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Resumos de Psicologia Social c/ notas de aulas, artigos e livros, Notas de aula de Psicologia Social

Neste documento vais encontrar a exploração dos tópicos que foram abordados nesta cadeira, sendo o conteúdo desenvolvido com base em artigos empíricos e livros. Os tópicos abordados são uma introdução à psicologia social, interação social, self e identidade, formação de impressões, grupos e processamentos de influência social, e aplicações da psicologia social.

Tipologia: Notas de aula

2022

À venda por 16/06/2023

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Baixe Resumos de Psicologia Social c/ notas de aulas, artigos e livros e outras Notas de aula em PDF para Psicologia Social, somente na Docsity! Introdução à Psicologia Social Introdução "Ramo da psicologia que tenta compreender e explicar (a) como é que os pensamentos, sentimentos e comportamentos (b) dos indivíduos são influenciados (c) pela presença real, imaginada ou implícita dos outros (d)." Gordon Allport a) Como? Método científico. • Descrição: observação precisa e fiável (e elaboração de relatórios). • Explicação: desenvolvimento de teorias que relacionam e organizam as observações, nomeadamente em relações de causa-efeito (fazem- se observações e questões, teorias, previsões (hipóteses), delineamento da pesquisa, recolha de dados). b) O quê? Cognição, Afeto e Comportamento ABC. c) Sugere relações causais do outro no indivíduo. d) "Presença real dos outros": o que muda no nosso comportamento por estarmos com outros. "Presença imaginada de outros": o que muda no nosso comportamento por imaginarmos a reação dos outros. "Presença implícita dos outros": o que muda no nosso comportamento por supormos existirem outros. O olhar da psicologia social é um triangulo em que os vértices representam: eu, outro e objeto. As relações sociais são muito importantes para a vida de uma pessoa pois é nelas que construirmos relações protetoras que nos vão dar coragem para enfrentar desafios. Relações intrapessoais Representa o mundo social na nossa cabeça (“porque é que ele me fez isto?”. É a maneira como nós interpretamos e reconstruímos o mundo social na nossa cabeça. É importante para compreendermos a ação dos outros. Relações Interpessoais Identidade pessoal. Relações estabelecidas entre duas pessoas, podem ser: • Positivas: Amor, Amizade, Confiança • Negativas: Violência, Agressão, Ódio "eu e tu" - relação de confiança, empatia, intimidade. Relações de Grupo Identidade de grupo. Podem ser: • Positivas: Coesão, Cooperação, Solidariedade • Negativas: Conflito, Bullying e Ostracização "nós e eles" - relação de interdependência e coesão As relações de grupo não dependem tanto das intrapessoais, como as relações interpessoais dependem, pois não necessitam de tanta reflexão. Em muitos casos sabemos que podemos tomar certas atitudes perante outras pessoas pois sabemos que temos o apoio do nosso grupo apesar do juízo das ações. Níveis de explicação em Psicologia social Psicologia Social como uma disciplina charneira Diferentes níveis de explicação para os comportamentos sociais (Doise, 1982) Intra-individual O comportamento é explicado por mecanismos de processamento de informação ao nível do indivíduo sem recorrer à interação do indivíduo com o meio social. Ex: Atitudes e mudanças de atitudes, aprendizagem, perceção, atenção e memória. Inter-individual ou Situacional O comportamento é explicado pela dinâmica das relações que influenciam um grupo de indivíduos. As variáveis explicativas são situacionais. Nota: Indivíduos são considerados substituíveis, sendo as interações entre eles explicativas. Ex: Influência social, conflitos, bystander effect. Inter-grupal ou Posicional O comportamento é explicado pela diferente posição social dos sujeitos – enfâse na relação entre as diferentes posições sociais que os indivíduos ocupam. Posição social pode ser classe social, sexo, idade, ... Ex: Distância social entre grupos, relações baseadas em posições sociais. Ideológico ou Sociológico O comportamento é explicado com base nos valores, ideologias ou normas partilhadas pelos membros de uma determinada cultura ou sociedade. Ex: Ideologias conservadoras, estereótipos. Interação social, self e identidade, formação de impressões Selfies Porquê as selfies? Autoimagem: O ser humano sempre teve a vontade de ser definir, atualmente