Baixe REDAÇÃO PASSO A PASSO e outras Resumos em PDF para Português (Gramática - Literatura), somente na Docsity! 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA Redação Coordenação: Letícia Couto Bicalho UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA CURSINHO PRÉ-UNIVERSITÁRIO POPULAR PARTE 01 Profª. Micheli Ferreira 2 Dicas de como fazer uma boa redação para o Enem 2013 O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM 2013) é uma das provas mais esperadas do ano, principalmente pelos estudantes que se preparam o ano inteiro. Uma das polêmicas do concurso é a avaliação da redação no ENEM 2013 que teve alguns problemas há algum tempo, mas agora melhorou nas últimas edições. Confira a seguir algumas dicas para fazer uma boa redação para o Enem 2013. A prova de redação do ENEM 2013 é bem parecida em relação à do vestibular tradicional, mas que apresenta alguns traços característicos. Em ambos o tipo de prova, o candidato precisa estar bem informado dos assuntos da atualidade para melhor desenvolver a sua redação. Entre os temas mais frequentes das redações do ENEM são temas sociais e a aplicação de cinco conceitos mostrados nas provas objetivas. Essas são algumas das peculiaridades da redação do ENEM 2013. Mesmo sendo uma prova bem parecida do vestibular tradicional, a prova do ENEM exige do candidato a explanação de conceitos bem homogêneos e completos, ou seja, o candidato precisa ver o tema como um todo e não apenas isoladamente. Conseguir contextualizar o assunto como em sua totalidade, essa é uma das principais dicas de como fazer uma boa redação para o ENEM assim como também para outras provas. O tema será geralmente apresentado ao estudante, acompanhado de um pequeno texto exemplificativo e a partir desse tema, o candidato deverá desenvolver suas ideias. Alguns requisitos também serão avaliados, como a apresentação dos textos, por isso uma letra legível é recomendável; boa grafia e concordância gramatical são essenciais; assim como os aspectos de ortografia, acentuação. Outra competência que será avaliada é saber desenvolver o tema da redação do Enem 2013, se há clareza e objetividade na explanação do tema. Por isso, outra dica de como fazer uma boa redação é a técnica básica de introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução, como o próprio nome diz deve ser apresentado as principais ideias que serão exploradas no texto. No desenvolvimento, o candidato deve desenvolver as ideias apresentadas na introdução. Uma dica é se for falar de vários tópicos dentro do tema, divida cada um desses em parágrafos, deixando o texto mais organizado. E na conclusão, é um desfecho das ideias, fechando com uma ideia conclusiva que amarra as demais. O ENEM gosta de explorar temas polêmicos, como violência, política e educação, então, além de se preparar com as técnicas de redação, ter interesse também por leituras de jornais, revistas sobre temas da atualidade é fundamental para fazer uma boa redação no ENEM e em outros concursos. Esperamos que nossa apostila seja um importante instrumento de estudos para que você possa atingir seus objetivos! Sucesso! 5 Dentro do contexto temos a simbologia que é uma forma de comunicação não-verbal. Exemplos: sinalização de trânsito, semáforo, logotipos, bandeiras, uso de cores para chamar a atenção ou exprimir uma mensagem. Linguagem mista é o uso simultâneo da linguagem verbal e da linguagem não-verbal, usando palavras escritas e figuras ao mesmo tempo. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO A comunicação confunde-se com nossa própria vida, estamos a todo tempo nos comunicando, seja através da fala, da escrita, de gestos, de um sorriso e até mesmo através do manuseio de documentos, jornais e revistas. Em cada um desses atos que realizamos notamos a presença dos seguintes elementos: Emissor ou remetente: é aquele que envia a mensagem (uma pessoa, uma empresa, uma emissora de televisão etc.) Destinatário: é aquele a quem a mensagem é endereçada (um indivíduo ou um grupo). Mensagem: é o conteúdo das informações transmitidas. Canal de comunicação: é o meio pelo qual a mensagem será transmitida (carta, palestra, jornal televisivo) Código: é o conjunto de signos e de regras de combinação desses signos utilizado para elaborar a mensagem; o emissor codifica aquilo que o receptor irá descodificar. Contexto: é o objeto ou a situação a que a mensagem se refere. 6 EXERCÍCIOS 1. O pai conversa com a filha ao telefone e diz que vai chegar atrasado para o jantar. Nesta situação, podemos dizer que o canal é: a) o pai b) a filha c) fios de telefone d) o código e) a fala 2. Assinale a alternativa incorreta: a) Só existe comunicação quando a pessoa que recebe a mensagem entende o seu significado. b) Para entender o significado de uma mensagem, não é preciso conhecer o código. c) As mensagens podem ser elaboradas com vários códigos, formados de palavras, desenhos, números etc. d) Para entender bem um código, é necessário conhecer suas regras. e) Conhecendo os elementos e regras de um código, podemos combiná-los de várias maneiras, criando novas mensagens. 3. Uma pessoa é convidada a dar uma palestra em Espanhol. A pessoa não aceita o convite, pois não sabia falar com fluência a língua Espanhola. Se esta pessoa tivesse aceitado fazer esta palestra seria um fracasso porque: a) não dominava os signos b) não dominava o código c) não conhecia o referente d) não conhecia o receptor e) não conhecia a mensagem 4. Um guarda de trânsito percebe que o motorista de um carro está em alta velocidade. Faz um gesto pedindo para ele parar. Neste trecho o gesto que o guarda faz para o motorista parar, podemos dizer que é: a) o código que ele utiliza b) o canal que ele utiliza c) quem recebe a mensagem d) quem envia a mensagem e) o assunto da mensagem 5. A mãe de Felipe sacode-o levemente e o chama: “Felipe está na hora de acordar”. O que está destacado é: a) o emissor b) o código c) o canal d) a mensagem e) o referente GÊNEROS X TIPOS TEXTUAIS Ao longo de nossa vivência enquanto falantes, temos a oportunidade de convivermos com uma enorme diversidade de textos. Basta sairmos às ruas que tão logo está confirmada esta ocorrência. São panfletos, outdoors, cartazes, dentre outros. Ao enfatizarmos sobre os tipos textuais, esta classificação relaciona-se com a natureza linguística expressa pelos mesmos. Classificando-se em narrativos, descritivos e dissertativos. Conforme demonstra os exemplos: Um texto narrativo caracteriza-se pela sucessão de fatos ligados a um determinado acontecimento, seja ele real ou fictício, o qual pressupõe-se de todos os elementos referentes à modalidade em questão, como narrador, personagens, discurso, tempo e espaço. O descritivo pauta-se pela descrição minuciosa de uma determinada pessoa, objeto, animal ou lugar, no qual as impressões são retratadas de maneira fiel. 7 O dissertativo conceitua-se pela exposição de ideias, reforçadas em argumentos lógicos e convincentes acerca de um determinado assunto. Já os gêneros textuais estão diretamente ligados às situações cotidianas de comunicação, fortalecendo os relacionamentos interpessoais por meio da troca de informações. Tais situações referem-se à finalidade que possui cada texto, sendo estas, inúmeras. Como por exemplo: A comunicação feita em meio eletrônico é um gênero textual que aproxima pessoas de diferentes lugares, permitindo uma verdadeira interação entre as mesmas. Existem gêneros textuais do cotidiano jornalístico, cuja finalidade é a informação. É o caso da notícia, da entrevista, do artigo de opinião, do editorial, dentre outros. Há também os chamados instrucionais, como, por exemplo, o manual de instrução, a bula de um remédio, e outros. Outros que se classificam como científicos, os quais são oriundos de pesquisas e estudo de casos, como a monografia, tese de doutorado, ligados à prática acadêmica. EXERCÍCIOS Leia o texto a seguir para responder à próxima questão. Em 2008, Nicholas Carr assinou, na revista The Atlantic, o polêmico artigo "Estará o Google nos tornando estúpidos?" O texto ganhou a capa da revista e, desde sua publicação, encontra-se entre os mais lidos de seu website. O autor nos brinda agora com The Shallows: What the internet is doing with our brains, um livro instrutivo e provocativo, que dosa linguagem fluida com a melhor tradição dos livros de disseminação científica. Novas tecnologias costumam provocar incerteza e medo. As reações mais estridentes nem sempre têm fundamentos científicos. Curiosamente, no caso da internet, os verdadeiros fundamentos científicos deveriam, sim, provocar reações muito estridentes. Carr mergulha em dezenas de estudos científicos sobre o funcionamento do cérebro humano. Conclui que a internet está provocando danos em partes do cérebro que constituem a base do que entendemos como inteligência, além de nos tornar menos sensíveis a sentimentos como compaixão e piedade. O frenesi hipertextual da internet, com seus múltiplos e incessantes estímulos, adestra nossa habilidade de tomar pequenas decisões. Saltamos textos e imagens, traçando um caminho errático pelas páginas eletrônicas. No entanto, esse ganho se dá à custa da perda da capacidade de alimentar nossa memória de longa duração e estabelecer raciocínios mais sofisticados. Carr menciona a dificuldade que muitos de nós, depois de anos de exposição à internet, agora experimentam diante de textos mais longos e elaborados: as sensações de impaciência e de sonolência, com base em estudos científicos sobre o impacto da internet no cérebro humano. Segundo o autor, quando navegamos na rede, "entramos em um ambiente que promove uma leitura apressada, rasa e distraída, e um aprendizado superficial." A internet converteu-se em uma ferramenta poderosa para a transformação do nosso cérebro e, quanto mais a utilizamos, estimulados pela carga gigantesca de informações, imersos no mundo virtual, mais nossas mentes são afetadas. E não se trata apenas de pequenas alterações, mas de mudanças substanciais físicas e funcionais. Essa dispersão da atenção vem à custa da capacidade de concentração e de reflexão. (Thomaz Wood Jr. Carta capital, 27 de outubro de 2010, p. 72, com adaptações) 1- Em relação à estrutura textual, está correta a afirmativa: (A) Os quatro parágrafos do texto são independentes, tendo em vista que cada um deles trata, isoladamente, de uma situação diferente sobre a internet. (B) O 1o parágrafo, especialmente, está isolado dos demais, por conter uma informação, dispensável no contexto, a respeito das publicações de um especialista. (C) Identifica-se uma incoerência no desenvolvimento do texto, comprometendo a afirmativa de que as novas tecnologias provocam incerteza e medo, embora os sites sejam os mais lidos. (D) No 3o parágrafo há comprometimento da clareza quanto aos reais prejuízos causados ao funcionamento do cérebro pelo uso intensivo da internet. 10 (Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – painel do leitor – 17/10/2010) 6 - Considerando o tipo textual apresentado, algumas expressões demonstram o posicionamento pessoal do leitor diante do fato por ele narrado. Tais marcas textuais podem ser encontradas nos trechos a seguir, EXCETO: A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...” B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma mina de cobre e ouro no Chile.” C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...” D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.” E) “... demonstrando coragem e desprendimento, desceram na mina...” Leia o texto a seguir para responder à próxima questão. Os dicionários de meu pai Pouco antes de morrer, meu pai me chamou ao escritório e me entregou um livro de capa preta que eu nunca havia visto. Era o dicionário analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Ficava quase escondido, perto dos cinco grandes volumes do dicionário Caldas Aulete, entre outros livros de consulta que papai mantinha ao alcance da mão numa estante giratória. Isso pode te servir, foi mais ou menos o que ele então me disse, no seu falar meio grunhido. Era como se ele,cansado, me passasse um bastão que de alguma forma eu deveria levar adiante. E por um tempo aquele livro me ajudou no acabamento de romances e letras de canções, sem falar das horas em que eu o folheava à toa; o amor aos dicionários, para o sérvio Milorad Pavic, autor de romances-enciclopédias, é um traço infantil de caráter de um homem adulto. Palavra puxa palavra, e escarafunchar o dicionário analógico foi virando para mim um passatempo. O resultado é que o livro, herdado já em estado precário, começou a se esfarelar nos meus dedos. Encostei-o na estante das relíquias ao descobrir, num sebo atrás da sala Cecília Meireles, o mesmo dicionário em encadernação de percalina. Por dentro estava em boas condições, apesar de algumas manchas amareladas, e de trazer na folha de rosto a palavra anauê, escrita a caneta-tinteiro. Com esse livro escrevi novas canções e romances, decifrei enigmas, fechei muitas palavras cruzadas. E ao vê-lo dar sinais de fadiga, saí de sebo em sebo pelo Rio de Janeiro para me garantir um dicionário analógico de reserva. Encontrei dois, mas não me dei por satisfeito, fiquei viciado no negócio. Dei de vasculhar livrarias país afora, só em São Paulo adquiri meia dúzia de exemplares, e ainda arrematei o último à venda a Amazom.com antes que algum aventureiro o fizesse. Eu já imaginava deter o monopólio (açambarcamento, exclusividade, hegemonia, senhorio, império) de dicionários analógicos da língua portuguesa, não fosse pelo senhor João Ubaldo Ribeiro, que ao que me consta também tem um quiçá carcomido pelas traças (brocas, carunchos, gusanos, cupins, térmitas, cáries, lagartas-rosadas, gafanhotos, bichos-carpinteiros). A horas mortas eu corria os olhos pela minha prateleira repleta de livros gêmeos, escolhia um a esmo e o abria a