Baixe Resumo introdutório a embriologia e outras Notas de aula em PDF para Embriologia, somente na Docsity! Embriologia I N T R O D U Ç Ã O Embriologia é a ciência que realiza o estudo de todo o processo de desenvolvimento dos embriões, desde a fecundação até a formação dos seres vivos. CONCEITO GAMETOGÊNESE É o processo de formação e desenvolvimento das células germinativas especializadas, os gametas (ovócitos/espermatozoides), a partir de células precursoras bipotentes. Essa execução se dá por uma meiose. O espermatozoide e o ovócito são células sexuais altamente especializadas. Cada uma dessas células contém a metade do número de cromossomos (haploide) presentes nas células somáticas (células do corpo). MEIOSE • Divisão reducional (diploide → haploide) • Ocorre duas etapas de divisão • Origina quatro células filhas com metade do número de cromossomos da célula mãe. • ETAPAS DA MEIOSE • Meiose I • Prófase I: Fase mais importante da meiose I; subdividida em 5 etapas: – Leptóteno: ocorre a condensação dos cromossomos e formação dos cromômeros. – Zigóteno: inicia o pareamento dos cromossomos homólogos (sinapse). – Paquíteno: os cromossomos estão mais condensados e pareados, o que pode ser e ocorre então o crossing-over (troca de pedaços entre cromossomos homólogos). – Diplóteno: os cromossomos começam a se separar, permanecendo unidos apenas no quiasma (região onde ocorreu o crossing-over). – Diacinese: os centrossomos migram para o polo da célula e formam as fibras do fuso; o nucléolo e a carioteca desaparecem. • Metáfase I: ocorre o pareamento dos cromossomos homólogos na região equatorial da célula. • Anáfase I: as fibras do fuso sofrem um encurtamento e os cromossomos homólogos são separados para os polos das células. • Telófase I: ocorre a divisão do citoplasma (citocinese) e como resultado são originadas duas células haploides. Meiose II As duas células que resultaram da meiose I entram juntas na meiose II. A meiose II acontece em 4 fases: • Prófase II: Cada célula-filha inicia a formação de fusos; o nucléolo e a membrana nuclear desaparecem; os centríolos se duplicam e se dirigem para os polos e os cromossomos se movimentam para a região equatorial. • Metáfase II: os cromossomos voltam ao polo equatorial, com as cromátides ainda unidas pelo centrômero, que se liga às fibras do fuso, acontece então a formação da placa equatorial. A diferença dessa etapa para a metáfase I é que agora os cromossomos não estão pareados e, sim, alinhados um em cima do outro. Embriologia E S P E R M A T O G Ê N E S E • Anáfase II: separam-se as cromátides-irmãs, que são puxadas pelas fibras do fuso em direção a polos opostos. • Telófase II: reaparece a carioteca; o nucléolo é reorganizado e o citoplasma se divide novamente, agora, dando origem a 2 células- filhas haploides. • ETAPAS DA MEIOSE • ESPERMATOGÊNESE É a sequência de eventos pelos quais as espermatogônias são transformadas em espermatozoides maduros; esse processo começa na puberdade. Após várias divisões mitóticas, as espermatogônias crescem e sofrem modificações. As espermatogônias são transformadas em espermatócitos primários, as maiores células germinativas nos túbulos seminíferos dos testículos. Cada espermatócito primário sofre, em seguida, uma divisão reducional – a primeira divisão meiótica – para formar dois espermatócitos secundários haploides, que possuem aproximadamente metade do tamanho do espermatócito primário. Em seguida, os espermatócitos secundários sofrem a segunda divisão meiótica para formar quatro espermátides haploides, que são aproximadamente a metade do tamanho dos espermatócitos secundários. As espermátides (células em estágio avançado de desenvolvimento) são transformadas gradualmente em quatro espermatozoides maduros pelo processo conhecido como espermiogênese. As células de Sertoli revestem os túbulos seminíferos, sustentam, participam da nutrição das células germinativas e estão envolvidas na regulação da espermatogênese. Os espermatozoides são transportados passivamente dos túbulos seminíferos para o epidídimo, onde são armazenados e tornam-se funcionalmente maduros durante a puberdade. Os espermatozoides maduros são células ativamente móveis, que nadam livremente, constituídos por uma cabeça e uma cauda. A cabeça do espermatozoide forma a maior parte dele e, é onde se localiza o núcleo. Os dois terços anteriores da cabeça são cobertos pelo acrossoma, uma organela sacular em forma de capuz que contém várias enzimas. Quando liberadas, as enzimas facilitam a dispersão das células foliculares da corona radiata e a penetração do espermatozoide na zona pelúcida durante a fecundação. A