar/trabalhar online; 2. A temática da pesquisa precisa ser condizente com o ambiente virtual; 3. Os participantes devem estar facilmente conectados via internet, a rede não deve ser apenas o contato, mas o ambiente e objeto de pesquisa. A partir daí, MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO Ana Cristina Barbosa de Oliveira | Carlos Alberto Batista dos Santos | Roberto Remígio Florêncio Revista Científica da FASETE 2019.1 | 47 deve ser conduzida a transferência dos métodos e da pesquisa qualitativa para a internet, inclusive com métodos como a entrevista online utilizando-se dos mais diversos meios de conversação tecnológica, inclusive por e-mail. E aqui cabe um rigor extra para que não se configure como questionário online. Algumas vantagens das entrevistas online são maior anonimato, maior tempo para reflexão das respostas e facilidade de integração dos envolvidos. No entanto, estas também podem ser as maiores dificuldades para o método: o anonimato pode gerar menor interação, as reflexões demoradas podem enfraquecer a pesquisa pelo menos teor de espontaneidade e demandar mais tempo, assim como a integração dos participantes pode ser prejudicada pelos ajustes necessários a essa forma de interação: não presencial. Mas, para Creswell (2012), a principal vantagem deste tipo de pesquisa está no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. No entanto, é preciso que os pesquisadores se assegurem das condições que os dados foram obtidos, analisar em profundidade as informações, utilizando fontes diversificadas. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS As pesquisas qualitativas em educação, com forte embasamento empírico, têm levado à multiplicação de tipos e metodologias de estudos com objetivos específicos de análise dos processos de ensino-aprendizagem. No entanto, estas reflexões estão cada vez mais destinadas à participação efetiva nos ambientes educacionais (formais ou não). Evidenciam-se algumas modalidades da pesquisa-ação como adequadas no âmbito da educação, já que os processos objetivam estimular a autonomia dos sujeitos, por meio da construção dialógica de saberes, o desenvolvimento de práticas cidadãs e a busca de soluções para os problemas de forma participativa. A pesquisa de desenvolvimento, com objetivos voltados à confecção de produtos educacionais, a pesquisa-intervenção e o experimento de ensino são modalidades cada vez mais utilizadas por pesquisadores, nas últimas décadas, em diversas temáticas e em uma grande variedade de abordagens teórico-metodológicas. Estas pesquisas estão se consolidando enquanto nova linha de pensamento e de enfrentamento dos problemas que ultrapassam os limites acadêmicos, comuns nas pesquisas tradicionais, e aproximam os atores sociais: pesquisados, pesquisadores e contextos. Demo (2007) lembra a valorização do conhecimento popular em pesquisas participantes em que

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