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Guias e Dicas
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TFG - ARQUITETURA E URBANISMO: HOSTEL DE ARQUITETURA VERNACULAR, Teses (TCC) de Arquitetura

Trabalho final de graduação de arquitetura e urbanismo sobre um hostel de arquitetura vernacular.

Tipologia: Teses (TCC)

2020

Compartilhado em 08/05/2020

thomas-delenga-dos-santos
thomas-delenga-dos-santos 🇧🇷

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Baixe TFG - ARQUITETURA E URBANISMO: HOSTEL DE ARQUITETURA VERNACULAR e outras Teses (TCC) em PDF para Arquitetura, somente na Docsity! CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a promoverem as transformações futuras”. HOSTEL THOMAS DELENGA DOS SANTOS Foz do Iguaçu - PR 2013 ii THOMAS DELENGA DOS SANTOS HOSTEL Trabalho Final de Graduação apresentado aos Profs. Ms. Lúcio Freitas e Ms. Silvia T. Betat, como requisito parcial de avaliação da disciplina de Trabalho Final de Graduação I, do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Dinâmica das Cataratas (UDC). Foz do Iguaçu – PR 2013 v LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: OPERA HOUSE, SIDNEY - AUSTRÁLIA. EXEMPLO DE PÓS MODERNISMO ............ 23 FIGURA 2: CASA SOBRE PALAFITA, NORTE BRASILEIRO ................................................... 24 FIGURA 3: ARQUITETURA VERNACULAR NO YEMEN ........................................................ 25 FIGURA 4: VISTA GERAL DA POUSADA TEJU-AÇU ............................................................ 29 FIGURA 5: ADIÇÃO DOS ELEMENTOS DE COMPOSIÇÃO ..................................................... 30 FIGURA 6: DISTRIBUIÇÃO EM DA FORMA EM MALHA ......................................................... 31 FIGURA 7: FORMA PONTIAGUDA DAS EDIFICAÇÕES ......................................................... 31 FIGURA 8: INTERLIGAÇÃO POR PASSARELAS .................................................................. 31 FIGURA 9: DESTAQUE AOS TRONCOS COMO ELEMENTO ESTRUTURAL. .............................. 32 FIGURA 10: INSERÇÃO NA NATUREZA. ........................................................................... 32 FIGURA 11: IMPLANTAÇÃO ............................................................................................ 33 FIGURA 12: NÍVEL INFERIOR DA SEDE ............................................................................ 34 FIGURA 13: NÍVEL SUPERIOR DA SEDE ........................................................................... 34 FIGURA 14: DETALHE DA ESTRUTURA EM TRONCO DE EUCALIPTO .................................... 35 FIGURA 15: FACHADA PRINCIPAL DA POUSADA ............................................................... 36 FIGURA 16: IMPLANTAÇÃO ............................................................................................ 37 FIGURA 17: DETALHE DOS MATERIAIS. ........................................................................... 38 FIGURA 18: IMPLANTAÇÃO ............................................................................................ 39 FIGURA 19: DETALHE DO TELHADO ............................................................................... 40 FIGURA 20: DETALHE DO FORRO ................................................................................... 40 FIGURA 21: FUNDOS DA RESIDÊNCIA ............................................................................. 41 FIGURA 22: MARCAÇÃO DOS VOLUMES .......................................................................... 42 FIGURA 23: INTEGRAÇÃO DOS AMBIENTES VOLTADO AOS FUNDOS. .................................. 43 FIGURA 24: LUZ E CALOR SOLAR NO INTERIOR DA RESIDÊNCIA ......................................... 44 FIGURA 25: DETALHE DO MEZANINO QUE INTEGRA-SE A ÁREA SOCIAL DA RESIDÊNCIA........ 44 FIGURA 26: VISTA DOS BANGALÔS ................................................................................ 45 FIGURA 27: PLANTA BAIXA DO BANGALÔ ........................................................................ 46 FIGURA 28: ELEVAÇÕES DO BANGALÔ ........................................................................... 46 FIGURA 29: CABANA DE PAU-A-PIQUE E COBERTURA DE PIAÇAVA ..................................... 47 FIGURA 30: IMPLANTAÇÃO ............................................................................................ 48 FIGURA 31: VEGETAÇÃO FAZENDO SEPARAÇÃO ENTRE OS BANGALÔS .............................. 49 FIGURA 32: MAPA DE LOCALIZAÇÃO .............................................................................. 51 FIGURA 33: GRÁFICO COM SEXO DOS ENTREVISTADOS. .................................................. 53 vi FIGURA 34: GRÁFICO COM A IDADE DOS ENTREVISTADOS. ............................................... 54 FIGURA 35: GRÁFICO COM A NACIONALIDADE DOS ENTREVISTADOS. ................................ 54 FIGURA 36: GRÁFICO COM A FREQUÊNCIA DA HOSPEDAGEM EM HOSTELS. ........................ 55 FIGURA 37: GRÁFICO COM A QUANTIDADE DE DIAS QUE UM HÓSPEDE FICA EM UM HOSTEL. 55 FIGURA 38: GRÁFICO SOBRE A QUALIDADE/INFRAESTRUTURA DO HOSTEL. ....................... 55 FIGURA 39: GRÁFICO SOBRE A COMPATIBILIDADE DO HOSTEL COM O PORTE DA CIDADE. .... 56 FIGURA 40: GRÁFICO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA CARACTERIZAÇÃO DO HOSTEL CONFORME A CIDADE........................................................................................................................ 56 FIGURA 41: GRÁFICO SOBRE O QUE ATRAI UM HÓSPEDE A UM HOSTEL. ............................ 57 FIGURA 42: GRÁFICO SOBRE A INTERAÇÃO DO TURISTA E O CIDADÃO LOCAL. .................... 57 FIGURA 43: GRÁFICO SOBRE AS EXPECTATIVAS ATENDIDAS NO HOSTEL. .......................... 57 FIGURA 44: GRÁFICO SOBRE A FACILIDADE DA RESERVA. ................................................ 58 FIGURA 45: GRÁFICO SOBRE O PROCESSO DE RESERVA. ................................................ 58 FIGURA 46: FACHADA DO BAMBUS HOSTEL ................................................................... 59 FIGURA 47: DORMITÓRIO SIMPLES. ............................................................................... 60 FIGURA 48: DORMITÓRIO COMPARTILHADO DE 8 CAMAS ................................................. 60 FIGURA 49: LOCKER ROOM. .......................................................................................... 61 FIGURA 50: RECEPÇÃO ................................................................................................ 61 FIGURA 51: PISCINA. ................................................................................................... 62 FIGURA 52: COZINHA E BAR. ......................................................................................... 62 FIGURA 53: MAPA DE FOZ DO IGUAÇU, COM INSERÇÃO DA QUADRA ESCOLHIDA PARA IMPLANTAÇÃO DO HOSTEL. ............................................................................................ 65 FIGURA 54: MAPA PARCIAL DE FOZ DO IGUAÇU, COM TERRENO ESCOLHIDO PARA IMPLANTAÇÃO DO HOSTEL. ............................................................................................ 66 FIGURA 55: TERRENO ESCOLHIDO, VISTA FRONTAL......................................................... 66 FIGURA 56: TERRENO ESCOLHIDO, VISTA LATERAL. ........................................................ 67 FIGURA 57: ENTORNO IMEDIATO. .................................................................................. 68 FIGURA 58: REGIÃO DE INFLUÊNCIA. ............................................................................. 69 FIGURA 59: CONFIGURAÇÃO DAS VIAS. .......................................................................... 