bel-prazer. Então anotava num Moleskine as palavras mais preciosas, a fim de esmerar o vocabulário com que embasbacaria as moças e esmagaria meus rivais. Hoje sou surpreendido pelo anúncio desta nova edição do dicionário analógico de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Sinto como se invadissem minha propriedade, revirassem meus baús, espalhassem ao vento meu tesouro. Trata-se para mim de uma terrível (funesta, nefasta, macabra, atroz, abominável, dilacerante, miseranda) notícia. (Francisco Buarque de Hollanda, Revista Piauí, junho de 2010) 7 - O modo predominante de organização textual é: A) descritivo B) narrativo C) argumentativo D) dissertativo E) injuntivo Leia o texto a seguir para responder à próxima questão. Olhar o vizinho é o primeiro passo 11 Não é preciso ser filósofo na atualidade, para perceber que o “bom” e o “bem” não prevalecem tanto quanto desejamos. Sob a égide de uma moral individualista, o consumo e a concentração de renda despontam como metas pessoais e fazem muitos de nós nos esquecermos do outro, do irmão, do próximo. Passamos muito tempo olhando para nossos próprios umbigos ou mergulhados em nossas crises existenciais e não reparamos nos pedidos de ajuda de quem está ao nosso lado. É difícil tirar os óculos escuros da indiferença e estender a mão, não para dar uma esmola à criança que faz malabarismo no sinal, para ganhar um trocado simpático, mas para tentar mudar uma situação adversa, fazer a diferença. O que as pessoas que ajudam outras nos mostram é que basta querer, para mudar o mundo. Não é preciso ser milionário, para fazer uma doação. Se não há dinheiro, o trabalho também é bem- vindo. Doar um pouco de conhecimento ou expertise, para fazer o bem a outros que não têm acesso a esses serviços, é mais que caridade: é senso de responsabilidade. Basta ter disposição e sentimento e fazer um trabalho de formiguinha, pois, como diz o ditado, é a união que faz a força! Graças a esses filósofos da prática, ainda podemos colocar fé na humanidade. Eles nos mostram que fazer o bem é bom e seguem esse caminho por puro amor, vocação e humanismo. (Diário do Nordeste. 28 abr. 2008) 8 – Com relação ao gênero, o texto A) é uma dissertação B) mistura descrição com narração, com predomínio da descrição. C) mistura descrição com narração, com predomínio da narração. D) mistura descrição, narração e dissertação, com predomínio da narração e da dissertação. E) mistura descrição, narração e dissertação, com predomínio da descrição e da dissertação. Módulo 2 NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO Cronologia das reformas ortográficas na língua portuguesa: 1911 - Reforma Ortográfica de 1911, a primeira reforma ortográfica em Portugal, publicada no Diário do Governo, n.º 213, 12 de Setembro de 1911. 1931 - Primeiro Acordo Ortográfico por iniciativa da Academia Brasileira de Letras e aprovado pela Academia das Ciências de Lisboa, em Portugal publicado no Diário do Governo, n.º 120, I Série, 25 de Maio de 1931. 1945 - Convenção Ortográfica Luso-Brasileira de 1945 ou Acordo Ortográfico de 1945, adotado em Portugal, mas não no Brasil. Em Portugal publicado como decreto n.º 35.228 no Diário do Governo, 8 de Dezembro de 1945. 1971 - Lei n.º 5765 de 18 de Dezembro, no Brasil, suprimiu o acento circunflexo na distinção dos homógrafos, responsável por 70% das divergências ortográficas com Portugal, e os acentos que marcavam a sílaba subtônica nos vocábulos derivados com o sufixo -mente ou iniciados por -z-. 1973 - Decreto-Lei n.º 32/73 de 6 de Fevereiro, em Portugal, suprimiram-se os acentos que marcavam a sílaba subtônica nos vocábulos derivados com o sufixo -mente ou iniciados por -z-, como já se havia feito no Brasil. 1975 - A Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras elaboraram um projeto de acordo que não foi aprovado oficialmente. 1986 - Da reunião de representantes dos, na época, sete países de língua portuguesa (CPLP) no Rio de Janeiro resultaram as Bases Analíticas da Ortografia Simplificada da Língua Portuguesa de 1945, renegociadas em 1975 e consolidadas em 1986, que nunca chegaram a ser implementadas. 1990 - De nova reunião, desta vez em Lisboa, resulta um novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, previsto para entrar em vigor em 1 de Janeiro de 1994. 1998 - Na cidade da Praia, Cabo Verde, foi assinado um Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa que retirou do texto original a data para a sua entrada em vigor. 2004 - Em São Tomé e Príncipe foi aprovado um Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico prevendo que, em lugar da ratificação por todos os países, fosse suficiente que três membros ratificassem o Acordo Ortográfico de 1990 para que este entrasse em vigor nesses países [4] . 2008 - Presidente Luís Inácio Lula da Silva, do Brasil, assina em 29 de Setembro, as mudanças da ortografia da língua portuguesa no Brasil, que passaram a valer a partir de 1 de janeiro de 2009. 12 MUDANÇAS A PARTIR DO ACORDO DE 2008 As novas regras ortográficas já estão valendo desde o dia 1º de janeiro de 2009, e de acordo com o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, haverá um período de transição até 2012 em que serão válidas as duas formas de escrever: a antiga e a nova. Portanto, a partir deste ano ela já estará sendo exigida em concursos e vestibulares. Acentuação dos ditongos das palavras paroxítonas Some o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas: Ex: ideia, boia, asteroide. EXCEÇÃO: Palavras paroxítonas com “ói” e “éi” terminadas em –r: Ex: Méier, destróier Acento circunflexo em letras “dobradas” Desaparece o acento circunflexo das palavras terminadas em êem e ôo (ou ôos): Ex: creem, leem, enjoo, Acento agudo de algumas palavras paroxítonas Some o acento no i e no u tônicos, depois de ditongos, em palavras paroxítonas: Ex: bocaiuva, feiura ATENÇÃO! Se o i e o u estiverem na última ou na antepenúltima sílaba, o acento continua como em: tuiuiú, Piauí, feiíssimo e cheiíssimo. Acento diferencial Some o acento diferencial (utilizado para distinguir timbres vocálicos): Ex: pelo (prep. e subst.), para (prep. e verbo). ATENÇÃO! Não some o acento diferencial em pôr (verbo) / por (preposição) e pôde (pretérito) / pode (presente). Em fôrma o acento permanece facultativo. Acento agudo no u tônico Desaparece o acento agudo no u tônico nos grupos gue, gui, que, qui, de verbos como averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar: Ex: averigue, apazigue. Alfabeto: inclusão de três letras Passa a ter 26 letras, ao incorporar as letras “k“, “w” e “y“. Alterações limitadas a Portugal Desaparecem o c e o p de palavras em que essas letras não são pronunciadas: Ex: acção/ ação, acto/ato, adopção/adoção. Hífen Eliminação do hífen em alguns casos O hífen não será mais utilizado nos seguintes casos: 1. Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente: 15 (E) pan-negro. 12. Identifique a alternativa em que o hífen foi indevidamente usado: (A) circum-meridiano; (B) circum-hospitalar; (C) circum-escolar; (D) circum-navegação; (E) circum-polaridade. 13. Assinale a opção incorreta: (A) inter-humano; (B) inter-hemisférico; (C) inter-relacionar; (D) interrelacionar; (E) intersocial. 14. Marque a opção em que o hífen foi indevidamente usado: (A) hiper-hepático; (B) hiper-emotivo; (C) hiper-realismo; (D) hipertireoidismo; (E) hipersensibilidade. 15. Marque a opção incorreta: (A) inter-humano; (B) inter-hemisférico; (C) inter-relacionar; (D) interrelacionar; (E) intersocial. 16. Identifique a alternativa em que o hífen foi indevidamente usado: (A) abrupto; (B) ab-rupto; (C) obrogatório; (D) ob-rogatório; (E) ab-reação. 17. Marque a opção incorreta: (A) sobescavar; (B) sob-saia; (C) sobpesar; (D) sobpor; (E) sob-roda. 18. Marque a opção em que o hífen foi indevidamente usado: (A) sob-escavar; (B) sobsaia; (C) sobpesar; (D) sobpor; (E) sob-roda. 19. Marque a opção incorreta: (A) sub-bosque; (B) sub-humano; (C) sub-reitor; (D) subdiretor; (E) sub-epidérmico. 20. Identifique a alternativa em que há erro de ortografia: (A) mandachuva; (B) salário-família; (C) vagalumear; 16 (D) vaga-lume; (E) bóia-fria. Módulo 3 NARRAR Narrar é relatar fatos e acontecimentos, envolvendo ação e, portanto, movimento. Há personagens atuando e um narrador que relata a ação. A narração é um tipo de texto marcado pela temporalidade, ou seja, como seu material é o fato e a ação que envolve personagens, a progressão temporal é essencial para o seu desenrolar: as ações direcionam-se para um conflito que requer uma solução, o que nos permite concluir que chegaremos a uma situação nova. Portanto, a sucessão de acontecimentos leva a uma transformação, a uma mudança e a trama que se constrói com os elementos do conflito desenvolve-se necessariamente numa linha de tempo e num determinado espaço. Elementos da narrativa: a narrativa de ficção é um relato centrado num fato ou acontecimento; há personagens atuando e um narrador que relata a ação. O tempo e o cenário ou ambiente são outros elementos importantes na estrutura da narração. A seguir, alguns elementos. a) O narrador: é o dono da voz ou, em outras palavras, a voz que nos conta os fatos e seu desenvolvimento. Dependendo da posição do narrador em relação ao fato narrado, a narrativa pode ser feita em primeira ou em terceira pessoa do singular. Temos, assim, o ângulo, o ponto de vista, o foco pelo qual serão narrados os acontecimentos (daí falar-se foco narrativo). Na narração em primeira pessoa, o narrador participa dos acontecimentos; é, assim, um personagem com dupla função: o personagem-narrador. Pode ter uma participação secundária nos acontecimentos, destacando-se, desse modo, seu papel de narrador, ou ter importância fundamental, sendo mesmo o personagem principal. Nesse caso, a narração em primeira pessoa permite ao autor penetrar e desvendar com maior riqueza o mundo psicológico do personagem. É importante observar que, nas narrações em primeira pessoa, nem tudo o que é afirmado pelo narrador corresponde à “verdade”, pois, como ele participa dos acontecimentos, tem uma visão própria, individual e, portanto, parcial deles. A principal característica desse foco narrativo é, então, a visão subjetiva que o narrador tem dos fatos: ele narra apenas o que vê, observa e sente, ou seja, os fatos passam pelo filtro de sua emoção e percepção. Já nas narrações em terceira pessoa, o narrador está fora dos acontecimentos; podemos dizer que ele paira acima de tudo e de todos. Essa situação lhe permite saber de tudo, do passado e do futuro, das emoções e pensamentos dos personagens – daí ser chamado de narrador onisciente (oni + sciente, ou seja, “o que tem ciência de tudo”, “o que sabe tudo”). O narrador onisciente “lê” os sentimentos, os desejos mais íntimos da personagem (aliás, o narrador vê o que ninguém tem condições de ver: o mundo interior da personagem) e sabe qual será a repercussão desse ato no futuro. 17 b) O enredo: é o esqueleto da narrativa, aquilo que dá sustentação à história, o que a estrutura, ou seja, é o desenrolar dos acontecimentos (é a linha se entrelaçando, formando a malha, a trama, a rede, o tecido, o texto). Geralmente, o enredo está centrado num conflito, responsável pelo nível de tensão da narrativa. É o conjunto dos fatos encadeados que constituem a ação de uma obra de ficção (teatro, romance, filme, novela, etc.) c) Os personagens: são os seres que participam do desenrolar dos acontecimentos, aqueles que vivem o enredo. Em geral, o personagem bem construído representa uma individualidade, apresentando traços psicológicos próprios. Há também personagens que representam tipos humanos, identificados pela profissão, pelo comportamento, pela classe social, enfim, por algum traço distintivo comum a todos os indivíduos dessa categoria. d) O ambiente (espaço): é o cenário por onde circulam personagens e onde se desenrola o enredo. Em alguns casos, a importância do ambiente é tão fundamental que ele se transforma em personagem. Por exemplo: o Nordeste, em grande parte do romance modernista brasileiro; o colégio interno, em O Ateneu, de Raul Pompéia; o caso mais nítido está em O cortiço, de Aluísio de Azevedo. e) O tempo: O narrador pode se posicionar de diferentes maneiras em relação ao tempo dos acontecimentos – pode narrar os fatos no tempo em que eles estão acontecendo; pode narrar um fato perfeitamente concluído; pode entremear presente e passado, utilizando a técnica de flash-back. Há, também, o tempo psicológico, que reflete angústias e ansiedades de personagens e que não mantém nenhuma relação com o tempo propriamente dito, cuja passagem é alheia à nossa vontade. Falas com “Ah, o tempo não passa...” ou “esse minuto não acaba!” ou ainda “Esse minuto está durando uma eternidade!” refletem o tempo psicológico. Exemplo de narração: DOMINGO NO PARQUE Exposição: Identificação das personagens O rei da brincadeira - ê José O rei da confusão - ê João Um trabalhava na feira - ê José Outro na construção - ê João Desenvolvimento: encadeamento de ações A semana passada, no fim da semana, João resolveu não brigar. No domingo de tarde saiu apressado E não foi pra ribeira jogar Capoeira Não foi pra lá, pra ribeira, Foi namorar. O José como sempre, no fim da semana Guardou a barraca e sumiu. Foi fazer, no domingo, um passeio no parque, La perto da boca do rio. Foi no parque que ele avistou Juliana. Foi que ele viu Juliana na roda com João. Uma rosa e um sorvete na mão. Juliana, seu sonho, uma ilusão. Juliana e o amigo João. 20 e comentar, substituída pela intenção de apresentar os fatos cotidianos de forma artística e pessoal. Sua linguagem tornou-se mais poética, ao mesmo tempo que ganhou certa gratuidade, em razão da ausência de vínculos com interesses práticos e com as informações presentes mas demais partes de um jornal. Gênero híbrido que oscila ente a literatura e o jornalismo, a