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Guias e Dicas
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Resumo Histologia dos Tecidos, Resumos de Citologia e Histologia

Para elaborar este conteúdo, foram fundamentais as referências do livro "Histologia Básica" de Junqueira & Carneiro, explorando a histologia dos tecidos. Aspectos abrangentes do tecido epitelial, adiposo, nervoso, muscular e conjuntivo foram minuciosamente analisados, proporcionando uma compreensão profunda das estruturas, funções e interações celulares em cada um desses tecidos.

Tipologia: Resumos

2022

À venda por 09/08/2023

rosianecosta_
rosianecosta_ 🇧🇷

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Baixe Resumo Histologia dos Tecidos e outras Resumos em PDF para Citologia e Histologia, somente na Docsity! ➔ Introdução Os tecidos são compostos por células e matriz extracelular (MEC), que inclui várias moléculas organizadas, como fibrilas de colágeno e membranas basais. Antigamente, a MEC fornecia apoio mecânico e transporte de nutrientes. No entanto, avanços mostraram que as células produzem e controlam a MEC, resultando em uma intensa interação. Moléculas da matriz se ligam a receptores nas células, muitos dos quais atravessam a membrana e se conectam a moléculas no citoplasma. Isso indica que células e MEC são componentes contínuos, funcionando juntos e respondendo às demandas do organismo de maneira coordenada. O organismo humano é composto por quatro tipos básicos de tecidos: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Essa classificação considera estrutura, função e origem embriológica. O tecido epitelial reveste superfícies e secreta moléculas, com pouca matriz extracelular (MEC). O tecido conjuntivo tem abundante MEC produzida por suas células. O tecido muscular é composto por células alongadas que se contraem para o movimento. O tecido nervoso possui células com prolongamentos para receber e transmitir impulsos nervosos. Os tecidos não existem isoladamente, mas formam órgãos. Órgãos são associações precisas de diferentes tecidos, resultando em funcionamento adequado. Além de formados por parênquima (células funcionais) e estroma (geralmente tecido conjuntivo).O sistema nervoso é uma exceção, consistindo principalmente de tecido nervoso. Células livres nos fluidos corporais, como sangue e linfa, também são importantes. A maioria dos órgãos possui parênquima (células funcionais) e estroma (tecido de sustentação), frequentemente representado pelo tecido conjuntivo. ➔ Tecido Epitelial O tecido epitelial é um componente fundamental do corpo humano, desempenhando papéis vitais de revestimento e proteção. Composto por células justapostas, esse tecido cobre superfícies internas e externas, regulando a passagem de substâncias e respondendo a estímulos sensoriais. Além de suas funções de barreira, o epitélio também está envolvido na absorção de nutrientes e secreção de substâncias essenciais, essencial para o funcionamento adequado dos órgãos e sistemas do organismo. ❖ Funções Revestimento Protetor e Funcional: O tecido epitelial reveste tanto superfícies internas como externas dos órgãos e do corpo. Exemplos incluem a pele e as superfícies dos rins e intestinos. Além de proteger contra danos físicos e invasões, o epitélio também absorve íons e moléculas importantes, como nos rins e intestinos. Também desempenha um papel na percepção de estímulos, como o olfato e o paladar. Passagem Controlada: Como as células epiteliais revestem todas as partes internas e externas, tudo que entra ou sai do corpo passa por elas. Isso torna o tecido epitelial um importante regulador do que é permitido entrar ou sair do corpo. Atividade Secretora: Além de revestir, o tecido epitelial também se dedica à secreção. Isso ocorre tanto por células do epitélio de revestimento quanto por células que formam estruturas especializadas chamadas glândulas. Essas glândulas produzem substâncias essenciais para o corpo, como hormônios e enzimas. Contração e Coordenação: Algumas células epiteliais, como as células mioepiteliais, têm a capacidade de se contrair. Isso contribui para funções como a liberação de secreções de glândulas. ❖ Junções Intercelulares: As junções intercelulares, presentes nas membranas laterais de células epiteliais, desempenham papéis cruciais em adesão, vedação e comunicação. Existem três tipos principais: junções de adesão (Junções de adesão, hemidesmossomos e desmossomos), junções impermeáveis (Junções de oclusão) e junções de comunicação (junções comunicantes ou junções gap). 1. Junção de Oclusão As junções de oclusão são as mais apicais nessa sequência de junções. Elas formam um cinturão ao redor da célula, vedando o espaço intercelular. A adesão das membranas nessas junções impede o fluxo de materiais entre as células. Ao microscópio eletrônico, é possível observar a fusão das membranas externas, ocorrendo nos locais salientes dos folhetos externos das células adjacentes. Essas junções são cruciais para regular a permeabilidade das células, impedindo a passagem não controlada de substâncias através dos espaços intercelulares. Isso é especialmente importante em tecidos onde o controle rigoroso do fluxo é necessário, como no trato digestivo. As Junções de oclusão contribuem para a formação de barreiras eficazes entre células, mantendo a integridade dos tecidos e controlando seletivamente o que pode ou não atravessar as camadas celulares. 2. Junção de Adesão A zônula de adesão, encontrada após as Junções de oclusão, circunda a célula e fortalece a adesão entre células adjacentes. Essa junção é marcada pela inserção de filamentos de actina em placas de material elétron-denso no citoplasma subjacente à membrana da junção. Esses filamentos fazem parte da trama terminal, uma rede de componentes presentes no citoplasma apical de células epiteliais. Complexo Unitivo Quando a zônula de oclusão e a zônula de adesão circundam a parede lateral da região apical das células epiteliais, juntas formam o complexo unitivo. Esse complexo é essencial para a adesão e integridade do tecido. Desmossomos Desmossomos, em forma de disco, são comuns em células epiteliais e também em células musculares cardíacas. Eles consistem em placas de ancoragem que se ligam a filamentos intermediários de queratina no citoplasma. Essa ligação é extremamente forte devido à robustez dos filamentos intermediários de queratina, resultando em uma adesão sólida entre as células. Hemidesmossomos Presentes na região de contato entre células epiteliais e sua lâmina basal, os hemidesmossomos são estruturas semelhantes a metade de um desmossomo. Eles âncoram as células à lâmina basal, utilizando integrinas como principais componentes de suas placas de ancoragem. 