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Guias e Dicas
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resumos e slides das aulas, Notas de estudo de Contabilidade

cf1 economia ética informática

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 04/08/2023

catarina-tome-4
catarina-tome-4 🇵🇹

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Pré-visualização parcial do texto

Baixe resumos e slides das aulas e outras Notas de estudo em PDF para Contabilidade, somente na Docsity! Contabilidade Financeira I CAPÍTULO 1 – A CONTABILIDADE COMO LINGUAGEM DOS NEGÓCIOS  O negócio e as suas atividades Negócio  Os negócios de acordo com o Código das Sociedades Comerciais, são constituídos sob a forma de sociedades anónimas (SA), em que o capital é representado por ações sendo que os acionistas são os detentores do capital, ou sob a forma de sociedades por quotas (LDA), em que o capital é representado por quotas e os proprietários dessas quotas são designados por sócios.  Quando se inicia o negócio, é necessário começar por desenvolver atividades de financiamento (entrada de capital dos sócios/acionistas e obtenção de empréstimos). Seguidamente, a entidade desenvolve algumas atividades de investimento (compra dos recursos necessários ao posterior desempenho das atividades operacionais). Por último, a entidade desenvolve atividades operacionais (gestão dos recursos adquiridos com o objetivo de gerar lucro).  Os intervenientes no negócio Investidores Credores Conjunto integrado de operações ou atividades conduzidas com a finalidade de proporcionar um retorno aos investidores. Comercial – compra e venda de mercadorias Industrial – compra de matérias-primas e a sua transformação em produtos acabados que serão vendidos Serviços – presta serviços aos seus clientes Atividades de Financiamento Atividades de Investimento Atividades operacionais Gestores Atividades Operacionais Compra de matérias-primas e serviços; Contratação de mão-de-obra; Fabricação de produtores; Venda de produtos  O público em geral e o Governo são intervenientes indiretos na medida em que também estão interessados no negócio.  A contabilidade e o negócio  A contabilidade é um sistema de recolha, processamento e relato de informação financeira sobre o negócio.  As normas de contabilidade  IASB foi fundado em 1973 e tem quatro objetivos: 1. Formular e publicar normas de contabilidade de elevada qualidade 2. Promover a utilização e aplicação rigorosas daquelas normas 3. Identificar as necessidades de relato financeiro das economias emergentes e de PME 4. Promover a convergência de normativos locais com as IFRS  Empresas da UE cotadas em bolsa: IFRS  Empresas nacionais:  Microentidades: NC-ME; NCRF; NCRF-PE; IFRS  Entidades do setor não lucrativo: NCRF-ESNL; NCRF; IFRS  Médias e grandes empresas: NCRF; IFRS  Pequenas empresas: NCRF-PE; NCRF; IFRS CAPÍTULO 2 – DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS  As demonstrações financeiras são uma representação estruturada da posição financeira e do desempenho financeiro de uma entidade. Constituem um meio de comunicação entre os dois intervenientes, a entidade informativa e os utilizadores da informação.  Quando a entidade informativa é uma única entidade jurídica, esta será representada por demonstrações financeiras individuais. Quando a entidade informativa é um grupo de entidades constituído por uma entidade-mãe e pelo conjunto das suas subsidiárias, a mesma será representada por demonstrações financeiras consolidadas. Utilizadores externos (sócios, acionistas e financiadores) – Contabilidade Financeira Utilizadores internos (gestores) – Contabilidade de Gestão Cotadas em bolsa: IFRS Não cotadas em bolsa: Sob a forma de grupo: IFRS ou SNC Individual: IFRS ou SNC CAPÍTULO 3 – BALANÇO  Ativos o Para um bem ser considerado como ativo tem de haver benefícios económicos futuros e o seu valor tem de ser determinado com fiabilidade. o Exemplos: mercadorias compradas por uma entidade equipamentos que integram uma linha de produção o Uma entidade pode ter o controlo efetivo dos benefícios económicos inerentes a um ativo sem ter a titularidade jurídica dos direitos de propriedade (exemplo: locações financeiras). Ativos Correntes Ativos Não Correntes Definição Realizados no decurso normal do ciclo operacional Detidos