Baixe Resumo embriologia sobre primeira e segunda semana e outras Resumos em PDF para Embriologia, somente na Docsity! Resumo – Embriologia (MRC-90) Fonte: http://www.famema.br/ensino/embriologia/ Gametogênese Espermatogênese É a seqüência de eventos, através dos quais a célula precursora masculina, a espermatogônia torna-se um espermatozóide, o gameta masculino. As espermatogônias permanecem quiescentes nos túbulos seminíferos dos testículos desde o período fetal, e na puberdade aumentam de número e sofrem maturação que continua até a velhice. Nesse momento, sofrem várias divisões mitóticas, crescem e se desenvolvem, formando os espermatócitos primários. Cada um desses sofre a primeira divisão meiótica (divisão reducional) para formar dois espermatócitos secundários haplóides. Em seguida sofrem a segunda divisão meiótica para formar quatro espermátides haploides (figura 1). Gradualmente as espermátides vão sendo transformadas em espermatozóides por um processo chamado espermiogênese. O espermatozóide maduro é uma célula móvel, formada por cabeça, colo e cauda. A cabeça é a maior parte e contém o núcleo haplóide e o acrossoma, organela em forma de capuz que contém várias enzimas importantes para a fertilização, pois facilita sua penetração ovular. O colo é a região que une essas duas estruturas. A cauda é constituída por três segmentos: a peça intermediária, peça principal e peça terminal. Essa estrutura, formada a partir dos centríolos, favorece a motilidade durante a fecundação. A peça intermediária contém mitocôndrias que fornecem ATP para a atividade desse flagelo. (figura 2). As células de Sertoli que revestem os túbulos seminíferos dão suporte e nutrição para células germinativas. Os espermatozóides são transportados passivamente dos túbulos seminíferos para o epidídimo, onde são armazenados e tornam-se maduros. Ele é continuo com o ducto deferente que transporta os espermatozóides para a uretra. A espermatogênese dura por volta de 64 dias nos túbulos seminíferos e 12 dias no epidídimo, etapa fundamental do ciclo senão os espermatozóides morreriam dentro de 24 – 36 horas. Eles adquirem sua motilidade somente mediante a adição de secreções das glândulas sexuais acessórias- próstata e vesículas seminais- no ejaculado. Roteiro de Estudo de Ovogênese A seguir estão descritos os passos que devem ser seguidos para análise ao microscópio de luz do processo de ovogênese. 1) Observe o corte com a objetiva de menor aumento. O órgão possui duas porções bem diferenciadas pela coloração; uma porção externa, que circunda todo o órgão, onde predomina a coloração violeta. É a região cortical ou simplesmente córtex. Possui ainda outra região central onde predomina a coloração rosa - é a região medular ou medula. A região cortical é recoberta por um epitélio germinativo, que contém os folículos ovarianos em diferentes estágios de desenvolvimento. A medula do ovário é constituída por tecido conjuntivo fibroelástico relativamente frouxo com vasos sanguíneos. 2) Para começar focalize apenas a região cortical, para classificar os folículos. Todo folículo ovariano é formado pela célula germinativa envolta por uma ou mais camadas de células foliculares. São os seguintes, os folículos ovarianos: A) Folículo Primordial; Encontre uma célula germinativa pequena, envolta por uma camada de poucas células foliculares aplanadas ou ovaladas. A célula germinativa é o Ovócito Primário em Fase de Crescimento. O ovócito primário iniciou a fase de crescimento ainda na vida intra- uterina, parando antes do nascimento em Prófase I, no diplóteno. B) Folículo Primário: É quando a célula germinativa estiver envolta por uma camada mais numerosa de células foliculares cúbicas de núcleo arredondado. Este folículo começa a surgir após a puberdade, por ação dos hormônios, quando se inicia o ciclo sexual. C) Folículo em crescimento: É o Ovócito Primário envolto por duas ou mais camadas de células foliculares. Estas camadas de células foliculares constituem a Granulosa. Entre a granulosa e o ovócito, surge a Zona Pelúcida, uma camada de glicoproteínas secretadas pelas células foliculares. Esta camada se apresenta com uma coloração avermelhada e quanto maior o folículo, mais espessa ela fica. A teca folicular também se organiza. Assim, os eventos que caracterizam esta fase são: A) aumento do numero de células foliculares (granulosa) B) aumento do diâmetro (volume) do