3. Junções Comunicantes As junções comunicantes, também conhecidas como junções gap, estão presentes em várias partes das membranas laterais das células epiteliais, exceto no músculo esquelético. Além disso, essas junções são encontradas em outros tecidos. A exceção é o músculo esquelético. Estrutura Distintiva No microscópio eletrônico, essas junções são notáveis pela proximidade extremamente próxima (2 nm) das membranas celulares adjacentes. Por meio da técnica de criofratura, pode-se observar que essas junções consistem em porções de membrana plasmática contendo agregados de partículas intramembranosas organizadas em forma de placa. Promovendo Comunicação As junções comunicantes possibilitam a troca de moléculas com massa molecular de até cerca de 1.500 Da. Isso inclui moléculas de sinalização como AMP cíclico e GMP cíclico, íons e alguns hormônios. Essas junções desempenham um papel crucial na coordenação das atividades celulares em diversos órgãos, permitindo que as células trabalhem de forma coordenada em vez de agirem independentemente. Coordenação em Ação: Um exemplo notável do papel das junções comunicantes é a coordenação das contrações do músculo cardíaco, onde essas junções desempenham um papel essencial para garantir a sincronização das batidas do coração. ❖Superfície Celular Especializada Microvilos - Aumentando a Superfície As células epiteliais frequentemente apresentam modificações em suas superfícies livres para aumentar a área de absorção e movimento. Os microvilos são pequenas projeções de citoplasma que se assemelham a dedos. Notavelmente encontrados em células absorventes do intestino delgado e dos túbulos renais, eles são formados por feixes de filamentos de actina, que proporcionam sustentação e conexão com a membrana plasmática. Quando o glicocálice se combina com microvilos, é chamado de borda em escova ou borda estriada. Estereocílios - Aumentando a Eficiência Os estereocílios são prolongamentos longos e não móveis, sendo na verdade microvilos alongados e ramificados. Eles ampliam a área de superfície da célula, favorecendo o movimento de moléculas. Células do epidídimo e do ducto deferente são exemplos de locais onde os estereocílios são encontrados. Cílios e Flagelos - Motilidade Os cílios são projeções móveis encontradas em algumas células epiteliais. Eles exibem movimentos rápidos de vaivém e atuam coordenadamente para impulsionar fluidos ou partículas ao longo da superfície do epitélio. Cada célula ciliada na traqueia, por exemplo, possui aproximadamente 250 cílios. Os flagelos, semelhantes aos cílios, são encontrados somente nos espermatozoides, sendo responsáveis pela locomoção. ❖Epitélios Glandulares Os epitélios glandulares são constituídos por células especializadas na secreção. Essas células podem sintetizar, armazenar e liberar diferentes substâncias, como proteínas, lipídios e complexos de carboidrato e proteínas. As glândulas podem ser unicelulares ou multicelulares, exócrinas ou endócrinas. Epitélios Glandulares ● Glândulas Unicelulares Exemplo: Células caliciformes do intestino delgado e sistema respiratório. Produzem muco. ● Glândulas Multicelulares Originam-se de epitélios de revestimento que se proliferam e invadem o tecido conjuntivo subjacente, passando por diferenciação. Podem ser exócrinas ou endócrinas. ● Glândulas Exócrinas As glândulas exócrinas são estruturas multicelulares que secretam substâncias para a superfície do corpo ou para cavidades internas através de ductos. Elas podem ser classificadas como simples (com um ducto) ou compostas (com ductos ramificados). A porção secretora dessas glândulas pode ter formato tubular ou acinoso (esférico). As células secretoras sintetizam e armazenam produtos em grânulos de secreção, que são liberados por mecanismos de exocitose. Algumas glândulas exócrinas possuem células mioepiteliais que auxiliam na expulsão da secreção. Existem diferentes modos de secreção, incluindo o merócrino (liberação da secreção sem perda de células), holócrino (eliminação da secreção junto com células destruídas) e apócrino (liberação da secreção junto com pequenas porções do citoplasma apical). ● Glândulas Endócrinas As glândulas endócrinas são componentes essenciais do sistema endócrino, responsáveis por secretar hormônios diretamente na corrente sanguínea, para atingir alvos distantes no organismo. Elas não possuem ductos e, portanto, liberam suas secreções (hormônios) diretamente no sangue, permitindo a regulação de várias funções corporais, como crescimento, metabolismo, reprodução e homeostase. Exemplos de glândulas endócrinas incluem a tireoide, as paratireoides, a hipófise, as adrenais e as ilhotas de Langerhans no pâncreas, que secretam hormônios como tiroxina, paratormônio, hormônios hipofisários, cortisol, insulina e glucagon. Esses hormônios desempenham papéis fundamentais na coordenação das atividades do corpo. Células e Secreção ● Grânulos de Secreção As moléculas secretas são armazenadas temporariamente em vesículas chamadas grânulos de secreção. ● Células Mioepiteliais Algumas glândulas possuem células mioepiteliais, ramificadas e capazes de contração para auxiliar na expulsão da secreção. Modos de Secreção ● Merócrinas Secreção liberada por exocitose, sem perda de material celular. Exemplo: Pâncreas. ● Holócrinas Produtos de secreção e célula são eliminados juntos, envolvendo a destruição da célula. Exemplo: Glândulas sebáceas. ● Apócrinas O produto de secreção é liberado junto com pequenas porções de citoplasma apical. Exemplo: Glândulas mamárias. Organização Glandular ● Glândulas podem ter uma cápsula de tecido conjuntivo e septos que as dividem em lóbulos. ● Vasos sanguíneos e nervos penetram a glândula e se ramificam pelos septos. ❖ Tipos Importantes de Glândulas Multicelulares Ácinos serosos e túbulos mucosos são dois tipos comuns e importantes de glândulas multicelulares. Os ácinos serosos são pequenas partes secretoras formadas por células colunares ou piramidais, com núcleos na base e grãos de secreção na porção apical. Possuem ductos excretores e são observados como estruturas arredondadas ou alongadas. Por outro lado, os túbulos mucosos são estruturas tubulares alongadas, com lúmen dilatado e células piramidais que apresentam núcleos condensados na base. Algumas glândulas podem ter ambos os tipos de estruturas. ❖Polaridade das Células Epiteliais A polaridade é uma característica essencial das células epiteliais, onde há uma diferenciação clara entre a superfície apical, que enfrenta uma cavidade ou superfície livre, e a superfície basal, que se conecta ao tecido conjuntivo subjacente. Essa polaridade permite funções especializadas e interações precisas entre as células e o ambiente. ❖ Inervação das Células Epiteliais As células epiteliais podem ser inervadas por fibras nervosas sensoriais, permitindo a detecção de estímulos e a transmissão de informações para o sistema nervoso. Essa inervação pode desempenhar um papel crucial em respostas adaptativas e na regulação das atividades celulares. ❖ Fibroblastos e Sua Síntese Matricial Os fibroblastos, originários de células mesenquimais, desempenham um papel crucial na construção da matriz extracelular, produzindo componentes como colágeno, elastina e proteoglicanos. Essas células adaptam sua atividade metabólica para atender às demandas do tecido, podendo se apresentar como fibroblastos ativos ou fibrócitos em repouso. ❖Macrófagos: Defensores e Fagocitadores Os macrófagos, originados de células-tronco hematopoéticas, são células altamente versáteis que realizam fagocitose, removendo detritos celulares e microrganismos invasores. Localizados em várias partes do corpo, esses defensores imunológicos contribuem para a resposta inflamatória e têm papéis importantes na cicatrização e regeneração de tecidos. ❖Mastócitos: Guardiões Inflamatórios Os mastócitos, encontrados em diversas regiões, são conhecidos por seus grânulos repletos de mediadores químicos da inflamação, como a histamina. Desempenham um papel vital nas reações alérgicas e na resposta inflamatória, contribuindo para a defesa do corpo contra invasores e substâncias estranhas. ❖Plasmócitos: Produtores de Imunoglobulinas Os plasmócitos são células especializadas na síntese de imunoglobulinas, anticorpos que desempenham um papel essencial na resposta imune. Essas células, caracterizadas por um citoplasma rico em retículo endoplasmático granuloso, são ativadas em situações de resposta imune adaptativa. ❖ Leucócitos e a Defesa do Organismo Os leucócitos, ou glóbulos brancos, migram para o tecido conjuntivo a partir do sangue, desempenhando um papel vital na resposta inflamatória e na defesa contra microrganismos invasores. Seu processo de migração, chamado diapedese, é fundamental para a resposta imune. ❖Resposta Inflamatória e Funções das Células A inflamação é uma reação complexa envolvendo diversos tipos de células do tecido conjuntivo, incluindo macrófagos, mastócitos e leucócitos. Essas células liberam mediadores químicos que aumentam o fluxo sanguíneo, a permeabilidade vascular e a migração de leucócitos para áreas inflamadas, desempenhando um papel crítico na defesa do organismo contra patógenos e na recuperação de lesões. ❖Principais Tipos de Tecidos Conjuntivos Os tecidos conjuntivos desempenham papéis cruciais no corpo, apresentando diversas variedades adaptadas às suas funções específicas: 1. Tecido Conjuntivo Propriamente Dito: a. Frouxo: Contém fibras colágenas e elásticas dispersas na matriz, oferecendo suporte e preenchimento entre órgãos. b. Denso Modelado: Possui fibras colágenas organizadas em feixes paralelos, presente em tendões e ligamentos, proporcionando resistência direcional. c. Denso Não Modelado: Apresenta fibras colágenas dispostas em várias direções, conferindo resistência multidirecional. 