Baixe estágio supervisionado: observação da prática docente no 2º ... e outras Notas de estudo em PDF para Construção, somente na Docsity! ESTÁGIO SUPERVISIONADO: OBSERVAÇÃO DA PRÁTICA DOCENTE NO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL E ARTICULAÇÃO COM A TEMÁTICA MEIO AMBIENTE Pollyanna Braga Barbosa Pascoal, Patrícia Edivânia Rodrigues do Nascimento Universidade Estadual da Paraíba Resumo: O estágio supervisionado visa proporcionar ao aluno um momento de relacionar a teoria apresentada em sala à prática utilizada nas salas de educação do Ensino Fundamental I. O presente relatório é resultado do trabalho de observação realizado na Escola Municipal Paulo Freire no município de Campina Grande - PB, no período de 3 a 9 de setembro de 2013. O objetivo do estágio foi colocar as estagiárias frente às situações vividas em sala, compreendendo a forma como estão sendo desenvolvidas e sua relação com o contexto, bem como resgatar os conhecimentos das construções das práticas educativas articulando à temática Meio Ambiente. O relatório está organizado em sete momentos: caracterização da escola, o trabalho pedagógico, a organização do ambiente físico, materiais pedagógicos, procedimentos da professora, relato da observação da prática docente na sala de 2º ano do Ensino Fundamental e finalmente a educação ambiental na escola, o que implica o acompanhamento didático pedagógico no exercício das atividades. No decorrer do estágio foram realizadas entrevistas, leituras e observações que permitiram a construção do relatório. As conclusões que ora apresentamos se constituem das nossas análises críticas e construtivas das vivências de aprendizagem e o redimensionamento da ação pedagógica nas salas do Ensino Fundamental I. Palavras-chave: Estágio Supervisionado; Ensino Fundamental I; Docência; Meio Ambiente; Formação. 1. INTRODUÇÃO O Estágio Supervisionado é o primeiro contato que o aluno-professor tem com seu futuro campo de atuação. Segundo Pimenta e Lima (2004) o estágio é o eixo central na formação de professores, pois é através dele que o profissional conhece os aspectos indispensáveis para a formação da construção da identidade e dos saberes do dia-a-dia. O estágio surge como um processo fundamental na formação do aluno estagiário, pois é a forma de fazer a transição de aluno para professor. Este é um momento da formação em que o graduando pode vivenciar experiências, conhecendo melhor sua área de atuação, de tal modo que sua formação tornar-se-á mais significativa, produzindo discussões, possibilitando uma boa reflexão crítica, construindo a sua identidade e lançando um novo olhar sobre o ensino, a aprendizagem e a função do educador. O relatório que segue resulta das visitas realizadas à Escola Municipal Paulo Freire, localizada na Cidade de Campina Grande – PB, cujo objetivo foi o de observar à prática docente nas séries iniciais do Ensino Fundamental, colocando as estagiárias frente às situações vividas em sala, compreendendo a forma como estão sendo desenvolvidas e sua relação com o contexto, bem como resgatar os conhecimentos das construções das práticas educativas articulando à temática Meio Ambiente. No decorrer do estágio foram realizadas entrevistas, leituras e observações que permitiram a construção do relatório. As conclusões que ora apresentamos se constituem das nossas análises críticas e construtivas das vivências de aprendizagem e o redimensionamento da ação pedagógica nas salas do Ensino Fundamental I. 2. CAMPO DE ESTÁGIO: OBSERVAÇÃO Por meio da observação, as licenciandas puderam refletir sobre e vislumbrar futuras ações pedagógicas, visto que, o estágio oferece um momento privilegiado em que o estudante aprende e vai aprendendo com a realidade escolar. “Enquanto campo de conhecimento, o estágio se produz na interação dos cursos de formação com o campo social no qual se desenvolvem as práticas educativas” (PIMENTA e LIMA, 2004, p. 6). Assim, durante o Estágio Supervisionado V, as futuras professoras observaram o cotidiano do fazer pedagógico de uma escola municipal, tendo a oportunidade de realizar a diagnose/caracterização da instituição, investigando o seu contexto educativo, culminando com a elaboração do relatório de observação. 