através das selfies, mas antigamente através de pinturas e esculturas. Reforço da identidade social: Há a necessidade de mostrar que nós pertencemos a algo maior (grupo, faculdade, evento, etc.). Necessidade de pertencer • Precisamos de relações fortes e estáveis com os outros. As boas relações em grupo são essenciais para o bem-estar psicológico e para o desenvolvimento saudável. • Quando a interação é negativa, como por exemplo com a exclusão social, faz-nos sofrer. • A rejeição pelos outros doi tal como a dor física. ◦ Sofremos quando os outros nos excluem (Eisenberg et al., 2003, 2004): estudo realizado que mostrou que as zonas do cérebro ativas quando somos excluídos socialmente são as mesmas zonas da dor física. Necessidade de compreender • Precisamos da validação da nossa opinião. Precisamos de nos comparar para atribuir sentido às nossa situações e ações. • Precisamos dos outros para dar significado ao que nos rodeia. • Com outros damos sentidos às nossas situações difíceis ◦ SCHACHTER, 1959 - Situação Ansiogénica - Preferir estar rodeado de pessoas em situações de alto medo para dar sentido à situação difícil. • Necessidade de sermos apreciados e valorizados. Necessidade de autoestima • Precisamos dos outros para gostar de nós. • Precisamos dos outros para nos compararmos. • Há uma necessidade de pertencer e ser igual, mas ao mesmo tempo diferente, para enaltecer as nossas características. • O feedback positivo dos outros é uma forma de nos sentirmos bem. Necessidade de padrões para agir • Em situações novas usamos os outros como modelo para agir pois precisamos da sua orientação. Conclusão • Maneira de apresentar as diferentes facetas do self e da identidade e de construirmos a nossa imagem complexa. • Apesar de se centrarem em nós, representam as nossas necessidades sociais. Self Como formamos ideias sobre como somos? • A forma como nos avaliamos depende também da forma como avaliamos os outros. • A introspeção é fundamental pois passamos muito tempo connosco estando sempre a receber novas informações sobre nós. • A opinião dos outros conta para a ideia que criamos de nós próprios. Tipos de Self Self individual: Quem somos como indivíduos (características pessoais) Self coletivo: Quem somos por sermos parte de um coletivo (nacionalidade, religião) Self relacional: Quem somos de acordo com as relações que temos com os outros (filha, aluna, amiga, namorada) A maneira como nos vemos também é influenciada pela cultura em nosso redor. Esta pode ser independente e individualista ou interdependente e coletivista. Pessoas em sociedades individualistas usam atributos mais diferenciadores do self (sou inteligente), enquanto pessoas em sociedade coletivistas usam atributos interdependentes (sou budista). Aspetos em constante mudança Autoconceito e Autoestima Autoconceito O conhecimento que cada indivíduo tem sobre si mesmo. ◦ Self-privado: sujeito social, como somos ◦ Self-público: objeto social, como achamos que os outros nos vêm Autoconsciência: nós não estamos sempre conscientes de quem somos, há situações em que não estamos completamente conscientes de como estamos – são estado transitórios. Como se forma? Por introspeção ◦ Sabemos quem somos ao olharmos para nós próprios e construirmos uma narrativa (uma ideia sobre aquilo que achamos que nos vai acontecer). ◦ No entanto, há fatores inconscientes que afetam a nossa introspeção, fatores fora do nosso controlo e consciência. ‣ Holland et al, 2005: O poder do cheiro a limão ‣ Nesta experiência verificou-se que, inconscientemente, o cheiro a limão, associado a produtos de limpeza, faz-nos pensar em limpeza e incentiva comportamentos relacionados com a mesma. ◦ A memória não possui um retrato objetivo do que se passa, é um fator que não é de confiança pois é altamente enviesada por fatores motivacionais (lembramo-nos mais dos sucessos do que dos fracassos). Através de inferências sobre o nosso comportamento Teoria da auto-perceção (Bem, 1967): o autoconhecimento é feito através de inferências sobre o nosso comportamento. ◦ Existem dois fatores muito importantes que são necessários distinguir para se puder considerar este comportamento: ‣ Motivação intrínseca: quando o comportamento não é justificado por nenhum fator externo e é escolhido livremente ‣ Motivação extrínseca: oposto da intrínseca; comportamento guiado por pressões ou motivações externas ◦ Para