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Resumo da obra de Herbert Marcuse "Eros e Civilização", feita por Victor PSI109
Tipologia: Resumos
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Em Eros e Civilização , Marcuse se utiliza de conceitos psicanalíticos para uma melhor compreensão da Repressão Sexual, utilizada por nossa sociedade para sua auto- conservação. Ele nomeia essa sociedade unidimensional – ou seja, sem dimensões e/ou diferenciações de valores. Tudo equivale a tudo, todos a todos (como se, basicamente, tudo fosse mercadoria), numa condição de objetos de consumo. Também a nomeia sociedade administrada – isto é, não há real (pura) liberdade de expressão. Tudo o que dizemos, fazemos, pensamos, gostamos e não...tudo é controlado por uma força maior, inapontável e incombatível. Marcuse fala também de Super-Repressão , que é um conjunto de restrições e imposições que auxiliam a “ domesticação” do Homem para o convívio em sociedade, indo além do Recalque e da Contenção do Princípio de Prazer por exigências do Princípio de Realidade de Freud, nos quais há simplesmente uma demanda de sobrevivência do indivíduo – já na Super-Repressão, a finalidade não é simplesmente a conservação da integridade e existência do indivíduo, mas da sociedade em primeiro lugar. Quando Freud expõe a Contenção do Princípio de Prazer, ele explica como: “O Homem vive em constantes angústia e penúria, assim devendo trabalhar para sobreviver a esse desgosto ”. Com isso, não só a Libido é sublimada e convertida num melhor rendimento, mas também o prazer “é ensinado” a se protelar para suportar frustrações e angústias longas (às vezes definitivas). No entanto, indo mais além, Marcuse aponta que Freud não considerou um aspecto essencial desse contexto: a desigualdade. Ele pontua que se deve considerar que somos indivíduos diferentes, com diferentes necessidades e capacidades e, além disso, há aqueles cuja penúria e angústia são resolvidas com a “condenação permanente” de outros, de diferentes classes sociais e econômicas. E a Super-Repressão, assim como fragmenta as condições existenciais desses indivíduos sociais quase que absolutamente, fragmenta também a sexualidade. Para que o trabalho seja aceito como valor e virtude central, ocorre a dessexualização e deserotização do indivíduo – “destruindo” as múltiplas zonas erógenas que possui afirmando que qualquer estímulo a elas é imoral, perverso e criminoso –, reduzindo a sexualidade então a mera cópula com fins reprodutivos, limitando-a à genitalidade (ainda assim controlada e contida). Porém, a Super-Repressão não visa à dominação por si só, mas sim à funcionalização do Homem – transforma o trabalho que era virtude em trabalho alienado, privador de satisfação, prazer, alegria e compensações (sendo essas últimas adiadas, mas nunca alcançadas), assim “destornando-o” fonte de criação e sublimação. Acaba por “matar” o prazer. Para que a Super-Repressão ocorra devidamente é necessário, contudo, que ela esteja internalizada; e, para que possa ser internalizada, recorre à divisão do tempo e espaço, limitando-os e suas possibilidades de propiciarem um momento para a sexualidade. E, para piorar, essa limitação de tempo-espaço não ocorre só com o sexo, mas também com o lazer. Essa problemática implica num terrível dilema: o tempo possível de ser dedicado ao lazer é o mesmo da sexualidade. A solução mais exercida para a solução desse dilema
consumir para produzir e produzir para consumir. Com isso, o indivíduo sente-se humilhado se não atinge às demandas de consumo e produção impostas pela sociedade. Com isso, a identidade do indivíduo não depende mais da relação [corpo-psique- ics-consciência <–> Natureza-cultura], mas dos critérios de avaliação social. Deixamos de ser autônomos quanto à sexualidade e nossas próprias vidas para sermos heterônomos