Baixe Livros de enfermagem e outras Transcrições em PDF para Enfermagem, somente na Docsity! GESTÃO EM ENFERMAGEM NA ATENÇÃO BÁSICA Simone Machado Kühn de Oliveira O papel do enfermeiro no gerenciamento de Unidades Básicas de Saúde Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever a organização estrutural das Unidades Básicas de Saúde. Listar os processos de gerenciamento das Unidades Básicas de Saúde. Identificar a atuação do enfermeiro no gerenciamento das Unidades Básicas de Saúde. Introdução A atenção básica desempenha um papel fundamental na organização do Sistema Único de Saúde (SUS), na medida em que se configura como a porta de entrada da Rede de Atenção à Saúde (RAS), a qual organiza todo o funcionamento do sistema. Dessa forma, o SUS precisa ser estru- turalmente capaz de atender à demanda dos usuários que irão procurar os seus serviços, de modo a oferecer condições seguras e dignas de atendimento à população. Em geral, na gestão do funcionamento da Unidade Básica de Saúde (UBS) está o enfermeiro, que deve atuar gerenciando os processos admi- nistrativos para prover o andamento das atividades da unidade de saúde. Além disso, o enfermeiro, enquanto gestor da unidade de saúde, deverá realizar a articulação contínua junto à Secretaria da Saúde e à Gestão Municipal dos processos gerenciais da unidade. Neste capítulo, você vai estudar a organização estrutural das UBSs e conhecer os seus processos de gerenciamento, bem como compreender a atuação do enfermeiro no gerenciamento das UBSs. consultório; sala de vacinas; sala de curativo/procedimentos; sala de nebulização; farmácia (sala de armazenamento de medicamentos); equipe odontológica; escovário; área de compressor; sanitário para usuário; sanitário para deficiente; banheiro para funcionários; copa/cozinha; depósito de materiais de limpeza; sala de expurgo, lavagem e descontaminação de materiais e instrumentos; sala de esterilização; sala de utilidades (apoio à esterilização); abrigo de resíduos sólidos; depósito de lixo; sala para Agentes Comunitários de Saúde (ACSs). Além da estrutura mencionada acima, as UBSs com ESFs devem ter carac- terísticas estruturais que precisam ser observadas para o adequado desempenho das atividades da equipe. Nesse sentido, essas unidades devem ter instalações elétricas que forneçam a luminosidade necessária, a ventilação adequada e ambientes e mobiliários que permitam a limpeza e a desinfecção. O MS destaca alguns fatores que devem ser observados: ambiência — a ambiência da UBS se refere ao espaço físico que deve oportunizar um cuidado acolhedor e humanizado, tanto para a equipe multiprofissional quanto para os usuários. Algumas características que podem melhorar a ambiência nas unidades de saúde incluem: recepção sem grades, placas que identifiquem os serviços e direcionem os flu- xos de atendimento, acessibilidade para pessoas com deficiência, piso antiderrapante, telefone público e cuidados com áreas externas, como jardins, por exemplo. iluminação — a recomendação do MS é que os ambientes sejam bem iluminados e que recebam o máximo possível de luminosidade natural. O papel do enfermeiro no gerenciamento de Unidades Básicas de Saúde4 ventilação — a ventilação influencia diretamente a salubridade dos ambientes. Nesse sentido, os ambientes precisam ter janelas ou venti- lação indireta (exaustores) que permitam a circulação de ar. pisos e paredes — o teto e as paredes devem ser revestidos com ma- teriais laváveis e que tenham a superfície lisa. Os pisos precisam ter superfície firme, regular e antiderrapante, de modo que não cause trepidação em equipamentos com rodas. materiais de acabamento — não devem ser utilizados materiais porosos ou texturizados nos acabamentos. cobertura — o MS recomenda que não sejam usadas calhas internas, embutidas e confinadas. Além disso, ele ressalta que devem ser evitadas lajes planas e impermeabilizadas que não tenham cobertura de proteção. portas — de acordo com o MS, as portas devem ser revestidas com material lavável. Além disso, os puxadores devem estar adequados às necessidades de pessoas com deficiência. janelas — são recomendadas janelas que tenham maior durabilidade, como as de alumínio ou PVC. Devem ser utilizados materiais que ofere- çam privacidade e segurança aos ambientes. Nos locais onde existe alta ocorrência de insetos, devem ser usadas telas de proteção nas janelas. mobiliário — prateleiras, armários, estantes e mesas devem ter super- fície (interna e