70 FIGURA 60: DEMARCAÇÃO DO TERRENO. ....................................................................... 71 FIGURA 61: ORIENTAÇÃO SOLAR. .................................................................................. 72 FIGURA 62: VENTOS PREDOMINANTES. .......................................................................... 73 FIGURA 63: TOPOGRAFIA. ............................................................................................ 73 FIGURA 64: EDIFICAÇÕES EXISTENTES. ......................................................................... 74 vii FIGURA 65: VEGETAÇÃO EXISTENTE. ............................................................................. 74 FIGURA 66: PRINCÍPIO DO CONCEITO. ........................................................................... 75 FIGURA 67: TRANSFORMAÇÃO DO CONCEITO. ................................................................ 76 FIGURA 68: ORGANOGRAMA. ........................................................................................ 78 FIGURA 69: FLUXOGRAMA. ........................................................................................... 79 FIGURA 70: MACROZONEAMENTO. ................................................................................ 80 x 6.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES ................................................................................ 76 6.3 ORGANOGRAMA...................................................................................................... 77 6.4 FLUXOGRAMA ......................................................................................................... 79 6.5 MACROZONEAMENTO ...................................................................................... 80 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 81 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 83 APÊNDICE A ............................................................................................................ 83 APÊNDICE B ............................................................................................................ 88 APÊNDICE C ............................................................................................................ 90 11 INTRODUÇÃO Devido às atrações turísticas, a cidade de Foz do Iguaçu recebe um fluxo muito grande de visitantes, sendo a segunda cidade mais visitada por turistas estrangeiros no Brasil, detendo assim 17% do mercado nacional (RANK BRASIL, 2013). São em média 1.500.000 turistas por ano visitando o Parque Nacional do Iguaçu que é um dos principais atrativos da cidade (SECRETARIA MUNICIPAL DO TURISMO DE FOZ DO IGUAÇU, 2012). A cidade ainda conta com turismo de eventos e turismo de compras no Paraguai. O destaque da cidade vem dos atrativos naturais, por isso há um apelo para o Ecoturismo e esportes na natureza, além do Parque Nacional do Iguaçu, tem também a Itaipu, que tem desenvolvido projetos voltados a área do ecoturismo e desporto. Uma cidade com tantos atrativos e um grande campo hoteleiro deve oferecer uma estrutura para os mais variados tipos de turistas. É de interesse para o setor turístico atender não só os viajantes brasileiros, mas também aos estrangeiros. Sabendo-se que se acercam grandes eventos no Brasil, como Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas de Verão em 2016 e até mesmo os X-Games, que serão realizados durante três anos na cidade (2013, 2014 e 2015) com a possibilidade de se tornar a cidade sede deste evento que é a olimpíada do esporte radical, é grande a responsabilidade de agradar os visitantes e oferecer variados tipos de hospedagem. Com a ideia de atender um público diferenciado, o hostel é uma alternativa de hospedagem que vem crescendo. Geralmente estabelecidos em edificações já existentes, ele é adaptado para receber uma grande quantidade de pessoas em pouco espaço. Sendo um dos meios de hospedagem mais barato, o hostel é largamente frequentado por jovens, ecoturistas e também é um ponto de encontro de mochileiros. Apesar de frequentados também por famílias, não é esse o público geralmente encontrado. Os hostels geralmente são instalados em casa ou edificações antigas, que são adaptadas para receber um grande número de pessoas no menos espaço possível. 12 Em função desses motivos, a cidade de Foz do Iguaçu comportaria sim, mais um hostel, tendo como base os grandes eventos e o crescente número de turistas, ampliando assim o número de leitos na cidade e contribuindo com a diversidade de turistas. O objetivo geral do trabalho é comprovar a viabilidade de um Hostel, no centro da cidade com a capacidade média para receber 50 hóspedes simultaneamente. O hostel seguirá a escola arquitetônica do Regionalismo Crítico, o dito vernacular, para buscar uma identidade a construção. No primeiro capítulo deste trabalho serão abordados temas relacionados à hospedagem, hospitalidade, hotelaria, assim como seu histórico, meios de hospedagem e suas classificações, o hostel e seu histórico e evolução. Além de falar sobre a escola arquitetônica que será adotada. Já no capítulo 2 serão apresentadas as ferramentas que serão utilizadas para comprovar a viabilidade, trata-se da metodologia. As definições destes instrumentos e quais serão seus usos para comprovar a viabilidade do hostel. No capítulo 3 serão apresentados dois correlatos temáticos e dois teóricos, que ajudarão na proposta do futuro projeto arquitetônico. Nos correlatos teóricos serão duas construções sobre a mesma escola arquitetônica do tema e nos temáticos duas obras semelhantes ao tema. No quarto capítulo será demonstrado o perfil da cidade de Foz do Iguaçu, bem como os resultados das pesquisas que foram aplicadas, como visita técnica, questionários e entrevistas. Estes dados farão parte das considerações sobre a viabilidade. Dados sobre o terreno serão apresentados no quinto capítulo, bem como justificativa da escolha, características topográficas, solar e de ventos. Serão também apresentadas imagens apontando edificações e vegetação existente, sistema viário, área de influência e entorno imediato. No sexto e último capítulo serão apresentadas as diretrizes projetuais, apontando o conceito, o programa de necessidades, organograma, fluxograma e o macrozoneamento. 15 Até o começo do século XIX o local onde as pessoas se hospedavam eram chamadas de hospedaria, que teve origem da palavra latina hospitiolum que significa casa que recebe todos e que recebe algo em troca. (JANEIRO, 1997) Segundo Andrade (2005), o responsável pelas ofertas hoteleiras mais antigas foi o comércio. Na antiguidade surgiram rotas comerciais na Ásia, Europa e África, isto gerou núcleos urbanos e centros hospedeiros para atender os viajantes. Na Idade Média, a hospedagem era uma obrigação moral e espiritual, sendo assim a hospedagem era feita em mosteiros e abadias. Depois da chegada das monarquias nacionais, quem passou a oferecer a hospedagem foi o próprio Estado, em seus palácios ou nas instalações administrativas ou militares. Quem não podia usufruir da hospedagem do Estado, dormiam precariamente em estalagens e albergues. Depois da Revolução Industrial e a propagação do capitalismo, a hospedagem passou a ter papel importante na economia e a ser explorada comercialmente. No início do século XIX é que se passou a adotar padrões, funcionário. (ANDRADE, 2005) Nesta época o turismo se torna uma importante atividade econômica, principalmente nos países mais ricos, onde a renda média da população tinha aumentado, sobrando recursos para dispor em lazer. O desenvolvimento da economia em todo o mundo aumentou o fluxo de viagem local e internacional, isto impulsionou o surgimento de redes hoteleiras. (ANDRADE, 2005) 1.2.2 Hotelaria no Brasil Conforme história da evolução da hotelaria no mundo, no Brasil ocorreu o mesmo fenômeno. Andrade (2005) conta que durante o período colonial aqui no Brasil, as pessoas se hospedavam em casas-grandes de engenhos e fazendas, em casarões nas cidades, em conventos ou em ranchos que margeavam as estradas. As pousadas e ranchos foram se juntando a outras atividades comerciais e de prestação de serviços, que posteriormente tornavam-se povoados que futuramente tornavam-se cidades. Também é bastante comum as famílias receberem pessoas em sua casa, tendo em muita das casas o conhecido quarto de hóspede. (ANDRADE, 2005). 