Baixe Resumo de livros, cursos e etc e outras Resumos em PDF para Cardiologia, somente na Docsity! 1 Valvulopatias Aórticas CICLO CARDÍACO: o Durante a diástole as valvas atrioventriculares ficam abertas e durante a sístole encontram-se fechadas. o Durante a sístole as valvas semilunares encontram-se abertas e na diástole estão fechadas. SOPRO: o Há aparecimento de sopro cardíaco por uma ou mais situações: Aumento do fluxo sanguíneo em valvas normais ou anormais. Obstrução ao fluxo anterógrado, ocorre nas lesões estenóticas. Fluxo regurgitante por valvas incompetentes, ocorre devido as valvas incompetentes o Podem apresentar estados de alto fluxo, sem relevância fisiopatológica, ou serem conseqüentes a valvopatias e doenças congênitas. o É fundamental associar achados auscultatórios com dados da anamnese e informações obtidas pelo exame físico geral o Caracterização: Fase do ciclo cardíaco: Sistólicos: ejetivos (estenose aórtica) ou regurgitativos (insuficiência mitral) Diastólicos: ruflar (estenose mitral) ou aspirativo (insuficiência aórtica). Duração podem ser caracterizadas em sistólicos e diastólicos com proto (início), meso (meio), tele (final) e holo (toda a fase) Intensidade: em geral quanto maior a intensidade do sopro, maior a gravidade anatômica da valvopatia Audível somente com manobras 2 Facilmente audível, porém sem irradiação significativam Moderadamente alto e com irradiação ampla Alto e com frêmito Ausculta possível com parte do estetoscópio sobre a pele Ausculta com estetoscópio próximo a pele, sem contato Frequência Timbre : depende do espectro de frequência que o compõe; Termos empregados Rude Áspero Aspirativo, ocorre na insuficiência aórtica Ruflar, ocorre na estenose mitral Suave Configuração : representa a maneira pela qual a intensidade desse som se distribui ao longo do tempo Em crescendo: intensidade aumenta progressivamente Decrescendo: intensidade diminui progressivamente, ocorre na insuficiência mitral Crescendo e decrescendo: a intensidade aumenta no início atinge um pico e depois reduz progressivamente, ocorre na estenose mitral. Também chamado de sopro em diamante Plateau: mantém a intensidade constante alo longo de toda a sua ocorrência Localização Irradiação Relação com a respiração Duração: Podem ser caracterizados (sistólicos ou diastólicos) com proto (início), meso (meio), tele (final) e holo (toda a fase do ciclo) o Os sopros auscultados na base cardíaca habitualmente irradiam para a fúrcula e carótidas e são amplificados com o tórax inclinado para a frente e com a pausa expiratória o Insuficiência mitral: Os sopros auscultados no ápice cardíaco habitualmente irradiam para a axila e são amplificados com ausculta em decúbito lateral esquerdo o Os sopros de câmaras direitas são mais vem auscultados com manobra de inspiração profunda, sem fechamento da glote, idealmente com paciente na posição sentada ou em pé o Sopros auscultados nas cavidades esquerdas aumentam com a manobra de apnéiapós expiratória o Sopros auscultados nas cavidades direitas aumentam com apnéia pós-inspiratória DEFINIÇÕES: o Estenose: devido a uma sobrecarga pressórica a válvula não abre totalmente não deixando passar sangue suficiente o Insuficiência/Regurgitação: sobrecarga volumétrica, a válvula não encerra totalmente pelo que o sangue volta para trás ESTENOSE AÓRTICA: ETIOLOGIAS: o Congênita: ocorre em pacientes jovens, com a valva uni ou bicúspide o Degenerativa: mais comum em idosos, com idade maior que 65 anos o Reumática: por adesão e fusão dos folhetos e do anel aórtico EPIDEMIOLOGIA: 5 Severidade: avalia a velocidade de fluxo transvalvar, área valvar, grau de estenose, anatomia da valva, repercussão da estenose aórtica e função do VE Etiologia As cúspides aórticas encontram-se em geral espessadas e calcificadas, e o seu grau de mobilidade está diminuído, pode-se também avaliar a presença de valva bicúspide ou unicúspide (que podem estar associadas a