2.1. Caracterização da Escola A Escola Municipal Paulo Freire está localizada na Rua Luan Sousa e Silva, n°300, no bairro Mutirão em Campina Grande, próxima ao presídio do Serrotão e às margens da BR 230, considerada uma das mais importantes da cidade, dando acesso ao Distrito Industrial e a BR 104. As imediações da instituição compreendem ruas residenciais com pequenas casas de comércio. A clientela atendida abriga as mais diversas crenças que vão desde as famílias evangélicas até as que se consideram sem religião. A unidade foi construída especificamente para atender crianças de Educação Fundamental I, mesmo assim, atende duas turmas de Educação Infantil. A escola conta com um espaço bastante amplo e se encontra em boas condições para receber as crianças, o espaço ao ar livre é utilizado para atividades físicas diversificadas, além de pátio com área coberta. No mais, ainda dispõe de seis salas de aula, quinze banheiros, cozinha, despensa, refeitório, secretaria, almoxarifado, sala de computação, sala de leitura e vídeo e sala de professores. A instituição dispõe de uma ampla estrutura física, que condiz muito bem com os padrões exigidos para o atendimento de alunos de educação fundamental. Atualmente, a escola conta com 10 professoras, sendo 3 efetivas da rede municipal e 7 atuando como professoras pró-tempore, mas todas com formação superior. A gestora em exercício 2.5. Procedimentos da Professora Cabe ao professor desenvolver no ambiente de sala de aula, atividades que promovam socialização, interação e significação para as crianças. Além disso, a criança deve se sentir confiante em relação ao adulto que o orienta, para que, dessa forma, educador e educando possam compartilhar de momentos propícios ao aprendizado de ambos. Durante o período de estágio foi possível observar de que forma a relação professor/aluno acontece. Tal observação pode ser iniciada a partir da concepção de criança: para a educadora, a criança é vista como um ser social em desenvolvimento, capaz de expressar sentimentos e opiniões sobre fatos e sobre as coisas que a cercam. Na sala de aula, as crianças são estimuladas o tempo todo a se expressar, seja durante as conversas, seja durante a realização de atividades. Tal atitude permite que o relacionamento professor/aluno promova um ambiente de aprendizado constante, despertando o interesse em participar de forma ativa das atividades propostas. Estando ainda em processo de alfabetização, os alunos recebem atividades que estimulam a leitura. Tais atividades consistem de pequenas produções textuais, leitura de textos de diferentes gêneros, exploração de escrita das palavras, interpretações textuais entre outras. São atividades que propõem desafios, mas respeitam o nível de aprendizado das crianças. São realizadas de forma individual ou em duplas. A professora sempre retoma os conhecimentos trabalhados na aula anterior. Os recursos materiais utilizados durante as aulas ministradas consistiam em quadro, cadernos, livros didáticos e paradidáticos, e atividades impressas pela professora. Em suma, a educadora consegue promover um ambiente de aprendizagem significativa, orientando e intervindo no processo de ensino/aprendizagem. 2.6. Relato da observação da prática docente na sala de 2º ano do Ensino Fundamental Atividade I Data: 03/09/2013 Primeiro contato com a escola: nesse primeiro momento foi possível conversar com a diretora da escola sobre o objetivo do estágio. Visita à sala escolhida para a realização da observação Observação da prática docente: as observações foram realizadas na sala do 2° ano do Ensino Fundamental. No primeiro momento a professora recebeu as crianças à porta da sala, ao estarem em seus lugares fizeram uma oração. Em seguida, foram retomados os conhecimentos das aulas anteriores, tais conhecimentos tinham como temática o Folclore. A história do Saci foi reproduzida através de CD. Após a audição, a