crônica é o resultado da visão pessoal subjetiva do cronista ante um fato qualquer, colhido no noticiário do jornal ou no cotidiano. Quase sempre explora o humor; às vezes, diz as coisas mais sérias por meio de uma aparente conversa fiada; outras vezes, despretensiosamente, faz poesia da coisas mais banal e insignificante. A crônica é quase sempre um texto curto, apressado, redigido numa linguagem descontraída, coloquial, simples, muito próxima do leitor. Apresenta poucas personagens e se inicia quando os fatos principais da narrativa estão por acontecer. Por essa razão, o espaço e o tempo da crônica são limitados: as ações ocorrem num único espaço e o tempo não dura mais do que alguns minutos ou, no máximo, algumas horas. Ela admite narrador em 1ª e 3ª pessoas, isto é, o narrador pode participar dos fatos e refletir sobre eles como personagem ou ser observador daquilo que narra ou comenta. È comum também haver crônicas cujo narrador se ausenta; nesse caso, toda a crônica se estrutura no discurso direto de duas ou mais personagens. Características da crônica: 2. é publicada geralmente em jornais e revistas; 3. relata de forma artística e pessoal fatos colhidos no noticiário jornalístico e no cotidiano; 4. consiste em um texto curto e leve; 5. tem por objetivo divertir e/ou refletir criticamente sobre a vida e os comportamentos humanos; 6. pode apresentar os elementos básicos da narrativa: fatos, personagens, tempo e lugar; 7. o tempo e o espaço são normalmente limitados; 8. pode apresentar narrador-observador ou narrador-personagem; 9. linguagem geralmente de acordo com a variedade padrão informal da língua. Exemplo de crônica: GETÚLIO, JK E LULA Se houvesse um monte Rushmore no Brasil, o rosto de Luiz Inácio Lula da Silva estaria agora sendo esculpido na rocha. Na pedra verdadeira, foram gravadas as imagens dos quatro maiores líderes da história americana: George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln. No Brasil, só dois ex- presidentes - Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek - ocupam papéis míticos no imaginário nacional. Agora, há mais um. E ele, Luiz Inácio, conseguiu entrar no seleto clube unindo o que seus antecessores tinham de melhor: a visão social e o espírito desenvolvimentista. Getúlio, nosso primeiro "pai dos pobres", até hoje é amado porque incluiu na agenda política um agente antes excluído: o trabalhador. JK, por sua vez, foi o presidente que fez o brasileiro perder seu complexo de vira-lata e acreditar na própria capacidade de realização. Lula tem traços de ambos. Foi o presidente da inclusão social e também aquele que despertou o "espirito animal" dos empresários, que voltaram a acreditar no futuro e a investir. O resultado: um ciclo de oito anos que se encerra com crescimento do PIB de quase 8%. A vida útil de um mito e determinada pela história. Mas o presidente operário tem tudo para durar mais tempo no coração dos brasileiros do que Getúlio e JK. Sobre o primeiro, haverá sempre a mancha da ditadura implantada no Estado Novo. Sobre o segundo, o peso do desajuste fiscal e da inflação semeada pela construção desenfreada de Brasília. Lula conquistou os seus 80% de popularidade em plena democracia - e teve a sabedoria de rejeitar um terceiro mandato, que poderia colocá-los em risco. Para completar, controlou a inflação e reduziu a dívida pública. Erros, tropeços, bravatas, escândalos... nada disso terá muito peso no balanço final. A lembrança será sempre a do "Lulinha paz e amor". E ele, que a partir de agora passará a dar nome a avenidas, escolas e creches em várias metrópoles brasileiras, só terá uma " desvantagem" em relação aos dois outros mitos: a ausência de uma morte trágica. O 21 suicídio de Getúlio, em agosto de 1954, e o acidente automobilístico de JK, em 1976, até hoje questionado, ajudaram a elevar os dois ex-presidentes a categoria dos mártires. Lula, um homem feliz e sem inimigos, tem tudo para levar uma existência pacata até o fim dos seus dias. Tempo, ele terá de sobra depois de 31 de dezembro, como acontece com todo ex-presidente. A diferença, no caso de Lula, é que seu verdadeiro espaço cronológico será o da eternidade. Revista IstoÉ publicada em 29/12/2010. Artigo escrito por Leonardo Attuch (
[email protected]). NOTÍCIA Notícia é a expressão de um fato novo, que desperta o interesse do público a que o jornal se destina. Predomina a narração. Mas os jornais não se limitam a contar o que aconteceu. Eles vão além, contando também como e porque aconteceu determinado fato. Ela apresenta uma estrutura própria, composta de duas partes: o lead e o corpo. Lead é um resumo do fato em poucas linhas e compreende, normalmente, o primeiro parágrafo da notícia. Contém as informações mais importantes e deve fornecer ao leitor a maior parte das respostas às seis perguntas básicas: o quê, quem, quando, onde, como e por que. Corpo são os demais parágrafos da notícia, nos quais se faz o detalhamento do exposto no lead, por meio da apresentação ao leitor de novas informações, em ordem cronológica ou de importância. Toda notícia é encabeçada por um título, que anuncia o assunto a ser desenvolvido. No título, devem-se empregar, com objetividade, palavras curtas e de uso comum. Ela deve ser imparcial e objetiva, ou seja, deve expor fatos e não opiniões. A linguagem deve ser impessoal, clara, direta e precisa. Características da notícia: Predomínio da narração, com a presença dos elementos essenciais de um texto narrativo: fatos, pessoas envolvidas, tempo em que ocorreu o fato, o lugar em que ocorreu, como e porque ocorreu o fato; Estrutura padrão composta de lead e corpo; Título que se caracteriza por: despertar o interesse do leitor para a notícia; ser uma mensagem rápida e muitas vezes surpreendente; destacar-se do resto do texto. Linguagem impessoal, clara, precisa, objetiva, direta, de acordo com a variedade padrão da língua. Exemplo de notícia: CRIMINALIDADE Tráfico de drogas domina áreas públicas da cidade Praças, pontos turísticos e até a rodoviária escondem pontos de tráfico de drogas. A Tribuna vem acompanhando a rotina de vários locais em Juiz de Fora, denunciados por vizinhanças, que não suportam mais conviver com o medo e a insegurança, e cobram ações policiais. Entorno de bares e complexos comerciais, no São Mateus, Zona Sul, onde há grandes aglomerações diariamente, também servem como pontos de distribuição para os traficantes. EXERCÍCIOS 01. Analise e responda: I. O foco narrativo do narrador-personagem é de primeira pessoa, podendo corresponder, inclusive, ao protagonista. II. O narrador em terceira pessoa se caracteriza por ter uma visão subjetiva, total e impessoal dos fatos. III. Ambos os focos narrativos podem ser caracterizar pela “onisciência” do narrador. (A) Apenas I está incorreta. (B) Apenas III está incorreta. (C) I e II estão incorretas. (D) II e III estão incorretas. (E) Nenhuma está incorreta. 02. A lista que menos define o narrar literário é: (A) surpreender, situar, relatar. (B) envolver, contar, dinamizar (C) descrever, agenciar, provocar. 22 (D) atuar, imaginar, posicionar. 03. Associe: 1. Flashback 2. Cenário 3. Narrador de terceira pessoa 4. Personagem 5. Foco narrativo 6. Enredo ( ) I. Predominantemente apresenta traços psicológicos. ( ) II. Estrutura, desenrolar dos acontecimentos de um texto. ( ) III. O lugar da narrativa, passível de ser personagem. ( ) IV. Técnica que entremeia presente e passado ( ) V. Ponto de vista pelo qual se conta a história A sequência correta é: (A) 5, 6, 2, 1, 3 (B) 3, 2, 6, 5, 1 (C) 4, 2, 3, 1, 4 (D) 4, 6, 2, 1, 5 (E) 3, 5, 2, 1, 6 04. O ponto maior de tensão de uma narrativa é: (A) o nó (B) a complicação (C) o flashback (D) o desfecho (E) o clímax 05. Das características a seguir, marque a incorreta quanto ao gênero conto. (A) tem por objetivo divertir e/ou refletir criticamente sobre a vida (B) tempo e espaço bem delimitados (C) narrativa focada ao essencial (D) número reduzido de personagens (E) padrão formal da língua 06. Associe: I. Conto II. Crônica III. Notícia 0 ( I ) ( II) (III) 1 ( ) ( ) ( ) elementos essenciais de um texto narrativo. 2 ( ) ( ) ( ) o suporte predominante é o impresso de grande circulação. 3 ( ) ( ) ( ) lead 4 ( ) ( ) ( ) artístico 5 ( ) ( ) ( ) língua padrão culto A sequência correta é: (A) 1 (I e II) / 2 (I, II e III) / 3 (III) / 4 (I e II) / 5 (I,II e III) (B) 1 (I, II e III) / 2 (II e III) / 3 (III) / 4 (I e II) / 5 (I,II e III) (C) 1 (I, II e III) / 2 (I, II e III) / 3 (III) / 4 ( I ) / 5 (I,II e III) (D) 1 (I, II e III) / 2 (I, II e III) / 3 (II e III) / 4 ( I ) / 5 (I e III) (E) 1 (I, II e III) / 2 (I, II e III) / 3 (III) / 4 (I e II) / 5 (I e III) 25 que posso fazer? Até que tenho reclamado muito isto e aquilo. Mas se eu for ficar rezingando todo dia, estou roubado: quem é que vai aguentar me ler? Acho que o leitor gosta de ver suas queixas no jornal, mas em termos. Além disso, a verdade não está apenas nos buracos das ruas e outras mazelas. Não é verdade que as amendoeiras neste inverno deram um show luxuoso de folhas vermelhas voando no ar? E ficaria demasiado feio eu confessar que há uma jovem gostando de mim? Ah, bem sei que esses encantamentos de moça por um senhor maduro duram pouco. São caprichos de certa fase. Mas que importa? Esse carinho me faz bem; eu o recebo terna e gravemente; sem melancolia, porque sem ilusão. Ele se irá como veio, leve nuvem solta na brisa, que se tinge um instante de púrpura sobre as cinzas de meu crepúsculo. E olhem só que tipo de frase estou escrevendo! Tome tenência, velho Braga. Deixe a nuvem, olhe para o chão - e seus tradicionais buracos. (Rubem Braga, Ai de ti, Copacabana) 15. É correto afirmar que, a partir da crítica que o amigo lhe dirige, o narrador cronista: (A) sente-se obrigado a escrever sobre assuntos exigidos pelo público; (B) reflete sobre a oposição entre literatura e realidade; (C) reflete sobre diversos aspectos da realidade e sua representação na literatura; (D) defende a posição de que a literatura não deve ocupar-se com problemas sociais; (E) sente que deve mudar seus temas, pois sua escrita não está acompanhando os novos tempos. 16. Em "E olhem só que tipo de frase estou escrevendo! Tome tenência, velho Braga", o narrador: (A) chama a atenção dos leitores para a beleza do estilo que empregou; (B) revela ter consciência de que cometeu excessos com a linguagem metafórica; (C) exalta o estilo por ele conquistado e convida-se a reverenciá-lo; (D) percebe que, por estar velho, seu estilo também envelheceu; (E) dá-se conta de que sua linguagem não será entendida pelo leitor comum. 17. Com relação ao gênero do texto, é correto afirmar que a crônica: (A) parte do assunto cotidiano e acaba por criar reflexões mais amplas; (B) tem como função informar o leitor sobre os problemas cotidianos; (C) apresenta uma linguagem distante da coloquial, afastando o público leitor; (D) tem um modelo fixo, com um diálogo inicial seguido de argumentação objetiva; (E) consiste na apresentação de situações pouco realistas, em linguagem metafórica. QUESTÕES DISCURSIVAS Marina diz que "pagou o pacto" por obra de usinas Humberto Medina, da Folha Online, em Brasília - 24/08/2007 - 10h21 Falando a uma plateia de empresários do setor de infraestrutura, a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) fez um desabafo bem-humorado sobre o processo de licenciamento das hidrelétricas do rio Madeira. A ministra informou que houve tentativa de constrangimento e que ela "pagou o pacto" para a liberação dos empreendimentos. Ela aproveitou para lembrar que os atuais problemas da licitação nada têm a ver com questões ambientais. "Às vezes as pessoas tentavam me criar constrangimento dizendo 'ministra, a senhora quer colocar os bagres em primeiro lugar, poxa, vida, ministra, é só um peixinho'", disse. A questão da migração dos grandes bagres (como a dourada) no rio Madeira foi um dos problemas do licenciamento ambiental. O Ibama liberou a construção das duas usinas (Santo Antonio e Jirau), mas com obrigação da construção de um canal para a passagem dos peixes. "É claro que alguém tinha que pagar o pacto naquele momento. Conjunturalmente fui eu", disse Marina. Ela aproveitou para lembrar que, mesmo com o fim do impasse ambiental, o problema com as usinas continua. "Agora, 26 nós estamos com outros problemas, como a questão da licitação, dos empreendedores. Mas graças a Deus essa não é minha esfera, eu já tenho problemas demais." [...] Na palestra, no entanto, a ministra não respondeu a uma das dúvidas em relação ao projeto que ainda dependem da área ambiental do governo: a definição da taxa de compensação ambiental. Essa taxa pode variar de 0,5% a 5% do valor do empreendimento, mas o governo prepara uma regra para tornar a definição do percentual mais transparente. "A definição sairá o mais rápido possível", disse ela. 01 - Explicite os seguintes elementos do texto: a) autoria: b) fonte: c) título: d) a quem é dirigido (prováveis leitores): 02 - Em que gênero discursivo o texto se enquadra? 03 - No trecho “o governo prepara uma regra para tornar a definição do percentual mais transparente” a)há referência a que gênero textual? b)a quem incumbirá, no caso, a autoria do texto mencionado? 