para negociação Realizados em menos de 12 meses Ativos que não observam os requisitos necessários para se classificarem como ativos correntes Exemplos Inventários (ativos detidos para venda no decurso normal do negócio/processo de produção para venda) Caixa e seus equivalentes Ativos Biológicos (animais ou plantas vivas relacionadas com a atividade agrícola) Clientes (direito contratual de receber dinheiro ou outro ativo de clientes) Ativos Fixos Tangíveis (uso na produção/fornecimento de bens e serviços; arrendamento a terceiros; usados durante mais de 12 meses) Propriedades de Investimento (detidas para obter rendas ou para valorização de capital) Ativos Intangíveis (ativos não monetários identificáveis sem substância física)  Passivos o Para os passivos serem reconhecidos no balanço tem de haver uma saída de recursos incorporando benefícios económicos resultante da liquidação de uma obrigação presente e o seu valor tem de ser calculado com fiabilidade. o Exemplos: empréstimo bancário detido pela entidade dívida a pagar a um fornecedor o Os passivos de uma entidade têm geralmente uma data de vencimento definida. No entanto também são passivos da entidade aqueles que não tenham uma data de liquidação certa, desde que seja provável que a sua liquidação implique uma saída de recursos que incorporam benefícios económicos. Passivos Correntes Passivos Não Correntes Definição Liquidados no decurso normal do ciclo operacional Detidos para venda/consumo ou para finalidades de negociação Realizados até 12 meses após o período de relato Passivos que não observam os requisitos necessários para se classificarem como passivos correntes Exemplos Dívidas a pagar a fornecedores Empréstimos bancários de curto prazo Adiantamentos de clientes Estado e outros entes públicos (valor a pagar de impostos sobre o rendimento) Provisões (passivos cujo valor ou data de liquidação são incertos) Financiamentos obtidos (financiamentos a pagar num prazo superior a 12 meses) Outras dívidas a pagar (não correntes) D C + - Saldo Devedor Débitos > Créditos D C - + Saldo Credor Créditos > Débitos  Capital Próprio o Tem um carácter residual (depende dos conceitos de ativo e passivo) e o seu valor corresponde ao somatório das contribuições dos proprietários da entidade líquidas das distribuições e dos rendimentos gerados pela entidade deduzidos dos respetivos gastos. o Exemplos: capital subscrito (instrumentos de capital próprio emitidos em relação aos quais os subscritores ficam obrigados a pagar dinheiro ou entregar qualquer outro recurso em troca dos referidos instrumentos de capital próprio) reservas legais (reservas exigidas por lei – pelo menos 5% do resultado positivo do período deve ser destinado à constituição da reserva legal até esta atingir 20% do capital)  Estrutura do Balanço o Só no SNC é que existe um modelo, que é: 1. Ativos (não correntes e depois correntes) 2. Capital Próprio 3. Passivos (não correntes e depois correntes)  Efeito das transações no Balanço o Durante o período de relato, a entidade procede à acumulação do efeito monetário de cada uma das transações em cada uma das contas que integram o seu sistema de contas. o Contas: forma organizada de acumular o efeito monetário das transações em cada um dos elementos do Balanço e da Demonstração dos Resultados. o O registo do efeito de cada uma das transações nas contas da entidade efetua-se através de lançamentos no Diário (registo cronológico de cada transação) e no Razão (registo de cada transação). o Princípios de análise das transações:  Cada transação afeta pelo menos duas contas. – SISTEMA DE DUPLA ENTRADA  A equação fundamental da contabilidade mantém-se após o registo de cada transação.  As contas do ativo DEBITAM-SE PELOS AUMENTOS e CREDITAM-SE PELAS DIMINUIÇÕES.  As contas do passivo e capital próprio DEBITAM-SE PELAS DIMINUIÇÕES e CREDITAM-SE PELOS AUMENTOS. CAPÍTULO 4 – DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS  Rendimentos o Aumento do ativo ou diminuição do passivo que resultem num aumento do capital próprio. o Para serem reconhecidos como rendimentos tem de haver um aumento de benefícios económicos futuros e o seu valor tem de ser determinado com fiabilidade. o Exemplos: vendas de mercadorias juros de depósitos a prazo o Rédito – rendimentos que resultam da venda e prestação de serviços o ATENÇÃO: recebimentos de dívidas de clientes não é rendimento porque apesar de haver aumento de um ativo (caixa) há diminuição de outro ativo (clientes).  