palavra foi ‘estudada’ no quadro: quantidade de letras, letras inicial e final, divisão silábica. Em seguida, foi realizada atividade de escrita no caderno abordando as características do personagem e de seu nome. Registro dos aspectos observados: as atividades escolhidas propõem um trabalho efetivo de leitura e escrita. A temática é abordada de forma atraente para as crianças, respeitam seu nível de aprendizagem e com mediação da educadora; são orientadas também pelas propostas do Pacto Nacional para a Alfabetização na Idade Certa- PNAIC, do qual ela recebe formação uma vez por mês. Atividade II Data: 04/09/2013 Observação da prática docente: no primeiro momento a professora recebeu as crianças à porta da sala, ao estarem em seus lugares fizeram uma oração. Em seguida, foram retomados os conhecimentos da aula anterior, tais conhecimentos tinham como temática o Folclore. A história do Curupira foi contada através de livro com as crianças dispostas no Cantinho da Leitura. Após a contação, as crianças puderam conversar sobre o que acharam da história. Após a leitura, foi dado início as atividades de leitura e escrita, a começar pelo estuda da palavra Curupira no quadro. Em seguida foi realizada a atividade que consistia em observar uma gravura com o personagem e destacar através da escrita, elementos que compunham a cena. Registro dos aspectos observados: a atividade impressa é colada no caderno. O enunciado é feito pela criança fazendo uso da letra cursiva. A educadora procura atender de forma individualizada as crianças, passando de carteira em carteira, atendendo às solicitações. Conversa com a professora orientadora na escola sobre sua prática docente: durante o intervalo das aulas foi possível conversar com a professora sobre sua prática docente. A mesma cursou Pedagogia com formação como orientadora na Universidade Estadual da Paraíba. Fez especialização na Faculdade Integrada de Patos – Fip. Atua como professora há 9 anos, trabalhando a princípio em escolas particulares do município de Campina Grande e há 6 na Escola Municipal Paulo Freire. Atualmente, faz Mestrado em Psicanálise em Educação. No município participa do curso de formação para professores alfabetizadores, o PNAIC – Plano Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. A formação acontece uma vez por mês com professores orientadores de estudo formados pelo Pró- Letramento. Atividade III Data: 05/09/2013 Observação da prática docente: no primeiro momento a professora recebeu as crianças à porta da sala, ao estarem em seus lugares fizeram uma oração. Dando continuidade a temática Folclore, foram retomados os conhecimentos com as crianças através de conversa. A história da Iara foi contada através de livro com texto rimado para as crianças. Mais uma vez as crianças puderam expor suas opiniões sobre a história para em seguida realizar a atividade proposta para o dia. A atividade consistia na leitura de imagem para construção de texto. A gravura apresentava a Iara e o Boto. A correção da atividade foi realizada de forma individual com a reescrita do texto realizada pela professora. Conversa com a professora orientadora na escola sobre os desafios de sua prática docente: durante o intervalo foi possível conversar com a professora acerca dos desafios e dificuldades que ela enfrenta no dia a dia. Segundo relato, a professora diz gostar muito do que faz e procura fazer com responsabilidade de seu papel na sociedade enquanto formadora de cidadãos. Dificuldades como distância, falta de materiais como computadores e impressora1 para fazer as atividades e carência de uma melhor estrutura, assim como a manutenção do prédio dificultam a elaboração de atividades mais dinâmicas. Realização da entrevista com a professora sobre a temática Meio Ambiente para contribuir na discussão e construção do relatório: quando perguntada “de que maneira as questões ambientais são discutidas na escola?” ela respondeu que através de palestras, vídeos, trabalhos e projetos pedagógicos. Perguntamos que “tipo de projeto?”, respondeu que o Instituto Nacional