2. Tecido Conjuntivo de Propriedades Especiais: a. Adiposo: Armazena gordura, atua como reserva de energia e isolação térmica. b. Elástico: Contém fibras elásticas que conferem elasticidade a estruturas como as paredes arteriais. c. Hematopoiético: Local de produção de células sanguíneas na medula óssea. d. Mucoso: Encontrado no cordão umbilical, é rico em células mesenquimais e tem função de sustentação. 3. Tecido Conjuntivo de Suporte: a. Cartilaginoso: Com condroblastos e condrócitos, proporciona flexibilidade e sustentação, presente no nariz, orelhas e articulações. b. Ósseo: Contém osteoblastos e osteócitos, com matriz calcificada que confere resistência e abriga a medula óssea. conferem ao tecido elástico sua notável elasticidade, permitindo que ele se estique e se contraia repetidamente sem perder sua integridade estrutural. Sob um microscópio, as fibras elásticas do tecido elástico são evidentes como estruturas finas e ramificadas que se assemelham a um emaranhado de fios. Essas fibras estão entrelaçadas com outras componentes da matriz extracelular, como glicosaminoglicanos e proteoglicanos. As células presentes nesse tecido, conhecidas como fibroblastos elásticos, desempenham um papel crucial na produção e manutenção das fibras elásticas. Essas células possuem características morfológicas distintas, como núcleos achatados e alongados, e estão envolvidas na síntese e remodelação das fibras elásticas. O tecido elástico é encontrado em locais do corpo onde a elasticidade é essencial, como nas paredes das artérias, pulmões e ligamentos vocais. A histologia do tecido elástico demonstra sua estrutura altamente organizada e sua capacidade de se esticar e retornar à forma original. Essa habilidade elástica é crucial para a função adequada desses órgãos e tecidos. Em resumo, a histologia do tecido elástico destaca a importância das fibras elásticas na conferência de elasticidade e flexibilidade aos tecidos do corpo, permitindo que eles realizem suas funções específicas de maneira eficiente e resiliente. ➔ Tecido Adiposo O tecido adiposo é um tipo especial de tecido conjuntivo que consiste principalmente em células adiposas, conhecidas como adipócitos. Estas células podem ser encontradas isoladas ou agrupadas, formando o tecido adiposo presente em várias partes do corpo. Ele contém moléculas de triglicerídeos, que são uma importante fonte de energia armazenada. Os triglicerídeos são compostos de glicerol e ácidos graxos, e podem ser usados para liberar energia quando necessário. O tecido adiposo é vital como reserva energética e sua quantidade varia com a idade e peso. Existem duas variedades principais de tecido adiposo: o comum, também chamado unilocular ou amarelo, composto por células contendo uma grande gotícula de gordura; e o pardo ou multilocular, caracterizado por células com múltiplas pequenas gotículas de gordura e muitas mitocôndrias. Essas variedades têm diferentes funções e características estruturais. O tecido adiposo é altamente dinâmico, respondendo a estímulos nervosos e hormonais para ajustar seu armazenamento de energia de acordo com as necessidades do corpo. ❖ Tecido adiposo unilocular O tecido adiposo unilocular é a variedade mais comum de tecido adiposo no corpo humano. Sua cor pode variar do branco ao amarelo-escuro, dependendo da dieta e do acúmulo de carotenos nas gotículas de gordura. Presente em várias partes do corpo, sua distribuição é influenciada pelo sexo, genética e idade. Além de ser uma reserva de energia, o tecido adiposo unilocular possui diversas funções importantes. Ele forma uma camada chamada de panículo adiposo, que modela a superfície do corpo. Essa camada é mais espessa em recém-nascidos e tende a mudar de localização com o envelhecimento. O tecido adiposo unilocular atua como absorvedor de choques mecânicos, especialmente nas palmas das mãos e plantas dos pés. Devido à má condução térmica das gorduras, também desempenha um papel crucial no isolamento térmico do corpo. Além disso, preenche espaços entre tecidos e órgãos, ajudando a manter sua posição e função normais. O tecido adiposo unilocular também tem atividade secretora, produzindo diversos fatores e hormônios. ❖ Tecido Adiposo Unilocular: Informações Histológicas Importantes 1. Estrutura Celular Distinta: O tecido adiposo unilocular é composto principalmente por células adiposas, também conhecidas como adipócitos. Cada adipócito contém uma única e grande gotícula de gordura, que ocupa a maior parte do citoplasma. Essa característica única dá origem ao termo "unilocular". 2. Núcleo Deslocado: Nos adipócitos, o núcleo é achatado e empurrado para a periferia da célula devido à expansão da gotícula de gordura. Esse deslocamento do núcleo é uma adaptação que permite que a célula acomode a grande reserva de gordura. 3. Vascularização: O tecido adiposo unilocular é altamente vascularizado, com muitos capilares sanguíneos presentes para fornecer nutrientes e remover produtos de resíduos. Essa vascularização é essencial devido à atividade metabólica das células adiposas. 4. Estroma de Tecido Conjuntivo: As células adiposas estão imersas em um estroma de tecido conjuntivo frouxo, que contém fibras colágenas e outros componentes. Esse estroma suporta e mantém as células adiposas no lugar, além de permitir alguma mobilidade. 5. Variações na Cor: A cor do tecido adiposo unilocular pode variar devido à quantidade de gotículas de gordura e à presença de carotenos. Essa variação pode ser observada como uma faixa de tons do branco ao amarelo-escuro. 6. Funções Diversificadas: Além de servir como reserva de energia, o tecido adiposo unilocular tem várias funções adicionais, como isolamento térmico, absorção de choques mecânicos e modelagem da superfície corporal. Também está envolvido na síntese e secreção de diversos hormônios e fatores. 7. Alterações com a Idade e Localização: A distribuição e a quantidade de tecido adiposo unilocular podem variar com a idade, o sexo e fatores genéticos. O panículo adiposo, a camada de tecido adiposo sob a pele, pode mudar de localização ao longo da vida. ❖Secreção pelo Tecido Adiposo Unilocular: Aspectos Histológicos O tecido adiposo unilocular não apenas armazena gordura, mas também desempenha um papel ativo na regulação metabólica e hormonal do organismo. Essa função secretora envolve moléculas como a lipase lipoproteica, a leptina, a adiponectina e a resistina. 1. Lipase Lipoprotéica: As células endoteliais dos capilares sanguíneos próximos aos adipócitos secretam a lipase lipoproteica, uma enzima que atua na clivagem dos triglicerídeos do plasma sanguíneo. Essa ação libera ácidos graxos, que podem ser usados como fonte de energia pelo organismo. 2. Leptina: O tecido adiposo unilocular sintetiza a leptina, um hormônio protéico que tem impacto na regulação da quantidade de tecido adiposo e na ingestão de alimentos. A leptina atua principalmente no hipotálamo, controlando o apetite e promovendo o gasto de energia. 