externa) lisa e lavável. fluxo de pessoas e materiais — toda a estrutura da UBS deve estar adequada à circulação de pessoas com deficiência, idosos, pessoas com limitações, equipamentos, macas, cadeiras de roda, etc. O acesso de pacientes às salas de procedimentos deve ser restringido, evitando-se a circulação de pessoas em locais desnecessários para evitar a trans- missão de infecções. sinalização — segundo o MS, os ambientes devem ser sinalizados por meio de figuras ou texto, figuras em relevo (tátil) ou Braile e recursos auditivos. área externa — o perímetro externo do prédio deve ter passeio de proteção, sem vegetação costeando as paredes. Devem ser evitados desníveis de qualquer natureza nas rotas acessíveis, além disso, o acesso à UBS deve ter rampa. A adequação estrutural e ambiental das UBSs ao processo de trabalho das equipes de ESF é fundamental para que os objetivos estabelecidos pela Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) sejam alcançados. Nesse sentido, 5O papel do enfermeiro no gerenciamento de Unidades Básicas de Saúde os gestores das três esferas governamentais precisam articular recursos e estratégias para a viabilização de adaptações e reformas em unidades de saúde já existentes e a construção de novas unidades que atendam às necessidades estruturais para a prestação dos serviços de saúde à população. Territorialização na ESF A territorialização é um processo de responsabilização da equipe da ESF que possibilita conhecer os condicionantes e determinantes de saúde da população da região onde a unidade de saúde está inserida. A adscrição da comunidade à unidade de saúde não se configura apenas como uma regionalização formal para fins de atendimento, mas, sim, como um método necessário para a definição e a consolidação das relações de compromisso entre equipe e usuários (SANTOS; RIGOTTO, 2010). A territorialização pode ser realizada a partir de diferentes divisões: território distrito — apropriada para municípios de grande porte, essa territoria- lização é realizada de acordo com a lógica político-administrativa, possibilitando a proximidade entre a população e a administração pública. Ela tem como objetivo delimitar um território administrativo assistencial que contemple um conjunto de pontos assistenciais e uma população adstrita. território área — trata-se de um território processo, sob responsabilidade de uma UBS, com ações que priorizam a vigilância em saúde. Tem como objetivo o planejamento de ações, organizando os serviços e viabilizando os recursos neces- sários para o atendimento das demandas de saúde da comunidade residente no território, visando a melhorar os indicadores de saúde. território microárea — configura-se em uma subdivisão do território/área sob a responsabilidade da equipe de saúde. Corresponde, ainda, à área de trabalho dos ACSs. Essa territorialização tem como objetivo delimitar os espaços onde estão concentrados os grupos populacionais, de modo a identificar as demandas de saúde das famílias que ali residem e promover o planejamento, a implementação e o acompanhamento de ações e intervenções que busquem melhorar as condições de saúde dessa população (SANTOS; RIGOTTO, 2010). A territorialização é fundamental para o adequado processo de trabalho das equipes da ESF, na medida em que permite a aproximação e a formação de vínculo entre as equipes e a comunidade. Além disso, permite a realização do perfil epidemiológico da população adstrita, oportunizando condições de realizar o planejamento de ações e intervenções adequadas à cultura e aos costumes locais e que atendam às necessidades da comunidade. O papel do enfermeiro no gerenciamento de Unidades Básicas de Saúde6 No primeiro momento, pode ser realizado o relato de experiências pessoais sobre o SUS e a discussão e a reconstrução coletiva de antigos conceitos, tais como cidadania, saúde e serviços de saúde, bem como a identificação de pontos positivos e negativos do sistema de saúde. O segundo momento pode abordar a história do território onde a comunidade está inserida, sua cultura, suas particularidades e os aspectos relevantes. O terceiro momento pode contemplar a caracterização atual do território, o que inclui a situação geográfica, os aspectos demográficos, sociais e econômi- cos, os determinantes e condicionantes sociais em saúde, a situação da saúde da população e a organização da atenção à saúde. O quarto momento deve envolver a análise das informações obtidas nos outros momentos, a