16 Os jesuítas, envolvidos pelo sentimento de caridade, também recebiam pessoas nos conventos, eram pessoas importantes e hóspedes comuns também, tanto que foi construído no mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro (na metade do século XVIII) uma ala exclusiva para hospedagem. (ANDRADE, 2005) Surgiu no Rio de Janeiro, no século XVIII, estalagens, ou casas de pasto, que ofertavam alojamento a pessoas que necessitavam, os futuros hotéis davam início nessas estalagens. Estas casas de pasto a princípio ofertavam refeições e depois passou a oferecer lugares para dormir. (ANDRADE, 2005). Com a chegada da corte portuguesa no Brasil, incentivou-se a criação de hospedarias, pois o fluxo de estrangeiros era grande e consequentemente a demanda por alojamentos aumentou, as hospedarias evoluíram e passaram denominar-se hotel. (ANDRADE, 2005). No ano de 1966 é criada a EMBRATUR que ajuda na implantação de grandes hotéis. Já no ano de 1990 as cadeias hoteleiras mundiais entram definitivamente no Brasil. (ANDRADE, 2005). Sob cuidados da EMBRATUR, uma crescente demanda foi reprimida através dos novos empreendimentos de luxo. Muitos segmentos turísticos tinham demanda diferente das dos hotéis de luxo, deixando assim, as categorias mais baixas mal servidas. (PEREIRA & COUTINHO, 2007) Desde o surgimento da hotelaria no Brasil até os anos de 1970 a hotelaria não era um negocio lucrativo, só através de força de lei, dando incentivos fiscais. Nesta época grandes complexos hoteleiros foram instalados no país, inclusive uma Escola de hotelaria em Caxias do Sul, no Rio Grande dos Sul. (PEREIRA & COUTINHO, 2007) Atualmente o setor hoteleiro do Brasil está bem segmentado, muitas vezes categorias diferentes não competem entre si, pois já tem seu próprio público. Hoje, o Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem mostra esta segmentação através das diversas categorizações. (MELLO & GOLDENSTEIN, 2011) O mercado brasileiro de turismo vem crescendo nos últimos anos através do número de desembarques, ocupação dos leitos, aumento dos gastos dos turistas, aumento do faturamento da indústria do turismo, sem contar os incentivos do governo através de financiamentos. (MELLO & GOLDENSTEIN, 2011) 17 1.3 MEIOS DE HOSPEDAGEM E SUA CLASSIFICAÇÃO Chon (2003) diz que devido às mudanças constantes dos meios de hospedagem, pode não ser fácil a uma pessoa leiga saber sobre cada meio de hospedagem e o que cada tipo oferece. A necessidade de classificar os meios de hospedagem surge quando eles passam a atender diferentes tipos de públicos e gostos, antes havia somente duas opções: hotel de luxo ou econômico, hoje há um amplo campo para cada tipo de hóspede. (CHON, 2003) Em virtude do rápido crescimento econômico mundial e o aumento da oferta, os hoteleiros começaram a diferenciar-se no mercado, ofertando diversos tipos de acomodações. Esta diferenciação faz parte da evolução e desenvolvimento da própria hotelaria. No princípio, os hotéis eram somente para passar uma noite, hoje atrai congressos, convenções, pessoas em busca de lazer e descanso. Uma maior diversidade de pessoas ou grupo de pessoas pode ser atendida nos atuais meios de hospedagem. (CHON, 2003) A classificação destes meios de hospedagem se fez necessário até mesmo como uma questão de marketing. (CHON, 2003) Andrade (2005) classifica e define os hotéis:  Segundo o padrão e características de suas instalações, pelo conforto, preço e qualidade dos serviços. A ABIH e a EMBRATUR classificam os hotéis dessa maneira, para orientar tanto o público, quanto a investidores. Conforme o padrão e as características das suas instalações, ou seja, o grau de conforto, a qualidade dos serviços e os preços.  Segundo o local: hotéis nas cidades, na montanha, na praia ou até mesmo de aeroporto.  Segundo a sua destinação: para turismo, lazer, negócio, convenção, etc. Na tabela 1 estão descritos os meios de hospedagem segundo a Deliberação Normativa 367, de 23/11/96: Tabela 1 – Meios de hospedagem e as características que os distinguem. Os meios de hospedagem de turismo e as características que o distinguem Tipo Localização Natureza da Clientela Infraestrutura 20 Segundo Chon (2003, p. 102), “albergues são acomodações no estilo de dormitórios para grupos específicos como jovens, em que as instalações são básicas, compartilhadas e inspecionadas”. 1.4.1 Surgimento e crescimento do hostel no mundo e no Brasil O hostel surgiu com uma filosofia de viagem que mistura a descoberta de culturas e pessoas com um turismo econômico e acessível a todos. (KARR, 2011). No ano de 1909, um professor alemão chamado Richard Schirmann idealizou a criação dos hostels e no final dá década de 20, o alberguismo já tinha se difundido por toda a Europa. Durante a Segunda Guerra Mundial o movimento permaneceu estagnado e só em 1934 o alberguismo chegou ao continente americano. (KARR, 2011). Originalmente criado para ajudar os jovens com limitada experiência para viajar, inclusive fora do país, o hostel agora é o coração do turismo internacional e de um largo grupo de idade. Os hostels têm de receita cerca de US$ 1,4 bilhão por ano. (HI HOSTEL, 2013). Desde 1909, quando o hostel nasceu das excursões de um professor alemão, tornou-se uma das grandes comunidades internacional, com cerca de três milhões de membros e com uma filosofia que nunca foi tão relevante. (HI HOSTEL, 2013). Foi só no ano de 1961, através de um casal de professores é que o hostel foi implantado no país. O casal do Rio de Janeiro, Ione e Joaquim Trotta, trouxeram a ideia depois de uma viagem na França no ano de 1956. (APAJ, 2013). Com o nome de Residência Ramos, o primeiro hostel do Brasil foi implantado no bairro de Ramos. Ficou aberto de 1965 até 1973, na mesma época já funcionavam dois hostels na cidade de São Paulo e outro em Campos do Jordão, ambos foram fechados pelo Governo Militar por reunir universitário. (APAJ, 2013). No ano de 1971, foi fundada no Rio de Janeiro, a Federação Brasileira de Albergues da Juventude (FBAJ) e no ano de 1984 a Associação Paulista de Albergues da Juventude (APAJ), que recebeu grande apoio do então governador Franco Montoro, uma das ajudas foi a doação de quarto imóveis a entidade. Já em 21 1986, João Dória Junior assume a presidência da EMBRATUR e incentiva a criação de hostels e o ajuda a difundir pelo Brasil. (APAJ, 2013). Atualmente o a Hostelling International provê 35 milhões de pernoites por ano em mais de 4 mil hostels em 80 países. (HI HOSTEL, 2013). Hoje o frequentador do hostel não é só uma pessoa na casa dos 30 anos que sai com sua família, ou é uma pessoa que sai caminhando com sua mochila, ou faz parte de um grupo escolar. Todas as idades podem usar hostels como o sua porta de entrada para a exploração cultural e apreciação da natureza. (HI HOSTEL, 2013). O ambiente econômico, social e politico percebeu a dramática mudança neste último século. O movimento do hostel expandiu do coração da Europa para abraçar o mundo e suprir as expectativas dos jovens, que tem mais dinheiro, mais tempo livre e uma grande mobilidade como nunca antes. (HI HOSTEL, 2013). O hostel trabalha com jovens ativos de diferentes nacionalidades, culturas e ambientes sociais que se conhecem informalmente, compartilham experiências, aprendem de si mesmo, cada um em torno dos outros. (HI HOSTEL, 2013). O hostel também tem um papel fundamental, no desenvolvimento dos jovens como futuros empregados num mundo global. O ambiente do hostel desenvolve a consciência social e a importância de se viver em comunidade, desenvolve também a autodisciplina resultada das diferentes experiências, tendo diferentes situações, tomando decisões individuais a aprendendo com isso. (HI HOSTEL, 2013). 