3. Adiponectina e Resistina: Outros hormônios secretados pelos adipócitos são a adiponectina, que influencia a liberação de glicose pelo fígado, e a resistina, que está envolvida na regulação dos níveis de glicose no sangue. ❖ Tecido Adiposo Multilocular O tecido adiposo multilocular, também conhecido como tecido adiposo pardo, possui uma coloração característica devido à abundante vascularização e à presença de mitocôndrias ricas em citocromos, conferindo uma tonalidade avermelhada. Ademais, possui características histológicas distintas do tecido unilocular. Sua capacidade de produção de calor, através da atividade das mitocôndrias ricas em termogenina, contribui para a termorregulação em certos estágios da vida e em animais que hibernam. Distribuição e Estrutura: Ao contrário do tecido adiposo unilocular que está amplamente distribuído pelo corpo, o tecido multilocular está localizado em áreas específicas, como as regiões das cinturas escapular e pélvica. Suas células são menores e têm forma poligonal, com citoplasma repleto de múltiplas gotículas lipídicas de diferentes tamanhos. Função de Produção de Calor: O tecido adiposo multilocular desempenha um papel importante na produção de calor, especialmente em mamíferos que hibernam. Suas mitocôndrias possuem a proteína termogenina (UCP 1), que permite o transporte de prótons sem gerar ATP, resultando na dissipação de energia como calor. Esse calor é distribuído pelo sangue e contribui para a termorregulação do corpo. Desenvolvimento e Termorregulação: As células do tecido multilocular se organizam de forma epitelioide, assemelhando-se a glândulas endócrinas antes de acumularem gordura. Durante o crescimento, os novos condrócitos produzem componentes essenciais da matriz, como fibrilas colágenas, proteoglicanos e glicoproteínas. Isso leva a um aumento significativo na quantidade de matriz, contribuindo para o crescimento da cartilagem. Transição Pericôndrio-Condrócito Durante o crescimento por aposição, ocorrem transições entre as células do pericôndrio e os condrócitos na região superficial das cartilagens em crescimento. O pericôndrio desempenha um papel crucial no fornecimento de novos condrócitos para a matriz cartilaginosa. ❖Cartilagem Hialina A cartilagem hialina é o tipo mais comum de cartilagem, caracterizada por sua cor branca-azulada e aspecto translúcido. Ela desempenha papéis essenciais no corpo, como suporte, revestimento de superfícies articulares e contribuição para o crescimento ósseo. Sua matriz, rica em fibrilas de colágeno tipo II e proteoglicanos, fornece suporte e absorção de choques. O pericôndrio envolve a maioria das cartilagens hialinas e é essencial para sua nutrição. Os condrócitos, células nas lacunas, sintetizam componentes da matriz e dependem da difusão para nutrição. Distribuição no Corpo A cartilagem hialina é encontrada em várias regiões do corpo, incluindo as fossas nasais, traqueia, brônquios, extremidade ventral das costelas e revestimento das superfícies articulares de ossos longos. Durante o desenvolvimento embrionário e após o nascimento, ela também forma o disco epifisário responsável pelo crescimento dos ossos longos. Matriz Cartilaginosa A matriz da cartilagem hialina contém fibrilas de colágeno tipo II associadas a ácido hialurônico, proteoglicanos e glicoproteínas. Os proteoglicanos formam agregados moleculares que ligam as fibrilas colágenas e conferem rigidez à matriz. Esses agregados também estão envolvidos na absorção de choques mecânicos. Pericôndrio A maioria das cartilagens hialinas é envolvida por um tecido conjuntivo denso chamado pericôndrio. O pericôndrio fornece nutrientes e oxigênio às células cartilaginosas e desempenha um papel importante no crescimento e manutenção da cartilagem. Condrócitos Os condrócitos são as células encontradas nas lacunas da cartilagem hialina. Eles têm formas variáveis e podem ocorrer em grupos chamados grupos isógenos. Os condrócitos são responsáveis pela síntese de colágeno tipo II, proteoglicanos e outras moléculas da matriz. Nutrição e Trocas Moleculares Devido à falta de vasos sanguíneos, os condrócitos dependem da difusão de nutrientes através da matriz. A cartilagem hialina degrada glicose de forma anaeróbica, gerando ácido lático. A difusão de moléculas ocorre principalmente por meio da água de solvatação das macromoléculas e das forças de compressão e descompressão. ❖Cartilagem Elástica A cartilagem elástica é um tipo especializado de tecido conjuntivo que desempenha papéis cruciais em locais específicos do corpo humano. Sua estrutura e características únicas contribuem para funções específicas em áreas que requerem elasticidade e flexibilidade. Composição e Matriz Extracelular A cartilagem elástica compartilha semelhanças com a cartilagem hialina, apresentando fibras de colágeno tipo II em sua matriz. No entanto, o que a distingue é a presença marcante de uma extensa rede de fibras elásticas. Essas fibras elásticas estão densamente interligadas, formando uma estrutura contínua com as fibras do pericôndrio, a camada de tecido conjuntivo denso que envolve a cartilagem. Essa matriz única confere à cartilagem elástica sua notável capacidade de se esticar e recuperar sua forma original, tornando-a essencial para as funções elásticas de estruturas como o pavilhão auditivo e a epiglote. Distribuição Anatômica A cartilagem elástica é encontrada em regiões anatômicas específicas, onde suas propriedades elásticas são fundamentais. Está presente no pavilhão auditivo, contribuindo para a forma e flexibilidade da orelha externa. Além disso, é encontrada no conduto auditivo externo, na tuba auditiva, na epiglote e na cartilagem cuneiforme da laringe. Essas localizações estratégicas permitem que a cartilagem elástica realize funções vitais, como proteção das vias aéreas durante a deglutição e direcionamento adequado das ondas sonoras para o ouvido interno. Crescimento e Desenvolvimento Assim como a cartilagem hialina, o crescimento da cartilagem elástica ocorre principalmente por aposição. As células do pericôndrio, localizado na periferia da cartilagem, passam por divisão mitótica e se diferenciam em condrócitos, que são incorporados à matriz cartilaginosa. A presença de fibras elásticas e colágeno tipo II na matriz confere à cartilagem elástica sua capacidade única de suportar estresse mecânico e retornar à sua forma original, tornando-a resistente à degeneração patológica. Funções Específicas A presença da cartilagem elástica em áreas como o pavilhão auditivo permite que ele se adapte a movimentos elásticos, direcionando as ondas sonoras para o ouvido interno e contribuindo para a audição. Da mesma forma, na epiglote, a cartilagem elástica possibilita movimentos flexíveis durante a deglutição, protegendo as vias aéreas contra a entrada de alimentos. Sua capacidade de se esticar e retornar à forma original é essencial para realizar essas funções de maneira eficaz e precisa. minerais essenciais, como cálcio e fosfato. Matriz Óssea e Células O tecido ósseo consiste em uma matriz extracelular calcificada e células especializadas. Duas linhagens de células desempenham papéis distintos: os osteoblastos e osteócitos, responsáveis pela formação e manutenção da matriz, enquanto os osteoclastos reabsorvem o osso durante a remodelação. Essas células derivam de células progenitoras mesenquimais e monócitos da medula óssea. Osteócitos e Osteoblastos Os osteócitos residem nas lacunas da matriz óssea e mantêm sua integridade. Os osteoblastos produzem a parte orgânica da matriz e ficam na superfície óssea. Juntos, esses dois tipos celulares mantêm a homeostase e integridade do tecido ósseo. Osteoclastos e Remodelação Os osteoclastos são células multinucleadas que reabsorvem o osso, contribuindo para a remodelação óssea. Essa dinâmica é essencial para a manutenção da estrutura e função dos ossos, permitindo a adaptação a diferentes demandas biomecânicas. Periósteo e Endósteo Todos os ossos possuem revestimentos externos (periósteo) e internos (endósteo) de membranas conjuntivas. O periósteo contribui para a formação e reparo ósseo, enquanto o endósteo reveste as cavidades medulares e auxilia