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Guias e Dicas
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Cap 5 de neuroanatomia Machodo, Esquemas de Anatomia

Neuroanato do machado, cap 05,

Tipologia: Esquemas

2024

Compartilhado em 13/04/2024

alexandre-jaider-de-castro-gusmao
alexandre-jaider-de-castro-gusmao 🇧🇷

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Baixe Cap 5 de neuroanatomia Machodo e outras Esquemas em PDF para Anatomia, somente na Docsity! Anatomia Macroscópica do Tronco Encefálico e do Cerebelo A - TRONCO ENCEF. LICO 1.0 GENERALIDADES O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo. Na sua constituição entram corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras nervosas que, por sua vez, se agrupam em feixes denominados tratos, fascículos ou lemniscos. Estes elementos da estrutura interna do tronco encefálico podem estar relacionados com rele- vos ou depressões de sua superfície, os quais devem ser identificados pelo aluno nas peças anatômicas com o auxílio das figuras e das descrições apresentadas nes- te capítulo. O conhecimento dos principais acidentes da s'-perfície do tronco encefálico, como aliás de todo o sistema nervoso central, é muito importante para o estudo de sua estrutura e função. Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibras nervo- sas que entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco encefálico. A identificação destes nervos e de sua emergência do tronco encefálico é um aspecto im- portante do estudo deste segmento do sistema nervoso central. Convém lembrar, entretanto, que nem sempre é possível observar todos os nervos cranianos nas peças anatômicas rotineiras, pois frequentemente alguns são arrancados durante a retirada dos encéfalos. O tronco encefálico se divide em: bulbo, situado caudalmente; mesencéfalo, situado cranialmente; e ponte, situada entre ambos. A seguir será feito o estudo da morfologia externa de cada uma destas partes. 2.0 BULBO O bulbo ou medula oblonga tem a fonna de um tronco de cone cuja extremidade menor continua cau- dalmente com a medula espinhal (Figura 4.1 ). Não existe uma linha de demarcação nítida entre medula e bulbo. Considera-se que o limite entre eles está em um plano horizontal que passa imediatamente acima do filamento radicular mais cranial do primeiro nervo cervical, o que corresponde ao nível do forame magno do osso occipital. O limite superior do bulbo se faz em um sulco horizontal visível no contorno ventral do ór- gão, o sulco bulbo-pontino, que corresponde à margem inferior da ponte (Figura 5.1 ). A superficie do bulbo é percorrida longitudinalmente por sulcos que conti- nuam com os sulcos da medula. Estes sulcos delimitam as áreas anterior (ventral), lateral e posterior (dorsal) do bulbo que, vistas pela superficie, aparecem como uma continuação direta dos funículos da medula. Na área ventral do bulbo (Figura 5.1), observa-se a.fissu- ra mediana anterior, e de cada lado dela existe uma eminência alongada, a pirâmide. fonnada por um feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do cérebro aos neurônios motores da medula, o que será estudado com o nome de trato corticoespinhal. Na parte caudal do bulbo, fibras deste trato cruzam obliquamente o plano mediano em feixes interdigitados que obliteram a fissura mediana anterior e constituem a decussação das pirâmides (Figura 5.1 ). Entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior. temos a área lateral do bulbo. onde se observa uma eminên- cia oval, a oliva (Figura 5.1 ), formada por uma grande massa de substância cinzenta, o núcleo olivar inferior, situado logo abaixo da superfície. Ventralmente à oli- va (Figura 5.1) emergem, do sulco lateral anterior. os filamentos radiculares do nervo hipoglosso. XH par craniano. Do sulco lateral