pudermos tirar conclusões acerca do nosso comportamento ele tem de ser motivado apenas intrinsecamente. Interação social, self e identidade, formação de impressões Exemplos Interna vs. Externa Explicação Interna ou Externa Porque ele é uma pessoa horrível Porque eu sou uma pessoa complicada Porque ele está a passar por uma situação de grande tensão Porque eu não fui sincera com ele Porque a família dele o obrigou Porque tenho azar ao amor Estabilidade vs. Instabilidade Explicação Estável ou Instável Porque ele é uma pessoa horrível Porque eu sou uma pessoa complicada Porque ele está a passar por uma situação de grande tensão Porque eu não fui sincera com ele Porque a família dele o obrigou Porque tenho azar ao amor Controlabilidade vs Incontrolabilidade Explicação Controlável ou Incontrolável Porque ele é uma pessoa horrível Porque eu sou uma pessoa complicada Porque ele está a passar por uma situação de grande tensão Porque eu não fui sincera com ele Porque a família dele o obrigou Porque tenho azar ao amor As narrativas pessoais são construídas com os outros Memória socialmente construída: As imagens que temos de nós são baseadas na memória, e ela é muito seletiva As memórias que temos são colaborativas e dependem dos outros para validação A nossa autoestima é afetada pela maneira como definimos as causas A identidade é uma narrativa que nós fazemos sobre nós próprios, construção do que nos acontece e as interpretações que fazemos sobre aquilo que nos acontece, construímos baseada nas nossas memórias, que são seletivas e enviesadas. Somos independentes? Sabemos quem somos sem os outros? 1. Os outros como fonte do autoconhecimento (feedback, espelho) ‣ Nós temos ideias sobre nós próprios, mas precisamos de validar com outras pessoas as nossas interpretações 2. Validamos com os outros ideias, emoções e interpretações ‣ Ficamos mais seguros se os outros concordarem com a nossa interpretação 3. Baseamos a autoestima em comparações com outros ‣ As comparações podem aumentar a autoestima ou destruí-la, por pressões da sociedade 4. Vivemos com as imagens que a sociedade faz dos grupos a que pertencemos ‣ Pertencer a grupos significa que vamos ser associados ao estereótipo do grupo, não interessa se encaixamos nele ou não 5. Mostramos diferentes facetas em diferentes contextos ‣ O contexto em que nos encontramos inseridos vai influenciar o tipo de pessoa que somos NÃO, mas há alguns princípios que dão consistência à nossa identidade através das diversas circunstâncias de vida que a ameaçam Princípios identitários e ameaças (Breakwell, 1986) Teoria do processo identitário A identidade é um processo dinâmico, mas as alterações respondem a 5 princípios universais Ameaça à identidade e necessidade de reconstrução É importante mantermos alguns aspetos da nossa identidade para nos mantermos saudáveis pois caso isto não aconteça a nossa identidade fica fraturada Precisamos de manter: 1. o sentido de continuidade quando mudamos de terra, de escola, de situação profissional, de estado civil precisamos de manter a ligação entre quem éramos e quem somos 2. o sentimento de pertença quando somos rejeitados ou nos sentimos isolados 3. o sentimento de distintividade quando somos tratados sem respeito pela individualidade e temos a sensação de ser invisíveis 4. sentido de autonomia e eficácia quando ficamos doentes ou incapacitados e temos de depender dos outros 5. autoestima positiva quando percebemos que não somos tão bons como pensávamos Grupos e processos de influência social A presença dos outros Há 6 áreas do lobo temporal que contêm neurónios específicos que se ativam muito mais quando estamos na presença de faces do que perante objetos. Kamp, Morris e Dilks (2019) Há áreas do cérebro especificamente para processamento de rostos. Quando o olhar de uma cara está dirigido a nós, essa cara é identificada muito mais facilmente e rapidamente do que quando está a olhar para outro lado (Frischen et al., 2007). Tripplett (1889) Estudo em que são dadas canas de pesca a dias crianças em simultâneo, onde rapidamente começaram a competir, sem instruções para tal. Facilitação social Floyd Allport (1924) A presença de outras pessoas, quer em coação, quer em efeitos de audiência, fazia com que o desempenho das pessoas aumentasse – Facilitação social No entanto, este fenómeno não é assim tão linear. Às vezes a presença de outros melhorava o