na regulação do metabolismo ósseo. Matriz Mineralizada A matriz óssea é mineralizada, tornando-a resistente e rígida. No entanto, sua análise histológica requer técnicas especiais devido à dificuldade de corte no micrótomo. Técnicas de preparação permitem a observação da matriz e suas lacunas, possibilitando um estudo detalhado. Regulação Hormonal e Citocinas A atividade dos osteoclastos é estritamente regulada por uma interação complexa entre citocinas e hormônios. A calcitonina, produzida pela glândula tireoide, desacelera a atividade dos osteoclastos, diminuindo a reabsorção óssea e ajudando a manter os níveis de cálcio no sangue sob controle. Em contrapartida, o paratormônio, secretado pelas glândulas paratireoides, estimula os osteoclastos a aumentar a reabsorção óssea, liberando cálcio na corrente sanguínea quando necessário. ❖Células do Tecido Ósseo 1. Osteócitos Os osteócitos são células vitais encontradas nas lacunas da matriz óssea. Possuindo uma forma achatada, ocupam espaços individuais chamados lacunas, e cada uma delas abriga um osteócito. A partir das lacunas, estendem-se canalículos que contêm prolongamentos dos osteócitos. Esses canalículos estabelecem conexões com os prolongamentos de osteócitos adjacentes por meio de junções comunicantes, permitindo trocas de pequenas moléculas e íons entre as células. Devido à natureza calcificada da matriz óssea, a difusão direta de substâncias é impossível, tornando os canalículos cruciais para a nutrição e comunicação entre osteócitos. Embora apresentem características ultraestruturais de baixa atividade sintética, os osteócitos desempenham um papel vital na manutenção da integridade e função da matriz óssea. Funções dos Osteócitos no Tecido Ósseo Os osteócitos desempenham um papel fundamental na manutenção e saúde do tecido ósseo. Eles são células maduras e especializadas encontradas no interior das lacunas da matriz óssea. Sua presença é vital para várias funções essenciais: A. Manutenção da Matriz Óssea Os osteócitos são responsáveis por garantir a integridade da matriz óssea ao seu redor. Eles monitoram constantemente a qualidade da matriz e são capazes de realizar pequenas reparações quando necessário. Se a matriz se torna danificada ou desgastada, os osteócitos podem sinalizar para os osteoblastos, células formadoras de osso, para realizar as devidas correções. B. Comunicação e Trocas Moleculares Os osteócitos são interconectados por canalículos, pequenos prolongamentos que se estendem a partir das lacunas. Esses canalículos permitem a comunicação direta entre osteócitos e a troca de moléculas essenciais, como nutrientes, oxigênio e íons, através da matriz calcificada. Isso assegura que todas as células do tecido ósseo estejam nutridas e coordenadas. C. Resposta Mecânica e Homeostasia Mineral À medida que os ossos suportam cargas físicas e forças mecânicas, os osteócitos desempenham um papel crucial na detecção desses estímulos. Eles atuam como sensores mecânicos, convertendo as forças aplicadas em sinais bioquímicos. Esses sinais desencadeiam processos de remodelação óssea, permitindo que os ossos se adaptem às demandas do ambiente. D. Participação na Homeostasia Mineral Os osteócitos também estão envolvidos na regulação dos níveis de cálcio e fosfato no corpo. Quando necessário, podem liberar cálcio da matriz óssea para manter a concentração desses íons no sangue dentro de limites adequados. Isso é especialmente importante para funções celulares vitais, como a coagulação sanguínea e a transmissão nervosa. E. Desempenho em Processos Patológicos Apesar de sua função essencial na manutenção óssea, os osteócitos também podem estar envolvidos em doenças como a osteoporose. À medida que envelhecemos, a atividade dos osteócitos pode diminuir, levando a um desequilíbrio entre formação e reabsorção óssea. Compreender a função dos osteócitos é crucial para o desenvolvimento de tratamentos que visem preservar a saúde óssea e prevenir condições degenerativas. F. Integração da Unidade Óssea Em conjunto com osteoblastos e osteoclastos, os osteócitos formam a unidade básica funcional do tecido ósseo, conhecida como unidade de remodelação óssea. Essa colaboração coordenada entre diferentes tipos celulares assegura a constante renovação do osso, mantendo sua resistência e capacidade de resposta às necessidades do organismo. 2. Osteoblastos Osteoblastos são células especializadas encontradas na superfície dos ossos. Essas células desempenham um papel fundamental na formação da matriz óssea. Quando altamente ativos, os osteoblastos apresentam uma forma cubóide e um citoplasma basófilo intenso. Em um estado menos ativo, assumem uma forma achatada e a basofilia citoplasmática diminui. Osteoblastos sintetizam a parte orgânica da matriz óssea, incluindo colágeno tipo I, proteoglicanos e glicoproteínas. Além disso, são capazes de concentrar fosfato de cálcio, facilitando a mineralização da matriz. Após a síntese da matriz, os osteoblastos são envoltos pela matriz orgânica e passam a ser chamados de osteócitos. Portanto, os osteoblastos desempenham um papel crucial na formação e manutenção da estrutura óssea, influenciando também a interação entre diferentes células do tecido ósseo. Funções dos Osteoblastos no Tecido Ósseo Os osteoblastos desempenham papéis cruciais na formação, manutenção e regulação do tecido ósseo. Suas funções abrangem desde a síntese de componentes orgânicos da matriz até a influência na homeostasia mineral e no desenvolvimento ósseo. Abaixo estão suas principais funções em detalhes: A. Síntese da Matriz Óssea Os osteoblastos são células formadoras de osso responsáveis pela produção dos componentes orgânicos da matriz óssea. Eles secretam colágeno tipo I, proteoglicanos e Os osteoclastos desempenham um papel importante na regulação dos níveis de cálcio e fosfato no sangue. Durante a reabsorção óssea, eles liberam cálcio e outros minerais na circulação sanguínea. Isso é vital para manter a concentração adequada desses minerais nos líquidos corporais, o que é essencial para funções celulares, como a contração muscular, a coagulação sanguínea e a transmissão nervosa. D. Participação na Homeostasia Mineral Além de liberar minerais para o sangue, os osteoclastos também são reguladores chave da homeostasia mineral. Eles respondem a sinais hormonais, como o paratormônio (PTH), que estimula a reabsorção óssea quando os níveis de cálcio no sangue estão baixos. Os osteoclastos também estão envolvidos na regulação da vitamina D, que influencia a absorção de cálcio no intestino, e na liberação de fatores de crescimento ósseo. E. Interação com Outras Células Ósseas Os osteoclastos não atuam isoladamente; eles interagem com outras células ósseas, como os osteoblastos. Essa comunicação bidirecional é crucial para a regulação da remodelação óssea. Os osteoclastos secretam fatores de crescimento e citocinas que influenciam a atividade dos osteoblastos, promovendo a formação de nova matriz óssea após a reabsorção. Essa interação coordenada entre células ósseas mantém a estrutura e a função adequadas do tecido ósseo. F. Importância Clínica Compreender as funções dos osteoclastos é fundamental para o tratamento de condições ósseas, como a osteoporose e doenças que afetam a homeostasia mineral. Medicamentos que visam modular a atividade dos osteoclastos podem ser usados para tratar desequilíbrios de minerais, prevenir a perda óssea excessiva e promover a saúde óssea em geral. ❖Organização Macroscópica do Tecido Ósseo: Osso Compacto e Osso Esponjoso A estrutura macroscópica dos ossos revela duas regiões principais: o osso compacto e o osso esponjoso. Essa distinção baseia-se na aparência externa e não na análise histológica, uma vez que ambos os tipos possuem a mesma estrutura fundamental. 