Resumo: Equações Diferenciais
Equações Diferenciais
As Equações Diferenciais aparecem como uma interseção de duas áreas diferentes da matemática. Vamos aprender como podemos resolver este tipo de problema, que geralmente é do Cálculo, com ferramentas da Álgebra Linear, principalmente Autovalores, Autovetores e Diagonalização. É importante que você esteja familiarizado com Sistemas Lineares, além de uma noção sobre o que são Equações Diferenciais.
Neste resumo você aprenderá a definição de um sistema linear de equações diferenciais, e como encontrar as soluções dele usando autovalores e autovetores. Vale ressaltar que este resumo possui como foco a aplicação da Álgebra Linear no estudo de sistemas lineares de EDOs. Caso precise de um conteúdo mais completo sobre Equações Diferenciais em Cálculo, clique aqui.
1. Sistemas de Equações Diferenciais
Um sistema linear de equações diferenciais é um sistema da forma:
X′(t)=AX(t)
Onde:
X(t)=⎣⎢⎢⎢⎡x1(t)x2(t)⋮xn(t)⎦⎥⎥⎥⎤ é a matriz das funções xi(t)
X′(t)=⎣⎢⎢⎢⎡x1′(t)x2′(t)⋮xn′(t)⎦⎥⎥⎥⎤ é a matriz das derivadas xi′(t)
E A é uma matriz de constantes n×n. Suponha que os autovalores de A sejam λ1,λ2,…,λn todos distintos (ou, no caso em que se repete, a multiplicidade algébrica é igual à geométrica) e que os autovetores associados sejam v1,v2,…,vn . Note que, com isto, estamos supondo que A é diagonalizável. Neste caso, pra cada autovalor e autovetor, temos uma solução para o sistema de equações diferenciais, que é:
yi(t)=vieλit
E assim, a solução geral deste sistema de EDOs é dada pelas combinações lineares desta solução:
x(t)=c1y1(t)+c2y2(t)+⋯+cny
EXEMPLO:
Considere o seguinte sistema:
{x1′(t)=x1(t)+2x2(t)x2′(t)=2x1(t)+x2(t)
Podemos escrevê-lo na notação matricial:
X′(t)=AX(t)
onde
A=[1221]
Neste caso, os autovalores de A são λ1=1 e λ2=3 , com os autovetores v1=(1,−1) e v2=(1,1) respectivamente. Assim, obtemos duas soluções L. I. para o nosso sistema, que são
y1(t)=v1eλ1t=[1−1]et
y2(t)=v2eλ2t=[11]e3t
E a solução geral do sistema é dada por
x(t)=c1y1(t)+c2y2(t)
Caso queira ver um vídeo falando sobre este exemplo, clique aqui.
2. Caso Complexo
Suponha que A possua n autovalores distintos, porém nem todos são reais. Por exemplo, se λ1=α+βi é um autovalor complexo, então seu conjugado λ2(t)=α−βi também será autovalor. Nesta seção vamos aprender como encontrar uma solução L.I. associada a estes autovalores para o sistema de equações diferenciais X′(t)=AX(t) .
Seja v1=a+bi o autovetor associado a λ1 (note que, aqui, a e b são matrizes colunas). O autovetor associado a λ2 será o conjugado de v1, que é v2=a−bi . Para encontrar duas soluções L.I. neste caso, podemos proceder de forma diferente da seção 1. O objetivo é fazer com que as soluções sejam puramente reais, sem nenhum termo complexo.
As soluções que vamos tomar são as seguintes:
y1(t)=eαt(asinβt−bcosβt)y2(t)=eαt(acosβt+bsinβt)
Estas soluções podem ser obtidas usando a fórmula de Euler, que diz que
eiθ=cosθ+isinθ
EXEMPLO:
Considere o sistema X′(t)=AX(t) , onde:
A=⎣⎢⎡−21−11−21⎦⎥⎤
Neste caso, os autovalores são complexos. Basta tomar um deles para que possamos escrever as duas soluções L.I. para o sistema de EDOs. Considere o autovalor:
λ1=−21+1i
O autovetor associado é:
v1=[1i]=[10]+[01]i
Assim, as duas soluções L.I. que podemos obter são:
y1(t)=e−21t([10]sin1t−[01]cos1t)
y2(t)=e−21t([10]cos1t+[01]sin1t)
E a solução geral será dada por
x(t)=c1y1(t)+c2y2(t)
Você pode encontrar um outro exemplo sobre sistemas de equações diferenciais com autovalores complexos aqui.
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