desempenho, outras piorava. Robert Zajonc (1965) Ao estarmos com outros da mesma espécie, há um estado de ativação de arousal do organismo. ◦ Em tarefas dominantes: simples ou bem aprendidas → arousal causado pela presença dos outros melhora o desempenho; ◦ Em tarefas não dominantes: complexas, mal aprendidas ou novas → arousal causado pela presença dos ouros piora o desempenho. Causa de ativação/arousal ◦ Receio de avaliação (Cottrell, 1968) – a presença dos outros induz medo de avaliação, sentimento de que se está a ser avaliado e consciência das possíveis consequências, aumentado a ativação. Nota: (Cottrell, 1968) Estudo onde participantes tinham de realizar uma tarefa motora sozinhos, com audiência ou com audiência vendada. Resultado: não havia efeitos de facilitação quando a audiência estava vendada, ou seja, arousal não existe quando sabemos que não estamos a ser observados. ◦ Presença dos outros como ameaça (Blascovich et al., 1999) – a presença dos outros pode ser vista como uma ameaça (tarefas não dominantes) ou um desafio (tarefas dominantes), aumentando a ativação. ◦ Distração (Baron et al., 1978): a presença dos outros distraí- nos, retirando recursos atencionais. O conflito atencional aumenta a ativação. Apatia Social O comportamento de ajuda não parece associado sistematicamente com variáveis de personalidade, varia de forma previsível e função das variáveis da situação – número de observadores presentes. Bystander Effect (Latané & Darley, 1968) Quanto mais observadores presentes, menor é a probabilidade de um indivíduo ajudar. Bystander: "A person who, although present at some event, does not take part in it; an observer or spectator." Nota: só acontece quando as pessoas não se conhecem Ajuda nas cidades: Stanley Milgram, 1970 A probabilidade de se obter ajuda na cidade é menor do que numa terra pequena. Maior densidade populacional → Menos probabilidade de ajuda (Levine et al, 1994) O comportamento de ajuda não aparece associado sistematicamente com variáveis de personalidade, varia de forma previsível em função de variáveis da situação, nomeadamente o número de observadores presentes. Porquê a apatia social? A presença de outros interfere, portanto, negativamente na decisão de ajuda nas diversas fases do processo. Porquê? ◦ Reparar que alguém necessita de ajuda (outros são uma distração) ◦ Interpretar a situação como uma emergência (outros: validar com outros) ◦ sentirmo-nos responsáveis por ajudar (outros: difusão da responsabilidade e dos custos pela não ação; ignorância pluralística) ◦ saber o que fazer e implementar a ajuda Quando? ◦ Identificação com a vítima - ajudamos preferencialmente aqueles com quem nos identificamos ◦ Normas de grupo - ajudamos quando as normas do grupo promovem a ajuda ◦ Relação social - ajudamos quando estamos com amigos Como mantemos a autoimagem positiva apesar de não agirmos? Teoria do distanciamento moral, Albert Bandura ◦ Difundir a responsabilidade ◦ Culpar outros ◦ Diminuir a importância do incidente ◦ Desumanizar a vítima ◦ Culpar a Vítima Grupos e processos de influência social Grupos Um grupo é uma unidade social constituída por mais de duas pessoas (que interagem entre si) com papéis interdependentes orientados para objetivos comuns e que regulam o seu comportamento por um conjunto de normas. Um grupo possui: interação, interdependência, identidade, objetivo comum, permanência no tempo e estrutura. São sistemas dinâmicos que mudam ao longo do tempo. Características • O grupo é mais do que a soma dos indivíduos e de comportamentos individuais - as pessoas em grupos comportam-se de maneira diferentes do que quando estão sozinhas (para o bem e para o mal); • O grupo transmite características aos seus membros – as pessoas nos grupos transformam-se, recebendo dos grupos algumas características; • O grupo constrói um clima emocional próprio através das interações e sincronizações (fazer coisas ao mesmo tempo que os outros) entre os membros – sentido coletivo; • O grupo passa a fazer parte da nossa identidade individual - “um grupo existe quando mais de duas pessoas se definem como membros desse grupo e quando a sua existência é reconhecida pelo menos por 2 outras pessoas” (Brown, 1988); • Os membros do grupo tornam-se interdependentes ◦ interdependentes pela tarefa ◦ interdependentes socialmente (por exemplo, vitórias de um grupo – vitorias do indivíduo) • Grupos com