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Guias e Dicas
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Proteção pulpar em Endodontia, Notas de aula de Endodontia

Proteção pulpar em Endodontia (protocolos)

Tipologia: Notas de aula

2024

À venda por 31/03/2025

marcela-cavalcanti
marcela-cavalcanti 🇧🇷

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Marcela Cavalcanti 108 FOP
O sucesso do tratamento restaurador depende do conhecimento da estrutura e função do
complexo dentinopulpar.
Os principais componentes do complexo
DENTINOPULPAR são: dentina e a polpa,
que são consideradas uma entidade
funcional única.
Esses tecidos estão intimamente ligados
de forma que reações fisiológicas e
patológicas em um tecido também
afetarão o outro.
Esse intimo relacionamento pode ser
evidenciado desde o processo de
desenvolvimento do órgão dentário (céls.
Odontoblásticas da polpa são
responsáveis pela formação, organização
e maturação de fibras colágenas para
formar dentina).
Durante o processo da matriz responsável
pela formação da dentina, os
odontoblastos deixam nela seus
prolongamentos, formando verdadeiras
vias de comunicação direta da dentina-
polpa através dos TÚBULOS DENTINÁRIOS.
Essa comunicação é responsável pela
formação e nutrição da dentina, além da
percepção de estímulos externos pelas
terminações nervosas da polpa.
DENTINA:
65% feita de matéria inorgânica
(hidroxiapatita)
A matéria orgânica é feita de
colágeno, proteoglicanos,
glicosaminas, glicoproteínas e lipídios.
13% de água
Presença de túbulos, que são canais
responsáveis pela difusão de fluidos
através da dentina e estão ligados à
função protetora da dentina
Os túbulos estão dispostos radialmente,
e à medida que se aproxima da polpa,
aumenta sua densidade
A permeabilidade é proporcional ao
diâmetro dos túbulos, quanto mais
profundo a cavidade, maior a
permeabilidade da dentina.
Essa permeabilidade também varia de
acordo com a idade do dente, grau
de mineralização dos túbulos,
modificações teciduais da dentina,
localização;
Os diferentes graus de mineralização
forma 2 tipos de dentina:
o PERITUBULAR: circunda os
túbulos dentinários, maior
concentração mineral
o INTERTUBULAR: concentra os
anéis de dentina
Tipos de dentina:
o PRIMÁRIA: é depositada
fisiologicamente até o
momento que o dente finaliza a
sua erupção
o SECUNDÁRIA: depositada
fisiologicamente após a raiz ter
sido formada
o TERCIÁRIA (esclerosada): são
formadas por um estímulo
patológico
Dentina reacional
Dentina reparadora:
mais mineralizada
Dentina superficial:
localiza-se perto da
junção amelo-dentinária,
é mais mineralizada
Dentina profunda:
apresenta menor
quantidade de dentina
intertubular e peritubular
POLPA:
É um tecido conjuntivo, altamente
especializado, inervado e
vascularizado, inserido na cavidade
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O sucesso do tratamento restaurador depende do conhecimento da estrutura e função do complexo dentinopulpar.

 Os principais componentes do complexo DENTINOPULPAR são: dentina e a polpa, que são consideradas uma entidade funcional única.  Esses tecidos estão intimamente ligados de forma que reações fisiológicas e patológicas em um tecido também afetarão o outro.  Esse intimo relacionamento pode ser evidenciado desde o processo de desenvolvimento do órgão dentário (céls. Odontoblásticas da polpa são responsáveis pela formação, organização e maturação de fibras colágenas para formar dentina).  Durante o processo da matriz responsável pela formação da dentina, os odontoblastos deixam nela seus prolongamentos, formando verdadeiras vias de comunicação direta da dentina- polpa através dos TÚBULOS DENTINÁRIOS.

 Essa comunicação é responsável pela formação e nutrição da dentina, além da percepção de estímulos externos pelas terminações nervosas da polpa.

