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aplicação do resíduo composto exclusivamente por placas cerâmicas de revestimento como substituto parcial do cimento, determinando seu índice de atividade pozolânica de acordo com a NBR 5752 (ABNT, 1992) e realizando ensaios de resistência à compressão, absorção e massa específica para os percentuais de substituição do cimento pelo resíduo: 0%, 10%, 20% e 30% em idades de 7, 28, 56 e 91 dias
Tipologia: Notas de estudo
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UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE PLACAS CERÂMICAS COMO AGLOMERANTE PARA CONCRETOS
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UTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE PLACAS CERÂMICAS COMO AGLOMERANTE PARA CONCRETOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Federal do Vale do São Francisco, UNIVASF, Campus Juazeiro-BA, como requisito para obtenção do título de Engenheiro Civil. Orientador: Professor Anderson H. Barbosa, DSc.
Juazeiro-BA 2011
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Meu Deus, obrigada pela sua infinita misericórdia, pelas preces ouvidas e graças alcançadas. Obrigada Virgem Imaculada da Conceição, pela sua divina intercessão e proteção.
Obrigada minha mainha, Rosimar, por todo o esforço que sempre fizeste para garantir a minha educação.
Agradeço a todos os meus familiares, pela força e torcida.
Aos amigos que me acompanharam nessa jornada, especialmente Lays, Juliana e Valéria que partilharam de todos os momentos desde o início e muitas vezes suportaram todo o meu estresse, dividiram comigo as frustrações e conquistas.
Agradeço aos meus professores pelo respeito e dedicação.
Agradeço principalmente ao professor Anderson Henrique Barbosa, por acreditar na ideia, pelo incentivo e todo apoio.
Agradeço ainda á equipe do LABMATECO, da UNIVASF, especialmente Lays e Silvio, cujo apoio e dedicação foram fundamentais na execução dos ensaios de trabalho.
Érika Medrado F. de Souza
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Figura 4.4; Comparativo do índice de vazios dos concretos produzidos com adições de resíduo de placa cerâmica triturado................................................
Figura 4.5: Comparativo de massa específica seca dos concretos produzidos com adições de resíduo de placa cerâmica triturado........................................
Figura B.1: Curvas de WALZ ; Fixação da relação água/ cimento.....................
Figura B.2: Consumo estimado de água...........................................................
Figura B.3: Volume compactado seco de agregado graúdo por m³ de concreto.............................................................................................................
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Tabela 4.1: Dados do teor de umidade resíduo de placa cerâmica..................
Tabela 4.2: Parâmetros de massa específica do resíduo de placa cerâmica...
Tabela 4.3: Índice de finura na peneira 75 μm..................................................
Tabela 4.4: índice de atividade pozolânica do resíduo de placa cerâmica triturado..............................................................................................................
Tabela 4.5: Dados do ensaio de resistência à compressão para diferentes idades e teores de substituição do cimento pelo resíduo..................................
Tabela 4.6: Valores do ensaio de absorção dos concretos produzidos com adições de resíduo de placa cerâmica triturado................................................
Tabela 4.7: Valores do índice de vazios dos concretos produzidos com adições de resíduo de placa cerâmica triturado..............................................................
Tabela A.1: Dados do teor de umidade resíduo de placa cerâmica..................
Tabela A.2: Índice de finura na peneira 75 μm..................................................
Tabela A.3: Parâmetros de massa específica do resíduo de placa cerâmica...
Tabela B.1: Características dos materiais utilizados na dosagem....................
Tabela B.2 Consumo de materiais por traço.....................................................
Tabela C.1 Resultado da resistência à compressão (Rm) dos concretos..........
Tabela C.2 Resistência à compressão média e coeficientes de variação dos concretos...........................................................................................................
Tabela D1: Massa ao ar (Mar) e seca (Ms) dos corpos-de-prova.......................
Tabela D2: Massa Saturada (MSAT) e após imersão (MI) em água dos corpos- de-prova.............................................................................................................
Tabela D3: Absorção, índice de vazio, massa específica da amostra seca e saturada dos concretos......................................................................................
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ANEXO C: Determinação da resistência à compressão simples...............................................................................................................
ANEXO D: Determinação da absorção de por imersão-índice de vazios e massa específica...............................................................................................
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Atualmente é crescente a preocupação com a escassez de recursos naturais não renováveis e com o destino dado ao lixo produzido pelas ações humanas, que alcança volumes extraordinários e geralmente tem disposição inadequada, ocasionando graves problemas ambientais.
Uma expressiva parcela deste lixo é o chamado resíduo da construção e demolição (RCD), provenientes das atividades da construção civil.
Em São Paulo esse valor corresponde a 50% do total de resíduos sólidos urbanos, de acordo com o SINDUSCON em levantamento realizado em 2005 (ÂNGULO et al., 2004 apud SANTI et al., 2007). Já em outras localidades a quantidade de RCD gerada pode corresponder ao dobro de cada tonelada de lixo domiciliar (FAGURY & GRANDE, 2007).
Em Petrolina-PE apesar do diagnóstico da geração de resíduos ser incipiente, de acordo com PINHEIRO (2006) apud SANTOS (2008) do total de RCD gerado, 48,67% são oriundos de obras demolições, 30,83% de limpeza de terrenos e movimentação de terras, 15,08% correspondem às perdas do processo construtivo e 5,42% têm outras procedências. Os resíduos de alvenaria e revestimento representam 25,25% de todo o volume de entulho produzido no município.