04 - De acordo com o texto, a palestra da ministra dirigiu-se a que público-alvo? Destaque do texto um trecho que comprove esse fato. 05 - Redija um resumo bem sucinto do texto. Módulo 4 EXPOR/INSTRUIR 1) Texto Expositivo: 27 O texto expositivo apresenta informações sobre um objeto ou fato específico, sua descrição, a enumeração de suas características. Esse deve permitir que o leitor identifique, claramente, o tema central do texto. Um fato importante é a apresentação de bastante informação, caso se trate de algo novo esse se faz imprescindível. Quando se trata de temas polêmicos a apresentação de argumentos se faz necessário para que o autor informe aos leitores sobre as possibilidades de análise do assunto. O texto expositivo deve ser abrangente, deve permitir que seja compreendido por diferentes tipos de pessoas. O texto expositivo pode apresentar recursos como a: 1. instrução, quando apresenta instruções a serem seguidas; 2. informação, quando apresenta informações sobre o que é apresentado e/ou discutido; 3. descrição, quando apresenta informações sobre as características do que está sendo apresentado; 4. definição, quando queremos deixar claro para o nosso leitor do que, exatamente, estamos falando; 5. enumeração, quando envolve a identificação e apresentação seqüencial de informações referentes àquilo que estamos escrevendo; 6. comparação, quando o autor quer garantir que seu leitor irá compreender bem o que ele quer dizer; 7. o contraste, quando, ao analisar determinada questão, o autor do texto deseja mostrar que ela pode ser observada por mais de um ângulo, ou que há posições contrárias. Estrutura do texto expositivo: Apresentação do tema (referência ao percurso seguido no texto; objetivos e intenção do autor); Desenvolvimento do tema (Explicação, demonstração e estabelecimento lógico entre os dados enunciados) Conclusão (síntese do exposto). Características lingüísticas que se evidenciam neste tipo de texto: 14. A utilização de frase-chave, a partir das quais se geram outra que se sustentam em termos de ideias a exemplificar, explicar, etc. 15. O emprego dos exemplos que facilitam a compreensão do destinatário, sendo aqueles marcados pela introdução de articuladores do tipo POR EXEMPLO, É O CASO, ASSIM COMO...; 16. O emprego de termos associados a algumas áreas específicas de conhecimento (tecnicismo); 17. O predomínio do modo indicativo bem como dos tempos do discurso – sobretudo o presente; 18. A utilização de articuladores ou conectores de diferentes funções/ orientações lógicas, que ajudam a relacionar as ideias. Domínios sociais de comunicação Aspectos tipológicos Capacidade de linguagem dominante Exemplo de gêneros orais e escritos Transmissão e construção de saberes Expor Apresentação textual de diferentes formas dos saberes Texto expositivo, exposição oral, seminário, conferência, comunicação oral, palestra, entrevista de especialista, verbete, artigo enciclopédico, texto explicativo, tomada de notas, resumo de textos expositivos e explicativos, resenha, relatório científico, relatório oral de 30 Resumo Um resumo é uma síntese das ideias, fatos e argumentos contidos num texto. Para fazê-lo, você deverá empregar suas próprias palavras, evitando, na medida do possível, fazer cópias do texto original. Aprender a resumir vai auxiliá-lo bastante na redação de textos dissertativos, na seleção de informações e no estudo de várias disciplinas, como História, Geografia e Literatura. Para resumir qualquer texto, em especial o narrativo, é fundamental que, antes de fazê-lo, observe a diferença entre uma informação central e os detalhes referentes a ela. Para tanto, partiremos de um fato central, ao qual acrescentaremos informações adicionais. Observe o seguinte fato: Os amigos de Maria fizeram uma grande festa. Nela existe uma referência a um fato específico: uma festa realizada pelos amigos de Maria. Veja agora como é possível aumentar uma frase com dados adicionais. Inicialmente, fornecemos uma característica de Maria: Os amigos de Maria, funcionária de uma importante firma, fizeram uma grande festa. Agora podemos acrescentar outras referências, como: lugar: na sala do gerente de vendas; tempo: durante a tarde de ontem; causa: em comemoração a seu aniversário; frequência: como acontece todos os anos. Assim, então, ficaria o parágrafo: Como acontece todos os anos, os amigos de Maria, funcionária de uma importante firma, fizeram, na sala do gerente de vendas, uma grande festa na tarde de ontem, em comemoração a seu aniversário. Para resumir esse parágrafo, basta excluir as informações adicionais que podem ser dadas acerca do fato e deixar apenas os elementos essenciais, para transmitir a informação central. Entendemos por informações adicionais referências ao tempo, ao lugar, à frequencia com que o fato ocorre, às características das pessoas envolvidas, à causa do fato, a instrumentos utilizados para sua realização, etc. O resumo pode ter o tamanho que desejar. Por exemplo, no caso do parágrafo acima, você pode resumi-lo de modo a dar somente as informações estritamente essenciais ou incluir apenas as referências de tempo e de lugar. É bom, entretanto, em seu resumo, eliminar detalhes de menor significação. 31 Resenha Uma resenha nada mais é do que um texto em forma de síntese que expressa a opinião do autor sobre um determinado fato cultural, que pode ser um livro, um filme, peças teatrais, exposições, shows etc. A resenha, por ser em geral um resumo crítico, exige que o resenhista seja alguém com conhecimentos na área, uma vez que avalia a obra, julgando-a criticamente. Como uma síntese, a resenha deve ir direto ao ponto, mesclando momentos de pura descrição com momentos de crítica direta. O resenhista que conseguir equilibrar perfeitamente esses dois pontos terá escrito a resenha ideal. A resenha é, em geral, veiculada por jornais e revistas. No entanto, sendo um gênero necessariamente breve, é perigoso recorrermos ao erro de sermos superficiais demais. Nosso texto precisa mostrar ao leitor as principais características do fato cultural, sejam elas boas ou ruins, mas sem esquecer de argumentar em determinados pontos e nunca usar expressões como “Eu gostei” ou “Eu não gostei”. Devem constar numa resenha: 6. O título 7. A referência bibliográfica da obra 8. Alguns dados bibliográficos do autor da obra resenhada 9. O resumo, ou síntese do conteúdo 10. A avaliação crítica Exemplo de resenha: Atwood se perde em panfleto feminista Marilene Felinto Da Equipe de Articulistas Margaret Atwood, 56, é uma escritora canadense famosa por sua literatura de tom feminista. No Brasil, é mais conhecida pelo romance "A mulher Comestível" (Ed. Globo). Já publicou 25 livros entre poesia, prosa e não-ficção. "A Noiva Ladra" é seu oitavo romance. O livro começa com uma página inteira de agradecimentos, procedimento normal em teses acadêmicas, mas não em romances. Lembra também aqueles discursos que autores de cinema fazem depois de receber o Oscar. A escritora agradece desde aos livros sobre guerra, que consultou para construir o "pano de fundo" de seu texto, até a uma parente, Lenore Atwood, de quem tomou emprestada a (original? significativa?) expressão "meleca cerebral". Feitos os agradecimentos e dadas as instruções, começam as quase 500 páginas que poderiam, sem qualquer problema, ser reduzidas a 150. Pouparia precioso tempo ao leitor bocejante. É a história de três amigas, Tony, Roz e Charis, cinqüentonas que vivem infernizadas pela presença (em "flashback") de outra amiga, Zenia, a noiva ladra, inescrupulosa "femme fatale" que vive roubando os homens das outras. Vilã meio inverossímel - ao contrário das demais personagens, construídas com certa solidez -, a antogonista Zenia não se sustenta, sua maldade não convence, sua história não emociona. A narrativa desmorona, portanto, a partir desse defeito central. Zenia funcionaria como superego das outras, imagem do que elas gostariam de ser, mas não conseguiram, reflexo de seus questionamentos internos - eis a leitura mais profunda que se pode fazer desse romance nada surpreendente e muito óbvio no seu propósito. Segundo a própria Atwood, o propósito era construir, com Zenia, uma personagem mulher "fora-da- lei", porque "há poucas personagens mulheres fora-da-lei". As intervenções do discurso feminista são claras, panfletárias, disfarçadas de ironia e humor capengas. A personagem Tony, por exemplo, tem nome 32 de homem (é apelido para Antônia) e é professora de história, especialista em guerras e obcecada por elas, assunto de homens: "Historiadores homens acham que ela está invadindo o território deles, e deveria deixar as lanças, flechas, catapultas, fuzis, aviões e bombas em paz". Outras alusões feministas parecem colocadas ali para provocar riso, mas soam apenas ingênuas: "Há só uma coisa que eu gostaria que você lembrasse. Sabe essa química que afeta as mulheres quando estão com TPM? Bem, os homens têm essa química o tempo todo". Ou então, a mensagem rabiscada na parede do banheiro: "Herstory Not History", trocadilho que indicaria o machismo explícito na palavra "História", porque em inglês a palavra pode ser desmembrada em duas outras, "his" (dele) e story (estória). A sugestão contida no trocadilho é a de que se altere o "his" para "her" (dela). As histórias individuais de cada personagem são o costumeiro amontoado de fatos cotidianos, almoços, jantares, trabalho, casamento e muita "reflexão feminina" sobre a infância, o amor, etc. Tudo isso narrado da forma mais achatada possível, sem maiores sobressaltos, a não ser talvez na descrição do interesse da personagem Tony pelas guerras. Mesmo aí, prevalecem as artificiais inserções de fundo histórico, sem pé nem cabeça, no meio do texto ficcional, efeito da pesquisa que a escritora - em tom cerimonioso na página de agradecimentos - se orgulha de ter realizado. 2) Texto injuntivo-instrucional: São aqueles que indicam procedimentos a serem realizados. Indica como realizar uma ação. É também utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Têm como objetivo controlar o comportamento do destinatário – são textos que incitam a ação, impõem regras ou fornecem instruções e indicações para a realização de um trabalho ou a utilização correta de instrumentos. Portanto, o texto injuntivo tem por objetivo apresentar conhecimentos que permitirão, em uma dada situação comunicativa, a execução de determinadas ações por parte do leitor. É importante observar que nos textos injuntivos o autor deixa claro que a sua finalidade é levar o leitor a praticar determinada ação e isso é feito de maneira direta e objetiva. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo. Há também o uso do futuro do presente. Exemplos de textos injuntivos: instruções de uso, instruções de montagem, regras de utilização, leis, receitas de culinária, guias, regras de trânsito, obrigações a cumprir, normas de conduta, manuais. Exemplo de texto injuntivo-instrucional: Fique rico escrevendo um best seller Por: Wilson Weigl 1. Escolha como cenário Cabul, Bagdá, Istambul Ou outro lugar exótico do Oriente, cenário de algum problema sério, como uma guerra. Crie contrapontos com personagens e objetos românticos e antiquados, como barbeiros e pipas. 2. Biografe um cantor de MPB Morto, de preferência. O risco de você ser processado e ter seu livro apreendido é menor. Se escolher um artista vivo, elimine qualquer passagem sobre acidentes de trem e pernas mecânicas. 3. Convoque um espírito Escreva um romance psicografado. O espírito dita tudo, você só tem que redigir. E não vai ter que dividir a grana das vendas com ele. 4. Mostre como ser feliz 35 (B) “As barras de combustível em um reator nuclear japonês atingido pelo terremoto que devastou o país na sexta-feira, matando pelo menos 1.800 de pessoas, agora estão totalmente expostas, informou nesta segunda-feira (14) a operadora da usina, a Tokyo Electric Power Co., segundo a agência de notícias Kyodo. (C) “Elas eram cinco meninas, cinco meninas mineiras, todas da mesma escola, também das mesmas ladeiras, moravam na mesma cidade, e tinham a mesma idade, mesmos gestos e maneiras” (D) “E quando acordava? Quando acordava não sabia mais quem era. Só depois é que pensava com satisfação: sou datilógrafa e virgem, e gosto de coca-cola” QUESTÃO DISCURSIVA Leia o texto a seguir VOCÊ TEM UM DETERGENTE À FLOR DA PELE A pele humana tem uma proteção natural contra o ataque de micróbios. É uma proteína chamada beta- defensina 2, capaz de matar bactérias como a Escherichia coli, causadora de diarréia. Os pesquisadores, dermatologistas alemães da Universidade de Kiel, descobriram mais ainda. Graças a esse antibiótico, quem sofre de psoríase, doença que causa escamação da pele, tem menos infecções do que seria de se esperar. Eles acharam a substância também nos pulmões e na traqueia dos pacientes. “A descoberta abre a possibilidade de fabricarmos novos medicamentos”, avaliou Gabriel Padilla, professor de microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo. FAXINA CONTRA BACTÉRIAS O antibiótico natural corrói a pele delas. A substância chamada beta-defensina 2 age como um detergente. Ela faz buracos na membrana do micróbio, que é feita de gordura. Com a membrana furada feito uma peneira, a bactéria fica indefesa contra outras moléculas do antibiótico, que a invadem e destroem. 01. Sabendo as características do texto expositivo, liste três que estão presentes no texto em questão e dê exemplos. Módulo 5 ARGUMENTAR A argumentação é um recurso que tem como propósito convencer alguém, para que esse tenha a opinião ou o comportamento alterado. 36 Sempre que argumentamos, temos o intuito de convencer alguém a pensar como nós. No momento da construção textual, os argumentos são essenciais, esses serão as provas que apresentaremos, com o propósito de defender nossa ideia e convencer o leitor de que essa é a correta. 