posterior emergem os fila- mentos radiculares, que se unem para fonnar os ner- vos glossofaringeo (IX par) e vago (X par), além dos filamentos que constituem a raiz craniana ou bulhar do nervo acessório (XI par), a qual se une com a raiz espinhal, proveniente da medula (Figura 5.1). A metade caudal do bulbo ou porção fechada do bulbo é percorrida por um estreito canal. continuação direta do canal central da medula. Este canal se abre para formar o IV ventrículo. cujo assoalho é, em par- te, constituído pela metade rostral, ou porção aberta do bulbo (Figura S.2). O sulco mediano posterior (Fi- gura 5.2) termina a meia altura do bulbo. em virtude do afastamento de seus lábios. que contribuem para a formação dos limites laterais do IV ventrículo. Entre este sulco e o sulco lateral posterior está situada a área posterior do bulbo. continuação do funículo posterior da medula e, como este, dividida em fascículo grácil Corpo mamilar - - - - - -.... _ Fossa interpeduncular -- ._ .... --Nervo oculomotor ------- Pedúnculo cerebral - - - Raiz motora do V - - - Raiz sensitivo do V --- Sulco basilar ----- Foro me cego - - - - - Flóculo cerebelor - - - - Nervo hipoglosso ---- Decussoçõo dos pirõmides -- 10 nervo cervical ·---- Fissura median<1 anterior - Sulco lateral anterior -- Cerebelo ------- -- e fascículo pelo sulco intermédio posterior (Figura 5.2). Estes fascículos são constituídos por fi- bras nervosas ascendentes. provenientes da medula, que terminam em duas massas de substância cinzenta, os núcleos grácil e cuneiforme, situados na parte mais cranial dos respectivos fascículos, onde determinam o aparecimento de duas eminências, o tubérculo do núcleo grácil. mediaimente, e o tubérculo do núcleo cuneiforme, lateralmente (Figura 5.2). Em virtude do aparecimento do IV ventrículo, os tubérculos do núcleo grácil e do núcleo cuneiforme afastam-se lateralmente como os dois ramos de um V e gradualmente continuam para cima com o pedúnculo cerebelar inferior formado por um grosso feixe de fibras que fletem dorsalmente para penetrar no cerebelo. Na Figura 5.2, o pedúnculo cerebelar inferior aparece seccionado transversalmente ao lado do pedúnculo cerebelar médio, que é parte da ponte. 3.0 PONTE Ponte é a parte do tronco encefálico interposta en- tre o bulbo e o mesencéfalo. Está situada ventralmen- te ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica do esfenoide. Sua base, situada ventralmente, apresenta estriação trans- _ - -- ---- Trato óptico .,, .. --- -- Nervo oftálmico - - - - - Nervo maxilar - - - - - Nervo facial - Pedúnculo cerebelor médio -- Nervo vestíbulo-codeor - - - - Sulco bulbo-pontino - - - - Plexo corioide -· Nervo glossoforíngeo ·------Nervo vogo ---------Oliva --- - - Nervo acessório '---Raiz craniana do XI ""---Raiz espinhal do XI PIGURA 5.1 Visto ventral do tronco encefálíco e parte do diencéfalo. 46 NEUROANATOMIA FUNCIONAL tela corioide. estrutura formada pela união do epitélio ependimário, que reveste internamente o ventrículo, com a pia-máter, que reforça externamente este epi- télio. A tela corioide emite projeções irregulares, e muito vascularizadas, que se invaginam na cavidade ventricular para formar o plexo corioide do IV ven/rí- culo (Figura 5.2). Esses plexos produzem o líquido cerebroespinhal, que se acumula na cavidade ventricular, passando ao espaço subaracnóideo através das aberturas laterais e da abertura mediana do IV ventrículo. Através das aberturas laterais próximas do flóculo do cerebelo ex- terioriza-se uma pequena porção do plexo carioide do IV ventrículo. 5.0 MESENCÉFALO O mesencéfalo interpõe-se entre a ponte e o dien- céfalo (Figura 2. 