ovócito I C) formação da Zona Pelúcida D) Formação da Teca Folicular D) Folículo de De Graaf: Este folículo é bastante grande e se caracteriza pelo aparecimento de um espaço intercelular denominado de ANTRO, que está preenchido por líquido folicular. A camada de células foliculares que circunda o ovócito é a corona radiata. O ovócito se torna secundário momentos antes da ovulação. Ele é também chamado de Folículo Maduro ou Folículo Antral. As tecas interna e externa estão bem desenvolvidas, a primeira apresentando numerosas células e capilares, enquanto que a outra é menos celularizada e mais fibrosa. Nesta fase da meiose ocorre a liberação do 1º. corpúsculo polar. Este folículo é um folículo pronto para a ovulação. F) Folículos Atrésicos: Estes folículos estão em degeneração e caracterizam-se pela presença de fibroblastos, núcleos picnóticos e um ovócito degenerado. G) Corpo Lúteo: Após a ovulação do ovócito secundário com a zona pelúcida e a corona radiata, o restante do folículo, ou seja, a granulosa juntamente com a teca interna, se transforma em células luteínicas, formando no conjunto, o Corpo Lúteo. Primeira Semana 1) Fecundação União de um espermatozóide com um ovócito secundário, que ocorre normalmente na ampola da tuba uterina formando o zigoto. Fases da fecundação: - Passagem do espermatozóide através da corona radiata do ovócito (reação acrossômica): Auxiliado pela ação da enzima hialuronidase, liberada do acrossoma do espermatozóide, e também, pelo movimento da cauda do espermatozóide (figura 1). - Penetração na zona pelúcida: Formação de um caminho na zona pelúcida através da ação de enzimas. Logo que o espermatozóide penetra a zona pelúcida desencadeia o fim da segunda meiose e uma reação zonal, mudanças das propriedades físicas da zona pelúcida que a torna impermeável a outros espermatozóides (figura 1). - Fusão das membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozóide: A cabeça e a cauda do espermatozóide entram no citoplasma do ovócito na área de fusão. Terceira Semana Caracteriza-se por: - Aparecimento da linha primitiva; - Formação da notocorda; - Formação do disco trilaminar 1) Gastrulação: Formação das camadas germinativas Processo pelo qual o disco embrionário bilaminar é convertido em disco embrionário trilaminar (inicio da morfogênese). Durante a gastrulação ocorrem alguns eventos importantes como a formação da linha primitiva, camadas germinativas, placa precordal e notocordal. Cada uma das três camadas germinativas dará origem a tecidos e órgãos específicos: - Ectoderma: Origina a epiderme, sistema nervoso central e periférico e a várias outras estruturas; - Mesoderma: Origina as camadas musculares lisas, tecidos conjuntivos, e é fonte de células do sangue e da medula óssea, esqueleto, músculos estriados e dos órgãos reprodutores e excretor; - Endoderma: Origina os revestimentos epiteliais das passagens respiratórias e trato gastrointestinal, incluindo glândulas associadas. Formação da Linha Primitiva No início da terceira semana a linha primitiva (figura 1) surge na extremidade caudal do embrião como resultado da proliferação e migração de células do epiblasto para o plano mediando do disco embrionário, constituindo o primeiro sinal da gastrulação. Na sua extremidade cefálica surge o nó primitivo, com uma pequena depressão no centro chamado fosseta primitiva e ao longo da linha forma-se o sulco primitivo. O aparecimento da linha primitiva torna possível identificar o eixo embrionário. Após esse processo, ocorre a invaginação de células do epiblasto que dão origem as três camadas germinativas do embrião (figura 2): o mesênquima ou mesoblasto, que origina os tecidos de sustentação e conjuntivos do corpo, um pouco forma o mesoderma intra-embrionário e outras deslocam o hipoblasto e formam endoderma intra-embrionáiro. As demais células que permanecem no epiblasto formam o ectoderma intra-embrionario (figura 3). A linha primitiva regride e desaparece na quarta semana do desenvolvimento. Formação do processo notocordal Células mesenquimais migram cefalicamente do nó e da fosseta primitiva formando um cordão celular mediano o processo notocordal. Esse processo adquire uma luz - canal notocordal - e cresce até alcançar a placa precordal, área de células endodérmicas firmemente aderidas a ectoderma. Estas camadas fundidas formam a membrana bucofaríngea (boca). Caudalmente a linha primitiva