1. Características do Texto dissertativo A todo instante nos deparamos com situações que exigem a exposição de ideias, argumentos e pontos de vista, muitas vezes precisamos expor aquilo que pensamos sobre determinado assunto. Em muitas situações somos induzidos a organizar nossos pensamentos e ideias e utilizar a linguagem para dissertar. Mas o que é dissertar? Dissertar é, por meio da organização de palavras, frases e textos, apresentar ideias, desenvolver raciocínio, analisar contextos, dados e fatos. Neste momento temos a oportunidade de discutir, argumentar e defender o que pensamos utilizando-se da fundamentação, justificação, explicação, persuasão e de provas. A elaboração de textos dissertativos requer domínio da modalidade escrita da língua, desde a questão ortográfica ao uso de um vocabulário preciso e de construções sintáticas organizadas, além de conhecimento do assunto que se vai abordar e posição crítica (pessoal) diante desse assunto. A atividade dissertativa desenvolve o gosto de pensar e escrever o que pensa, de questionar o mundo, de procurar entender e transformar a realidade. Passos para escrever o texto dissertativo: O texto deve ser produzido de forma a satisfazer os objetivos que o escritor se propôs a alcançar. Há uma estrutura consagrada para a organização desse tipo de texto. Consiste em organizar o material obtido em três partes: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Introdução: A introdução deve apresentar de maneira clara o assunto que será tratado e delimitar as questões, referentes ao assunto, que serão abordadas. Neste momento pode-se formular uma tese, que deverá ser discutida e provada no texto, propor uma pergunta, cuja resposta deverá constar no desenvolvimento e explicitada na conclusão. Desenvolvimento: É a parte do texto em que as idéias, pontos de vista, conceitos, informações de que dispõe serão desenvolvidas; desenroladas e avaliadas progressivamente. Conclusão: É o momento final do texto, este deverá apresentar um resumo forte de tudo o que já foi dito. A conclusão deve expor uma avaliação final do assunto discutido. Cada uma dessa partes se relaciona umas com as outras, seja preparando-as ou retomando-as, portanto, não são isoladas. A produção de textos dissertativos está ligada à capacidade argumentativa daquele que se dispõe a essa construção. É importante destacar que a obtenção de informações, referentes aos diversos assuntos seja por intermédio da leitura, de conversas, de viagens, de experiências do dia-a-dia e dos mais variados veículos de informação podem sanar a carência de informações e consequentemente darem suporte ao produzir um texto. 2. Tipos de Argumento Há diferentes tipos de argumentos e a escolha certa consolida o texto: Argumentação por citação Sempre que queremos defender uma ideia, procuramos pessoas ‘consagradas’, que pensam como nós acerca do tema em evidência. Apresentamos no corpo de nosso texto a menção de uma informação extraída de outra fonte. A citação pode ser apresentada assim: Assim parece ser porque, para Piaget, “toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras” (Piaget, 1994, p.11). A essência da moral é o respeito às regras. A capacidade intelectual de compreender que a regra expressa uma racionalidade em si mesma equilibrada. O trecho citado deve estar de acordo com as ideias do texto, assim, tal estratégia poderá funcionar bem. Argumentação por comprovação A sustentação da argumentação se dará a partir das informações apresentadas (dados, estatísticas, percentuais) que a acompanham. 37 Esse recurso é explorado quando o objetivo é contestar um ponto de vista equivocado. Veja: O ministro da Educação, Cristovam Buarque, lança hoje o Mapa da Exclusão Educacional. O estudo do Inep, feito a partir de dados do IBGE e do Censo Educacional do Ministério da Educação, mostra o número de crianças de sete a catorze anos que estão fora das escolas em cada estado. Segundo o mapa, no Brasil, 1,4 milhão de crianças, ou 5,5 % da população nessa faixa etária (sete a catorze anos), para a qual o ensino é obrigatório, não frequentam as salas de aula. O pior índice é do Amazonas: 16,8% das crianças do estado, ou 92,8 mil, estão fora da escola. O melhor, o Distrito Federal, com apenas 2,3% (7 200) de crianças excluídas, seguido por Rio Grande do Sul, com 2,7% (39 mil) e São Paulo, com 3,2% (168,7 mil). (Mônica Bergamo. Folha de S. Paulo, 3.12.2003) Nesse tipo de citação o autor precisa de dados que demonstrem sua tese. Argumentação por raciocínio lógico A criação de relações de causa e efeito é um recurso utilizado para demonstrar que uma conclusão (afirmada no texto) é necessária, e não fruto de uma interpretação pessoal que pode ser contestada. Veja: “O fumo é o mais grave problema de saúde pública no Brasil. Assim como não admitimos que os comerciantes de maconha, crack ou heroína façam propaganda para os nossos filhos na TV, todas as formas de publicidade do cigarro deveriam ser proibidas terminantemente. Para os desobedientes, cadeia.” EXERCÍCIOS Texto para as questões 01 a 05 O pensamento ecológico: da Ecologia Natural ao Ecologismo Para entender o desenvolvimento do pensamento ecológico e a maneira como ele chegou ao seu atual nível de abrangência, é necessário partir da constatação de que o campo da Ecologia não é um bloco homogêneo e compacto de pensamento. Não é homogêneo porque nele vamos encontrar os mais variados pontos de vista e posições políticas, e não é compacto porque em seu interior existem diferentes áreas de pensamento, dotadas de certa autonomia e voltadas para objetos e preocupações específicas. Podemos dizer que, a grosso modo, existem no atual quadro do pensamento ecológico pelo menos quatro grandes áreas, que poderíamos denominar Ecologia Natural, Ecologia Social, Conservacionismo e Ecologismo. As duas primeiras de caráter mais teórico-científico e as duas últimas voltadas para objetivos mais práticos de atuação social. Essas áreas, cuja existência distinta nem sempre é percebida com suficiente clareza, foram surgindo de maneira informal na medida em que a reflexão ecológica se desenvolvia historicamente, expandindo seu campo de alcance. A Ecologia Natural, que foi a primeira a surgir, é a área do pensamento ecológico que se dedica a estudar o funcionamento dos sistemas naturais (florestas, oceanos etc.), procurando entender as leis que regem a dinâmica de vida da natureza. Para estudar essa dinâmica de vida da natureza, a Ecologia Natural, apesar de estar ligada principalmente ao campo da Biologia, se vale de elementos de várias ciências como a Química, a Física, a Geologia etc. A Ecologia Social, por outro lado, nasceu a partir do momento em que a reflexão ecológica deixou de se ocupar do estudo do mundo natural para abarcar também os múltiplos aspectos da relação entre os homens e o meio ambiente, especialmente a forma pela qual a ação humana costuma incidir destrutivamente sobre a natureza. Essa área do pensamento ecológico, portanto, se aproxima mais intimamente do campo das ciências sociais e humanas. A terceira grande área do pensamento ecológico - o Conservacionismo - nasceu justamente da percepção da destrutividade ambiental da ação humana. Ela é de natureza mais prática e engloba o conjunto das ideias e estratégias da ação voltadas para a luta a favor da conservação da natureza e da preservação dos 40 vezes poderíamos ver menos da metade do zodíaco, de horizonte a horizonte. Portanto, a evidência astronômica parece indicar que a Terra está no centro da esfera de estrelas. E se ela está sempre nesse centro, ela não se move em relação às estrelas." (Roberto de A. Martins, Introdução geral ao Commentarius de Nicolau Copérnico) Os termos além de, no entanto, então, portanto estabelecem no texto relações, respectivamente de: a) distanciamento - objeção - tempo - efeito b) adição - objeção - tempo - conclusão c) distanciamento - consequência - conclusão - efeito d) distanciamento - oposição - tempo - consequência e) adição - oposição - consequência - conclusão 07. "As palavras, paralelamente, iam ficando sem vida. Já a oração era morna, depois fria, depois inconsciente..." (Machado de Assis, Entre santos) "Nas feiras, praças e esquinas do Nordeste, costuma-se ferir a madeira com o que houver à mão: gilete, canivete ou prego. Já nos ateliês sediados entre Salvador e o Chui, artistas cultivados preferem a sutileza da goiva ou do buril." (Veja, 17/08/94, p. 122) "Ele só se movimenta correndo e perdeu o direito de brincar sozinho na rua onde mora - por diversas vezes já atravessou-a com sinal fechado para pedestres, desviando-se de motoristas apavorados." (Veja, 24/08/94, p. 60) Nos textos acima, o termo já exprime, respectivamente, a ideia de: a) tempo, causalidade, intensificação b) oposição, espaço, tempo c) tempo, oposição, intensificação d) intensificação, oposição, tempo e) tempo, espaço, tempo 08. "É comum, no Brasil, a prática de tortura contra presos. A tortura é imoral e constitui crime. Embora não exista ainda na leis penais a definição do 'crime de tortura', torturar um preso ou detido é abuso de autoridade somado à agressão e lesões corporais, podendo qualificar-se como homicídio, quando a vítima da tortura vem a morrer. Como tem sido denunciado com grande frequência, policiais incompetentes, incapazes de realizar uma investigação séria, usam a tortura para obrigar o preso a confessar um crime. Além de ser um procedimento covarde, que ofende a dignidade humana, essa prática é legalmente condenada. A confissão obtida mediante tortura não tem valor legal e o torturador comete crime, ficando sujeito a severas punições." (Dalmo de Abreu Dallan) Pode-se afirmar que esse trecho é uma dissertação: a) que apresenta, em todos os períodos, personagens individualizadas, movimentando-se num espaço e 41 num tempo terríveis, denunciados pelo narrador, bem como a predominância de orações subordinadas, que expressam sequência dos acontecimentos; b) que apresenta, em todos os períodos, substantivos abstratos, que representam as ideias discutidas, bem como a predominância de orações subordinadas, que expressam o encadeamento lógico da denúncia; c) que apresenta uma organização temporal em função do pretérito, jogando os acontecimentos denunciados para longe do momento em que fala, bem como a predominância de orações subordinadas, que expressam o prolongamento da ideias repudiadas; d) que consegue fazer uma denúncia contundente, usando, entre outros recursos, a ênfase, por meio da repetição de um substantivo abstrato em todos os períodos, bem como a predominância de orações coordenadas sindéticas, que expressam o prolongamento das ideias repudiadas; e) que consegue construir um protesto persuasivo com uma linguagem conotativa, construída sobre metáforas e metonímias esparsas, bem como com a predominância de orações subordinadas, próprias de uma linguagem formal, natural para esse contexto. 09. "Acho que não pode haver discriminação racial e religiosa de espécie alguma. O direito de um termina quando começa o do outro. Em todas as raças, todas as categorias, existe sempre gente boa e gente má. No caso particular dessa música, não posso julgar, porque nem conheço o Tiririca. Como posso saber se o que passou na cabeça dele era mesmo ofender os negros? Eu, Carmen Mayrink Veiga, não tenho ideia. Mas o que posso dizer é que se os negros acharam que a música é uma ofensa, eles devem estar com toda razão." (Revista Veja) a) A argumentação, desenvolvida por meio de clichês, subtende um distanciamento entre o eu / enunciador e o ele / negros. b) A argumentação revela um senso crítico e reflexivo, uma mente que sofre com os preconceitos e, principalmente, com a própria impotência diante deles. c) A argumentação, partindo de visões inusitadas, mas abalizadas na realidade cotidiana, aponta para a total solidariedade com os negros e oprimidos. d) O discurso, altamente assumido pelo enunciador, a ponto de autocitar-se sem pejo, ataca rebeldemente a hipocrisia social, que mascara os preconceitos. e) Impossível conceber, como desse mesmo enunciador, essa frase: "Sempre trabalhei como uma negra", publicada semanas antes na mesma revista. Módulo 6 GÊNEROS MISTOS Há alguns gêneros textuais que são considerados mistos, por mesclarem em seu conteúdo imagens e palavras. HISTÓRIA EM QUADRINHOS 42 O texto em quadrinhos tem algumas características específicas do gênero. Os “balões” que indicam a fala ou pensamento, a forma de se escrever, a riqueza de interjeições, onamatopéias, utilização de letras maiúsculas para indicar aumento no tom de voz, repetição de vogais indicando prolongamento do som emitido pelo personagem, etc. Além de tudo isto, a imagem dos personagens aparecem com expressões faciais e corporais, que completam a sua fala expressa pela escrita. É, talvez, o gênero de escrita que mais emprega representações dos componentes da linguagem oral, isto é, representa imagens dos movimentos do corpo de quem fala durante a emissão da mensagem. As histórias em quadrinhos são histórias escritas que se assemelham ao cinema porque os diálogos são oralizados a partir de um roteiro. Essas histórias que podem ser definidas como histórias em linguagem escrita com características da linguagem oral, possuem também características específicas como é o caso da representação escrita do pensamento do personagem: no cinema isto é possível através do som da voz do personagem, relatando as suas impressões enquanto ele se apresenta absorto, ou com a alternância de imagens atuais com imagens que representam fatos passados ou da imaginação de uma situação futura. Esse gênero de literatura deveria sair dos domínios comerciais para ocupar lugar de destaque como instrumento de leitura, utilizado para fins didáticos nas séries iniciais ou até mesmo nas intermediárias. Poder-se-ia utilizar conteúdos diferentes dos caricatos que comumente se vê, priorizando assuntos mais enriquecedores, como a reprodução de fábulas, contos, crônicas e outros textos que possam levar os jovens a se habituarem à leitura e a repensarem o mundo que os cerca. Obviamente, o investimento nessa área iria de encontro aos interesses de quem atualmente explora o mercado das revistas em quadrinhos com os personagens já consagrados pelo público, mas, sem dúvida, poderia ser uma alternativa valiosa para se criar o hábito de leitura nos jovens. CHARGE OU CARTUM Charge e Cartum podem ser conjuntamente consideradas como “piadas gráficas”, muitas vezes são mal empregados na imprensa que tende a confundir