1. Osso Compacto O osso compacto é encontrado na superfície externa dos ossos longos e na camada superficial dos ossos curtos e chatos. Sua estrutura é densa e sólida, sem cavidades visíveis. Em ossos longos, reveste as epífises e forma a maior parte da diáfise. Nas tábuas interna e externa dos ossos chatos, o osso compacto também é presente. Essa região é conhecida como osso cortical em ossos longos. O osso compacto é caracterizado por unidades chamadas osteônios, que consiste em lamelas concêntricas de matriz calcificada envolvendo canais microscópicos chamados canalículos. Os osteócitos residem nas lacunas dessas lamelas e se comunicam por meio dos canalículos. 2. Osso Esponjoso O osso esponjoso está localizado na porção interna dos ossos e é composto por uma rede tridimensional de trabéculas interconectadas, formando cavidades. Essas cavidades são preenchidas pela medula óssea, que pode ser vermelha ou amarela. Nas extremidades de ossos longos e no centro de ossos curtos, o osso esponjoso prevalece. Nos ossos chatos do crânio, é chamado de díploe. O osso esponjoso é igualmente constituído por osteônios e canalículos, semelhante ao osso compacto, mas sua organização é menos densa. 3. Medula Óssea As cavidades do osso esponjoso e o canal medular nos ossos longos abrigam a medula óssea. No início da vida, a medula óssea é ativa na produção de células sanguíneas, apresentando uma cor vermelha intensa. Com o tempo, ocorre uma substituição gradual por tecido adiposo, tornando-se medula óssea amarela, com menor atividade na formação de células sanguíneas. Importância Histológica A organização macroscópica do osso compacto e esponjoso fornece uma estrutura resistente e adaptável ao esqueleto, permitindo a distribuição de forças, a proteção de órgãos vitais e a formação de células sanguíneas. A medula óssea desempenha um papel crucial na homeostase sanguínea, passando de atividade hematógena intensa na infância para um equilíbrio entre função hematopoiética e armazenamento de gordura ao longo do tempo. ❖Organização Histológica do Tecido Ósseo: Lamelar e Não Lamelar O tecido ósseo pode ser classificado em dois tipos histológicos: o tecido ósseo não lamelar, também chamado de primário ou imaturo; e o tecido ósseo lamelar, também conhecido como secundário ou maduro. Ambos compartilham as mesmas células e componentes da matriz, mas diferem na organização das fibras colágenas. 1. Tecido Ósseo Não Lamelar (Imaturo) O tecido ósseo não lamelar é o primeiro a se formar durante o desenvolvimento embrionário e em processos de reparação de fraturas. É temporário e gradualmente substituído por tecido ósseo lamelar. Nesse tipo, as fibras colágenas estão dispostas irregularmente, sem uma orientação definida. Ele contém uma maior proporção de osteócitos e menor quantidade de minerais, o que o torna mais permeável aos raios X. Os osteócitos estão organizados de maneira aparentemente desordenada nas lacunas e a matriz apresenta uma aparência heterogênea. 2. Tecido Ósseo Lamelar (Maduro) O tecido ósseo lamelar é o tipo mais comum em ossos adultos. Sua característica distintiva é a organização das fibras colágenas em lamelas, que podem ser planas ou em forma de anéis, com espessura entre 3 a 7 μm. Cada lamela contém fibras colágenas paralelas entre si, porém, as direções das fibras variam de lamela para lamela. Os osteócitos estão localizados nas lacunas entre as lamelas, organizados em fileiras, o que difere do arranjo aparentemente desordenado do tecido ósseo não lamelar. Sistemas de Havers e Organização das Lamelas As lamelas ósseas se organizam em sistemas de Havers, que são conjuntos cilíndricos de lamelas dispostas concentricamente. Cada sistema de Havers contém osteócitos localizados entre as lamelas. Além disso, existem sistemas circunferenciais interno e externo, que são faixas de lamelas paralelas nas regiões interna e externa dos ossos, respectivamente. Os sistemas de Havers e as lamelas organizadas concentricamente formam estruturas conhecidas como ósteons. Canais de Havers, que abrigam vasos sanguíneos e nervos, atravessam essas estruturas. Remodelação do Tecido Ósseo A remodelação constante do tecido ósseo resulta em variações no diâmetro dos sistemas de Havers. Os sistemas mais jovens possuem canais mais amplos em comparação aos sistemas antigos, devido à contínua deposição de lamelas ósseas na periferia. Entre os sistemas circunferenciais, há sistemas intermediários compostos por grupos de lamelas paralelas. Estes se formam a partir da reabsorção de sistemas de Havers durante o crescimento ósseo. Importância Histológica ❖ Importância do Tecido Ósseo no Metabolismo e Estrutura das Articulações O tecido ósseo é vital para o metabolismo do cálcio, atuando como reserva desse íon crucial para inúmeros processos no corpo. As articulações, por sua vez, desempenham um papel importante na mobilidade do corpo e são sustentadas por estruturas como a cápsula articular e a cartilagem hialina, com a presença do líquido sinovial para facilitar o movimento e a nutrição da cartilagem. O Tecido Ósseo e o Metabolismo do Cálcio O tecido ósseo abriga 99% do cálcio do corpo, funcionando como reserva desse íon essencial. O cálcio desempenha um papel crucial em diversos processos do organismo, e a sua concentração no sangue deve ser mantida constante. O cálcio é absorvido da alimentação e depositado nos ossos, podendo ser mobilizado quando necessário. Isso ocorre por meio de mecanismos físicos e hormonais, como a ação do hormônio paratireóide e da calcitonina. Articulações e Sua Estrutura As articulações unem os ossos do esqueleto e são essenciais para a mobilidade. Existem três tipos principais: diartroses (grandes movimentos), sinartroses (poucos movimentos) e anfiartroses (movimentos limitados). Nas diartroses, uma cápsula envolve as extremidades dos ossos, contendo um líquido sinovial que facilita o deslizamento e reduz o atrito. As superfícies articulares são revestidas por cartilagem hialina, com o líquido sinovial sendo uma via de transporte de nutrientes entre a cartilagem e o sangue. ➔ Tecido Nervoso O tecido nervoso é essencial para coordenar as funções dos órgãos especializados Ele é composto por neurônios (células com prolongamentos) e células da glia (neuróglia), que sustentam e contribuem para a atividade dos neurônios. O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP), que incluem o encéfalo, a medula espinhal, nervos e gânglios nervosos. O SNC apresenta duas partes distintas: a substância cinzenta (corpos celulares dos neurônios) e a substância branca (prolongamentos dos neurônios). Os neurônios respondem a estímulos com mudanças na diferença de potencial elétrico entre suas membranas. Os impulsos nervosos, ou sinais elétricos, são transmitidos pelos prolongamentos dos neurônios para se comunicar com outras células. Os neurônios formam circuitos interconectados, que podem ser simples ou complexos. Vários circuitos podem trabalhar juntos para realizar funções complexas. O sistema nervoso recebe e transmite informações de estímulos sensoriais (calor, luz, etc.) e coordena funções do corpo, como as motoras, viscerais, endócrinas e comportamentais. Ele estabiliza as condições internas do organismo e influencia comportamentos vitais. ❖Neurônios: Estrutura, Classificação e Funções Os neurônios são células especializadas do sistema nervoso que desempenham um papel crucial na comunicação e coordenação do organismo. Eles possuem uma estrutura complexa e são classificados de acordo com sua forma e função. Os neurônios formam redes que permitem a rápida transmissão de informações e a coordenação de várias funções do corpo, desde movimentos simples até processos cognitivos complexos. Sua estrutura versátil e suas conexões especializadas capacitam o sistema nervoso a responder de maneira eficaz às demandas do ambiente e do organismo. Estrutura dos Neurônios: ● Dendritos: São prolongamentos ramificados que recebem sinais de outros neurônios ou estímulos sensoriais do ambiente. ● Corpo Celular (Pericário): Contém o núcleo