entitividade Elevada vs. Baixa (até que ponto são reconhecidos como entidade) ◦ Efeitos nos membros: grupos com maior entitividade – os membros identificam-se mais com esse grupo em alturas de incerteza Objetivos comuns dos grupos ◦ Objetivos de tarefa: organização para o término de uma tarefa dentro do prazo ◦ Objetivos socio-emocionais: objetivo é todos os membros se sentirem bem Posto isto, às vezes pode existir tensão entre os 2 objetivos: completar a tarefa e manter um bom clima emocional – deve-se sempre pensar nos dois. Tipos de Grupos Grupos formais: possuem uma existência clara Grupos informais: as fronteiras não estão limitadas (por exemplo, grupo de amigos) Grupos primários: são grupos onde nos damos pessoalmente com os outros membros e possuímos interações pessoais Grupos secundários: são grupos maiores a que pertencemos, mas não interagimos com todas as pessoas Categorias sociais: uma categoria social consiste num agrupamento estatístico de indivíduos, constituído com base na existência de uma ou mais características comuns entre eles, não comunicando entre si Os grupos mais importantes tendem a permanecer no tempo e têm todos uma estrutura. São sistemas dinâmicos, que mudam ao longo do tempo. Dinâmicas de grupo: Kurt lewin Teoria de campo em Psicologia Todo o comportamento é função do contexto num determinado momento. O Campo é a “totalidade das forças coexistentes num determinado momento do tempo” Forças existentes num grupo Forças Individuais: necessidade de aceitação, pertença, segurança, comunicação (se é mais comunicativo, menos comunicativo, menos seguro, mais seguro) Forças Interpessoais: atração/repulsa; poder/submissão (gostar ou não gostar, simpatizar ou não com algumas pessoas - se sim, participa mais fortemente) Forças Grupais: coesão/conflito; ligação com outros grupos - família; aquilo que parece desejável, que parece regra, o que se deve fazer em certa situação Training groups (T-groups) Os membros do grupo reuniam-se regularmente e desempenhavam e observavam- se a desempenha as mesmas tarefas (observações do “aqui e agora”). Análise das interações no momento como forma de identificar as forças presentes no grupo. Os membros do grupo atuam como espelho uns dos outros. O feedback sobre os comportamentos uns dos outros permite que haja uma expansão de conhecimentos uns dos outros. Analisam o que ali aconteceu e porquê – fonte de desenvolvimento. • Participação e exposição: envolvimento experiencial; • Observação: atenção ao que se passa no grupo; • Feedback: informação sobre como os outros nos veem e nos sentem; Interação e diferenciação de papeis Papeis que facilitam... ...A tarefa Iniciadores: Sugerem, propõem Informadores: Trazem ou procuram informação Finalizadores: Resumem, procuram consensos ...A relação Animadores: Reforçam, incitam outros Humoristas: Aliviam a tensão Vigilantes: Lembram as regras, os prazos Papeis que dificultam... Denominador: Ocupa o espaço do grupo, fala o tempo todo, quer que todos lhe obedeçam Opositor: Está sempre do contra, gosta de ter posições diferentes dos outros todos Passivo: Está no grupo, mas não faz nada nem diz nada, tanto lhe faz Sabichão: Acha que sabe tudo e os outros deixam de o ouvir, porque ficou encurralado nesse papel Pessimista: Acha que nada vai correr bem, queixa-se de tudo e não dá soluções Fases de desenvolvimento (ciclo) 1. Formação: orientação, troca de informação e exploração das semelhanças; 2. Confusão: desacordos e influência; 3. Normalização: coesão, formação de regras e estabilidade; 4. Execução: desempenho, centração na tarefa; 5. Dissolução: suspensão; Grupos e processos de influência social Conformismo Poder das normas sociais. Quando uma norma está formada há uma maior homogeneidade do comportamento das pessoas. É a mudança do comportamento social como resposta à pressão do grupo. Solomon Asch (1955) Quando a evidência dos meus sentidos vai contra aquilo que é a norma do grupo, como é que eu reajo? Asch viu que a maioria das pessoas deu, pelo menos uma vez, a resposta errada cedendo à pressão dos restantes membros do grupo. Porquê? 1. Conformistas percetivos: (o menos frequente). 2. Conformistas ao nível do julgamento: (o mais frequente). 