1.5 ESCOLA ARQUITETÔNICA 1.5.1 Pós-modernismo Derivada do contexto contra cultural da década de 60 do século XX, o pós- modernismo surge com a proposta de contestar a arquitetura moderna e seus seguidores, investigando e questionando os porquês do modernismo. (FRANCO; FRAGA; FARIAS, 2010) A „máquina de morar‟ de Le Corbusier passou a ser fortemente criticada devido ao movimento universalista de padronização a que defendia a arquitetura moderna, e o lema de Mies van der Rohe “less is more” passou a ser pronunciado 22 como sendo: “less is a bore” em um manifesto publicado em 1966, escrito por Robert Venturi, que defende uma “arquitetura contra o tédio e a repetição irrefletida”. (GLANCEY, 2007, p.199) A arquitetura “orgânico-romântica” que, com as suas superfícies empenadas, coberturas de modelação suave, paredes e pilares inclinados e formas inspiradas na natureza, lembrando a Arte Nova e, particularmente, a obra de Antônio Gaudi, exerceu alguma influência sobre o desenvolvimento geral. No entanto, foi a arquitetura “pós-moderna”, cujas origens remontam aos anos sessenta, que se tornou determinante. O americano Robert Venturi tinha projetado, em 1960, com o centro para a terceira idade na Filadélfia, uma espécie de edifício fundador do Pós- modernismo. Com a sua fachada simétrica, rica em panos de parede, a entrada sublinhada com uma coluna no eixo central, uma grande janela em segmento de arco e uma antena de televisão sem função como decoração e símbolo da ocupação principal dos moradores da CSA, possui já vários elementos típicos desta arquitetura. (TRONCA, 1999) Os porta-vozes da arquitetura pós-modernista procedem com a arquitetura moderna da mesma forma esquemática que o modernismo, que repudiara em bloco. Segundo Tronca (1999), o pós-modernismo não surgiu de maneira unificada e sim, nas adversidades de conceitos arquitetônicos. Por isso pode-se perceber, no desenvolver da escola, diversas correntes arquitetônicas que se deram através de diversas tendências. Passa-se então a compreender que as sociedades não podem ser vistas como únicas e padronizadas e desenvolve-se um novo olhar para as localidades e culturas existentes tentando buscar, de alguma maneira, a identidade cultural perdida na arquitetura. (FRANCO; FRAGA; FARIAS, 2010) O modo de criação do arquiteto se dá com a construção do espaço e não com a construção no espaço, e é isso que diferencia o pós-modernismo que tem como característica principal a harmonia com o entorno. (TRONCA, 1999) 25 Figura 3: Arquitetura Vernacular no Yemen Fonte: Steneri, 2010 26 2 METODOLOGIA Serão utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental. 2.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA Conforme Lima (2008), pesquisa bibliográfica é uma atividade de consulta de diversas fontes escritas, com objetivo de coletar informações a respeito de um tema. Lakatos e Marconi (1999, p. 73), diz que: Pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revista, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas quer gravadas. Segundo Gil (2007) a pesquisa bibliográfica desenvolve-se em materiais já elaborados, constituído principalmente de livros e artigos cientifico. A aplicação da pesquisa bibliográfica será no embasamento teórico de todo o trabalho. 2.2 PESQUISA DOCUMENTAL De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2002, apud LIMA, 2008) a pesquisa documental é um suporte com informação registrada, que possa servir como consulta, prova ou estudo. Podem ser impressos, manuscritos, imagens, registros audiovisuais e sonoros, sem modificações desde quando ocorreu. Lakatos e Marconi (1999) definem que a pesquisa documental é uma fonte de pesquisa que está restrita a documentos, escritos ou não, sendo assim uma fonte primária, podendo ser recolhidas na hora do acontecimento de algum fato, 27 “A pesquisa documental é muito semelhante a pesquisa bibliográfica, a diferença está na natureza da fonte, sendo que a pesquisa documental baseia-se em um material sem um tratamento analítico.” (GIL, 2007, p. 45). A aplicação da pesquisa documental neste trabalho será para buscar parâmetros construtivos legais, normas e definições que se façam necessárias. 2.3 PESQUISA DE CAMPO Lima (2008) esclarece que a pesquisa de campo é a apreensão dos fatos onde, quando e como ocorrem, dessa forma, quem define o que irá apreender é o próprio pesquisador, utilizando recursos metodológicos quantitativos e qualitativos, de forma sistematizada, registrando, selecionando e organizando sem manipulação ou experimentação. Este tipo de pesquisa é utilizado para conseguir informações sobre um problema que se busca resposta, ou de algo hipotético que se deseja comprovar e ainda descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. (LAKATOS E MARKONI, 1999). Na pesquisa de campo é na observação do contexto no qual é detectado um fato social, que primeiro examina-se e depois se buscam explicações por meio de métodos e das técnicas específicas. (FACHIN, 2003) Serão utilizados no trabalho a entrevista, o questionário e a visita técnica. 2.3.1 Entrevista Lima (2008) define entrevista como um encontro entre duas ou mais pessoas para obterem-se dados, informações, opiniões, impressões, interpretações, posicionamentos, depoimentos, avaliações etc. Procedimento utilizado na investigação social a entrevista coleta dados e ajuda no diagnóstico ou no tratamento de um problema social. (LAKATOS E 30 Ficha Técnica Denominação da obra: Pousada Teju-Açu Autores do projeto: Marco Antônio Gil Borsoi, Ruy Loreto e Tereza Simis Borsoi Escola de arquitetura: Organicismo Local da Obra: Fernando de Noronha - PE Ano da Obra: 2008 Área do terreno: 2.131 m² Área Construída: 655,60 m² 3.1.1.1 Análise da Forma Conforme figura 5, o formato da edificação é por adição, usando formas retangulares e triangulares, usando como inspiração a cabana primitiva. A relação dos elementos é face a face, fundindo-se e formando elementos pontiagudos. Figura 5: Adição dos elementos de composição Fonte: ARCOWEB, 2009. Adaptado pelo autor, 2013. 31 Já na implantação encontra-se uma distribuição linear, segundo representado na figura 6. De forma hierárquica as maiores edificações encontram-se no acesso principal, entre eles a área de lazer, logo em seguida os acessos aos dormitórios através das passarelas. Figura 6: Distribuição em da forma em malha Fonte: ARCOWEB, 2009. Adaptado pelo autor, 2013. As ligações e acessos à edificação, as varandas em balanço e o deque dão um movimento as edificações. Figura 7: Forma pontiaguda das edificações Fonte: ARCOWEB, 2009. Figura 8: Interligação por passarelas Fonte: ARCOWEB, 2009. As formas pontiaguda dão a impressão da integração das edificações com a vegetação do terreno aumentando a relação da construção com a natureza. 