outras malformações cardíacas e aórticas) Os parâmetros quantitativos mais importantes são o gradiente de pressão transvalvar (médio e pico), a área valvar e a velocidade do jato aórtico. O VE geralmente apresenta cavidade de dimensões normais, porém demonstra hipertrofia concêntrica na estenose aórtica significativa. A função ventricular sistólica é normal na maioria dos casos. o Cineangiocoronariografia: Avaliação completa com cateterismo direito e esquerdo pode ser necessária se existe discrepância entre os dados clínicos e ecocardiográficos. Se os dados clínicos e ecocardiográficos são típicos de estenose aórtica importante isolada, o CATE pode ser o único procedimento invasivo necessários antes da cirurgia. Gradiente pico a pico CLASSIFICAÇÃO: o Fatores de alto risco em pacientes assintomáticos: Teste de esforço com sintomas evidentes ou hipotensão ao esforço Área valvar aórtica menor ou igual a 0,7 cm ou área valvar indexada menor ou igual a 0,4cm\m Diminuição da área valvar maior que 0,1cm\ano Velocidade de fluxo transvalvar maior ou igual a 5m\s Velocidade de jato transvalvar aórtico rapidamente progressiva, com taxa de aumento anual maior que 0,3m\s. Calcificação valvar aórtica moderada a intensa se associada com rápido aumento da velocidade de fluxo transvalvar aórtico. Hipertrofia ventricular acentuada (12-14mm em mulheres e 14-16mm em homens) Doença coronariana associada. Disfunção ventricular sistólica. Elevação do BNP TRATAMENTO: o É voltado para o alívio de sintomas em pacientes não candidatos a tratamento cirúrgico ou como ponte para o tratamento cirúrgico o No paciente com sintomas decorrentes, o tratamento é eminentemente cirúrgico 6 o O diurético de alça é utilizado para alívio de sintomas o Não há evidência suficientes que embasem o uso de alguma medicação com o objetivo de retardar a evolução da doença, como as estatinas o No tratamento da HAS, cuidado especial deve ser tomado na administração de vasodilatadores o Em um estudo retrospectivo de 144 portadores da doença sintomáticos, a sobrevida em 3 anos foi de 87% e 21% nos pacientes operados e nos não operados, respectivamente o Pacientes assintomáticos com função ventricular esquerda preservada (fração de ejeção maior que 50%) não devem ser operados, visto que a morbimortalidade cirúrgica supera aquele decorrente da evolução natural da doença o Tratamento Cirúrgico: o início dos sintomas, e basta um, marca o término do tratamento clínico e o momento da correção cirúrgica. A cirurgia valvar aórtica ainda é a única terapêutica efetiva a longo prazo no alívio dos sintomas na doença. Estudos observacionais mostram que a cirurgia corretiva da doença é quase sempre seguida de melhora sintomática e aumento importante na sobrevida Em decorrência do risco operatório e das complicações imediatas e tardias das próteses, o momento ideal para a indicação cirúrgica é muitas vezes controverso Substituição valvar: Melhorar sintomas. Melhor função ventricular. Aumenta sobrevida o Complicações do implante de prótese valvar: Disfunção da prótese Vazamento paravalvular Formação de trombos Êmbolos arteriais Endocardite infecciosa Problemas associados à anticoagulação o Fluxograma: EA moderada: se não tem indicação de outro tipo de cirurgia cardíaca faz apenas acompanhamento clínico, se tiver indicação faz a cirurgia de troca valvar EA grave: Assintomático com fração de ejeção menor que 50% ou programação de alguma cirurgia cardíaca, tem indicação de fazer cirurgia. Sintomático classe I, mas não tem fração de ejeção menor que 50%, com indicadores de pior prognóstico, tem indicação cirúrgica Assintomático, mas com alta risco de progressão da doença valvar, com arritmias ou hipertrofia do VE importante, é indicado cirurgia. Sintomático classe 3 ou 4 vai para a cirurgia. Paciente com disfunção ventricular com gradiente baixo e com reserva contrátil, tem indicação de cirurgia EA grave assintomática : em pacientes com EA