3. Conformistas ao nível da ação Conclusões • Pressão da maioria • Mesmo em situação não ambígua • Tensão no grupo (tanto em conformistas como independentes) Condições Mais conformismo quando: - A resposta não é anónima - A tarefa é complexa - A situação é ambígua - O grupo é coeso - Nos identificamos com o grupo (avaliativas) - Países coletivistas Porquê? Duas necessidades a que os grupos respondem: - Dependência informativa Necessidade de compreender e ter certezas Usar a posição da maioria para informação Aumenta o conformismo: □ A ambiguidade e dificuldade da tarefa □ A situação de medo ou crise □ A subjetividade da resposta (opiniões vs. factos) □ A incompetência do sujeito (e os outros serem especialistas) □ A unanimidade da maioria (consenso como prova de realidade) Induz mudança da opinião privada - Dependência normativa Dependemos do nosso grupo para o afeto emocional Aumenta o conformismo: □ A importância do grupo para a pessoa □ O poder de punição e de recompensa do grupo □ A identificabilidade do indivíduo na situação □ A necessidade de interações cooperativas para a realização da tarefa Induz conformismo apenas público Muitas vezes não mudam a opinião pessoal, mas agem como se sim para serem aceites pelo grupo. Autoridade Processos de Influência social – homogeneização do grupo Formação de normas convergência dos membros do grupo para um comportamento comum Conformismo mudança de comportamento individual como resposta à pressão do grupo (maioria quantitativa) Obediência mudança de comportamento individual para seguir uma instrução de alguém com poder (maioria qualitativa) O poder da autoridade e das normas sociais Experiência de Milgram – Choques elétricos Um comparsa instruiu os participantes a usar um dispositivo que dava choques elétricos cada vez mais fortes a “alunos” quando estes cometiam um erro. À medida que os choques aumentam de intensidade o “aluno” protesta (grita por socorro, reclama de problemas cardíacos e implora que pare) e depois para de responder. O participante era sempre instruído a continuar. Resultados: 62% dos participantes administraram choques mortais (450 volts, 4 vezes). Modelo explicativo da obediência (Milgram) Norma social de obediência a autoridade (estado agêntico, responsabilidade pela execução e não pelo conteúdo da ordem) Estado agêntico: não nos sentimos responsáveis pelas nossas ações, mas sim por obedecer à autoridade, sendo agentes da mesma Nessa situação é difícil comutar de norma social (não devemos fazer mal aos outros) A situação era gradual (foot on the door technique) Havia distanciamento físico relativamente à vítima Paradigma Kassin&Kiechel Criaram uma situação em que estudantes universitários participaram num estudo sobre a velocidade na escrita no computador. Condições: • Uma pessoa ditava (velocidade rápida ou lenta) – comparsa; • Um indivíduo que escrevia o texto no computador – sujeito ingénuo; • Os participantes eram avisados para não tocarem na tecla ALT, pois o computador crashava quando isso acontecia e perdiam-se todos os dados; Dois minutos depois o computador crasha e o experimentador acusa o participante de tocar na tecla ALT. Todos o negam. Posteriormente, o experimentador pergunta ao comparsa se viu alguma coisa e o mesmo afirma que viu o sujeito a tocar na tecla ALT (ou não). O experimentador pede ao participante para assinar uma confissão em como clicaram e a data se perdeu. • Objetivo: perceber se as pessoas confessavam tocar na tecla, embora não o tivessem feito. • Conclusão: há condições situacionais que levam a que as pessoas se submetam a autoridades, confessando o que não fizeram e internalizando essa culpa. Grupos e processos de influência social O poder das normas e papéis sociais Experiência de Zimbardo – Prisão de Stanford Participantes aleatoriamente selecionados como guardas ou prisioneiros: • Os prisioneiros forma submetidos a procedimentos para os humilhar, acabar com a sua individualidade e recordar a sua falta de agência. • Os guardas usavam um uniforme, óculos escuros e um cassetete (individualidade limitada) e eram instruídos para fazer o que achassem necessário para manter a ordem na prisão. Á medida que o tempo passou que os guardas impuseram a sua autoridade de uma forma cade vez mais severa e os prisioneiros tornaram-se passivos e depressivos. O estudo terminou em 6 dias, apesar de ter sido planeado para 15 porque os guardas se tornaram abusivos e os prisioneiros mostravam sinais de extremo stress e ansiedade. Conclusões “Qualquer pessoa se comporta como um tirano se desempenhar o papel de um