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Resumo: Subespaços Vetoriais

Subespaços Vetoriais


"Subespaços Vetoriais" é um tópico muito importante dentro da Álgebra Linear. Sem ele você não consegue avançar a outras áreas, como Transformações Lineares e Autovalores, Autovetores e Diagonalização.


Neste resumo você aprenderá a definição de subespaços vetoriais e suas propriedades. Também encontrará exercícios resolvidos sobre subespaços vetoriais.


1. Definição de Subespaço Vetorial


Sabemos que um espaço vetorial é um conjunto V\color{#EF8722}V com uma operação de soma e produto por escalar definido nele.


Um subespaço vetorial de V\color{#EF8722}V é um subconjunto SV{\color{#20AC5B}S} \subset \color{#EF8722}V que, com as mesmas operações de soma e produto escalar, também é um espaço vetorial.


Por exemplo, considere o espaço vetorial R2{\color{#EF8722}\Bbb{R}^{2}}. Olhando só para o eixo yy, temos o conjunto:


S={(0,y)R2:yR}{\color{#20AC5B}S=\{(0,y)\in\Bbb{R}^2: y\in\Bbb{R}\}} ,


Que é um espaço vetorial em si. Como SR2{\color{#20AC5B}S}\subset{\color{#EF8722}\Bbb{R}^{2}} , temos que S{\color{#20AC5B}S} é um subespaço vetorial de R2{\color{#EF8722}\Bbb{R}^{2}} . Por outro lado, se você tomar o conjunto:


A={(x,y)R2:0x1,  0y1}=[0,1]×[0,1]\color{#C90000}A=\{(x,y)\in\Bbb{R}^{2}:0\leq x \leq 1,\; 0\leq y\leq 1\}=[0,1]\times[0,1]


Que é um quadrado de lado 11, temos que AR2{\color{#C90000}A}\subset{\color{#EF8722}\Bbb{R}^{2}} , mas A{\color{#C90000}A} não é um espaço vetorial, logo não é subespaço. Você pode constatar isso vendo que, mesmo que o vetor u=(1,1){\color{#1C9BBF}\overrightarrow{u}=(1,1)} esteja em A{\color{#C90000}A} , seu múltiplo 2u{\color{#9E3ACC}2\overrightarrow{u}} não está. Confira a imagem abaixo.


Exemplo de subconjunto que não é subespaço vetorial
Exemplo de subconjunto que não é subespaço vetorial


2. Reconhecimento de Subespaços Vetoriais


Para reconhecer que um subconjunto S{\color{#20AC5B}S} de um espaço vetorial V{\color{#EF8722}V} é, de fato, um subespaço vetorial, precisamos verificar que S{\color{#20AC5B}S} satisfaz as seguintes três condições:


I) O vetor nulo deve pertencer a S{\color{#20AC5B}S} , isto é, 0S\overrightarrow{0}\in{\color{#20AC5B}S} ,


II) O subconjunto S{\color{#20AC5B}S} é fechado em relação à soma, isto é, se u,vS{\color{#1C9BBF}\overrightarrow{u},\overrightarrow{v}}\in{\color{#20AC5B}S} , então u+vS{\color{#1C9BBF}\overrightarrow{u+v}}\in{\color{#20AC5B}S} .


III) O subconjunto S{\color{#20AC5B}S} é fechado com relação ao produto por escalar, isto é, se uS{\color{#1C9BBF}\overrightarrow{u}}\in{\color{#20AC5B}S} e αS{\color{#F8719A}\alpha}\in{\color{#20AC5B}S} , então αuS{\color{#F8719A}\alpha}\cdot{\color{#1C9BBF}\overrightarrow{u}}\in{\color{#20AC5B}S} .


Vamos ver como usar essas três condições em alguns exemplos sobre reconhecimento de subespaços vetoriais.


Exemplo 1: Em cada um dos dois casos abaixo, vamos descobrir se o subconjunto SV{\color{#20AC5B}S} \subset \color{#EF8722}V é um subespaço vetorial de V\color{#EF8722}V ou não.


a) V=R3{\color{#EF8722}V=\Bbb{R}^{3}} e S={(x,y,z)R3:x=0}{\color{#20AC5B}S=\{(x,y,z)\in\Bbb{R}^{3} : x=0\}} .


I) O vetor nulo tem de R3{\color{#EF8722}\Bbb{R}^{3}} tem todas as coordenadas nulas. Em particular, sua primeira coordenada é zero, logo 0S\overrightarrow{0}\in{\color{#20AC5B}S} .


II) Se você somar dois vetores de R3{\color{#EF8722}\Bbb{R}^{3}} que têm a primeira coordenada zero, o resultado também terá a primeira coordenada zero. De fato:


(0,a,c)+(0,b,d)=(0,a+b,c+d)({\color{#1C9BBF}0},a,c)+({\color{#1C9BBF}0},b,d)=({\color{#1C9BBF}0},a+b,c+d) .