definição dos objetivos, o estabelecimento das estratégias a serem adotadas na busca pelo alcance dos objetivos propostos, a programação das ações e o desenvolvimento de mecanismos para acompanhamento e avaliação das atividades. O planejamento é fundamental na gestão dos serviços de saúde, na medida em que envolve aspetos essenciais para o desenvolvimento do trabalho da unidade de saúde. Ele deve envolver os diferentes agentes sociais, de modo a gerar a corresponsabilização das atividades gerenciais e assistenciais na busca contínua pela qualidade na prestação dos serviços, bem como pela eficiência e eficácia da atenção em saúde (DANTAS; MELO, 2001). Organização e coordenação A organização de uma unidade de saúde contempla um conjunto de servi- ços e ações que são desenvolvidas para possibilitar a estruturação física e o aprimoramento dos colaboradores, por meio da aplicação oportuna dos recursos essenciais para o oferecimento de serviços de assistência à saúde com qualidade à população. A estrutura organizacional da unidade de saúde como um processo de divisão e ordenação dos serviços precisa, fundamentalmente, da utilização de instrumentos de coordenação, comunicação, padronização dos procedi- mentos operacionais, acompanhamento, supervisão e avaliação do trabalho. Para otimizar esses processos, faz-se necessária a utilização de um sistema informatizado que oportunize o acesso e a geração de dados fidedignos ca- pazes de fundamentar o processo decisório e a elaboração de propostas de ações e intervenções. 9O papel do enfermeiro no gerenciamento de Unidades Básicas de Saúde Gestão de pessoas Nas UBSs, a gestão de pessoas contempla a realização do dimensionamento de pessoal, a elaboração das escalas de trabalho da enfermagem, o acompanha- mento, a supervisão e a avaliação de desempenho da equipe e a programação e a realização de atividades de educação continuada (SANTOS; MIRANDA, 2007). Supervisão A supervisão se configura como uma atividade gerencial que compreende a orientação constante dos colaboradores, com vistas ao seu aprimoramento e, consequentemente, à melhora do seu desempenho na execução de suas atribuições. Nesse sentido, a supervisão deve ser realizada a partir da aná- lise dos processos de trabalho da equipe da UBS, identificando fraquezas e demandas para que seja possível buscar alternativas de reorganização dos processos, de modo a solucionar os problemas encontrados e aprimorar os serviços oferecidos à comunidade. Na execução de suas atividades de supervisão, o gestor poderá utilizar técnicas ou instrumentos que o auxiliem, como por exemplo: observação direta; entrevistas com usuários e equipe de saúde; avaliação qualitativa e quantitativa dos serviços; pesquisas de satisfação; reuniões de equipe; revisão de documentos técnicos e indicadores de saúde; mapas de produtividade e relatórios estatísticos; fichas de avaliação e acompanhamento e outros. Avaliação O acompanhamento e a supervisão dos serviços irão fundamentar a avaliação geral do desempenho da unidade e a avaliação individual de cada colaborador na execução de suas atribuições. O gestor poderá utilizar instrumentos e mecanismos de avaliação que lhe forneçam subsídios para a elaboração de um relatório de desempenho, tais como: O papel do enfermeiro no gerenciamento de Unidades Básicas de Saúde10 análise qualitativa dos serviços oferecidos pela unidade de saúde; análise quantitativa dos serviços de saúde (cobertura e produtividade); resolutividade no atendimento aos usuários; acesso aos serviços de diferentes níveis de complexidade da RAS; impacto das ações e intervenções de saúde na comunidade; índices de morbidade, mortalidade geral, mortalidade por causa (p.ex., idade, sexo, etc.); incidência e prevalência de doenças; distribuição dos atendimentos ambulatoriais realizados na unidade de acordo com idade, sexo, etc. Gerenciamento de recursos materiais A gestão dos recursos materiais da unidade de saúde contempla todos os processos que envolvem a cadeia de suprimentos de equipamentos, instrumen- tos, materiais e insumos necessários para o pleno andamento das atividades assistenciais e administrativas da unidade. Nesse sentido, o gerenciamento compreende ações de previsão das demandas, provisão daquilo que está em vias de terminar, organização dos estoques e controle contínuo de todo o processo. Gestão do orçamento e finanças dos recursos financeiros de saúde O gestor da UBS participa indiretamente da gestão do orçamento da sua