importante nos quais há dúvidas a respeito da real ausência de sintomas têm indicação de realizar o teste de esforço no sentido de assegurar que eles realmente permanecem assintomáticos e que o comportamento da pressão arterial seja normal durante o exame O objetivo é identificar, dentre os paciente com EA grave em assintomáticos, aqueles de maior risco, e que, portanto se beneficiam da cirurgia, evitando a morte súbita o Tratamento percutâneo da estenosa valvar aórtica: Valvuloplastia por cateter-balão Implante de bioprótese por cateter 7 Determina melhora apenas temporária dos sintomas e do gradiente de pressão transvalvar, pela alta incidência de reestenose sendo indicada atualmente, apenas excepcionalmente como medida paliativa ou como ponte para um tratamento definitivo A anatomia femoral deve ser favorável Grande tortuosidade na aorta e artérias ilíacas e femorais estreitas ou muito envolvidas por aterosclerose dificultam o procedimento aumentando incidência de complicações embólicas distais Placas em excesso na aorta descendente também aumentam a morbidade, podendo promover embolização cerebral o Sistema CoreValve: consiste de três folhetos do pericárdio súino, montados e suturados em um stent de nitinol de 5cm de comprimento autoexpansível O implante é realizado exclusivamente por acesso retrógrado, por punção ou dissecção das artérias femorais ou subclávia ou pelo acesso transaórtico Indicado para pacientes com alto risco para a cirurgia aberta Complicações : AVC, oclusão de artérias coronarianas, BAV com necessidade de implante de marca- passo permanente e mortalidade em 30 dias ACOMPANHAMENTO CLÍNICO: o Estenose aórtica grave: fazer ecocardiograma a cada 6 meses o Estenose aórtica moderada: fazer ecocardiograma a cada 1 ano o Estenose aórtica leve: fazer ecocardiograma a cada 2 anos INSUFICIÊNCIA AÓRTICA: o Geralmente se desenvolve de maneira lenta e insidiosa o Morbidade muito baixa durante uma longa fase assintomática o Aparecimento de sintomas e a redução da função sistólica do VE são os principais fatores de pior prognóstico e embasam o tratamento cirúrgico ETIOLOGIA: o Principais: Dilatação idiopática da aorta Anormalidades congênitas (valva bicúspide) Calcificação da valva Doença reumática Endocardite infecciosa HAS Degeneração mixomatosa Dissecção da aorta ascendente Síndrome de Marfan o Outras Causas: Lesões traumática, Espondilite anquilosante, Aortitesifilica, Artrite reumatóide, Osteogênese imperfeita. Síndrome de Ehlers-Danlos. Síndrome de Reiter. Estenose subaórtica e Defeito do septo interventricular com prolapso da cúspide aórtica FISIOPATOLOGIA: o Sobrecarga de volume no VE, inicialmente compensada com dilatação e hipertrofia excêntrica o Volume sistólico aumenta para manter o débito cardíaco 10 De forma regular para pacientes com doença importante que apresentam sintomas ou disfunção VE quando existem contraindicações ao tratamento cirúrgico Para uso de curto prazo como ponte para o tratamento cirúrgico em pacientes com IA importante sintomáticos, com ou sem disfunção ventricular esquerda, candidatos à intervenção cirúrgica Classe IIb: como terapêutica a longo prazo em pacientes com IA importante assintomáticos que apresentem dilatação do ventrículo esquerdo, com função ventricular preservada Classe III: Como terapêutica de longo prazo em pacientes com IA discreta a moderada e função sistólica normal do ventrículo esquerdo, na ausência de hipertensão arterial sistêmica Com substituição a cirurgia em pacientes com IA importante que apresentem indicação de intervenção cirúrgica, sem contraindicações ao procedimento o Diuréticos; diminuem a pré-carga o Beta-bloqueadores: devem ser evitados pois aumentam o tempo de diástole aumentando a regurgitação o Profilaxia para EI nos procedimento odontológicos e cirúrgicos o EAP: diuréticos ou vasodilatadores o Débito cardíaco baixo: vasodilatadores ou inotrópicos o Procurar fator de descompensação o Balão