cauda do espermatozoide fornece ao espermatozoide a mobilidade para o seu deslocamento até o local da fecundação. A peça intermediária da cauda contém mitocôndrias que fornecem o trifosfato de adenosina (ATP) necessário para fornecer energia para a locomoção do espermatozoide. Embriologia O V U L A Ç Ã O OVULAÇÃO Por volta da metade do ciclo ovariano, o folículo ovariano, sob influência do FSH e do LH, sofre um repentino surto de crescimento, produzindo uma dilatação cística ou uma saliência na superfície ovariana. Um pequeno ponto avascular, o estigma, logo aparece nessa saliência. A ovulação é disparada por uma onda de produção de LH. Normalmente ela acontece de 12 a 24 horas após o pico de LH. A elevação nos níveis de LH, induzida pela alta concentração de estrogênio no sangue, parece causar a tumefação do estigma, formando uma vesícula. O estigma logo se rompe expelindo o oócito secundário junto com o líquido folicular. CORPO LÚTEO Após a ovulação, as paredes do folículo ovariano e da teca folicular se tornam pregueadas. Sob a influência do LH, elas formam o corpo lúteo, que secreta progesterona e alguma quantidade de estrogênio, o que leva o endométrio a se preparar para a implantação do blastocisto. Se o oócito é fecundado, o corpo lúteo cresce e forma o corpo lúteo gestacional e aumenta a produção de hormônios. A degeneração do corpo lúteo é impedida pela ação da gonadotrofina coriônica humana, um hormônio secretado pelo sinciciotrofoblasto do blastocisto. O corpo lúteo gestacional permanece funcionalmente ativo durante as primeiras 20 semanas de gestação. Nesse momento, a placenta assume a produção de estrogênio e de progesterona necessária para a manutenção da gestação. Se o oócito não é fecundado, o corpo lúteo se degenera 10 a 12 dias após a ovulação. Ele é, então, chamado corpo lúteo menstrual. Embriologia C I C L O M E N S T R U A L E F E C U N D A Ç Ã O CICLO MENSTRUAL É o período durante o qual o oócito amadurece, é ovulado e entra na tuba uterina. Os hormônios produzidos pelos folículos ovarianos e pelos corpos lúteos (estrogênio e progesterona) produzem mudanças cíclicas no endométrio. Essas mudanças mensais na camada interna do útero constituem o ciclo endometrial, mais comumente chamado de ciclo menstrual. O endométrio é um “espelho” do ciclo ovariano porque ele responde de maneira consistente às flutuações de concentrações de hormônios gonadotróficos e ovarianos. • FASES DO CICLO MENSTRUAL • • Fase Menstrual: A camada da parede uterina desintegra-se e é expelida no fluxo menstrual. •Fase Proliferativa: essa fase coincide com o crescimento dos folículos ovarianos e é controlada pelo estrogênio secretado pelos folículos. Nesta fase de reparo e proliferação ocorre um aumento de duas a três vezes na espessura do endométrio e no seu conteúdo de água. • Fase Secretora: a fase secretora ou fase lútea, dura aproximadamente 13 dias e coincide com a formação, o funcionamento e o crescimento do corpo lúteo. O endométrio se espessa devido à influência da progesterona e do estrogênio produzidos pelo corpo lúteo. Se a fecundação não ocorrer: o corpo lúteo se degenera, os níveis de estrogênio e progesterona diminuem e o endométrio secretor entra na fase isquêmica, ocorre a menstruação. • Fase Isquêmica: é o período que antecede a próxima menstrual, caracterizando-se pela redução das taxas de estrógeno e progesterona (degeneração do corpo lúteo) onde o endométrio deixa de receber seu suprimento sanguíneo e “descama”. Se a fecundação ocorrer: inicia-se a clivagem do zigoto e a blastogênese, o blastocisto implanta-se no endométrio, a gonadotrofina mantém o corpo lúteo secretando estrogênio e progesterona, a fase lútea prossegue e a menstruação não ocorre. FECUNDAÇÃO É quando o espermatozoide se une ao óvulo e forma o zigoto. Esse processo estimula o oócito a completar a segunda divisão meiótica, restaura o número normal de cromossomos (46) no zigoto, resulta na variação da espécie humana por meio da mistura de cromossomos, determina o sexo cromossômico do embrião, causa a ativação metabólica da oótide (oócito quase maduro) e inicia a clivagem do zigoto. • FASES DA FECUNDAÇÃO • • Passagem do espermatozóide através da corona radiata - enzima hialuronidase e enzimas da mucosa da tuba uterina . • Penetração da zona pelúcida - enzimas esterase, acrosina e neuraminidase. • Fusão das membranas plasmáticas do oócito e do espermatozoide. • Término da segunda divisão meiótica do oócito e formação do pronúcleo feminino. • Formação do pronúcleo masculino. Logo que os pronúcleos se fundem em um único agregado diploide de cromossomos, a oótide se torna um zigoto.