unidade. Desse modo, ele deve incentivar a participação democrática da comunidade na análise e proposição orçamentária do município, além disso, deve incentivar a participação popular na prestação de contas da gestão mu- nicipal, observando como estão sendo utilizados os recursos orçamentários previstos para a saúde. Articulação O gestor de uma UBS precisa realizar constantemente a articulação entre os diferentes agentes sociais que estão envolvidos no processo administrativo da instituição, ou seja, ele será o elo entre a comunidade, os trabalhadores de saúde, os dirigentes da Secretaria Municipal de Saúde e a gestão municipal, interagindo ativamente para viabilizar condições que sejam favoráveis para a execução plena das atividades da UBS com eficiência e eficácia. 11O papel do enfermeiro no gerenciamento de Unidades Básicas de Saúde No decorrer do seu processo de trabalho na saúde coletiva, o enfermeiro deverá ter atuação constante e dinâmica em diferentes processos que deverão funcionar concomitantemente e que fazem parte das suas atribuições diárias. A gerência de uma unidade de saúde é determinante no desenvolvimento de suas ações e serviços e, quando realizada com eficiência e eficácia, constitui- -se como um importante instrumento de efetivação das políticas de saúde fundamentais para o SUS (OHIRA; CORDONI JUNIOR; NUNES, 2014). Essa dicotomia (assistência e gerenciamento) que permeia a atividade dos enfermeiros na atenção básica se configura como uma atividade complexa e desafiadora, a qual vai exigir, desse profissional, conhecimento técnico e científico nas duas áreas de atuação para que ele possa exercer suas atribuições com planejamento, organização e a qualidade que essas responsabilidades demandam. Nesse sentido, suas ações devem ser pautadas pela sua autoava- liação crítica contínua, devendo sempre refletir sobre a eficiência e a eficácia das suas ações assistenciais e gerenciais. A atuação gerencial do enfermeiro deve partir da realização do diagnóstico organizacional da unidade onde trabalha. Anualmente, devem ser realizadas avaliações que permitam a realização do diagnóstico da organização, apon- tando fraquezas e demandas, para que possam ser incluídas no planejamento organizacional as alternativas de solução dos problemas encontrados. Ao mesmo tempo, o diagnóstico também deve permitir a análise das forças da instituição, ou seja, pontos positivos e ações que obtiveram sucesso e que devem ser incentivadas e mantidas. O diagnóstico organizacional é uma importante ferramenta de gestão, a qual pode nortear a conduta gerencial. A partir do diagnóstico, o enfermeiro poderá propor à equipe a realização de um plano de ação, organizando a conduta gerencial, estabelecendo a pro- gramação de ações em saúde e organizando a agenda assistencial e adminis- trativa. Para exercer duas funções tão distintas, como a assistência de saúde e a gestão administrativa de uma instituição, ter organização é indispensável (KINDEL, 2011). O enfermeiro deve ter uma agenda diária com a programação das atividades assistenciais, tais como acolhimento, consulta de enfermagem, supervisão das atividades da equipe técnica, participação em grupos de promoção de saúde e prevenção de doenças e visitas domiciliares. Além disso, sua agenda precisa ter inclusas, diariamente, as rotinas administrativas fundamentais para o funcionamento da unidade (p.ex., gestão da equipe, controle de suprimen- tos, gestão de resíduos, supervisão das atividades dos ACSs, etc.) (OHIRA; CORDONI JUNIOR; NUNES, 2014). O papel do enfermeiro no gerenciamento de Unidades Básicas de Saúde14 A agenda mensal do enfermeiro deve contemplar reuniões de equipe (que podem ser semanais ou quinzenais) para a realização do acompanhamento das atividades da unidade, sua produção e apresentação e discussão de demandas assistenciais e administrativas. As reuniões de equipe são momentos de grande importância para o gerenciamento da unidade, na medida em que oportunizam o diálogo, a aproximação, a troca de experiências e o compartilhamento de saberes entre os diferentes profissionais que compõem a equipe de saúde. Além disso, é possível que haja, nessas reuniões, atividades de capacitação e treinamento que podem ser realizadas após a apresentação e a discussão da pauta do dia. Depois da capacitação, a reunião pode se transformar em uma oportunidade de confraternização e motivação da equipe, por meio de dinâmicas integrativas que oportunizem a melhoria dos