7). É atravessado por um estreito ca- nal, o aqueduto cerebral (Figura 5.3 e 8.5). que une o Ill ao IV ventrículo. A parte do mesencéfalo situada dorsalmente ao aqueduto é o teto do mesencéfalo (Fi- gura 5.3); ventralmente ao teto estão os dois pedún- culos cerebrais que, por sua vez, se dividem em uma parte dorsal, predominantemente celular, o tegmento, e outra ventral, fonnada de fibras longitudinais, a base do pedúnculo (Figura 5.3). Em uma secção transversal do mesencéfalo, vê-se que o tegmento é separado da base por uma área escura, a substância negra, formada por neurônios que contêm melanina. Correspondendo à substância negra na superficie do mesencéfalo, existem dois sulcos longitudinais: um lateral. sulco lateral do mesencéfalo, e outro medial, sulco medial do pedúncu- lo cerebral. Estes sulcos marcam, na superficie, o limi- te entre base e tegmento do pedúnculo cerebral (Figura 5.3). Do sulco medial emerge o nervo oculomo/or, III par craniano {Figur a 5.1). 5.1 TETO DO MESENCÉFALO Em vista dorsal, o teto do mesencéfalo apresenta quatro eminências arredondadas, os colículos superiores e inferiores (Figura S.2). Caudalmente a cada colículo inferior emerge o IV par craniano. nervo troclear. muito delgado e por isto mesmo facilmente arrancado com o manuseio das peças. O nervo trodear, único dos pares cranianos que emerge dorsalmente, contorna o mesen- céfalo para surgir ventralmente entre a ponte e o mesen- céfalo (Figura S.2). Os colículos se ligam a pequenas eminências ovais do diencéfalo, os corpos geniculados, através de estruturas alongadas que são feixes de fibras nervosas denominados braços dos colículos. O colículo inferior se liga ao corpo geniculado medial pelo braço do colículo inferior. e faz parte da via auditiva (Figura S.2). O colículo superior se liga ao corpo geniculado la- /era! pelo braço do colículo superior. e faz parte da via óptica. Ele tem parte do seu trajeto escondido entre o pulvinar do tálamo e o corpo geniculado medial e faz parte da via auditiva (Figura S.2). O corpo geniculado lateral nem sempre é fácil de ser identificado nas peças; um bom método para encontrá-lo consiste em procurá-lo na extremidade do trato óptico. ---/ ., - - - - Aqueduto cerebral --- TETO TETO / ---r---' / PEDÚNCULO CEREBRAL \ FIGURA 5.3 Secção transversal do mesencéfalo. TEGMENTO Ir\ \ \ ....... --- Sulco lateral do mesencéfalo .,.,.. --- - - Substância negro -- - - - -------Nervooculomotor • CAPÍTULO 5 ANATOMIA MACROSCÓPICA DO TRONCO ENCEFÁLICO E DO CEREBELO 49 5.2 PEDÚNCULOS CEREBRAIS Vistos ventralmente, os pedúnculos cerebrais apa- recem como dois grandes feixes de fibras que surgem na borda superior da ponte e divergem cranialmente para penetrar profundamente no cérebro (Figura 5.1 ). Delimitam, assim, uma profunda depressão triangular, a fossa interpedunculm; limitada anterionnente por duas eminências pertencentes ao diencéfalo, os corpos mamilares. O fundo da fossa interpeduncular apresenta pequenos orifícios para a passagem de vasos e deno- mina-se substância perfurada posterior. Como já foi exposto, do sulco longitudinal situado na face medial do pedúnculo, sulco medial do pedúnculo, emerge de cada lado o nervo oculomotor (Figura S. l ). B - ANATOMIA MACROSCÓPICA DO CEREBELO 1.0 GENERALIDADES O cerebelo (do Latim, pequeno cérebro) fica situa- do dorsalmente ao bulbo e à ponte, contribuindo para a formação do teto do IV ventrículo. Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e está separado do lobo occipital do cérebro por uma prega da dura-máter denominada lenda do cerebelo. Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior e à ponte e ao mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e su- perior, respectivamente (Figura 5.2, 5.4). O cerebelo é importante para a manutenção da postura, equilíbrio, Lóbulo semilunar superior Fissura horizontal .,,,,,, Lóbulo semilunar inferior ' \ ' Lóbulo central lin9u1o .......... / / / Nódulo ' ' ' ' ' coordenação dos movimentos e aprendizagem de habi- lidades motoras. Embora tenha fundamentalmente fun· ção motora, estudos recentes demonstraram que está também envolvido em algumas funções cognitivas. As funções e conexões do cerebelo serão estudadas no Ca- pítulo 21. 