membro de um grupo com poder sobre outro” → demostra a importância do contexto situacional no comportamento humano. Críticas Ignorou a resistência e reforçou a tirania, salientando o lado negativo do comportamento de grupo. Mas... • Para haver uma ação coletiva é necessária uma identidade social coletiva (interiorização da pertença a um grupo social); • A identidade social com grupos dominantes está na base da tirania, mas com grupos dominados está na base da rebelião. A importância do contributo de Milgram e Zimbardo • São extremamente poderosos porque são muito simples, muito reais e muito perturbadores. • Pesquisa que explora o lado negro da humanidade • Salienta o lado negativo e extremo da influência social • Contribuiu para se discutir as questões éticas na investigação em Psicologia. • Ajudam a compreender muitos fenómenos que nos rodeiam Replicação do estudo Os autores propuseram-se criar uma situação que mudasse estas regras, esperando níveis mais baixos de agressividade. Os resultados devem-se a uma situação particular das identidades sociais criadas entre dois grupos com poder diferente: • Eram grupos impermeáveis (não havia possibilidade de mobilidade social); • As diferenças de poder eram vistas como legítimas e estáveis; BBC – the experiment Reality show onde havia prisioneiros e guardas, semelhante ao experimento de Zimbardo, porém existiam comissões de ética, acesso a melhores condições e psicólogos se necessários. Também criaram situações para mostrar que a maior ou menos submissão das pessoas está sujeita às condições do experimento. • Fim da permeabilidade intergrupal: já foi possível criar uma identidade coletiva entre os prisioneiros para melhoria das condições. Conflito entre grupos e maior solidariedade entre prisioneiros (ao contrário do que aconteceu em Stanford: sem permeabilidade, sem alternativas e legitimada). Conclusões • É possível fazer este tipo de experiências e é possível que as pessoas não tenham o mesmo comportamento que tiveram no estudo de Zimbardo, mas somente porque a situação era controlada; • O poder das normas sobre o comportamento individual não é automático; • É preciso criar uma identidade coletiva dentro dos grupos que estão submetidos a esta tirania; • Situações extremas de autoridade só acontecem quando não se respeita a individualidade ou quando se criam condições para que as pessoas abusem do seu poder ou quando não formação para o cargo; • A tirania não é inevitável. O poder das minorias Serge Moscovici critica o enviesamento conformista das investigações anteriores, uma vez que: • As pessoas são ativas; • As minorias podem influenciar as maiorias; Se assim não fosse, não existia mudança. Esta mudança geralmente acontece quando há uma minoria com uma perspetiva radicalmente oposta. Perspetiva de Ash, Sherif, Milgram e Zimbardo: Quando é que uma pessoa cede à pressão e grupo? → maioria influencia a minoria. Perspetiva de Moscovici: Quando é que uma pessoa influência o grupo? → minoria influencia a maioria. Experiência de Moscovici – Azul/Verde O participante via quadrados azuis em grupo e instruído a dizer a sua cor em voz alta em três condições: • Grupo de controlo – ausência de influência minoritária; • Minoria inconsistente – um terço das respostas (verde); • Minoria consistente – todas as respostas (verde). Resultados: 8% dos participantes afirmaram que o quadrado era verde quando a minoria é consistente. Os valores são superiores quando voltam a responder aos slides sozinhos. Questionário pós-experimenta (em privado): membros minoritários era percecionado como sendo menos desejáveis e competentes, mas mais confiantes que os outros membros. Conclusões: → As minorias com comportamento consistente podem mudar as maiorias; → A influência minoritária é maior em situação privada do que me pública. Porque é que a minoria tem influência? • Quebra a maioria unânime • Chama a atenção para a existência de uma entidade minoritária e para a possibilidade de respostas alternativas • Demonstra confiança numa posição alternativa • Demonstra que não vai mudar de posição e que a única solução para o conflito é adotar a posição da minoria • Fazem as pessoas pensar duas vezes • Minorias ativas: investimento; autonomia; Consistência (ao longo do tempo para se tornar visível e no mesmo momento – não psicologizada); Justiça (representar valores); Flexibilidade (negociação) •O impacto