os termos como sinônimos. Eles não são sinônimos, estes termos servem justamente para definir os tipos de cada piada gráfica. O Cartum é uma piada gráfica para temas universais, que não precisa se prender a uma época ou lugar, sendo mais facilmente compreendido por pessoas de diferentes épocas e lugares. Ex: 45 Módulo 7 COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAIS Coerência Um texto pode ser incoerente em ou para determinada situação se seu autor não consegue inferir um sentido ou uma ideia através da articulação de suas frases e parágrafos e por meio de recursos linguísticos (pontuação, vocabulário, etc.). A coerência textual é a relação lógica entre as ideias, pois essas devem se complementar, é o resultado da não contradição entre as partes do texto. A coerência de um texto inclui fatores como o conhecimento que o produtor e o receptor têm do assunto abordado no texto, conhecimento de mundo, o conhecimento que esses têm da língua que usam e intertextualidade. Pode-se concluir que texto coerente é aquele do qual é possível estabelecer sentido; é entendido como um princípio de interpretabilidade. Veja o exemplo: “As crianças estão morrendo de fome por causa da riqueza do país.” “ Adoro sanduíche porque engorda.” As frases acima são contraditórias, não apresentam informações claras, portanto, são incoerentes. Coesão Coesão é a conexão, ligação, harmonia entre os elementos de um texto. Percebemos tal definição quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade ao outro. Os elementos de coesão determinam a transição de ideias entre as frases e os parágrafos. Observe a coesão presente no texto a seguir: “Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a política agrária do país, porque consideram injusta a atual distribuição de terras. Porém o ministro da Agricultura considerou a manifestação um ato de rebeldia, uma vez que o projeto de Reforma Agrária pretende assentar milhares de sem-terra.” JORDÃO, R., BELLEZI C. Linguagens. São Paulo: Escala Educacional, 2007, p. 566 As palavras destacadas têm o papel de ligar as partes do texto, podemos dizer que elas são responsáveis pela coesão do texto. Há vários recursos que respondem pela coesão do texto, os principais são: - Palavras de transição: são palavras responsáveis pela coesão do texto, estabelecem a inter- relação entre os enunciados (orações, frases, parágrafos), são preposições, conjunções, alguns advérbios e locuções adverbiais. Ex.: A prática de atividade física é essencial ao nosso cotidiano. Assim sendo, quem a pratica possui uma melhor qualidade de vida. 46 - Coesão por referência: existem palavras que têm a função de fazer referência, são elas: Ex.: Marcela obteve uma ótima colocação no concurso. Tal resultado demonstra que ela se esforçou bastante para alcançar o objetivo que tanto almejava. - Coesão por substituição: substituição de um nome (pessoa, objeto, lugar etc.), verbos, períodos ou trechos do texto por uma palavra ou expressão que tenha sentido próximo, evitando a repetição no corpo do texto. Ex.: Porto Alegre pode ser substituída por “a capital gaúcha”; Castro Alves pode ser substituído por “O Poeta dos Escravos”; João Paulo II: Sua Santidade; Vênus: A Deusa da Beleza. Ex.: Castro Alves é autor de uma vastíssima obra literária. Não é por acaso que o "Poeta dos Escravos" é considerado o mais importante da geração a qual representou. Assim, a coesão confere textualidade aos enunciados agrupados em conjuntos. Conjunções A palavra “conjunção” provém de “conjunto”. Vejamos a definição do último termo no dicionário Aurélio: Conjunto: adj. 1. Junto simultaneamente. sm. 2 Reunião das partes dum todo. Já o sufixo -ção tem significado de “resultado de uma ação”. Logo, se associarmos as duas definições temos que: conjunção é a ação de juntar simultaneamente as partes de um todo. Com essa primeira definição, vejamos essa frase composta por três verbos, ou seja, por três orações: Ex: Os dias passam, as prestações chegam, a vida continua. Vamos acrescentar na frase acima as palavras e e mas: Ex:Os dias passam e as prestações chegam, mas a vida continua. Notamos o seguinte: retiramos a vírgula e substituímos por palavras, e ao fazê-lo ligamos uma oração à outra, criamos um vínculo, uma união. A palavra e está ligando as orações 1 e 2 e a palavra mas está ligando as orações 2 e 3. Portanto, as palavras e e mas que unem as frases são exemplos de conjunção. Agora, vejamos esse outro exemplo: Amor e carinho são sentimentos que estão em falta no nosso dia-a-dia. Observamos que as palavras amor, carinho têm a mesma função na frase, a de juntas exercerem papel de sujeito da oração. O e está ligando essas duas palavras equivalentes, ou seja, de mesma função na oração. A ação de unir simultaneamente as partes (amor, carinho) de um todo (sujeito) foi feita a partir da palavra e, a qual é, portanto, uma conjunção. Podemos agora definir conjunção de uma segunda maneira, a usada pela maioria dos gramáticos, por ser definição do dicionário: Conjunção é a palavra invariável que relaciona duas orações ou dois termos que exercem a mesma função sintática. Conjunção coordenada e subordinada As conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas, o que dependerá da relação que estabelecem entre as orações. Vejamos essas duas frases: Maria caiu e torceu o tornozelo. Gostaria que você fosse sincera. No primeiro caso temos duas orações independentes, já que separadamente elas têm sentido completo: Maria caiu e Maria torceu o tornozelo. O período é composto por coordenação, pois as ações são sintaticamente completas em significado. No segundo caso, uma oração depende sintaticamente da outra. O verbo “gostaria” fica sem sentido se não há complemento, o que causa o questionamento seguinte: “gostaria de quê?”. Assim, a oração “que você fosse sincera” é complemento e, portanto, subordinada à primeira oração “Gostaria”. A palavra que, então, é a conjunção subordinativa que une as duas orações. 47 Locução conjuntiva Há ainda a locução conjuntiva, que acontece quando duas ou mais palavras exercem a função de conjunção. Alguns exemplos são: desde que, assim que, uma vez que, antes que, logo que, ainda que. Vejamos um exemplo: Ele irá te ajudar, desde que você faça a sua parte. Temos duas orações: “Ele irá te ajudar” e “você faça a sua parte”, ligadas pela locução conjuntiva desde que. EXERCÍCIOS TEXTO para as questões 01 a 14 "Arrumar o homem" (Dom Lucas Moreira Neves Jornal do Brasil, Jan. 1997) Não boto a mão no fogo pela autenticidade da estória que estou para contar. Não posso, porém, duvidar da veracidade da pessoa de quem a escutei e, por isso, tenho-a como verdadeira. Salva-me, de qualquer modo, o provérbio italiano: "Se não é verdadeira... é muito graciosa!" Estava, pois, aquele pai carioca, engenheiro de profissão, posto em sossego, admitido que, para um engenheiro, é sossego andar mergulhado em cálculos de estrutura. Ao lado, o filho, de 7 ou 8 anos, não cessava de atormentá-lo com perguntas de todo jaez, tentando conquistar um companheiro de lazer. A ideia mais luminosa que ocorreu ao pai, depois de dez a quinze convites a ficar quieto e a deixá-lo trabalhar, foi a de pôr nas mãos do moleque um belo quebra-cabeça trazido da última viagem à Europa. "Vá brincando enquanto eu termino esta conta". Sentencia entre dentes, prelibando pelo menos uma hora, hora e meia de trégua. O peralta não levará menos do que isso para armar o mapa do mundo com os cinco continentes, arquipélagos, mares e oceanos, comemora o pai-engenheiro. Quem foi que disse hora e meia? Dez minutos depois, dez minutos cravados, e o menino já o puxava triunfante: "Pai, vem ver!" No chão, completinho, sem defeito, o mapa do mundo. Como fez, como não fez? Em menos de uma hora era impossível. O próprio herói deu a chave da proeza: "Pai, você não percebeu que, atrás do mundo, o quebra-cabeça tinha um homem? Era mais fácil. E quando eu arrumei o homem, o mundo ficou arrumado!" "Mas esse garoto é um sábio!", sobressaltei, ouvindo a palavra final. Nunca ouvi verdade tão cristalina: "Basta arrumar o homem (tão desarrumado quase sempre) e o mundo fica arrumado!” Arrumar o homem é a tarefa das tarefas, se é que se quer arrumar o mundo. 01. Assinale o item cuja afirmativa está de acordo com o primeiro parágrafo do texto: (A) embora o autor do texto não confie na veracidade da estória narrada, conta-a por seu valor moral; (B) como o autor do texto confia na pessoa que lhe narrou a estória, ele a transfere para o leitor, mesmo sabendo que não é autêntica; (C) A despeito de ser bastante graciosa a história narrada, o autor do texto tem certeza de sua inautenticidade ; (D) O autor do texto nos narra uma história de cuja autenticidade não está certo, apesar de ter sido contada por pessoas dignas de confiança ; (E) a estória narrada possui autenticidade, veracidade e , além disso, certa graça. 50 Nas questões 15 e 16, numere os períodos de modo a constituírem um texto coeso e coerente e, depois, indique a sequência numérica correta. 15. ( ) Por isso era desprezado por amplos setores, visto como resquício da era do capitalismo desalmado. ( ) Durante décadas, Friedman - que hoje tem 85 anos e há muito aposentou-se da Universidade de Chicago - foi visto como uma espécie de pária brilhante. ( ) Mas isso mudou; o impacto de Friedman foi tão grande que ele já se aproxima do status de John Maynard Keynes (1883-1945) como o economista mais importante do século. ( ) Foi apenas nos últimos 10 a 15 anos que Milton Friedman começou a ser visto como realmente é: o mais influente economista vivo desde a Segunda Guerra Mundial. ( ) Ele exaltava a ‘liberdade’, louvava os ‘livres mercados’ e criticava o 'excesso de intervenção governamental.' (Baseado em Robert J. Samuelson, Exame, 1/7/1998) (A) 4, 2, 5, 1, 3 (B) 1, 2, 5, 3, 4 (C) 3, 1, 5, 2, 4 (D) 5, 2, 4, 1, 3 (E) 2, 5, 4, 3, 1 16. ( ) Na verdade, significa aquilo que um liberal americano descreveria (sem estar totalmente correto, porém) como conservadorismo. ( ) Nos Estados Unidos, liberalismo significa a atuação de um governo ativista e intervencionista, que expande seu envolvimento e as responsabilidades que assume, estendendo-os à economia e à tomada centralizada de decisões. ( ) A guerra global entre estado e mercado contrapõe ‘liberalismo’ a ‘liberalismo’. ( ) No resto do mundo, liberalismo significa quase o oposto. ( ) Esta última definição contém o sentido tradicional dado ao liberalismo. ( ) Esse tipo de liberalismo defende a redução do papel do Estado, a maximização da liberdade individual, da liberdade econômica e do papel do mercado. (Exame, 1/7/1998) (A) 1, 5, 3, 4, 2, 6 (B) 3, 1, 4, 5, 6, 2 (C) 2, 4, 5, 3, 6, 1 (D) 4 , 2, 1, 3, 6, 5 (E) 1, 3, 2, 6, 5, 4 17. Assinale o segmento que apresenta erro de concordância. (A) As empresas estrangeiras registram o capital que investe no país como empréstimos feitos pela matriz para poder remeter os juros às matrizes sem pagar imposto de renda. Há muitas propostas para reduzir a evasão fiscal no país. Uma delas é a cobrança de imposto sobre o faturamento das empresas. (B) No sistema financeiro, 34% dos débitos reconhecidos com a Receita estão com o pagamento suspenso por causa de liminares. As empresas deixaram de pagar cerca de 12 bilhões de reais em impostos nos últimos cinco anos, dos quais 3,5 bilhões seriam devidos pelos bancos. (C) O motivo: a Lei no 8200, de 1991, permitiu a correção monetária das despesas nos balanços, mas não fez o mesmo com as receitas. Boa parte dos dólares aplicados por investidores estrangeiros no país seria de brasileiros. O dinheiro, depositado em paraísos fiscais, retorna ao país sob a forma de investimento em ações e em aplicações de renda fixa, sem identificação do titular da conta, e sai sem pagar imposto algum. 51 (D) As empresas acumulam prejuízos de 183 bilhões de reais e querem transformá-los em créditos com o Fisco. Desse total, 23 bilhões são perdas contabilizadas por instituições financeiras. Se esse volume de recursos fosse usado de uma só vez, equivaleria a mais de um ano de arrecadação. (E) Das 530 maiores empresas do país, metade não pagou imposto de renda em 1997. O mesmo ocorreu com os bancos. Das 66 maiores instituições financeiras, 42% não recolheram imposto de renda. A Receita tem 115 bilhões de reais a receber em impostos devidos pelas empresas que não foram pagos por causa do que se chamou de “indústria de liminares”. (Exame, 02/06/1999, p.14 e 15, com adaptações) 18. Assinale a opção que preenche, de forma coesa e coerente, as lacunas do texto abaixo. O fenômeno da globalização econômica ocasionou uma série ampla e complexa de mudanças sociais no nível interno e externo da sociedade, afetando, em especial, o poder regulador do Estado. _________________ a estonteante rapidez e abrangência _________ tais mudanças ocorrem, é preciso considerar que em qualquer sociedade, em todos os tempos, a mudança existiu como algo inerente ao sistema social. (Adaptado de texto da Revista do TCU, nº82) (A) Não obstante – com que (B) Portanto – de que (C) De maneira que – a que (D) Porquanto – ao que (E) Quando – de que 19. Marque a sequência que completa corretamente as lacunas para que o trecho a seguir seja coerente. A visão sistêmica exclui o diálogo, de resto necessário numa sociedade ________ forma de codificação das relações sociais encontrou no dinheiro uma linguagem universal. A validade dessa linguagem não precisa ser questionada, ________ o sistema funciona na base de imperativos automáticos que jamais foram objeto de discussão dos interessados. (Barbara Freytag, A Teoria Crítica Ontem e Hoje, pág. 61, com adaptações) (A) em que – posto que (B) onde – em que (C) cuja – já que (D) na qual – todavia (E) já que - porque 20. Leia o texto a seguir e assinale a opção que dá sequência com coerência e coesão. Em nossos dias, a ética ressurge e se revigora em muitas áreas da sociedade industrial e pós-industrial. Ela procura novos caminhos para os cidadãos e as organizações, encarando construtivamente as inúmeras modificações que são verificadas no quadro referencial de valores. A dignidade do indivíduo passa a aferir- se pela relação deste com seus semelhantes, muito em especial com as organizações de que participa e com a própria sociedade em que está inserido. (José de Ávila Aguiar Coimbra – Fronteiras da Ética, São Paulo, Editora SENAC, 2002). (A) A sociedade moderna, no entanto, proclamou sua independência em relação a esse pensamento religioso predominante. 