relacionamentos interpessoais e possibilitem a criação de um clima organizacional favorável e acolhedor. A atividade gerencial do enfermeiro deve contemplar um momento de escuta da população que é acolhida pela sua unidade. A comunidade precisa ter um canal aberto para expressar seus anseios, expor suas dificuldades e apresentar alternativas e sugestões de melhorias que possam ser discutidas com a equipe e implementadas quando estiverem no limite de atuação da unidade de saúde. Aquelas que estiverem acima da competência do enfermeiro podem ser apresentadas aos dirigentes da Secretaria da Saúde e negociadas e articuladas, de modo a viabilizar a reorganização necessária ou a adoção de medidas que beneficiem os usuários e os trabalhadores da saúde (KINDEL, 2011). Nesse sentido, a atuação do enfermeiro como gestor da unidade de saúde precisa ser aberta, democrática e acolhedora, de modo a permitir a participa- ção da população adstrita na elaboração e a execução das ações de saúde. O enfermeiro precisa conhecer a comunidade onde sua unidade está inserida, aprender sua cultura, bem como os hábitos e costumes locais, procurando se integrar à comunidade, aproximando as pessoas e estabelecendo vínculos de confiança e, até mesmo, de amizade. A participação popular é fundamental na execução das atividades da uni- dade de saúde. Quando a comunidade se inteira das condições da unidade, dos recursos disponíveis, das carências e do empenho da equipe em fazer o melhor com os meios que têm, ela passa a entender o esforço dos trabalhadores da saúde, diminuindo críticas advindas da falta de conhecimento sobre o funcionamento do sistema (DANTAS; MELO, 2001). 15O papel do enfermeiro no gerenciamento de Unidades Básicas de Saúde Na sua atuação como gestor da UBS, o enfermeiro precisa ter a habilidade de resolver problemas. O enfrentamento das demandas diárias, tanto assis- tenciais quanto administrativas, requer, desse profissional, atitude proativa e dinâmica, sendo que os problemas precisam ser analisados visando à resolução rápida, eficiente e eficaz. É imprescindível que o enfermeiro mantenha o registro completo de suas atividades assistenciais e gerenciais, de modo a ter acesso rápido às informações sobre suas condutas caso seja necessário. A documentação da unidade (p.ex., controle de ponto dos membros da equipe, escalas de enfermagem, livro de ocorrências, etc.) deve ficar sob sua responsabilidade. Imprevistos e problemas podem surgir a qualquer momento na rotina atribulada do enfermeiro, por essa razão, planejar e organizar sua agenda é extremamente importante para otimizar seu trabalho na unidade de saúde. Sem planejamento e organização, o profissional não será capaz de realizar suas atividades diárias, tampouco resolver os problemas que poderão surgir durante o dia de trabalho. A formação desses profissionais deve contemplar o desenvolvimento de competências gerenciais para capacitar enfermeiros gestores que estejam aptos a compreender a real dimensão da atividade de gestão. A formação deve abordar a gestão democrática e participativa, na qual o autoritarismo dá lugar para o compartilhamento de responsabilidades, gerando respeito e confiança e fazendo a equipe caminhar junto na direção da excelência na realização do seu trabalho. É importante ressaltar que as ações administrativas e gerenciais dos en- fermeiros devem ir ao encontro do atendimento das demandas sociais e de saúde básicas da comunidade, impactando positivamente a qualidade de vida dessas pessoas. Desse modo, fica evidente a responsabilidade do trabalho do enfermeiro, na medida em que não se trata apenas de aumentar a produtividade dos serviços prestados pela UBS, mas, sim, atuar de modo que suas ações e serviços beneficiem todos. O papel do enfermeiro no gerenciamento de Unidades Básicas de Saúde16 KURCGANT, P. (Coord.). Gerenciamento em enfermagem. 3. ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2016. MARQUIS, B. L.; HUSTON, C. J. Administração e liderança na Enfermagem: teoria e prática. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. STARFIELD, B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. 2. ed. Brasília, DF: UNESCO, 2004. Disponível em: https://www.nescon. medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/0253.pdf. Acesso em: 14 maio 2019. 19O papel do enfermeiro no gerenciamento de Unidades Básicas de Saúde Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
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