32 Figura 9: Destaque aos troncos como elemento estrutural. Fonte: ARCOWEB, 2009 Figura 10: Inserção na natureza. Fonte: ARCOWEB, 2009 35 3.1.1.3 Análise da Tecnologia Construída sobre palafitas, as cabanas tem como estrutura os troncos de eucalipto (ver figura 14), além de concreto armado nas fundações. As lajes são de um aglomerado de alta resistência, além do isolante termo acústico. Há sistema de captação de água das chuvas, reuso e tratamento da água utilizada. A telha de cimento possui alguns agregados que somada a pintura de cor neutra, ajudam na baixa absorção de água por parte do telhado. Partindo de um sistema construtivo ecológico, composto de madeira reflorestada, usando de painéis prensados e troncos de eucalipto, que em grande parte das edificações funciona como elemento estrutural. As janelas grandes entram como elemento de contemplação da natureza. Figura 14: Detalhe da estrutura em tronco de eucalipto Fonte: ARCOWEB, 2009. 36 3.1.2 Pousada Pedra Grande Pousada situada em Imbituba, Santa Catarina, com primeira fase concluída em 2004. É um pavilhão com seis apartamentos contendo cada um deles: sala/cozinha, dormitório e banheiro. (ARCOWEB, 2005). Em dois pavimentos com vista para o mar, a edificação também acompanha os níveis naturais do terreno. Conta com estilo arquitetônico regional, usando materiais da região, integrando a construção ao meio ambiente. (ARCOWEB, 2005). Figura 15: Fachada principal da pousada Fonte: ARCOWEB, 2005. Ficha Técnica Denominação da obra: Pousada Pedra Grande Autores do projeto: Miguel Pereira e Tagore Pereira Escola de arquitetura: Regionalismo Crítico Local da Obra: Imbituba, SC. Ano da Obra: 2004 (primeira fase) Área do terreno: 2.067 m² Área Construída: 600 m² 37 3.1.2.1 Análise da Forma Os formatos retangulares das edificações predominam na implantação (figura 16), tendo a parte mais larga voltada ao mar. Cada construção, feita em níveis diferentes terá a mesma vista do mar. Figura 16: Implantação Fonte: ARCOWEB, 2005. Adaptado pelo autor, 2013. Quanto aos materiais, a madeira foi utilizada para aproximar a obra ao estilo regionalista. Nos muros foram utilizados pedras, já nas calçadas foram blocos de concretos da cor verde e para realçá-los foram utilizadas juntas de madeira (figura 17). Uma escultura no fim das cumeeiras é para mostrar que cada parte da construção foi planejada, como o cobre que reveste a base o e capitel dos pilares de madeira do piso superior (figura16). 40 Figura 19: Detalhe do telhado Fonte: ARCOWEB, 2005. A edificação também é composta por estruturas diferente, o primeiro pavimento, menor que o superior e adaptando-se ao terreno é feita de estrutura convencional de concreto, já o piso superior, feito de toras roliças, que também tem função estrutural. Para manter a mesma identidade dos dois pavimentos, no pavimento inferior as vigas foram pintadas da mesma forma que a superior, confundindo com a mesma estrutura da parte superior. O forro também é revestido por pequenas toras roliças cortadas ao meio (figura 20). Já os brises são compostos de bambus. Figura 20: Detalhe do forro Fonte: ARCOWEB, 2005. 41 3.2 CORRELATO TEÓRICO 3.2.1 Residência Paulo Cesa Filho A qualidade de vida da Serra Gaúcha, na cidade de Gramado, atraiu o arquiteto Paulo Cesa Filho para construir sua residência. Na construção Cesa utilizou a madeira como principal material da obra, além dos demais materiais da região, como tijolo in natura, pedra e a telha metálica, remetendo sua obra a tradicional arquitetura local. (ARCOWEB, 2002). Através de uma linguagem contemporânea, utilizando-se de materiais típicos vernaculares, o projeto utiliza de elementos construtivos locais da região da Serra Gaúcha, mantendo a harmonia entre construção e paisagem. (ARCOWEB, 2002). Já no interior da residência há uma busca pela integração, a sala de jantar de estar, integram-se com a cozinha, já a frente da residência está um estúdio, no andar superior, entre as tesouras estão os quartos. (ARCOWEB, 2002). Figura 21: Fundos da Residência Fonte: ARCOWEB, 2002. Ficha Técnica Denominação da obra: Residência Paulo Cesa Filho Autores do projeto: Paulo Cesa Filho 42 Escola de arquitetura: Regionalismo Crítico Local da Obra: Gramado, RS Ano da Obra: 2002 Área do terreno: não informada Área Construída: não informada 3.2.1.1 Análise da Forma Para a composição do formato da residência o arquiteto utilizou-se da adição de volumes para marcar as fachadas. Na fachada principal é destacado o volume do estúdio, projetado para fora da edificação principal (figura 22). É também adicionado o elemento da lareira que é projetado acima do telhado, levando em conta que a lareira não é integrada, seu volume é externo Figura 22: Marcação dos volumes Fonte: ARCOWEB, 2002. Adaptado pelo autor, 2013. Gramado é uma cidade turística que nos anos 70 iniciou-se certa descaracterização da arquitetura local, dando espaço para alguns simulacros que viraram atração. A intenção do arquiteto foi trazer novamente a cultura local para a cidade, através de uma obra em madeira, que se integra a paisagem. (ARCOWEB, 2002). 45 3.2.2 Tauana Hotel Sentindo a falta de uma hospedagem que valorizasse a arquitetura brasileira, a arquiteta portuguesa Ana Catarina resolveu projetar e gerenciar este hotel, que é considerado uma pousada de luxo. (ARCOWEB, 2008). Figura 26: Vista dos Bangalôs Fonte: ARCOWEB, 2008. O hotel está localizado na praia de Corumbau e conta com nove bangalôs, bloco social, administração/residência, lavanderia e dependência dos empregados. Buscando integrar todo o projeto a paisagem local, Ana Catarina usou de técnica construtivas vernaculares e materiais brasileiros para fazer esta integração. (ARCOWEB, 2008). Ficha Técnica Denominação da obra: Tauna Hotel Autores do projeto: Ana Catarina Ferreira da Silva Escola de arquitetura: Regionalismo Crítico 46 Local da Obra: Prado, BA Ano da Obra: 2006 Área do terreno: 230.000 m² Área Construída: 2.300 m² 3.2.2.1 Análise da Forma O formato dos bangalôs é de adição de retângulos, no caso da planta baixa (figura 27) e nas fachadas é a adição de um elemento triangular que dá forma a cobertura (figura 28). Nota-se também que a edificação é sobre palafitas, não estando em contato direto com o solo. Observa-se a simetria e equilíbrio, tanto na planta baixa quanto na fachada. Figura 27: Planta baixa do bangalô Fonte: ARCOWEB, 2008. Adaptado pelo autor, 2013. Figura 28: Elevações do bangalô Fonte: ARCOWEB, 2008. Adaptado pelo autor, 2013. 47 Para camuflar as edificações em meio a paisagem, a arquiteta uso de pau-a- pique (figura 29), cobertura de piaçava e em algumas edificações o tijolo de adobe. . Figura 29: Cabana de pau-a-pique e cobertura de piaçava Fonte: ARCOWEB, 2008. Abusando dos elementos do Brasil, a arquiteta também inseriu ao projeto madeira de áreas de manejo, nas estruturas a maçaranduba, nos caixilhos a cerejeira, nos deques a garapa e cumaru nos pisos. 3.2.2.2 Análise da Função Conforme figura 30 da implantação, vemos a distribuição das funções no terreno. Próximos ao mar estão os bangalôs e bloco social, perto destas edificações está à administração e residência da proprietária. Aos fundos, a mais de 200 metros está a lavanderia e a dependência dos empregados. Observou-se a preocupação da arquiteta em manter a parte de serviço longe da área social. Ela também aproveitou a testada frente ao mar, que é a menor que as testadas restantes, ela dispôs os bangalôs em toda esta testada menor. 