DENTINA:

 65% feita de matéria inorgânica (hidroxiapatita)  A matéria orgânica é feita de colágeno, proteoglicanos, glicosaminas, glicoproteínas e lipídios. 13% de água  Presença de túbulos, que são canais responsáveis pela difusão de fluidos

através da dentina e estão ligados à função protetora da dentina  Os túbulos estão dispostos radialmente, e à medida que se aproxima da polpa, aumenta sua densidade  A permeabilidade é proporcional ao diâmetro dos túbulos, quanto mais profundo a cavidade, maior a permeabilidade da dentina.  Essa permeabilidade também varia de acordo com a idade do dente, grau de mineralização dos túbulos, modificações teciduais da dentina, localização;  Os diferentes graus de mineralização forma 2 tipos de dentina: o PERITUBULAR : circunda os túbulos dentinários, maior concentração mineral o INTERTUBULAR : concentra os anéis de dentina  Tipos de dentina: o PRIMÁRIA: é depositada fisiologicamente até o momento que o dente finaliza a sua erupção o SECUNDÁRIA: depositada fisiologicamente após a raiz ter sido formada o TERCIÁRIA (esclerosada): são formadas por um estímulo patológico  Dentina reacional  Dentina reparadora: mais mineralizada  Dentina superficial: localiza-se perto da junção amelo-dentinária, é mais mineralizada  Dentina profunda: apresenta menor quantidade de dentina intertubular e peritubular POLPA:

 É um tecido conjuntivo, altamente especializado, inervado e vascularizado, inserido na cavidade

pulpar e canais radiculares, ligados ao sistema circulatório através do feixe vásculo-nervoso que penetra no forame apical  75% água  25% matéria orgânica  Formado por fibroblastos, células mesenquimais indiferenciadas, vasos sanguíneos, colágeno, fibras nervosas.  Quanto mais jovem o tecido, maior o conteúdo celular

IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO DA VITALIDADE PULPAR:

 A polpa apresenta mecanismos inerentes para limitar os danos causados por agentes agressores o Esclerosamento dos túbulos dentinários o Formação de dentina terciária o Sensibilidade dolorosa  Inicialmente, o tecido responde através do esclerosamento local dos túbulos pela deposição de dentina peritubular em regiões subjacentes a lesões cariosas, o que reduz o diâmetro dos túbulos dentinários e representa um mecanismo de defesa importante frente a agressões externas.  Depois essa resposta é demonstrada pela deposição focal de uma matriz de dentina terciária nas proximidades da agressão, que tem efeito de aumentar a distância entre o agente agressor e as células pulpares.  A dentina terciária formada por odontoblastos primários é denominada DENTINA REACIONAL. Enquanto a dentina formada por uma nova geração de odontoblastos é a DENTINA REPARADORA.  Por meio desses mecanismos de proteção, quando estruturas dentárias são estimuladas, a polpa exerce suas principais funções: defesa e reparo. Caso o estímulo seja muito forte, a polpa poderá submeter-se aos efeitos de um

processo inflamatório intenso e sofrer necrose.  Assim, os procedimentos operatórios devem preservar a vitalidade pulpar, que objetiva tratar diversos tipos de injúrias pulpares reversíveis.

COMO DIAGNOSTICAR A CONDIÇÃO PULPAR:  Anamnese  Exame clínico  Exame de vitalidade pulpar  Radiografia  Características do paciente: idade, saúde, risco de cárie; características clínicas.  O aparecimento da dor, provocada ou espontânea, pode determinar o grau de comprometimento pulpar

Obs.: pág 149 a 156 (complemento materiais dentários)

Obs.: não existe esse material, tem que fazer uma associação de materiais para conseguir todas essas características. PREPARO CAVITÁRIO:

 Resultam em alterações na estrutura dentinária através da formação de dentina terciária  O grau de resposta do complexo dentinopulpar a estímulos provenientes do preparo cavitário depende de FATORES TÉCNICOS : o Pressão de corte o Calor friccional o Desidratação da dentina e FATORES CLÍNICOS: o Condição inicial da polpa o Quantidade e qualidade de dentina remanescente  A utilização de INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS de alta e baixa rotação causam a movimentação de fluidos até a polpa, devido ao aquecimento friccional gerado com pontas ou brocas pobremente irrigadas e vapores de água. o Refrigeração: essencial para minimizar as reações pulpares, evitando o aumento de temperatura e possíveis danos a

removendo parcialmente os resíduos por fricção)  Agentes mais usados: o Solução de hidróxido de cálcio (água de cal) o Detergentes o Água oxigenada a 3% ou 10 vols. o Soluções fluoretadas o Hipoclorito de sódio o Solução de clorexidina

MATERIAIS PARA PROTEÇÃO PULPAR:

Um material ideal deve:

 Ter compatibilidade biológica  Ser estimulante à recuperação das funções biológicas da polpa  Ser insolúvel no meio bucal  Bactericidas e bacteriostático  Ter adesividade às estruturas dentárias  Apresentar resistência mecânica para suportar a mastigação  Vedar as margens cavitárias