intra-aórtico é contraindicado o Cirurgia eletiva precoce o Pacientes descompensados que não melhoram com tratamento clínico, deve fazer cirurgia de emergência, pois a mortalidade é de 100% INSUFICIÊNCIA AÓRTICA AGUDA: o Etiologia: Principal causa: infecção em valva biscúspide Ruptura por trauma torácico, dissecção aórtica ruptura de degeneração mixomatosa e fenestrações o Fisiopatologia: Não há compensação do VE em resposta à sobrecarga de volume A dilatação é limitada e a pressão diastólica está muito aumentada Aumenta a pressão AE e venosa pulmonar, com fechamento mitral precoce EAP + hipoperfusão o Clínica: Início abrupto, deteriorando rapidamente EAP + redução do débito cardíaco Diminuição de B1, devido ao fechamento precoce B3 Sopro diastólico discreto Sopro de Austin Flint OBS: na IA agudo as manifestações clínicas são súbitas, de colapso cardiovascular, fraqueza, dispneia grave e hipotensão secundária à redução de volume de ejeção e elevação da pressão AE o Diagnóstico; ECG: taquicardia sinusal, alterações de ST e onda T inespecíficas Raio-X de tórax: hipertensão pulmonar e EAP Ecocardiograma: Fechamento precoce e abertura tardia da valva mitral Excluir outros diagnósticos o Tratamento medicamentoso: Principal causa: endocardite 11 EAP: diuréticos Redução do débito cardíaco: inotrópicos ou vasodilatadores Dissecção: evitar ionotrópicos Cirurgia de emergência, mesmo se endocardite o Tratamento cirúrgico: Mesmo em pacientes com acentuada redução da função do VE, leva a um aumento da FE e da sobrevida da maioria dos pacientes, sem progressão da IC Constitui o procedimento de escolha para tratamento da IA importante em pacientes sintomáticos ou com disfunção ventricular Recomendações: Classe I: Pacientes com IA importante sintomático Pacientes com IA importante, assintomáticos, com FE menor que 50% em repouso Pacientes com IA importante aguda ou agudizada de qualquer etiologia levando a IC aguda Pacientes com IA importante que serão submetidos concomitantemente a cirurgia de revascularização miocárdica ou cirurgia de aorta ou de outras valvas cardíaca Classe IIa: pacientes com IA de etiologia não reumática, importante, assintomáticos, com FE maior ou igual que 50% mas com DdVE maior que 75 mm ou DsVE maior que 55 mm Classe IIb: Pacientes com IA importante, assintomáticos, com FE maior ou igual que 50% mas com DdVE de 70-75 mm ou DsVE de50-55 mm Pacientes com IA de etiologia reumática, importante, assintomáticos, com FE menor que 50% mas com DdVE maior que 75 mm ou DvVE maior que 55 mm Pacientes com IA moderada que serão submetidos concomitantemente a cirurgia de revascularização miocárdica ou cirurgia da aorta ou de outras valvas cardíacas Classe III: pacientes com IA importante, com FE maior ou igual a 50% e com DdVE menor que 70mm e DsVE menor que 50 mm Indicações em pacientes assintomáticos: Pacientes com deterioração da função do VE (com fração de ejeção maior ou igual a 50%) ou dilatação ventricular esquerda (DdVE maior ou igual a 75 mm ou DsVE maior ou igual a 55 mm), especialmente os de etiologia não reumática Quando, durante TE, mesmo esforço leve, gera o aparecimento de sintomas de IC ou diminuição da tolerância ao exercício Insuficiência aórtica Moderada: Podem ter valva aórtica substituída durante cirurgia da aorta ascendente ou cirurgia de revascularização do miocárdio Troca valvar não está indicada em IA moderada na ausência dessas condições, ou IA discreta o Fluxograma: Moderada: faz cirurgia se tiver programa de TM, cirurgia da aorta torácica ou de outras valvas cardíacas, caso contrário faz apenas acompanhamento clínico Importante: Assintomático: faz cirurgia se: FE maior ou igual a 50% e\ou com programação de RM cirúrgica da aorta ou de outras valvas concomitantes DdVE maior que 75 mm ou DsVE maior que 55 mm DdVE de 70-75 mm ou DsVE maior que 55 mm, com evidência de resposta anormal do miocárdio se for classe IIb Sintomático: classe II, III e IV 12