50 pessoal do serviço ou até mesmo para o próprio hóspede. E uma característica marcante do hostel é unidade entre os hóspedes, todos poderem estar próximos. Já nos correlatos teóricos foram escolhidos duas obras no Brasil que tem como estilo o Regionalismo Crítico. Ambas as obras buscam resgatar a memória regional e inserir sua construção ao meio ambiente. A cidade de Foz do Iguaçu é conhecida pelo turismo, nada mais adequado que ter um hostel, frequentado por pessoas de várias partes do mundo, e que tenha a identidade local. A duas obras do correlato teórico tem como objetivo a contemplação da natureza, nada mais justo que implante-se o hostel em um local que haja a tal contemplação e que ao mesmo tem insira-se no ambiente. 51 4 INTERPRETAÇÃO DA REALIDADE 4.1 LOCAL Localizada no extremo oeste paranaense, Foz do Iguaçu faz divisa com a Argentina e o Paraguai. Além de centro econômico, a cidade é também um importante destino turístico brasileiro. Com uma população de aproximadamente 260 mil habitantes, a cidade tem a marcante característica: multicultural. São quase 80 nacionalidades, tendo como maiores grupos étnicos os libaneses, chineses, paraguaios e argentinos. (PMFI, 2010). Figura 32: Mapa de Localização Fonte: PDM, 2006. 52 Na região oeste, onde está localizada a cidade, se concentra mais de um milhão e cem mil pessoas convivendo em 51 cidades. Das cidades que tem mais de cem mil habitantes estão Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu. (PMFI, 2010). A ocupação agrícola tomou conta da região na década de 70. A partir destes anos, iniciou-se a construção da Itaipu, foi quando houve um grande crescimento demográfico. No auge da construção, só de empregados, Itaipu já somava 40 mil pessoas, fora a população da cidade. Desde então o crescimento populacional foi continuo até o ano de 2007, quando começou um decrescimento populacional, chegando a população atual. (PMFI, 2010). 4.2 PERFIL SOCIO CULTURAL E SOCIOECONÔMICO, Uma das características marcantes da cidade foi o grande crescimento populacional. Um rápido estudo sobre estes números nos mostra que muitos dos problemas sociais e econômicos atuais são consequência desta explosão populacional. (PMFI, 2010) A construção da usina e o turismo de compra são os responsáveis por tal crescimento, criando novos cidadãos iguaçuenses, de baixa renda e com pouca qualificação profissional, vivendo com uma pequena parcela de pessoa de alta renda e qualificação. (PMFI, 2010) Atualmente Foz do Iguaçu chama atenção pela sua diversidade cultural, são mais de 80 etnias convivendo pacificamente, as maiores comunidades são do Líbano, China, Paraguai e Argentina. Integrada trinacionalmente, a cidade faz divisa com a Argentina e com o Paraguai. Com a Argentina foz divide uns do mais visitados atrativos turísticos do Brasil, as Cataratas do Iguaçu, já com o Paraguai, além de um centro de compras, há a Usina Hidrelétrica de Itaipu, a qual está na fronteira dos dois países. (PMFI, 2010) Hoje além do comércio e serviço a cidade é um polo turístico brasileiro. Segundo a EMBRATUR, Foz do Iguaçu é considerada o segundo destino no segmento “Lazer” mais visitado por turistas estrangeiros, ficando atrás do Rio de Janeiros. (PMFI, 2010) 55 Figura 36: Gráfico com a frequência da hospedagem em hostels. Fonte: Acervo do autor Sobre a quantidade de dias em que os turistas ficam no hostel, 2% costumam ficar 1 dia, 26% 4 dias ou mais, 28% ficam 2 dias e 44% ficam 3 dias. (figura 37) Figura 37: Gráfico com a quantidade de dias que um hóspede fica em um hostel. Fonte: Acervo do autor Sobre a qualidade e infraestrutura do hostel, 32% consideram regular e 68% consideram boa. Ninguém considera ruim ou ótimo. (figura 38) Figura 38: Gráfico sobre a qualidade/infraestrutura do hostel. Fonte: Acervo do autor 18% 44% 38% Qual é a frequência que você hospeda-se em um hostel? Primeira vez As vezes Sempre 2% 28% 44% 26% Quantos dias costuma ficar em um hostel? 1 2 3 4 ou mais 0% 32% 68% 0% Qua é a qualidade/infraestrutura dos hostels em que você tem se hospedado? Ruim Regular Boa Ótima 56 Perguntados se o porte turístico da cidade e compatível com o hostel, 2% acham que não é compatível e 98% acredita que sim, o hostel é compatível com a cidade. (figura 39) Figura 39: Gráfico sobre a compatibilidade do hostel com o porte da cidade. Fonte: Acervo do autor Questionados sobre a importância de se ter um hostel com as características da cidade, 8% acreditam que não é importante as características e 92% creem que é importante. (figura 40) Figura 40: Gráfico sobre a importância da caracterização do hostel conforme a cidade. Fonte: Acervo do autor Quando perguntados sobre o que atrai a pessoa em um hostel, 16% acha o preço importante, 24% citaram outros atrativos, 28% acreditam que a estrutura é importante e 32% creem que a companhia é mais importante. (figura 41) 98% 2% O porte turístico desta cidade é compatível com os hostels? Sim Não 92% 8% É importante um hostel ter as características da cidade? Sim Não 57 Figura 41: Gráfico sobre o que atrai um hóspede a um hostel. Fonte: Acervo do autor Em relação sobre a possibilidade de interação do turista com o cidadão local, 50 % acha que é possível e 50% acha que não é possível. (figura 42) Figura 42: Gráfico sobre a interação do turista e o cidadão local. Fonte: Acervo do autor Sobre as expectativas do turista sobre o hostel, 2% não tiveram suas expectativas supridas e 98% tiveram. (figura 43) Figura 43: Gráfico sobre as expectativas atendidas no hostel. Fonte: Acervo do autor 16% 32% 28% 24% O que te atrai em um hostel? Preço Companhia Estrutura Outros 50% 50% É possivel através dos hostels haver uma maior interação do turista e do cidadão local? Sim Não 98% 2% O hostel atendeu suas expectativas? Sim Não 60 O hostel foi concebido numa antiga residência na Rua Edmundo de Barrros no centro de Foz do iguaçu. Conta com quarto simples, quarto duplo, quarto triplo, quarto quádruplo e dormitórios compartilhados, um com 6 camas e banheiro coletivo e outro com 8 camas e banheiro coletivo. Figura 47: Dormitório simples. Fonte: Hostel Bambu, 2013. Figura 48: Dormitório compartilhado de 8 camas Fonte: Acervo do autor O hostel também conta com locker room (figura 49), recepção com televisor (figura 50), área de lazer com piscina (figura 51), bar e cozinha coletiva (figura 52). 61 Figura 49: Locker room. Fonte: Acervo do autor. Figura 50: Recepção Fonte: Acervo do autor. 62 Figura 51: Piscina. Fonte: Acervo do autor. Figura 52: Cozinha e bar. Fonte: Acervo do autor. 65 5 ESTUDO DO OBJETO 5.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TERRENO A escolha do terreno no centro da cidade se deu através de um dos objetivos do trabalho, que deveria ser na zona central. Outra ponto relevante é as facilidades que se encontram ao redor, como Terminal de Transporte Urbano e um grande centro comercial. É uma região dotada de infraestrutura e em geral é mais conservada que outras partes do centro. A região também abriga um grande número de hotéis e hostels, além de pertencer a ZT 3 (Zona Turística). Leva-se em consideração a grande movimentação de pessoas na região, há um fluxo considerável de carros e pessoas. Desta forma o turista irá se sentir mais seguro vendo movimentação no seu entorno. 5.2 LOCALIZAÇÃO DO TERRENO O terreno escolhido para a implantação do hostel encontra-se na Rua Naipi, s/n, Centro, na cidade de Foz do Iguaçu, PR. Figura 53: Mapa de Foz do Iguaçu, com inserção da quadra escolhida para implantação do hostel. Fonte: GOOGLE MAPS, 2013, adaptado pelo autor, 2013. 