e organelas essenciais para o funcionamento celular. ● Axônio: Prolongamento único responsável pela transmissão dos impulsos nervosos para outras células. Classificação dos Neurônios: Neurônios Bipolares: Possuem um dendrito e um axônio. Encontrados em áreas sensoriais como retina e mucosa olfatória. Neurônios Multipolares: Possuem vários dendritos e um axônio. Maioria dos neurônios motores e interneurônios. Neurônios Pseudounipolares: Têm um prolongamento que se divide em dois ramos, direcionados para a periferia e o SNC. Presentes em gânglios sensoriais. Funções dos Neurônios: ● Neurônios Motores: Controlam músculos e glândulas, permitindo movimentos e secreções. ● Neurônios Sensoriais: Recebem estímulos do ambiente e do corpo, transmitindo informações ao sistema nervoso. ● Interneurônios: Estabelecem conexões entre neurônios, formando circuitos complexos para processar informações e desencadear respostas. Localização dos Corpos Celulares ● SNC: Substância cinzenta contém corpos celulares e áreas de processamento. ● SNP: Corpos celulares em gânglios, localizados próximo a órgãos sensoriais. ❖Corpo Celular dos Neurônios: Estrutura e Funções O corpo celular, também chamado de pericário, é a parte central do neurônio que contém o núcleo e o citoplasma circundante. Ele desempenha papéis vitais na função neuronal. O corpo celular dos neurônios é uma central de processamento crucial, onde as informações são recebidas, integradas e processadas antes de serem transmitidas por meio Função nas Redes Neuronais: ● Comunicação Neuronal: Dendritos são essenciais para receber e processar informações de outros neurônios, permitindo a transmissão eficaz de sinais. ● Processamento de Informações: Através da integração de sinais, os dendritos ajudam a determinar se um neurônio deve enviar um impulso adiante na rede neural. ❖Axônios: Transmitindo Sinais Nervosos Os axônios são prolongamentos únicos das células nervosas que desempenham um papel vital na transmissão eficaz de sinais nervosos.Os axônios são a principal via pela qual o sistema nervoso transmite informações de um local para outro. Seu comprimento variável, ramificações e a capacidade de conduzir impulsos nervosos de maneira eficaz são essenciais para a coordenação das funções do organismo. Características dos Axônios: ● Comprimento e Diâmetro Variáveis: O tamanho dos axônios varia conforme o tipo de neurônio, podendo ser curtos ou muito longos. ● Segmento Inicial: Parte do axônio próximo ao corpo celular, chamado de segmento inicial, é crucial para a geração do impulso nervoso. ● Ausência de Mielina: A maioria dos axônios não é coberta por mielina, exceto em certas áreas. ● Ramificações: Muitos axônios emitem ramificações chamadas colaterais, que levam a terminações chamadas de telodendros. ● Transporte Ativo: Mecanismos de fluxo anterógrado e retrógrado movem moléculas e organelas ao longo dos axônios. Função dos Axônios: ● Transmissão do Impulso Nervoso: Os axônios conduzem o impulso nervoso, permitindo a comunicação entre neurônios e outras células. ● Sinapses: Nos botões terminais, os axônios estabelecem sinapses com outras células através de sinalizadores químicos. Fluxo de Substâncias e Organelas: ● Fluxo Anterógrado: Moléculas e proteínas são sintetizadas no corpo celular e transportadas ao longo do axônio para as terminações. ● Fluxo Retrógrado: Transporta substâncias de volta ao corpo celular, permitindo a reciclagem de materiais. ❖Potencial de Membrana e Propagação do Impulso Nervoso O potencial de membrana é uma diferença elétrica entre o interior e o exterior das células nervosas. Isso é crucial para transmitir sinais nervosos de forma eficaz.O potencial de membrana e o potencial de ação são essenciais para a comunicação entre as células nervosas. Mudanças nas cargas elétricas da membrana desencadeiam o impulso nervoso, que é transmitido ao longo do axônio e permite a transmissão eficiente de informações no sistema nervoso. Potencial de Repouso: ● Valor: Cerca de -65 mV (varia entre -40 a -80 mV). ● Resulta de diferentes cargas elétricas dentro e fora da membrana. ● Mantido por canais iônicos e bombas de transporte. ● Concentrações de íons como sódio (Na+) e potássio (K+) desempenham um papel importante. Estímulos e Potencial de Ação: ● Estímulos nas sinapses podem alterar o potencial de membrana. ● Despolarização pode ocorrer, levando à inversão da polaridade. ● Somatória de estímulos nos dendritos e corpo celular pode gerar um potencial de ação. Potencial de Ação e Propagação: ● Potencial de ação é um pico de despolarização causado pela entrada de íons Na+. ● Propaga-se ao longo da membrana do axônio. ● Íons Na+ entram, seguidos por sua rápida remoção para restaurar o potencial de repouso. ● O processo dura cerca de 5 ms. Transmissão de Informação: ● Potencial de ação chega à terminação axonal. ● Ativa eventos que levam à transmissão de informação por meio de sinapses. ❖Células da Neuróglia: Suporte e Funções no SNC As células da neuróglia, também chamadas de células gliais, desempenham papéis importantes ao lado dos neurônios no sistema nervoso central (SNC).As células da neuróglia desempenham papéis essenciais no suporte, manutenção do ambiente neuronal e resposta a desafios imunológicos no SNC. Seus diversos tipos contribuem para garantir a integridade e funcionamento adequado do sistema nervoso. Tipos de Células da Neuróglia: ● Oligodendrócitos ● Astrócitos ● Células Ependimárias ● Células da Micróglia Presença e Função: ● Encontradas em conjunto com neurônios no SNC. ● Proporção de cerca de 10 células da neuróglia para cada neurônio. ● Preenchem o espaço entre neurônios e contribuem para o microambiente adequado. Oligodendrócitos: ● Importantes para a formação da bainha de mielina que envolve os axônios. ● Isolamento elétrico e aumento da velocidade de condução dos impulsos nervosos. Astrócitos: ● Papel fundamental no suporte estrutural e metabólico dos neurônios. ● Regulam a concentração de íons e neurotransmissores no ambiente neuronal. ● Participam na barreira hematoencefálica. Células Ependimárias: ● Revestem as cavidades dos ventrículos cerebrais e o canal central da medula espinhal. ● Contribuem para a produção e circulação do líquido cerebrospinal (LCR). Plexos Coroides e Líquido Cefalorraquidiano (LCR): ● Plexos Coroides: Pregas da pia-máter, ricas em capilares fenestrados, produzem LCR nos ventrículos cerebrais. ● LCR: Líquido claro e de baixa densidade, importante para o metabolismo do SNC e proteção contra traumas. Fibras Nervosas: ● Fibra Nervosa: Axônio e bainha envoltória. ● Fibras Mielínicas: Axônios envoltos por múltiplas camadas de células de Schwann ou oligodendrócitos. ● Fibras Amielínicas: Axônios de pequeno diâmetro envoltos por dobra única de célula de Schwann ou oligodendrócito. ❖Sistema Nervoso Periférico: Aspectos Histológicos Os nervos no SNP consistem em feixes de fibras nervosas envolvidas por células de Schwann, enquanto os gânglios contém corpos celulares de neurônios sensoriais ou do sistema nervoso autônomo. Tecido Nervoso Periférico (SNP): ● Constituído por nervos e gânglios. ● Nervos são feixes de fibras nervosas com células de Schwann envolvendo axônios. ● Gânglios são aglomerados de corpos celulares de neurônios, sensoriais ou do sistema nervoso autônomo. Nervos: ● Formados por axônios envolvidos por células de Schwann e lâmina basal. ● Epineuro: Faixa externa de tecido conjuntivo; perineuro envolve feixes de fibras; endoneuro entre fibras. ● Nervos mielínicos têm mielina em torno dos axônios; nervos amielínicos têm células de Schwann envolvendo axônios. Gânglios: ● Aglomerados de corpos celulares de neurônios. ● Gânglios sensoriais: Associados a nervos cranianos ou raízes dorsais de nervos espinais; neurônios pseudounipolares. ● Gânglios do SNA: No sistema nervoso autônomo; neurônios multipolares; às vezes em órgãos, como gânglios intramurais. ❖Sistema Nervoso Autônomo: Aspectos Histológicos O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) regula atividades internas por meio de neurônios em cadeia, controlando órgãos efetores de maneira equilibrada e ajustando as respostas do corpo. SNA: ● Controla musculatura lisa, ritmo cardíaco e glândulas. ● Mantém homeostase e ajusta atividades internas. ● Composto por neurônios que conduzem informações do SNC para órgãos efetores. Estrutura Funcional do SNA: ● Neurônios em cadeia: neurônio pré-ganglionar (SNC) conecta-se com neurônio pós-ganglionar (gânglio) para alcançar efetores. ● Sinapses nas fibras pré-ganglionares liberam acetilcolina. ● Sinapses nas fibras pós-ganglionares simpáticas liberam norepinefrina (fibras adrenérgicas). ● Sinapses nas fibras pós-ganglionares parassimpáticas liberam acetilcolina. Divisões do SNA: Simpático e Parassimpático: ● Divisão simpática: Localizada nas regiões torácica e lombar da medula; saída pelas raízes anteriores dos nervos espinais. ● Divisão parassimpática: Localizada no encéfalo e porção sacral da medula; saída por nervos cranianos e espinhais sacrais. ● Ações frequentemente opostas nos órgãos, mantendo equilíbrio. Glândula Adrenal: ● A secreção medular libera norepinefrina e epinefrina, atuando como neurônios simpáticos pós-ganglionares. ➔ Tecido Muscular O tecido muscular é composto por células alongadas, conhecidas como fibras musculares, que desempenham um papel fundamental na geração de movimento e força no corpo. Essas células são altamente especializadas, contendo filamentos citoplasmáticos compostos por proteínas que possibilitam a transformação da energia química em energia mecânica. Essas proteínas desempenham um papel crucial na contração muscular, permitindo que o corpo execute uma ampla variedade de movimentos. O tecido muscular possui diferentes tipos, incluindo músculo estriado esquelético, músculo estriado cardíaco e músculo liso, cada um com características distintas de forma, estrutura e função. A origem mesodérmica das células musculares e os componentes especializados das fibras musculares, como o sarcolema, sarcoplasma e retículo sarcoplasmático, contribuem para as propriedades únicas desse tecido essencial. ❖ Tecido Muscular Estriado Esquelético O tecido muscular estriado esquelético é formado por fibras longas e cilíndricas, multinucleadas, com estriações transversais visíveis ao microscópio. Essas fibras, também conhecidas como miócitos, têm um diâmetro que varia de 10 a 100 μm. Fibras Musculares e Origem: As fibras musculares esqueléticas são células cilíndricas muito longas, multinucleadas e cheias de miofibrilas. Elas se desenvolvem a partir da fusão de mioblastos durante o desenvolvimento embrionário. Distribuição dos Núcleos: Os núcleos das fibras musculares esqueléticas são elípticos e localizam-se na periferia, logo abaixo do sarcolema. Isso contrasta com o músculo cardíaco, onde os núcleos são centrais. Organização em Feixes: O tecido muscular esquelético forma feixes envoltos por uma camada de tecido conjuntivo chamada epimísio. Septos finos de tecido conjuntivo, conhecidos como perimísio, se estendem a partir do epimísio, separando os feixes de fibras musculares. Entre as fibras musculares, há uma camada delicada de tecido conjuntivo chamada endomísio. Rede Vascular: O endomísio contém uma rica rede de capilares sanguíneos que fornecem oxigênio e nutrientes para as fibras musculares. Os vasos sanguíneos penetram nos músculos através dos septos do perimísio. Ligação Músculo-Tendão: Nas extremidades de certos músculos, ocorre uma transição gradual para os tendões. As fibras de colágeno dos tendões se inserem em dobras complexas do sarcolema, garantindo uma conexão forte entre o músculo e o tendão. Estriações Transversais: Sob o microscópio óptico, as fibras musculares esqueléticas exibem estriações transversais distintas. 2. Liberação de Cálcio: O impulso nervoso chega à junção neuromuscular, onde ocorre a liberação de íons cálcio (Ca²⁺) nos terminais nervosos. O cálcio ativa a liberação de íons Ca²⁺ do retículo sarcoplasmático nas fibras musculares. 3. Interligação de Actina e Miosina: A cabeça de miosina se liga a sítios ativos na actina, formando uma ponte cruzada. 4. Liberação de Energia: A hidrólise de ATP na cabeça de miosina libera energia, permitindo que a ponte cruzada se mova. 5. Deslizamento dos Filamentos: A cabeça de miosina puxa o filamento de actina em direção ao centro do sarcômero. Isso encurta a distância entre os discos Z, reduzindo o comprimento do sarcômero e das fibras musculares. 6. Liberação e Ligação de ATP: A ligação de uma nova molécula de ATP à cabeça de miosina libera a ponte cruzada, permitindo que ela se desprenda da actina. 7. Reset do Ciclo: A energia do ATP é usada para recolocar a cabeça de miosina em posição, preparando-a para formar uma nova ponte cruzada. 8. Continuação do Ciclo: O ciclo de ligação, liberação de energia e deslizamento dos filamentos continua enquanto houver íons cálcio disponíveis e ATP para sustentar o processo. 9. Contração Muscular e Força Gerada: O deslizamento coordenado de muitos sarcômeros ao longo das fibras musculares resulta na contração do músculo como um todo. A força gerada pelo deslizamento dos filamentos contribui para movimento, postura, sustentação e atividades físicas. ❖ Tecido Muscular liso O músculo liso é composto por células alongadas e fusiformes, com núcleo único central. Suas dimensões variam de 20 μm a 500 μm. Diferentemente do músculo estriado, não apresenta estriações transversais ou miofibrilas. As células, chamadas leiomiócitos, organizam-se em feixes ou camadas em órgãos ocos, como a parede do estômago. Estrutura Celular: ● Células fusiformes com extremidades afiladas. ● Núcleo único, elíptico e central, visível em cortes transversais. ● Núcleos frequentemente ondulados em cortes longitudinais, indicando contração. Organização: ● Feixes ou camadas nas paredes de órgãos ocos. ● Células são revestidas por lâmina basal e conectadas por fibras reticulares. ● Contração simultânea de células resulta na contração coordenada do músculo. O músculo liso desempenha um papel fundamental em órgãos ocos, regulando o fluxo de substâncias e contribuindo para funções vitais, como a contração do útero durante a gravidez e o movimento do trato gastrointestinal. Sua estrutura e organização são adaptadas para garantir uma ação coesa e coordenada. ❖ Tecido Muscular Cardíaco O músculo cardíaco é composto por células cilíndricas e ramificadas, com aproximadamente 15 μm de diâmetro e 85 a 100 μm de comprimento. Suas fibras têm estriações transversais, embora mais curtas que as do músculo esquelético. Cada célula contém um ou dois núcleos elípticos no centro da fibra. Discos Intercalares: ● Células cardíacas possuem junções intercelulares chamadas discos intercalares. ● Esses discos são responsáveis pela coordenação da contração cardíaca. ● Localizados ao longo da célula, aparecem como traços transversais irregulares. Estrutura Celular e Composição: ● Células cardíacas contêm mitocôndrias, refletindo seu alto metabolismo aeróbico. ● Armazenam ácidos graxos como triglicerídeos e uma pequena quantidade de glicogênio. ● Apresentam grânulos secretórios contendo hormônio atrial natriurético (ANP). ● O hormônio ANP regula a eliminação de sódio e água pelos rins. Organização Diferenciada: ● Sistema T e retículo sarcoplasmático menos organizados que no músculo esquelético. ● Túbulos T associados a uma cisterna de retículo sarcoplasmático (díades). O músculo cardíaco possui adaptações únicas para seu papel vital na contração rítmica do coração. As células, embora curtas, estão bem equipadas para um intenso metabolismo aeróbico e são interligadas por discos intercalares que permitem uma coordenação eficiente da contração cardíaca. Além disso, a presença de grânulos secretórios com hormônio natriurético demonstra a complexa regulação hormonal desse tecido.