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Para ÂNGULO et al., (2004) apud SANTI et al., (2007) a fração de RCD destinada aos aterros sanitários é significativamente responsável pelo esgotamento dessas áreas, todavia sua disposição irregular origina altos custos socioeconômicos, assoreamento de rios, entupimento de bueiros e degradação de áreas urbanas, além de contaminação do solo e da água.
A composição do RCD varia em função do tipo de obra, da tecnologia construtiva, da mão-de-obra empregada e das características da região. Entretanto, grande parte desse entulho possui um alto potencial de reciclagem.
Segundo ROCHA & CHERIAF (2009) as experiências bem-sucedidas de desenvolvimento de produtos para a construção civil com resíduos incorporados são impulsionadas, principalmente, pela legislação ambiental.
De acordo com a Resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, CONAMA, os resíduos de construção e demolição Classe A são viáveis para o aproveitamento como agregados do concreto, dentre os quais estão inseridos os de origem cerâmica.
O emprego de resíduos cerâmicos como agregados reciclados tem se consolidado nos últimos anos, sendo esta uma das aplicações mais difundidas para tal.
Já autores como ÂNGULO (2002) e VIEIRA et al., (2006) apud SILVA et al., (2007) sugerem que os resíduos industriais de cerâmica vermelha, quando moídos, dispõem de certa atividade pozolânica, com grande potencial para substituir parcialmente o cimento Portland na produção de argamassas e concretos com reduzido impacto ambiental.
1.1 Justificativa
O uso do concreto como principal tecnologia de construção em muitos países, inclusive no Brasil, é justificado por diversos fatores. Destacando-se boa resistência mecânica e durabilidade, aliados ao baixo custo de produção e
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Em muitas cidades, os resíduos cerâmicos compõem uma larga parcela do total de RCD. Cerca de aproximadamente 30% da produção das indústrias cerâmicas, são transformados em resíduos, correspondendo a um total de 18 milhões de toneladas (PASSOS et al., 2007; QUEBAUD, 2006 apud SILVA et al., 2007).
Entretanto, pesquisadores como SILVA et al., (2007), LUZARDO & COSTA (2008), PASSOS et al., (2009), e OLIVEIRA et al., (2010) têm demonstrado a aplicação técnica destes materiais, compostos basicamente por tijolos, blocos, telhas e placas de revestimento, como substitutos parciais de agregados e de cimento na produção de concreto.
Autores como FARIAS FILHO et al., (2000) e GONÇALVES (2007) comprovaram a elevada atividade pozolânica do resíduo cerâmico, atestando a sua potencialidade de utilização como adição.
A busca por soluções que minimizem os problemas causados pela disposição irregular do resíduo de construção e demolição e a comprovada viabilidade de utilização da parcela cerâmica deste, motivam esse trabalho no qual se propõe a estudar o resíduo composto exclusivamente por placas de revestimento trituradas que serão aplicadas em percentuais de substituição do cimento utilizado no concreto.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
O objetivo geral deste trabalho é o estudo de resíduos de placas cerâmicas triturados em substituição parcial do aglomerante para a produção de concretos.
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1.2.2 Objetivos Específicos
Apresentam-se os subsequentes objetivos específicos:
a) Levantamento bibliográfico sobre o potencial de aproveitamento, como material de construção, dos resíduos da construção e demolição especialmente aqueles de origem cerâmica e ainda a aplicação de adições em concretos. b) Realizar a coleta e beneficiamento do resíduo de placa cerâmica. c) Promover a caracterização física do resíduo beneficiado. d) Avaliar o índice de atividade pozolânica do resíduo de acordo com a NBR 5752 (ABNT, 1992). e) Estudar a substituição do resíduo nos percentuais de 10%, 20% e 30%, em relação à massa total de cimento. f) Realizar ensaios de absorção e massa específica com os concretos produzidos. g) Efetuar ensaios de resistência à compressão do concreto nas idades de 7, 28, 56 e 91 dias.
1.3 Apresentação do Trabalho
O trabalho foi organizado em 5 capítulos. O primeiro Capítulo, apresentado acima, é introdutório, contém os objetivos e as justificativas para escolha do tema proposto.
O Capítulo 2 aborda o aproveitamento de resíduos da construção e demolição. Ressaltam-se alguns aspectos do processo de reciclagem desses resíduos e os fundamentos da legislação brasileira vigente, destacando o potencial de aproveitamento dos resíduos cerâmicos, além de discorrer sobre a viabilidade
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2.1 Legislação Brasileira
A Resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 2002) é atual lei brasileira que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.
Sendo estes, definidos pela referida resolução como aqueles oriundos de construções, reformas, reparos e demolições de obras, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica e etc..
Ela está fundamentada nos problemas ambientais causados pela disposição inadequada do imenso volume de RCD produzido e na comprovada viabilidade técnico-econômica do uso de parte destes como materiais de construção.
Diante da heterogeneidade do entulho, foi organizada, nessa legislação, a seguinte classificação:
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:
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a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso;
IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.
Outro aspecto importante que a Resolução 307 do CONAMA aborda é a responsabilidade do gerador no gerenciamento do RCD, entendido como o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos.
O programa de gerenciamento inclui planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implantar as ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos a serem desenvolvidos pelas administrações, municipais, estaduais e federais.