Baixe estágio obrigatorio leituras obrigatorias e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Desenvolvimento Infantil, somente na Docsity! 1 LEITURAS OBRIGATÓRIAS Quero debruçar-me sobre o desenvolvimento da criança na faixa etária do 0 aos 6 anos, buscando identificar as especificidades desse período do desenvolvimento infantil e, desenvolver algumas linhas do papel do professor nesta referida fase. O papel do professor em formação nessa fase é de promover a inclusão e o cuidado, para que o desenvolvimento didático da criança seja eficaz. Como já visto por alguns estudiosos é meio contraditório falar de Ensino Infantil senão existe “Ensino”, pois nessa faixa para estas não há ensino e, sim, a educação das crianças pequenas, nesse sentido o foco não é Ensino-Aprendizagem e sim relações educativo-pedagógicas. Estas relações educativo-pedagógicas se alargam, por sua vez, além da dimensão cognitiva, as dimensões “expressiva, lúdica, criativa, afetiva, nutricional, médica, sexual” (ibidem, p.65). "Vigotski, Leontiev e Elkoni advertem que o conceito "Desenvolvimento infantil" precisa de ser entendido a partir de uma perspectiva histórica e dialética, pois não é determinado por leis naturais universais mas inteiramente ligado às condições objetivas da organização social. Para Vigotski (1996), a situação social de desenvolvimento infantil é o ponto de partida para todas as mudanças e dinâmicas que se processarão no desenvolvimento da criança numa determinada idade, portanto, fator que fundamenta as formas e a trajetória que permitem a criança adquirir novas propriedades da personalidade". Para Vigotski (2001a), o ensino está sempre adiante do desenvolvimento, ou seja, o ensino antecede o desenvolvimento para promovê-lo. Assim, o autor afirma: (...) a aprendizagem não é, em si mesma, desenvolvimento, mas uma correta organização da aprendizagem conduz ao desenvolvimento mental, ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento, e esta ativação não poderia produzir-se sem a aprendizagem. Por isso, a aprendizagem é um momento intrinsecamente necessário e universal para que se desenvolvam na criança essas características humanas não-naturais, mas formadas historicamente. (...) todo o processo de aprendizagem é uma fonte de desenvolvimento que ativa numerosos processos, que não poderiam desenvolver-se por si mesmos sem a aprendizagem. (VIGOTSKII, 2001b, p.115). RELAÇÃO DA CULTURA E O DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO Vygotski, denomina que os processos psicológicos são meramente humanos, isto é, relações sociais interiorizadas que serão a base para o desenvolvimento da personalidade do indivíduo. Ele caracteriza essas funções como Psicológicas Superiores no qual o homem intervém positivamente com o meio em que vive. Essas funções são resumidas a memória lógica, atenção voluntária, formação de conceitos na qual são vistas como relações externas entre indivíduos, as quais foram internalizadas para o âmbito intrapsicológico. Vale ressaltar que esse processo de internalização não é simples transposição interpsíquica para a esfera intrapsíquica; é um processo que ocorre ao longo da história do indivíduo, numa sucessão de eventos, permeada sempre por aspectos cognitivos, motores e afetivos. E é já na infância que se estabelecem os primeiros níveis da formação da personalidade do indivíduo. E que segundo Leontiev (1978) afirma que este é o período voluntario do desenvolvimento deste sistema na criança. É nos primeiros anos de vida que ela aprende normas de conduta, valores e capacidades especificamente humanas e tornasse capaz de expressar-se de maneira singular diante do mundo: ela forma uma consciência cada vez mais complexa sobre os objetos e seu conhecimento, sobre as relações humanas e, sobretudo, sobre si mesma (a autoconsciência). Esse processo é mediado pelas situações que a criança vivencia, por isso podemos afirmar que a personalidade de cada um resulta de sua história de vida: das suas condições vividas e no âmbito escolar, das atividades que desenvolve seja em casa ou na rua/projetos sociais, das aprendizagens que empreende e do desenvolvimento do seu psiquismo, como destacam Vigotski (1929/2000) e Sève (1979). Como seres racionais bem sabemos que há uma grande diferença entre os animais e o homem, e que justamente o que caracteriza a consciência humana, a capacidade de ir além da experiência imediata, que o ser humano pode refletir sobre a realidade por meio da experiência abstrata. De acordo com Luria (1986, p.13), "o homem, diferentemente dos animais, pode operar não somente em um plano imediato, mas também em um plano abstrato, penetrando assim profundamente na essência das coisas e suas relações". Além de todos os apontamentos feitos sobre o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, Vygotski (1995, p.285) postula uma característica inerente a todas as funções superiores: o domínio da própria conduta. "Todos estes processos [das funções psicológicas superiores] são processos de domínio de nossas próprias reações com ajuda de diversos meios". Para que o homem dominasse a natureza, era necessário que dominasse a si