há uma área circular também com disco bilaminar, a membrana cloacal (ânus) A notocorda surge pela transformação do bastão celular do processo notocordal. O assoalho do processo notocordal funde-se com o endoderma e degeneram. Ocorre então a proliferação de células notocordais a partir da extremidade cefálica, a placa notocordal se dobra e forma a notocorda (figuras 3 e 4). A notocorda: - Define o eixo do embrião; -Base para formação do esqueleto axial; - Futuro local dos corpos vertebrais. Formação do Alantóide O alantóide é um anexo embrionário que surge por volta do 16° dia na parede caudal do saco vitelino. Durante a maior parte do desenvolvimento, o alantóide persiste como uma linha que se estende da bexiga urinária até a região umbilical, chamada de úraco, a qual nos adultos corresponderá ao ligamento umbilical mediano (figura 5). 2) Neurulação: Formação do tubo neural A formação da placa neural é induzida pela notocorda em desenvolvimento. Por volta do 18° dia, a placa neural se invagina ao longo do eixo central, formando o sulco neural mediano, com pregas neurais em cada lado (figura 6 e 7). No fim da terceira semana, as pregas neurais começam a aproximar-se e a se fundir, formando o tubo neural, primórdio do SNC. Este logo se separa do ectoderma da superfície, se diferencia e forma a epiderme da pele. . A fusão das pregas neurais avança em direção cefálica e caudal, permanecendo abertas na extremidade cranial - neuroporo rostral – até o 25º dia e na extremidade caudal – neuroporo caudal – até o 27º dia. Concomitante a esse processo, as células da crista neural migram e formam uma massa entre o ectoderma e o tubo neural, a crista neural. Logo, a crista se separa em duas partes, direita e esquerda, e origina os gânglios espinhais e os gânglios do sistema autônomo e as meninges (figura 8). 3) Desenvolvimento dos somitos Durante a formação da notocorda e do tubo neural, o mesoderma intra-embrionário se divide em: mesoderma paraxial, intermediário e lateral (contínuo com o mesoderma extra-embrionário) (figura 6 e 9). Próximo ao fim da 3° semana de gestação, o mesoderma paraxial diferencia-se e forma os somitos. No fim da 5° semana 42 a 44 pares de somitos estão presentes e avançam cefalocaudalmente dando origem à maior parte do esqueleto axial e músculos associados, assim como a derme da pele adjacente. 4) Desenvolvimento do celoma intra-embrionário No interior do mesoderma lateral e cardiogênico surgem espaços celômicos que se unem e formam o celoma intra-embrionário, dividindo o mesoderma lateral em duas camadas (figura 6): - Camada parietal/ somática que cobre o âmnio; - Camada visceral/ esplâncnica que cobre o saco vitelino: • Somatopleura = mesoderma somático + ectoderma sobrejacente • Esplancnopleura = mesoderma esplacnico + endoderma subjacente Durante o 2° mês, o celoma está dividido em 3 cavidades: - Cavidade pericárdica; - Cavidades pleurais; - Cavidade peritoneal. 5) Desenvolvimento do sistema cardiovascular No inicio da 3°semana começa a angiogênese no mesoderma extra-embrionário do saco vitelino, do pedículo do embrião e do córion. A formação dos vasos sanguíneos inicia-se com a agregação dos angioblastos – ilhotas sanguíneas. Pequenas cavidades vão se formando dentro das ilhotas, os angioblatos se achatam e originam o endotélio primitivo. Essas cavidades se unem formando redes de canais endoteliais (figura 11). O coração e os grandes vasos provêm de células mesenquimais da área cardiogênica (figura 10). Durante a 3° semana os tubos endocárdicos se fundem, originando o tubo cardíaco primitivo. No fim da 3° semana o sangue já circula e desenvolve-se o primórdio de uma circulação uteroplacentária Organogênese (Parte 1) O período de organogênese ocorre da quarta à oitava semana do desenvolvimento embrionário. Ao final da oitava semana, o funcionamento da maioria dos principais sistemas de órgãos é mínimo, com exceção do sistema cardiovascular. No término desse período, o embrião terá aspecto humano. 1) Dobramentos do embrião Os dobramentos levarão à transformação de um disco trilaminar plano em um embrião praticamente cilíndrico. O dobramento ocorre nos planos mediano e horizontal e é decorrente do rápido crescimento do embrião, particularmente do encéfalo e da medula espinhal. A velocidade de crescimento lateral do embrião não acompanha a velocidade de crescimento longitudinal, ocasionando o seu dobramento.