III) Se você multiplicar um vetor de R3{\color{#EF8722}\Bbb{R}^{3}} que tem a primeira coordenada nula por qualquer escalar, o resultado também terá a primeira coordenada nula. De fato:


α(0,y,z)=(0,αy,αz)\alpha\cdot({\color{#1C9BBF}0},y,z)=({\color{#1C9BBF}0},\alpha\cdot y, \alpha\cdot z) .


Concluímos que S{\color{#20AC5B}S} é um subespaço vetorial de V{\color{#EF8722}V} .


b) V=M2(R){\color{#EF8722}V=M_{2}(\Bbb{R})} e S={AM2(R):A eˊ invertıˊvel}{\color{#20AC5B}S=\{A\in M_{2}(\Bbb{R}):A \text{ é invertível}\}}.


I) Lembre que uma matriz é invertível     \iff seu determinante é não nulo (se você precisa relembrar esse tópico, clique aqui). Mas a matriz nula possui determinante nulo, logo não é invertível.


det(0000)=0\det\begin{pmatrix}0 & 0 \\ 0 & 0\end{pmatrix}=0


Logo, a matriz nula não pertence a S{\color{#20AC5B}S} , e já podemos concluir que S{\color{#20AC5B}S} não é um subespaço vetorial de V{\color{#EF8722}V} .


Para mais exercícios resolvidos sobre subespaços vetoriais, você pode acessar este link.


3. Conjuntos Geradores de Subespaços Vetoriais


Considere que você tome alguns vetores quaisquer do espaço vetorial V{\color{#EF8722}V}:


A={v1,v2,,vn}VA=\{{\color{#1C9BBF}v_{1},v_{2},\dots,v_{n}}\}\in{\color{#EF8722}V} .


O menor subespaço que contém todos esses vetores é chamado de subespaço gerado por AA, e é o espaço de todas as combinações lineares dos vetores de AA . Vamos denotar esse subespaço vetorial por [v1,v2,,vn][{\color{#1C9BBF}v_{1},v_{2},\dots,v_{n}}] . Assim, temos que


[v1,v2,,vn]={α1v1+α2v2++αnvn:α1,α2,αnR}[{\color{#1C9BBF}v_{1},v_{2},\dots,v_{n}}]=\{{\color{#20AC5B}\alpha_{1}}{\color{#1C9BBF}v_{1}}+{\color{#20AC5B}\alpha_{2}}{\color{#1C9BBF}v_{2}}+\dots+{\color{#20AC5B}\alpha_{n}}{\color{#1C9BBF}v_{n}}:{\color{#20AC5B}\alpha_{1},\alpha_{2},\dots\alpha_{n}\in\Bbb{R}}\} .


Outra notação muito usada para denotar este espaço vetorial, considerando que estamos sobre o corpo dos reais, é:


[v1,v2,,vn]=SpanR{v1,v2,,vn}[{\color{#1C9BBF}v_{1},v_{2},\dots,v_{n}}]=\textrm{Span}_{\Bbb{R}}\{{\color{#1C9BBF}v_{1},v_{2},\dots,v_{n}}\}


Caso precise revisar combinações lineares, recomendo o material encontrado aqui.


Para ver alguns exemplos de conjuntos geradores de subespaços, veja alguns vídeos aqui.


4. Subespaços no Rn\Bbb{R}^{n}


Existe um critério muito importante para determinar se um subconjunto de Rn{\color{#EF8722}\Bbb{R}^{n}} é ou não um subespaço vetorial. O critério é:


"Todo subespaço de Rn{\color{#EF8722}\Bbb{R}^{n}} é o conjunto solução de um sistema homogêneo com nn incógnitas."


Assim, se o subconjunto for conjunto solução de um sistema não homogêneo, não é um subespaço vetorial.


Vamos ver isto aplicado em um exemplo. Considere o seguinte sistema linear de 33 incógnitas:


{x+y+z=0xy+z=0\begin{cases} x+y+z=0 \\ x-y+z=0 \end{cases}


Este sistema é homogêneo, então seu conjunto solução será um subespaço vetorial de R3{\color{#EF8722}\Bbb{R}^{3}}. Resolvendo este sistema você obtém o seguinte conjunto solução:


W=[(1,0,1)]{\color{#20AC5B}W=[(-1,0,1)]}


Que é um subespaço vetorial de R3{\color{#EF8722}\Bbb{R}^{3}} .


Para ver encontrar exercícios sobre subespaços vetoriais, além de mais explicações, acesse a Estudar Com Você neste link: https://estudar.com.vc/cursos/subespacos-vetoriais?chosen_concept=11606.

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