52 (B) Mesmo hoje, nem sempre são muito claros os limites entre essa moral e a ética, pois vários pensadores partem de conceitos diferentes. (C) Não é de estranhar, pois, que tanto a administração pública quanto a iniciativa privada estejam ocupando-se de problemas éticos e suas respectivas soluções. (D) A ciência também produz a ignorância na medida em que as especializações caminham para fora dos grandes contextos reais, das realidades e suas respectivas soluções. (E) Paradoxalmente, cada avanço dos conhecimentos científicos, unidirecionais produz mais desorientação e perplexidade na esfera das ações a implementar, para as quais se pressupõe acerto e segurança. QUESTÕES DISCURSIVAS 01. Reescreva os trechos fazendo a devida coesão. Utilize artigos, pronomes ou advérbios. Não se esqueça de que a elipse (omissão de um termo) também é um mecanismo de coesão. a) A gravata do uniforme de Pedro está velha e surrada. A minha gravata está novinha em folha. b) Ontem fui conhecer o novo apartamento do Tiago. Tiago comprou o apartamento com o dinheiro recebido do jornal. c) Perto da estação havia um pequeno restaurante. No restaurante costumavam reunir-se os trabalhadores da ferrovia. d) No quintal, as crianças brincavam. O prédio vizinho estava em construção. Os carros passavam buzinando. As brincadeiras, o barulho da construção e das buzinas tiravam-me a concentração no trabalho que eu estava fazendo. e) Os convidados chegaram atrasados. Os convidados tinham errado o caminho e custaram a encontrar alguém que orientasse o caminho aos convidados. f) Os candidatos foram convocados por edital. Os candidatos deverão apresentar-se, munidos de documentos, até o dia 24. 02. Use os pronomes adequados: a) Um encapuzado atravessou a praça e sumiu ao longe. Que vulto era _____ a vagar, altas horas da noite, pela rua deserta? b) Jorge teria dinheiro, muito dinheiro, carros de luxo e mulheres belíssimas. _____ eram as fantasias que passavam pela mente de Jorge enquanto se dirigia para o primeiro treino na seleção. c) Marcelo será promovido, mas terá de aposentar-se logo a seguir. Foi _____ que me revelou um amigo do 55 Módulo 8 PONTUAÇÃO Leia os textos abaixo: TEXTO I Um homem muito rico estava extremamente doente, agonizando. Pediu papel e caneta e escreveu, sem pontuação alguma, as seguintes palavras: 'Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres. Não resistiu e se foi antes de fazer a pontuação. Ficou o dilema, quem herdaria a fortuna? Eram quatro concorrentes. 1) O sobrinho fez a seguinte pontuação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. 2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o texto: Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. 3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. 4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga do padeiro? Nada! Dou aos pobres. Moral da história: A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é que fazemos sua pontuação. É isso faz toda a diferença... TEXTO II Questão de pontuação Todo mundo aceita que ao homem cabe pontuar a própria vida: que viva em ponto de exclamação (dizem: tem alma dionisíaca); viva em ponto de interrogação (foi filosofia, ora é poesia); viva equilibrando-se entre vírgulas e sem pontuação (na política); o homem só não aceita do homem que use a só pontuação fatal: que use, na frase que ele vive o inevitável ponto final. (João Cabral de Melo Neto. Agrestes,poesia. Rio de Janeiro, Nova Fronteira,1985.) A língua falada dispõe de recursos muito variados para exprimir suas pausas e entonações. Na língua escrita, essas pausas e entonações são representadas pelos sinais de pontuação. Veja os principais empregos de alguns sinais de pontuação: 56 PONTO FINAL É utilizado na finalização de frases declarativas ou imperativas. Exemplo: Lembrei-me de um caso antigo. Vamos animar a festa. O ponto final também é utilizado em abreviaturas. Exemplo: Sr. (senhor), Sra. (senhora), Srta. (senhorita), pág. (página). PONTO DE INTERROGAÇÃO (?) É utilizado no fim de uma palavra, oração ou frase, indicando uma pergunta direta. Exemplo: Quem é você? Por que ninguém ligou? Não deve ser usado nas perguntas indiretas. Exemplo: Perguntei a você quem estava no quarto. PONTO DE EXCLAMAÇÃO (!) É usado no final de frases exclamativas, depois de interjeições ou locuções. Exemplo: Ah! Deixa isso aqui. Nossa! Isso é demais! VÍRGULA A vírgula é usada nos seguintes casos: - para separar o nome de localidades das datas. Recife, 28 de junho de 2005. - para separar vocativo. Exemplo: Meu filho, venha tomar seus remédios. - para separar aposto. Exemplo: Brasil, país do futebol, é um grande centro de formação de jogadores. - para separar expressões explicativas ou retificativas, tais como: isto é, aliás, além, por exemplo, além disso, então. Exemplo: O nosso sistema precisa de proteção, isto é, de um bom antivírus. Além disso, precisamos de um bom firewall. - para separar orações coordenadas assindéticas. 57 Exemplo: Ela ganhou um carro, mas não sabe dirigir. - para separar orações coordenadas sindéticas, desde que não sejam iniciadas por e, ou e nem. Exemplo: Cobram muitos impostos, poucas obras são feitas. - para separar orações adjetivas explicativas. Exemplo: A Amazônia, pulmão mundial, está sendo devastada. - para separar o adjunto adverbial. Exemplo: Com a pá, retirou a sujeira. PONTO E VÍRGULA O ponto e vírgula indica uma pausa mais longa que a vírgula, porém mais breve que o ponto final. Emprega-se o ponto e vírgula nos seguintes casos: - para itens de uma enumeração. Exemplo: As vozes do verbo são: a. voz ativa; b. voz passiva; c. voz reflexiva. - para aumentar a pausa antes das conjunções adversativas – mas, porém, contudo, todavia – e substituir a vírgula. Exemplo: Deveria entregar o documento hoje; porém só o entregarei amanhã à noite. DOIS PONTOS Os dois pontos são empregados nos seguintes casos: - para iniciar uma enumeração. Exemplo: O computador tem a seguinte configuração: - memória RAM 256 MB; - HD 40 GB; - fax-modem; - placa de rede; - som. - antes de uma citação. Exemplo: Já diz o ditado: tal pai, tal filho. Como já diz a música: o poeta não morreu. - para iniciar a fala de uma pessoa, personagem. Exemplo: O repórter disse: - Nossa reportagem volta à cena do crime. 60 (A) como está chovendo, transferi o passeio; (B) não sabia, por que todos lhe viravam o rosto; (C) ele, caso queira, poderá vir hoje; (D) não sabia, por que não estudou; (E) o livro, comprei-o por conselho do professor. 04. Assinale o trecho sem erro de pontuação: (A) vimos pela presente solicitar de V.Sas., que nos informe a situação econômica da firma em questão; (B) cientificamo-lo de que na marcha do processo de restituição de suas contribuições, verificou-se a ausência da declaração de beneficiários; (C) o Instituto de Previdência do Estado, vem solicitar de V.Sa. o preenchimento da declaração; (D) encaminhamos a V.Sa., para o devido preenchimento, o formulário em anexo; (E) estamos remetendo em anexo, o formulário. 05. Assinale as frases em que as vírgulas estão incorretas: (A) ora ríamos, ora chorávamos; (B) amigos sinceros, já não os tinha; (C) a parede da casa, era branquinha branquinha; (D) Paulo, diga-me o que sabe a respeito do caso; (E) João, o advogado, comprou, ontem, uma casa. 06. Observe: 1) depois de muito pedir ( ) obteve o que desejava; 2) se fosse em outras circunstâncias ( ) teria dado tudo certo; 3) exigiam-me o que eu nunca tivera ( ) uma boa educação; 4) fez primeiramente seus deveres ( ) depois foi brincar; Assinale a alternativa que preencha mais adequadamente os parênteses: (A) (;) (,) (:) (;); (D) (?) (,) (,) (:); (B) (,) (;) (:) (;); (E) (,) (;) (.) (;). (C) (,) (,) (:) (;); 07. Assinale o item em que as vírgulas estão empregadas corretamente: I - Foi ao fundo da farmácia, abriu um vidro, fez um pequeno embrulho e entregou ao homem. II - A sua fisionomia estava serena, o seu aspecto tranquilo. III - E o farmacêutico, sentindo-se aliviado do seu gesto, sentira-se feliz diante de suas lembranças. IV - Quando, vi que não servia, dei às formigas, e nenhuma morreu. (A) I - IV; (B) II - III; (C) II - IV; (D) I - II; (E) I - III. 08. Em seguida vai um pequeno trecho de Machado de Assis, pontuado de diversos modos. Só uma vez a pontuação estará de acordo com as normas gramaticais. Assinale-a: (A) homem gordo, não faz revolução. O abdômen, é naturalmente amigo da ordem. O estômago pode destruir, um império: mas há de ser antes do jantar. (B) homem gordo não faz revolução. O abdômen é naturalmente amigo da ordem; o estômago pode destruir um império: mas há de ser antes do jantar; (C) homem gordo não faz revolução, o abdômen é, naturalmente, amigo da ordem. O estômago, pode 61 destruir um império: mas há de ser antes do jantar; (D) homem gordo não faz revolução: o abdômen e naturalmente, amigo da ordem. O estômago pode destruir um império: mas há de ser antes do jantar; (E) homem gordo não faz revolução: o abdômen é naturalmente amigo da ordem. O estômago pode destruir um império mas há de ser, antes do jantar. 09. Assinale a opção em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas da frase abaixo: “Como amanhã será o nosso grande dia ___ duas coisas serão importantes ___ uma é a tranquilidade ___ a outra é a observação minuciosa do que esta sendo solicitado”. (A) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula; (B) vírgula, vírgula, vírgula; (C) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; (D) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula; (E) ponto e vírgula, dois pontos, vírgula. 10. Assinale a série de sinais cujo emprego corresponde, na mesma ordem, aos parênteses indicados no texto: “Pergunta-se ( ) qual é a ideia principal desse parágrafo ( ) A chegada de reforços ( ) a condecoração ( ) o escândalo da opinião pública ou a renúncia do presidente ( ) Se é a chegada de reforços ( ) que relação há ( ) ou mostrou seu autor haver ( ) entre esse fato e os restantes ( )”. (A) , , ? ? ? , , , . (B) : ? , , ? , ___ ___ ? (C) ___ ? , , . ___ ___ ___ . (D) : ? , . ___ , , , ? (E) : . , , ? , , , . QUESTÃO DISCURSIVA 01. Reescreva as orações, pontuando adequadamente e fazendo pequenas modificações, quando necessário: a) Maria Rita menina pobre do interior chegou a São Paulo assustada b) O encanador sorriu e disse se a senhora quiser eu posso trocar também a torneira dona c) Quando tudo vai mal nós devemos parar e pensar onde é que estamos errando desta maneira podemos começar a melhorar isto é a progredir. d) Socorro alguém me ajude e) Ao voltar para casa encontrei um ambiente assustador móveis revirados roupas jogadas pelo chão lâmpadas quebradas e torneiras abertas f) De MPB eu gosto mas de música sertaneja g) Não critique seu filho homem de Deus dê o apoio que ele necessita e tudo terminará bem se você não apoiá-lo quem irá fazê-lo h) Os nossos sonhos não são inatingíveis a nossa vontade deve torná-los realidade i) O computador que é uma invenção deste século torna a nossa vida cada dia mais fácil j) Eu venderei todas as minhas terras mesmo que antes disso a lavoura se recupere l) Naquele instante quando ninguém mais esperava de longe avistamos uma figura estranha que se aproximava quando chegou bem perto ele perguntou o que fazem aqui neste fim-de-mundo e nós respondemos graças a Deus o senhor apareceu estamos perdidos nesta mata há dias m) Quando lhe disserem para desistir persista quando conseguir a vitória divida com seus amigos a sua alegria n) Quanta burocracia levei dois meses para tirar um documento de identidade o) Você tem duas opções desiste da carreira ou do casamento 62 p) O presidente pode se tiver interesse colocar na cadeia os corruptos ou seja aqueles que só fazem mal ao país Módulo 9 CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA Concordância Nominal e Verbal 1 – Concordância Nominal: Consiste no estudo de relações entre adjetivo e substantivo, pronome e substantivo, artigo e substantivo, numeral e substantivo. É, enfim, a relação entre nomes. Condição Geral: 1º) O nome impõe seu gênero e seu número a seus determinantes e aos pronomes que o substituem. a) Meu irmão, minhas irmãs, dois reis, duas rainhas, este tronco, estas árvores. b) Comprei alguns livros e já os li. 2º) Um determinante se referindo a mais de um substantivo A) Quando o determinante vem depois dos substantivos: a concordância do adjetivo é com o substantivo mais próximo, sendo adjunto adnominal; ou, a concordância será com todos os substantivos, sendo o adjetivo um predicativo. a) Ele se perdeu em bosques e vales escuros. b) Ele se perdeu em florestas e cavernas escuras. c) Ele se perdeu em florestas e vales escuros. d) Ele se perdeu em vales e florestas escuras. e) Comprei um livro e uma revista importados. f) Comprei um livro e uma revista importada. B) Quando o determinante vem antes dos nomes: a concordância será com o substantivo mais próximo. Todavia, se os substantivos forem nomes de pessoa, o adjetivo concorda com todos os núcleos, apenas. a) Sua mulher e filhos tinham viajado. b) Você escolheu má hora e lugar para o nosso encontro. c) Você escolheu mau lugar e hora para o nosso encontro. d) Os destemidos César e Napoleão... 