Gastos o Diminuição do ativo ou aumento do passivo que resultem numa diminuição do capital próprio. o Para serem reconhecidos como gastos tem de haver uma diminuição de benefícios económicos futuros e o seu valor tem de ser determinado com fiabilidade. o Exemplos: custo das mercadorias vendidas (gasto reconhecido ao mesmo tempo que o rendimento, reconhecido de imediato) depreciação de ativos fixos tangíveis (gasto que vai ser reconhecido ao longos dos anos de forma sistemática (p.e. valor do ativo/10 de usarmos o A.F.T. durante 10 anos)  Estrutura da Demonstração dos Resultados o SNC: apresentação dos gastos classificados por natureza (obrigatório) o IFRS: apresentação dos gastos classificados por natureza ou por função (opcional) o Vendas + Prestação de Serviços – CMVMC – Gastos com pessoal – FSE = EBITDA o EBITDA – DA (Depreciações e Amortizações) = EBIT o EBIT + Juros obtidos – Juros suportados = Resultado antes de impostos o Resultado antes de impostos – Impostos sobre o rendimento = Resultado Líquido Rendimentos - Gastos = Resultado Líquido Resultados Parciais EBIT – Earnings Before Interests and Taxes EBITDA – Earnings Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization Resultado antes de impostos  De acordo com o SNC, os fluxos de caixa das atividades operacionais devem ser obrigatoriamente apresentados de acordo com o método direto. Pelo contrário, de acordo com IFRS, as empresas podem optar por apresentar os fluxos de caixa das atividades operacionais pelo método direto ou indireto, apesar do método direto ser recomendado.  Contudo, as empresas com títulos admitidos à cotação em Portugal, apesar de aplicarem as IFRS, são obrigadas a apresentar os fluxos de caixa das atividades operacionais pelo método direto. CAPÍTULO 6 – OPERAÇÕES DE FINAL DE PERÍODO  No final do período contabilístico, é elaborado um Balancete de Verificação, um quadro onde constam todas as contas da empresa, com indicação dos valores acumulados a débito e a crédito e com indicação do saldo apurado, devedor ou credor. O trabalho contabilístico – Parte I  Com base no Balancete de Verificação, a empresa procede aos lançamentos de regularização ou retificação, que visam regularizar os valores apurados em algumas das contas de ativos, passivos, rendimentos e gastos. De entre os lançamentos de regularização que a empresa poderá ter que efetuar destacam-se os lançamentos relativos ao reconhecimento de acréscimos e diferimentos e os lançamentos relativos ao reconhecimento das depreciações de ativos fixos tangíveis e amortizações de ativos intangíveis.  Depois de concluídos os lançamentos de regularização, as empresas elaboram o Balancete retificado. Seguidamente, realizam-se os lançamentos de apuramento de resultados e elabora- se o Balancete de encerramento, no qual constarão as contas de rendimentos e de gastos saldadas e o saldo devedor ou credor de resultado líquido. •Registo por ordem de datas Diário •Registo por conta Razão •Quadro com os débitos e os créditos de cada contaBalancete de Verificação O trabalho contabilístico – Parte II  Finalmente, as empresas preparam as demonstrações financeiras. Usualmente, a Demonstração de resultados é elaborada com base nos valores apresentados no Balancete retificado e o Balanço é preparado com base nos valores apresentados no Balancete de encerramento. Salienta-se que o diário, o razão e os balancetes elaborados pelas empresas não são demonstrações financeiras, mas sim documentos de suporte ao processo de elaboração das demonstrações financeiras, pelo que não são objeto de divulgação pública. Ciclo do trabalho contabilístico •Quadro com os débitos e os créditos de cada conta Balancete de Verificação •Quadro que reflete os ajustamentos de retificação Balancete retificado •Quadro que reflete o apuramento de resultados Balancete de Encerramento Análise e registo das transações no diário e no razão Preparação das demonstrações financeiras Encerramento de contas e apuramento de resultados Ajustamentos de retificação  Acréscimos e diferimentos o A demonstração dos resultados é preparada de acordo com o regime do acréscimo, na medida em que os rendimentos