2.0 ALGUNS ASPECTOS ANATÔMICOS Anatomicamente, distingue-se no cerebelo uma porção ímpar e mediana, o vérmis, ligado a duas gran- des massas laterais, os hemisférios cerebelares (Figu- ra 5.6). O vérmis é pouco separado dos hemisférios na face dorsal do cerebelo, o que não ocorre na face ventral, onde dois sulcos bem evidentes o separam das partes laterais (Figura 5.4). A superfície do cerebelo apresenta sulcos de direção predominantemente transversal, que delimitam lâminas finas denominadas/olhas do cerebelo. Existem também sulcos mais pronunciados. as fissuras do cerebelo, que delimitam lóbulos, cada um deles podendo conter vá- rias folhas. Os sulcos, fissuras e lóbulos do cerebelo, do mesmo modo como ocorre nos sulcos e giros do cérebro, aumentam consideravelmente a superfície do cerebelo, sem grande aumento do volume. Uma secção horizontal do cerebelo (Figura 21.5) dá uma ideia de sua organização interna. Vê-se que ele é constituído de um centro de substância branca, o corpo medular do cerebelo, de onde irradiam as lâminas brancas do cere- belo, revestidas externamente por uma fina camada de substância cinzenta, o córtex cerebelar. Os antigos ana- tomistas denominaram "árvore da vida" a imagem do / Véu medular superior / / \ \ \ / " Úv\ilo ,;' Pedúnculo cerebelar superior _ .. Pedúnculo cerebelor médio __ Pedúnculo cerebelar inferior ' ' Pedúnculo do flóculo -·Flóculo FIGURA 5.4 Vista ventral do cerebelo opôs secçõo dos pedúnculos cerebelores. SO NEUROANATOMIA FUNCIONAL corpo medular do cerebelo, com as lâminas brancas que dele irradiam (Figura 5.S), uma vez que lesões traumá- ticas dessa região, por exemplo, nos campos de batalha, levavam sempre à morte. Na realidade, a morte nesses casos deve-se à lesão do assoalho do 4° ventriculo, si- tuado logo abaixo, e onde estão os centros respiratório e vasomotor, e não à lesão do cerebelo que, aliás. pode ser totalmente destruído sem causar morte. No interior do corpo medular existem quatro pares de núcleos de substância cinzenta (Figura 21.5), que são os núcleos centrais do cerebelo: denteado, interpósito, subdividi- Teto mesencef61ico -. -Fissura pré-culminar-. - Aqueduto cerebral _ --. Véu medular superior _ , .. Fissura prê-<;entral -- -· Lóbulo centrol ,, .- .--_. -- IV ventrículo .--- l íngula - - - - -- Tela e plexo corio1de < Nódulo -- -- - Fissura posterolateral - Abertura mediano do IV / ventrículo Canal central do bulbo - - FIGURA 5 .5 Secção sagital mediano do cerebelo. do em embolifonne e globoso, e o fastigial. Os núcleos centrais do cerebelo têm grande importância funcional e clínica. Deles saem todas as fibras nervosas eferentes do cerebelo. Eles serão estudados no Capítulo 21. 3.0 LÓBULOS E FISSURAS Os lóbulos do cerebelo recebem denominações diferentes no vérmis e nos hemisférios. A cada lóbulo do vérmis correspondem dois nos hemisférios (Figura 5.6). São ao todo 17 lóbulos e oito fissuras, com deno- _Cúlmen - _-Declive - Fissura pré-piramidal - - - - Pirâmide - - - Fissura pós-piramidal Vérmis t Aso do lóbulo central - _ ------- _ _____ - - - Lóbulo central Parte anterior do lóbulo ....... _ Fissura primo -- -- - - -1"""WI'' '"'' -----Cúlmen ..,.------ Porte posterior do lóbulo quadrangular-- Fissura pós-clivai • __ _ - - · Folíum ----- Lóbulo semilvnor superior , Fissura horizontal __ .Lóbulo semilunor inferior Hemisfério cerebelar esquerdo Hemisfério cerebelor direito FIGURA 5.6 Visto dorsal do cerebelo. •CAPÍTULOS ANATOMIA MACROSCÓPICA DO TRONCO ENCEFÁLICO E DO CEREBELO 51
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