Mais utilizados:

Agentes de selamento: o Sistemas adesivos  Agente de base: o Cimento de hidróxido de cálcio  Agente de forramento: o Hidróxido de cálcio o MTA (agregado trióxido mineral)

HIDRÓXIDO DE CÁLCIO:

o Estimula a formação da dentina reparadorra o Possui pH alcalino o Protege a polpa contra estímulos térmicos e elétricos o Apresenta ação antimicrobiana o Desvantagem: é hidrossolúvel e promove uma necrose superficial, não é adesivo, não libera flúor o Usar quando tiver dentina exposta (em cavidades profundas ou muito profundas) o Forma de apresentação:  Pó (hidróxido de cálcio P.A)

 Pasta (pó de Ca(OH)2 + água destilada)  Cimento o O HC permitiu reparo pulpar, bem como formação de dentina terciária

SISTEMAS ADESIVOS:  São amplamente utilizados nos dias atuais com as resinas compostas como materiais restauradores  São eles que permitirão a adesão deste material restaurador à estrutura dentária  COMPOSIÇÃO : monômeros resinosos diferentes pesos e viscosidades o Diluentes resinosos, solventes orgânicos (acetona, etanol), além da água, presente em várias formulações  Aplicação do sistema adesivos diretamente sobre a polpa: o Não é necessário submeter a polpa a riscos adicionais de intoxicação o Os sistemas adesivos são potencialmente irritantes o Ocorre somação de estimulo sobre a polpa, que já se encontra em situação adversa antes do capeamento o A grande diversidade de produtos comerciais não permite que todos sejam testados o A sintomatologia clínica não corresponde à condição histopatológica da polpa

Os sistemas adesivos, que requerem condicionamento DENTINÁRIO TOTAL, não seriam apropriados para aplicação em dentina profunda. O sistema adesivo AUTOCONDICIONANTE Clearfill SE Bond foi biocompatível quando empregado em dentina profunda de pré- molares humanos. O uso de agentes de forramento é recomendado (em geral à base de hidróxido de cálcio), nas áreas mais profundas do preparo cavitário para, simultaneamente,

proteger a polpa e não comprometer o mecanismo de adesão.

IONÔMERO DE VIDRO:

 Passaram por sucessivas modificações, tais como a incorporação de resina para atender necessidades clínicas individuais, melhorando suas propriedades físicas, resistência e longevidade  : sílica, alumina e fluoreto de cálcio  Líquido : solução aquosa de ácidos policalcenóicos, com a inclusão de aceleradores de presa (ácido tartárico)  Propriedades : o Menor toxicidade que os sistemas adesivos o Adesão à estrutura dentária o Liberação de flúor o Coeficiente de expansão térmica  Conclusão: é biocompatível quando empregado em dentina profunda de pré-molares

AGREGADO DE TRIÓXIDO DE MINERAL-MTA:

 Indicado para perfurações resultantes de reabsorções interna e externas  Perfurações intra-radiculares e da furca  Tratamento conservador da polpa  Propriedades biológicas: favorecer a formação de barreira mineralizada ou dentina reparadora que os produtos de hidróxido de cálcio o Elevada resistência mecânica o Pode ser usado em superfícies úmidas o Alto custo

TIPOS DE PROTEÇÃO:

Proteção pulpar indireta tratamento expectante proteção pulpar direta

Fatores a serem observados:

 Grau de comprometimento pulpar  Profundidade da lesão

PROTEÇÃO PULPAR INDIRETA:

 É realizada quando ainda não ocorreu a comunicação direta do órgão pulpar com a cavidade

Finalidade:

 Bloquear estímulos térmicos, elétricos e químicos  Manter a vitalidade pulpar  Reduzir a microinfiltração  Estimular a formação de dentina reparadora  Evitar ou reduzir a infiltração e o crescimento de bactérias sob as restaurações  Interagir com as restaurações, melhorando suas propriedades de materiais compactáveis

TRATAMENTO EXPECTANTE:

 Não remoção total da cárie devido ao risco de exposição pulpar  Tem finalidade de promover a recuperação pulpar, deposição de dentina terciária e a remineralização dessa fina camada de dentina, minimizando os riscos de exposição  Ocorre tipicamente em pacientes jovens, com lesões de cárie aguda muito profunda, de rápida evolução, ausência de dor espontânea e com respostas aos estímulos táteis e térmicos

  1. Bloquear as agressões que agridem a polpa
  2. Inativar as bactérias
  3. Remineralizar dentina