e os gastos são reconhecidos no período a que dizem respeito, independentemente do momento em que se verifica o seu recebimento ou pagamento. o Algumas transações ou acontecimentos que ocorrem num período só ficam completas no período seguinte. No final do período de relato será necessário reconhecer os rendimentos e os gastos o período cujo recebimento e pagamento só irá ocorrer no período ou nos períodos seguintes. o Considera-se por exemplo o consumo de eletricidade efetuado em dezembro do ano X. Apesar do consumo se verificar durante o mês de dezembro, a empresa só irá receber a fatura e efetuar o pagamento do referido consumo no ano seguinte (X+1). Atendendo ao pressuposto do regime do acréscimo, o gasto deve ser reconhecido no período em que foi incorrido, isto é, em dezembro do ano X. Contudo, o pagamento só irá ocorrer em janeiro de X+1. Desta forma, no ano X, a empresa deve reconhecer o gasto relativo à estimativa do consumo de eletricidade do mês de dezembro (FSE) e a obrigação presente de efetuar o referido pagamento no ano X+1 (Outras Contas a Pagar – acréscimo de gastos). Acréscimo de rendimentos e de gastos o Sempre que num período de relato se realizam recebimentos ou pagamentos cujo rendimento ou gasto deve ser reconhecido no período ou em períodos seguintes, a entidade deve usar contas de rendimentos diferidos e de gastos diferidos. o Considere-se, por exemplo, o recebimento em dezembro do ano X da renda de um armazém relativa ao mês de janeiro de X + 1. Atendendo ao pressuposto do regime do acréscimo, o rendimento deve ser reconhecido no período a que diz respeito, isto é, em janeiro de X + 1. Desta forma, no ano X, a empresa deve registar um aumento de caixa ou depósitos à ordem na sequência do recebimento do valor da renda por contrapartida de uma conta de diferimentos (rendimentos diferidos). No ano seguinte, a empresa anula a conta de diferimentos e reconhece o rendimento relativo à renda de janeiro de X + 1. Ano N Ano N + 1 Rendimento Gasto Recebimento Pagamento Acréscimo de rendimentos Acréscimo de gastos Consumo de MP + Custos de Transformação o Mercadorias (Empresas Comerciais): Custo = Custo da Compra o Matérias-Primas (Empresas Industriais): Custo = Custo da Compra o Produtos Acabados (Empresas Industriais): Custo =  Desreconhecimento de inventários (retirar do balanço) o Empresas Comerciais Desreconhecimento por venda (+ reconhecimento do rédito) Mercadorias CMV Desreconhecimento por perda Mercadorias Perdas por Imparidade o Empresas Industriais Desreconhecimento por consumo Matérias-primas CMC Preço de compra + Direitos de importação e impostos não recuperáveis + Custos de transporte e de manuseamento - Descontos comerciais Custos de transformação diretos + indiretos (Contabilidade de Gestão) Desreconhecimento por perda Matérias-Primas Perdas Por Imparidade  Contabilidade de Gestão Produtos acabados Variação da Produção Inventário Inicial Inventário Final  Critérios de Custeio das Saídas: Para determinar o custo da mercadoria vendida ou matéria consumida, existem alguns critérios: o Custo Específico o FIFO ou CMP: Os primeiros a entrar em armazém são os primeiros a sair  Cenário com inflação L1 L2 L3 Armazém L3 (I n ve nt ár io Fi n al Inventário Final L1 L2 CMVMC FIFO L1 L2 L3 Armazém L1, L2, L3 (Inventár io Final Inventário Final L1 L2 L3 CMP CMVMC FIFO CMVMC < Inventário Final > CMP CMVMC > Inventário Final <  Sistemas de Inventário o Inventário Permanente: contagem física no final do ano para validar o valor do inventário final. O valor do inventário final é igual ao saldo da conta mercadorias. o Inventário Intermitente: temos o saldo inicial de 1 de janeiro e ao longo de todo o ano não se faz nenhum registo de mercadorias – fica sempre com o saldo inicial. No fim do ano faz-se a contagem física, retira-se o valor do inventário final e, por diferença, descobre-se o CMVMC. Simplifica o processo mas dá menos informação e existe menos controlo, daí a ser mais utilizado por microentidades. CMV = Mercadorias no início período + Compras de Mercadorias – Mercadorias no fim do período CMP = MP no início do período + Compras de MP – MP no fim do período Mercadorias/MP no Início do Período Compras de Mercadorias/MP Custo das Mercadorias Vendidas/Custo das Matérias Consumidas Mercadorias/MP no Final do Período