66 Conforme marcado em vermelho na figura 54, o terreno está a duas quadras do cruzamento das Avenidas Juscelino Kubitschek e República Argentina e a uma quadra ao acesso da Avenida Beira Rio. Figura 54: Mapa parcial de Foz do Iguaçu, com terreno escolhido para implantação do hostel. Fonte: GOOGLE MAPS, 2013, adaptado pelo autor, 2013. Nas figuras 55 e 56 é exibida duas vistas, uma frontal e uma lateral mostrando a localização do terreno na quadra. Figura 55: Terreno escolhido, vista frontal. Fonte: GOOGLE EARTH, 2013, adaptado pelo autor, 2013. 67 Figura 56: Terreno escolhido, vista lateral. Fonte: GOOGLE EARTH, 2013, adaptado pelo autor, 2013. O Terreno localiza-se na Zona Turística 3, e a Lei Complementar Nº 127 (FOZ DO IGUAÇU, 2007) visa garantir o desenvolvimento turístico da cidade e questões paisagísticas e ambientais destas zonas, considerando especial e passível de detalhamento. Na tabela 3 são apresentados os parâmetros construtivos desta zona: Tabela 3: Parâmetros Construtivos e ocupação do solo urbano – Zona Turística 3. Parâmetros Construtivos e ocupação do solo urbano – Zona Turística 3 Zona ZT 3 Testa míninma (m) 5,00 Área mínima (m) 0,00 Recúo Frontal Usos até 04 pavimentos 5 metros acima de 4 pavimentos 7 metros Afastamentos Lateral (m): Facultado, com aberturas de 2 metros. Fundos (m): Construção até 2 pavimentos está facultado e com aberturas 2 metros. Acima de 2 pavimentos 4 metros. Taxa de ocupação máxima 70% térreo +1 e 50% demais. Coeficiente de aproveitamento 7,4 (máximo) Altura máxima de pavimento 14 Taxa de permeabilidade 20% Fonte: PMFI, 2007, adaptado pelo autor, 2013. 70 projetadas ou destinadas a certo fim. No caso da Avenida Brasil, o comércio e a Avenida Beira Rio paisagística e turística. As Vias locais são destinadas somente ao acesso a propriedades e não devem ser utilizados com grande volume de tráfego (PMFI, 1991). A Rua Naipi, na qual se localiza o terreno, é uma Via Local, ou seja, há um tráfego de veículos leves, o que proporciona uma boa qualidade do ar e uma qualidade sonora agradável. Figura 59: Configuração das vias. Fonte: GOOGLE MAPS, 2013, adaptado pelo autor, 2013. 5.3.3 Equipamentos Urbanos e Infraestrutura Segundo definição da NBR 9284 (1986), equipamentos urbanos e infraestrutura são aqueles bens públicos ou privados que de alguma forma são úteis ao público e que também são necessários ao funcionamento da cidade. A região do terreno escolhido está repleta de equipamentos urbanos e de infraestrutura. Observa-se na região, pontos de ônibus e terminal de transporte 71 urbano, igrejas, escolas, jardim zoológico, Prefeitura Municipal (prédio das secretarias) e estacionamento, além disso, na parte de infraestrutura observa-se além de eletricidade e iluminação pública, água e esgoto doméstico e pluvial a rede de comunicação (correios, telefone, internet) e limpeza urbana. Além dos equipamentos urbanos e de infraestrutura é possível ter atendimento policial e de saúde móvel e de rápido deslocamento dos mesmos. 5.4 CARACTERÍSTICA DO TERRENO Em pesquisa de campo foi possível analisar as características do terreno: orientação solar, ventos, topografia, vegetação e construções existentes. Atualmente o terreno encontra-se circundado por edificações e sua testa principal está com muros, no interior não há grande massa de vegetação. Em relação a Rua Naipi, os fundos do terreno é mais baixo. Figura 60: Demarcação do terreno. Fonte: GOOGLE MAPS, 2013, adaptado pelo autor, 2013. 72 5.4.1 Orientação Solar De formato retangular, grande parte do terreno é orientada para Norte e Sul, já os fundos, que tem edificações vizinhas é Oeste, onde o Sol se põe e é forte a incidência da luz e calor solar, igualmente está a testada que tem acesso pela Rua Naipi, que é Leste onde nasce o Sol. Figura 61: Orientação solar. Fonte: GOOGLE MAPS, 2013, adaptado pelo autor, 2013. 5.4.2 Ventos Predominantes Conforme relatório de cinco anos do ICEA - Instituto de Controle do Espaço Aéreo (2013) foi constatado os ventos predominantes para a cidade de Foz do Iguaçu. Segundo cálculos de incidência, predomina os ventos do Sudeste com 22,57% de incidência, seguido pelo Leste com 21,74% e Sul com 16,44% de predominância. As medições são do período de 2008 até 2013. 75 6 DIRETRIZES PROJETUAIS 6.1 CONCEITUAÇÃO O hostel é um meio de hospedagem que cada vez mais é utilizado por jovens mochileiros que buscam fazer uma viagem barata e que viajam em pequenos grupos ou até mesmo sozinhos. Hoje, também, há um novo grupo frequentando os hostels, o grupo de famílias. Conforme referências teóricas, o hostel é normalmente estabelecido em edificações adaptadas, na grande maioria, em casas unifamiliares. Como a proposta é um novo hostel, propõem-se um com características arquitetônicas vernaculares e com um conceito que envolva o aspecto cultural da cidade. Através do envolvimento da edificação com a cultura da região, busca-se também o envolvimento do hóspede com o local. O conceito foi encontrado no principal atrativo turístico da cidade: as Cataratas do Iguaçu. É de conhecimento da cidade a Lenda das Cataratas, que conta a história de tribos indígenas e de um amor proibido entre um casal de índios de tribos diferentes. A maldição que recaiu sobre o casal foi à transformação da Naipi em pedra e do Tarobá em palmeira, que faz sombra na pedra. (figura 66) Figura 66: Princípio do conceito. Fonte: Autor, 2013. 76 Utilizando-se dos materiais abundantes regionais, será utilizada em grande parte das edificações a pedra como revestimento e em algumas partes das edificações haverá revestimento vegetal. (figura 67) Figura 67: Transformação do conceito. Fonte: Autor, 2013. 6.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES Seguem os compartimentos propostos e as suas respectivas áreas: Prédio Administrativo Compartimento Área 1 Recepção com sala de estar 15 m² 1 Sanitário para recepção 2,5 m² 1 Quarto com banheiro 8 m² Sala de guarda-volumes 12 m² 1 Sala de TV 12 m² 1 Sala de jogos 18 m² 1 Lan house e sala de telefonia 8 m² 1 Gerência 6 m² 1 RH e financeiro 10 m² 1 Sala de apoio 6 m² 2 Sanitários para administração 3 m² Serviço Compartimento Área 77 6.3 ORGANOGRAMA 1 Estar de funcionários 10 m² 2 Banheiros 3 m² 2 Dormitórios para funcionários 12 m² 1 Lavanderia para o hostel 20 m² Residência do proprietário Compartimento Área 3 suítes 15 m² 1 Sala de estar e jantar 15 m² 1 Cozinha 8 m² 1 Lavabo 2 m² 1 Área de lazer 18 m² 1 Área de serviço 6 m² Dormitórios Compartimento Área 3 de casal ou simples 10 m² 3 duplo 12 m² 3 triplo 15 m² 2 quádruplo 12 m² 1 misto com 12 camas 40 m² 1 masculino com 6 camas 25 m² 1 feminino com 6 camas 25 m² Área externa e lazer Compartimento Área 1 Bar da piscina 60 m² 1 Piscina 60 m² 1 Restaurante e cozinha 120 m² 1 Cozinha coletiva 20 m² 14 Vagas de estacionamento 18 m² 80 6.5 MACROZONEAMENTO O macrozoneamento mostra a distribuição das edificações no terreno, o acesso é pela administração e recepção, dispostos aos lados da área de lazer estão os dormitório e ao fundo estão o serviço e a residência do proprietário. (figura 70) Figura 70: Macrozoneamento. Fonte: Autor, 2013. 