do Semiárido - INSA desenvolve um projeto na escola e que a prefeitura municipal de Campina Grande todos os anos sugere quatro temas para serem desenvolvidos na escola e que um deles é sobre meio ambiente, então o tema é trabalhado ao longo do ano, sendo articulado as atividades diárias. Pedimos para que ela explicasse “como são trabalhados esses projetos”, ela disse que o INSA vai à escola uma vez ao mês e recolhe materiais (lixo) da escola que podem ser reutilizados e doa aos centros de reciclagem. Disse, ainda, que o INSA fez uma horta na escola. Perguntamos “em que período é trabalhado este projeto?”, ela nos disse que geralmente em um bimestre, que pode ser o primeiro ou o segundo, mas que durante todo o ano o tema meio ambiente é ressaltado durante as atividades. Quando perguntamos se ela sentia alguma dificuldade em trabalhar a temática meio ambiente, ela falou que não. Perguntamos se “a estrutura física da escola permite aos alunos perceberem a conservação do meio ambiente?”, a professora afirmou que mais ou menos e, que na verdade o tema só pode ser desenvolvido mais pelo esforço do professor e que pelo ambiente escolar é difícil. Quando perguntada sobre “os livros didáticos da sua turma retratam a questão ambiental?”, respondeu-nos que sim, mas não segue totalmente o livro didático. Perguntamos “qual (is) temática(s) ambiental você trabalha dentro do conteúdo da disciplina?”, a resposta foi desmatamento, preservação das espécies, higiene, reciclagem e conservação. Afirmamos que “os 1 Dos dezoito computadores da escola, quatro foram roubados e os demais necessitam de manutenção. A instituição não dispõe de internet e nem de impressora que possam ser utilizados pelos educadores. pedagógicos e em atividades extracurriculares mais voltadas a conscientização dos problemas socioambientais e como resolvê-los. CONSIDERAÇÕES Com o Estágio Supervisionado: observação da prática docente no 2º ano do Ensino Fundamental articulado à temática meio ambiente podemos entender que ser Pedagogo (a) é algo que o estudante deve desenvolver na prática, tornando-se uma opção consciente e crítica, um compromisso político democrático e uma competência profissional qualificada. É no momento do estágio que o estudante tem o direito de conhecer a real situação, de modo a fazer crescer o interesse pelo campo, verificar se os conhecimentos adquiridos são pertinentes à área. É o período para se efetivar, sob a supervisão de um profissional experiente, um processo de ensino/aprendizagem que se tornará concreto, permitindo ao aluno comparar programas de estudos face às diferentes necessidades da sociedade. O Estágio foi muito enriquecedor como formador das futuras pedagogas, pois permitiu uma reflexão para a construção de uma prática educativa junto às crianças das séries iniciais do Ensino Fundamental. Além disso, oportunizou a articulação entre teoria vista em sala de aula e prática docente cotidiana, levando-nos a entender que diante da necessidade de se ter cidadãos mais críticos, reflexivos, conscientes, participativos e, principalmente, responsáveis pela sustentabilidade do nosso planeta, é posto à educação, como um instrumento de formação, o papel de tornar a comunidade escolar educada ambientalmente falando. Visto que, uma prática educativa voltada para a consciência ambiental desperta nas pessoas diversas questões, simples e fundamentais, como por exemplo, saber utilizar os recursos naturais de forma responsável, reaproveitar materiais já usados (reciclagem), separar os resíduos de casa (coleta seletiva), etc., a fim de diminuírem os enormes problemas sociais, econômicos e, especialmente, ambientais que o mundo passa atualmente. Essas e outras ações apreendidas no cenário escolar contribuirão para o equilíbrio do meio ambiente. REFERÊNCIAS ABRAMOWICZ, A.; WAJSKOP, G. Educação Infantil Creches - Atividades para Crianças de zero a seis anos. 2° ed. São Paulo: Moderna, 1995. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 2001. ______.______.______. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2004.