das minorias vai para além da concordância pública imediata •É maior quando os minoritários são vistos como membros do grupo Grupos e processos de influência social Modelos explicativos de influência social As perspetivas tradicionais explicam a mudança nos grupos com base na influência que este tem sobre o indivíduo, respondendo a duas necessidades: dependências informativa e normativa. As perspetivas mais recentes incluem dois grupos de modelos. Teoria dos processos duais A influência minoritária e maioritária são dois processos qualitativamente diferentes → Teoria da conversão (Moscovici, 1980) → Teoria divergente /convergente (Nemeth, 1986) Teoria do processo único A influência minoritária e maioritária são determinadas pelos mesmos processos → Teoria do impacto social (Latané 1981) → Teoria da auto-categorização (Turner, 1987) Teoria da conversão (Moscovici, 1980) • Tanto as maiorias como as minorias exercem influência, uma vez que em grupo damos atenção às posições dos outros e estamos sempre em comparação social • Todas as tentativas de influência criam um conflito no grupo •A resolução do conflito segue caminhos diferentes quando a fonte é maioritária ou minoritária. Influência maioritária → consistência sincrónica (várias pessoas têm a mesma posição ao mesmo tempo) – submissão: muita aceitação pública a curto prazo, mas pouca aceitação privada (associado a obediência e controlo social); Influência minoritária → consistência diacrónica (uma pessoa mantém a mesma posição ao longo tempo) – conversão: pouca aceitação pública, mas aceitação privada a longo prazo (associada a mudança socia). Nota: A consistência sincrónica evita psicologização – atribuir a discordância às características da personalidade da pessoa “é maluca”, “só quer chamar a atenção” → forma de desvalorizar e resistir à mudança social. Evidência: Experiência das cores de Moscovici – influência maioritária perde eficácia na situação privada, enquanto a influência minoritária é mais forte na situação privada. Overview: Influência maioritária = aceitação pública; influência minoritária = aceitação privada. Teoria divergente/convergente (Nemeth, 1986) A influência minoritária e maioritária levam a estilos de pensamento diferente dos membros do grupo Maioritária: pensamento convergente – mais atenção, e pensamento focalizado Minoritária: pensamento divergente – maior procura de novas alternativas As minorias não são criativas em si mesmas, mas estimulam o pensamento e a produção de alternativas. Mesmo quando estão erradas são de grande valor para um grupo porque o tornam mais criativo e obrigam as pessoas a pensar. Evidência: Experiência de Nemeth – sujeitos confrontados com maioria tendem a imitar as suas respostas; sujeitos confrontados com minoria (correta ou incorreta) tendem a produzir mais respostas inovadoras e corretas. Overview: Influência maioritária = pensamento convergente; influência minoritária = pensamento divergente. Teoria da auto-categorização (Turner, 1987) • Os grupos influenciam-nos porque são importantes para definirmos quem nós somos (auto-categorização) •Os valores e as normas dos grupos a que pertencemos são padrões importantes, que guiam o nosso comportamento (influência normativa e informativa) •A influência social só é eficaz se for percebida como vinda de membros do grupo de pertença. Evidência: Experiência de David e Turner – são apresentados argumentos vindos do “in group” ou “out group” como sendo maioritários ou minoritários. Overview: Endogrupos são mais influentes que exogrupos, tanto como maiorias ou minorias. Processo único ou dual? ® Os endogrupos parecem ser mais influentes do que os exogrupos, tanto como maiorias ou minorias. ® As maiorias (quantitativas e qualitativas) têm muito poder de influência imediata. ® Mas a influência minoritária parece ter efeitos diferentes nos grupos (é mais indireta, funciona mais em contextos privados e mais a longo prazo e os grupos usam processos mais criativos de tomada de decisão). Aspetos fundamentais em influência social ① Distinção entre influência social normativa e informativa ② A importância da categorização e identificação com a fonte de influência ③ A influência social minoritária é mais eficaz quando vai no sentido das normas sociais e quando não existem atribuições psicologizantes ④ Os processos cognitivos da influência minoritárias e maioritária são diferentes