81 CONCLUSÃO O trabalho apresentado buscou comprovar a viabilidade de um Hostel para a cidade de Foz do Iguaçu, para melhor compreensão, o trabalho foi dividido em seis etapas de estudo. A primeira etapa é o Referencial Teórico, que foi estudado conceito sobre hospedagem e hospitalidade, além da hotelaria e suas classificações, bem como hostel e seu histórico. Nesta mesma etapa estudou-se a escola arquitetônica escolhida que será adotada, neste caso, o Regionalismo Crítico, que trata de relevar os materiais e as técnicas construtivas da região. Na segunda etapa foi estudada a Metodologia, que fala sobre os métodos de pesquisa que embasaram este trabalho, bem como instrumentos para desenvolvimento de pesquisas de campo. Foram utilizados livros, artigos e pesquisas na internet para fazer o Referencial Teórico. Além de entrevista, visita técnica e questionários, que ajudaram nas considerações sobre a viabilidade. Já na terceira etapa foram analisados correlatos temáticos e teóricos, onde se buscou encontrar na parte temática, correlatos relacionados ao tema, não houve sobre hostels propriamente dito, pois na primeira etapa constatou-se que a grande maioria dos hostels estão em construções já existentes que não era para o mesmo fim, através desta analise foi possível ter um ideia de como funciona pousada, que é bem semelhante a um hostel. Nos correlatos teóricos foi possível aprofundar mais sobre a escola arquitetônica adota e sua influência na região, foram analisadas um hotel e uma residência. A quarta etapa tratou da Interpretação da Realidade para a cidade de Foz do Iguaçu, foram analisados o histórico da cidade, perfil socioeconômico e perfil cultural, mostrando a vocação turística do local. Na parte de pesquisas os resultados foram satisfatórios, foram aplicados questionários as hóspedes de um hostel na cidade, 25 em português e 25 em inglês, os dados foram unidos. Foi feita uma entrevista com o Presidente do Conselho Municipal de Turismo, onde ele comentou a importância do crescimento do campo hoteleiro da cidade e que a cidade precisa de mais diversificação destes meios. Em outro momento foi feita uma visita a um hostel para ver as instalações e como 82 funciona o um hostel. Juntando dados da cidade mais os dados das pesquisas foi possível dar considerações sobre a viabilidade do empreendimento. Na quinta etapa tratou sobre o Estudo do Objeto, onde foi escolhido um terreno para implantar o projeto. O terreno escolhido foi na Rua Naipi, próximo ao Bosque Guarani. A escolha se deu através das análises das etapas anteriores e do objetivo do trabalho. Além da justificativa da escolha foram analisados tópicos importantes para o futuro projeto, tais como: entorno, topografia, insolação, ventos predominantes e a vegetação existente, bem como a infraestrutura do local. Na sexta e última etapa foi abordado as Diretrizes Projetuais, o qual definirá o projeto arquitetônico. Foi criado um conceito, que no caso foi utilizado uma lenda local, A Lenda das Cataratas, além do conceito foi montado o programa de necessidades de forma que os hóspedes possam sempre estar em contato, seja nas áreas comuns ou na área de lazer. Através do organograma e fluxograma foi possível ver a simplicidade e a eficácia do programa de necessidades. Um macrozoneamento define as intenções do projeto. Depois de desenvolver e analisar todas a etapas é possível afirmar a viabilidade de hostel para a cidade de Foz do Iguaçu, complementando e diversificando o campo hoteleiro local. 85 PARRA, Domingo; SANTOS, João Almeida. Metodologia científica. São Paulo: Futura, 1998. PEREIRA, Francisca Félix; COUTINHO, Helen Rita M. Hotelaria: da era antiga aos dias atuais. 2007. Disponível em: <http://www.revistas.uea.edu.br/old/abore/artigos/artigos_3/Francisca%20Felix%20P ereira.pdf>. Acesso em: 26 de março, 2013, 18:02h. PMFI. Dados Socioeconômicos de Foz do Iguaçu 2010. Disponível em: <http://www.pmfi.pr.gov.br/Portal/VisualizaObj.aspx?IDObj=10637>. Acesso em 25 de abril, 2013, 18:13h. RANK BRASIL. Cidade brasileira mais visitada por turistas. 2013 Disponível em: <http://www.rankbrasil.com.br/Recordes/Materias/0IcA/Cidade_Brasileira_Mais_Visit ada_Por_Turistas>. Acesso em 6 de março, 2013, 12:08h. SECRETARIA MUNICIPAL DE TURISMO DE FOZ DO IGUAÇU. Número total de visitantes – 2012. Disponível em: <http://www.pmfi.pr.gov.br/turismo/736/Foz-em- Numeros>. Acesso em 26 de março, 2013, 15:33h. STENERI, R. Casa Sustentável. Disponível em: <http://eficienciaenergtica.blogspot.com.br/2010/05/arquitetura-vernacular-x.html> Acesso em: 15 abr 2013, 15:24:40. TRONCA, F. A questão do pós-modernismo na arquitetura. Episteme (tubarão). Criciúma, 1999. n.16 Disponível em: <http://www.flaviatronca.com.br/arquivosSGC/PUBLICACAOA_20110217174326aqu estao.pdf> Acesso em: 20 mar. 2013, 16:45h. WALKER, John R. Introdução a Hospitalidade. Barueri, SP: Manoele, 2002. WIKIPÉDIA. Ficheiro: Sidney Opera House Sails. Disponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sydney_Opera_House_Sails.jpg 2006> Acesso em:10 mar 2013, 14:46:20. 86 APÊNDICE A Entrevista Esta entrevista faz parte de uma pesquisa acadêmica da União Dinâmica de Faculdades Cataratas, cujo o tema é a viabilidade da implantação de um Hostel de Arquitetura Vernacular. O Entrevistado será o Presidente do Conselho Municipal de Turismo de Foz do Iguaçu. Entrevistado (a): ______________________________________________________ Data: ____________________________Horário: ____________________________ Local da realização da entrevista: ________________________________________ Dados sobre o entrevistado(a): - Nome Completo: ____________________________________________________ - Cargo: ____________________________________________________________ - Idade: _____________________ - Formação Acadêmica: ________________________________________________ - Início da gestão no cargo: _____________________________________________ 1. Qual é a atual situação do campo hoteleiro da cidade de Foz do Iguaçu? 2. Qual é a ocupação destes meios de hospedagens? 3. Qual é a época de maior movimento? 4. O(a) senhor(a) acha que o número de leitos atende a capacidade turística da cidade? 5. A movimentação nos pontos turísticos corresponde a lotação dos leitos da cidade? 6. Qual é a atual situação dos hostels na cidade? 7. Qual é sua visão de um hostel? 8. O senhor(a) crê que é viável a implantação de um hostel na cidade? 9. O senhor(a) vê um futuro para este tipo de hospedagem? 10. Qual é a movimentação dos hostels na cidade de Foz do Iguaçu? 11. Quais são os planos e investimentos dos órgãos públicos no que diz respeito a meios de hospedagem? 87 12. Quais são os planos para a Copa 2014, Olimpíadas de Verão 2016 e Jogos X- Games 2013, 2014, 2015? A cidade está se preparando para tais eventos? De que maneira? E o parque hoteleiro? 90 APÊNDICE C Questionário Questionário que será aplicado em língua inglesa para 25 hóspedes. Dear Guest: This interview is part of an academic research to Centro Universitário Dinâmica das Cataratas, whose theme is the feasibility of deploying a Hostel in Foz do Iguaçu. The results will be formatted and will be part of an academic paper. Thank you for your participation. Sex: ( ) Male ( ) Female Age: ____ Nationality: __________________________________ 1. What is the frequency that you host in a hostel? ( ) First ( ) sometimes ( ) always 2. How many days to get ahold of? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 + 3. What is the quality / infrastructure of the hostels where you have stayed? ( ) Bad ( ) Regular ( ) Very good ( ) Very good 4. The size of this tourist town is compatible with the hostels? ( ) Yes ( ) no 5. It is important to have one hostel features of the city? ( ) Yes ( ) no 6. What attracts you in a hostel? ( ) Price ( ) Company ( ) Structure 91 ( ) Other: ______________________ 7. In your opinion, what is missing today in hostels? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 8. It is possible through the hostels have greater interaction tourist and local citizen? ( ) Yes ( ) no 9. The hostel has met your expectations? ( ) Yes ( ) no 10. What are some points to be improved. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________