3º) Um determinante [predicativo do sujeito]: observe a concordância verbal e acompanhe com a concordância nominal. a) O clima e a água eram ótimos. b) Eram ótimos o clima e a água. c) Era ótimo o clima e a água. d) Era ótima a água e o clima. 4º) Um determinante [predicativo do objeto]: a concordância será com o substantivo mais próximo ou com todos os substantivos. Porém, se o contexto não permite a concordância com todos os núcleos, claro que a concordância será apenas com o mais próximo (exemplo “c”). a) Considero o chapéu e o colete supérfluo(s). b) Considero a gravata e a blusa supérflua(s). c) Comi uva e carne frita. d) Considero supérflua(os) a gravata e o terno. 65 QUITE varia em número, apenas. ALERTA só varia quando for substantivo. a) Ela está quite, mas nós não estamos quites. b) Ela está alerta. c) Elas estão alerta. d) Alerta e preocupadas continuam as garotas. e) Os americanos estão alerta aos alertas. 16º) CARO / BARATO Quando advérbios, invariáveis; quando adjetivos, flexionam-se. a) As laranjas custaram caro. b)As cebolas foram caras. c)Aquelas caras mangas custaram barato, naquela outra loja. d)Champanha é caro, amigo. 2 – Concordância Verbal: Regra Geral: O verbo concorda com o sujeito da frase. 2.1 – Casos especiais: I) O sujeito é: a) pronome de tratamento: o verbo permanecerá sempre na terceira pessoa. Ex.: Vossa Excelência atendeu o nosso pedido. b) coletivo: o verbo ficará sempre no singular. Ex.: Uma quadrilha assaltou um banco. Se o coletivo vier especificado, seguido de nomes no plural, o verbo poderá permanecer no singular ou ir para o plural. Ex.: Uma quadrilha de ladrões assaltou (assaltaram) o banco. Tal observação se aplica também quando o sujeito é uma expressão partitiva PARTE DE, METADE DE, A MAIOR PARTE DE, GRANDE Nº DE, A MAIORIA DE ETC. Ex.: Parte dos empresários faltou. ou Parte dos empresários faltaram. Com as expressões UM DOS QUE e UMA DAS QUE o verbo deverá ir para o plural (embora sejam frequentes construções com o verbo no singular). Ex.: Cassiano foi um dos que ganharam os prêmios. Sou um dos que acreditam nisso. II) QUE/QUEM 66 a) Quando o sujeito for pronome relativo QUE, o verbo concordará com o antecedente do pronome relativo. Ex.: Fui eu que resolvi o problema. Fomos nós que assinamos o contrato. b) Quando o sujeito for o pronome relativo QUEM, o verbo deverá permanecer na terceira pessoa do singular. Ex.: Fui eu quem resolveu o problema. Fomos nós quem assinou o contrato. Fomos nós quem encontrou a solução. III) NOMES QUE SÓ APARECEM NO PLURAL Se o nome não vier precedido de artigo o verbo ficará no singular, caso venha precedido de artigo, o verbo acompanhará o artigo. Ex.: Estados Unidos é uma potência. Os Estados Unidos são uma potência. Rio Amazonas é o maior rio brasileiro. Itens nunca teve acento gráfico. 2.2 – Concordância das expressões: I) MAIS DE, MENOS DE, CERCA DE, PERTO DE O verbo concordará com o numeral que acompanha tais expressões: Ex.: Mais de um relatório foi digitado. Cerca de trinta funcionários foram demitidos. II) DE NÓS, DE VÓS, DE VOCÊS, DELES, DELAS a) Se antes de qualquer uma dessas expressões vier um pronome no singular, o verbo concordará com ele. Ex.: Algum de nós saiu. Qual delas é a mais bonita? b) Já se vier um pronome no plural, o verbo concordará com a expressão: Ex.: Alguns de nós saímos. Quais delas são mais bonitas? III) HAJA VISTA - EQUIVALENTE A VEJA Há três construções possíveis: OBS: Não existe haja visto. 67 IV) VERBO PARECER + INFINITIVO Há duas construções possíveis: ou se flexiona o verbo parecer, ou se flexiona o infinitivo, nunca ambos. Ex.: As estrelas pareciam brilhar. As estrelas parecia brilharem. 2.3 – Sujeito composto: Regra geral: o verbo vai para o plural. Ex.: O encarregado e o gerente chegaram. a) Se o sujeito composto vier depois do verbo, admite-se a concordância com o núcleo do sujeito mais próximo ou com todos os núcleos indo para o plural. Ex.: Dos funcionários da empresa ficou apenas o office-boy e o gerente. Estão ausentes o gerente, o diretor e a secretária. b) Com núcleos do sujeito ligados por OU, o verbo ficará no plural. Quando OU tem valor exclusivo o verbo irá para o singular. Ex.: Natal ou Maceió são excelentes locais para férias. George ou Ícaro ficará no setor. c) Com núcleos do sujeito ligados por COM, o verbo irá para o plural. Ex.: O diretor com os banqueiros organizaram a reunião. OBS: Caso se queira dar maior importância ao primeiro elemento do sujeito composto o verbo ficará no singular. Ex.: O diretor com os banqueiros organizou a reunião. 2.4 – Concordância do verbo SER: a) O verbo ser concorda com o predicativo nos seguintes casos: Ex.: Hoje são 20 de setembro. Que dia é hoje? Quantos dias são hoje? ATENÇÃO: Nas indicações de datas, admite-se a concordância do verbo ser com o substantivo dia elíptico. Ex.: Hoje é 15 de março. (Hoje é dia 15 de março.) b) Se o predicativo do sujeito for um pronome pessoal: 70 e) Foi acusado de grave crime: lesa-pátria. 05) Assinale a opção com erro de construção: a) Os filhos são tal qual os pais; b) Julgo inverídicas estas notícias; c) Estas foram as sós palavras que ele disse; d) Colhemos bastantes exemplos neste livro; e) Só alunos são admitidos na reunião. 06) Assinale a opção com erro de construção: a) As meias verdades são piores que as mentiras; b) O professor combinou algumas aulas extras; c) Minha irmã tem verdadeira obsessão por vestidos cinza; d) Os raios ultravioleta têm larga aplicação na Medicina; e) Vocês estão só ou acompanhados ? 07) Assinale a opção com erro de construção: a) Ele comprou livros e revistas bastante antigos; b) Os filhos são tais qual a mãe; c) Todos os soldados do quartel estavam alertas; d) Sua opinião é um crime de lesa-inteligência; e) Estudamos profundamente a língua inglesa e a francesa. 08) Assinale a opção com erro de construção: a) São duas nações todo poderosas; b) É vedado cópia deste livro; c) Mais trabalho e menas palavras; d) Alguns cientistas dizem que cebola é ótimo para o sangue; e) A literatura provençal e a portuguesa apresentaram alguns pontos de contato. 09) Tendo em vista as regras de concordância, assinale a opção em que a forma entre parêntese NÃO completa corretamente a lacuna da frase: a) devem ser bem ________ engenho e habilidades daqueles que integram uma mesma comunidade. (coordenadas) ; b) os países pobres e os países ricos possuem recursos e necessidades muito _______ ; (diversos); c) é preciso que Ciência e Tecnologia estejam __________ às aspirações da comunidade; (subordinadas); d) em muitos países, estão intimamente _________ o fenômeno científico e o social; (ligados); e) os mecanismos e intenções que determinam a pesquisa nos países ricos são erroneamente __________ , para os países pobres. (transferidos); 10) Assinale a alternativa que apresenta silepse de pessoa. a) Ele foi recompensado e os demais esquecidos; b) Os alunos da Universidade fomos informados que as aulas recomeçarão em março; c) Vossa Excelência, senhor bispo, é muito generoso; d) O povo, mesmo considerando os riscos em estar ali, não se afastaram enquanto não chegava o seu líder. 11) Assinale a opção em que há erro de concordância: a) Não eram caras a canetinha e o balãozinho que o camelô vendia; b) O camelô vendia barato canetas e balões coloridos; c) O camelô vendia, baratos, os balõezinhos e as canetinhas; d) Os balões e as canetas vendidos pelo camelô eram baratíssimos; e) Os pequeninos balões e canetas, que o camelô vendia, não eram caros. 12) Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas. Já _______ oito anos, que não _________ as peças de seu diário e ______ pessoas, naquela casa, que não se preocupavam com isso. a) iam fazer - se consertavam - havia; b) ia fazer - se consertavam - havia; 71 c) ia fazer - se consertavam - haviam; d) ia fazer - consertavam-se - haviam; e) iam fazer - consertavam-se - havia. 13) Assinale a opção em que há erro de concordância em relação a norma culta da língua: a) O trabalho do cientista é um dos que mais merece o reconhecimento da sociedade; b) Um grande número de cientistas trabalha em condições precárias; c) Deve existir condições especiais para o trabalho do cientista; d) Valorizem-se os cientistas, oferecendo-lhes condições especiais de trabalho; e) Quer-se criar condições especiais para o trabalho do cientista. 14) Assinale a opção em que o uso do verbo haver se faz de acordo com a norma culta da língua. a) Haverão anos sem que o veja novamente; b) Não deveriam haver condições melhores para o Romantismo senão após nossa emancipação política; c) Houveram protestos contra a reforma de Lutero; d) Não poderiam haver alunos mais estudiosos que os desta turma; e) Não se houveram bem aqueles rapazes. 15) Assinale a opção em que a lacuna pode ser preenchida por qualquer das duas formas verbais indicadas entre parênteses. a) Um dos seus sonhos ________ morrer na terra natal (era / eram); b) Aqui não _________ os sítios onde eu brincava. (existe / existem); c) Uma porção de sabiás ________ na laranjeira; (cantava / cantavam); d) Não _______ em minha terra belezas naturais; (falta / faltam); e) Sou eu que _______ morrer ouvindo o canto do sabiá. (quero / quer). 16) Assinale a opção que se completa com a segunda forma dos parênteses. a) Creio que _________ existir pessoas honestas; (deve / devem) b) Amanhã ________ fazer cinco anos que voltaste; (vai / vão) c) Pensamos que _________ muitos pretendentes a este cargo; (haverá / haverão) d) Todos crêem que __________ ocorrer um empate; (pode / podem) e) Pelos meus cálculos __________ fazer três dias que ela não aparece. (vai / vão) 17) Tendo em vista as regras de concordância assinale a única oração em que a forma entre parênteses completa corretamente a lacuna da frase: a) _________, na verdade, diferentes motivos responsáveis pela nossa dependência tecnológica (existe); b) É indispensável que se _________ entre pesquisas científicas e aspirações da comunidade uma estreita vinculação (mantenham); c) A força de certos mecanismos _________ com que as pesquisas nos países pobres girem em torno de interesses dos países ricos (fazem); d) _________ combinar-se engenho e habilidades dos homens para a resolução dos problemas específicos da comunidade (devem); e) É preciso que tanto o desenvolvimento científico quanto o tecnológico __________ primeiramente em conta o fator cultural (leve). 18) Assinale a opção em que a lacuna pode ser preenchida por qualquer das duas formas verbais colocadas entre parênteses: a) Não ________ motivos para acreditarmos que o computador constitui séria ameaça contra os direitos individuais (falta / faltam); b) Grande parte das previsões de alguns escritores _________ assumindo feição de realidade no mundo atual (está / estão); c) O computador certamente _________ profundas modificações na estrutura da sociedade moderna (introduzirá / introduzirão); d) No futuro, __________ desaparecer certos direitos de que hoje todos os indivíduos compartilham (poderá / poderão); e) É provável que futuramente ________ sob o controle do computador todos os nossos negócios e a nossa vida privada (fique / fiquem). 19) Em todas as frases a concordância verbal realizada é a única possível, EXCETO em: a) Cada um de nós mentiu-lhe estupidamente; b) Quando se acabariam aqueles serviços moles; c) Tinha havido alguns minutos de silêncio; 72 d) Tudo era matéria às curiosidades de Capitu; e) A causa eram provavelmente os seus projetos. 20) A concordância é facultativa em: a) Quantos de vós estais preparados; b) “A gente de nossa família trabalha nas plantações”; c) bateram seis horas no relógio da igreja; d) Mais de um dos convidados se cumprimentaram efusivamente; e) Mais de um banhista se afogou nessa praia no ano passado. Regência Verbal e Nominal Regência verbal É a maneira de o verbo relacionar-se com seus complementos. 1 – Verbos com mais de um significado: Aspirar (v.t.d. - sorver, respirar). → Como é gostoso aspirar seu perfume. → Como é gostoso aspirá-lo. → Há máquinas que aspiram o pó. → Há máquinas que o aspiram. Aspirar a (v.t.i. - pretender, almejar). → Quem não aspira a uma vida saudável? → Quem não aspira a ela. OBSERVAÇÃO: O pronome lhe será usado quando o objeto indireto for palavra que indique pessoa; caso contrário, usar-se-á o pronome ele com a respectiva preposição. Assistir (a) - (v.t.d. ou v.t.i.) - dar assistência. → O Governo assiste as populações carentes. → O Governo assiste-as. → O Governo assiste às populações carentes. → O Governo assiste a elas. Assistir a (v.t.i. - ver, estar presente; ou caber, ter direitos, deveres) → Queremos assistir ao jogo. → Queremos assistir a ele. → Esse direito só assistia ao Presidente. 75 Alguns desses verbos admitem alternância, isto é, objeto direto e indireto de "coisa" ou "pessoa", indiferentemente. Informei o fato aos alunos. ou o.d. o. i. Informei os alunos do fato. o.d. o. i. OBSERVAÇÃO: O erro comum, com esses verbos, é a construção em que aparecem dois objetos diretos ou dois indiretos, isto é, por excesso ou omissão de preposição. Avisei-os que a prova fora transferida. (incorreto) o.d. o.d. > dois objetos diretos Avisei-os de que a prova fora transferida. (correto) o.d. o. i. Avisei-lhe de que a prova fora transferida. (incorreto) o.i. o.i. > dois objetos indiretos Avisei-lhe que a prova fora transferida. (correto) o.i. o.d. Regência nominal É a relação de subordinação entre o nome e seus complementos, devidamente estabelecida por intermédio das preposições correspondentes. Acostumado (a, com) Estava acostumado a / com qualquer coisa. Afável (a, com, para com) Parecia afável a / com / para com todos. Afeiçoado (a, por) Afeiçoado aos estudos. Afeiçoado pela vizinha. Aflito (com, por) Aflito com a notícia. Aflito por não ter notícia. Amizade (a, por, com) Amizade à / pela / com a irmã mais velha. Analogia (com, entre) Não há analogia com / entre os fatos históricos. Apaixonado (de, por) Era um apaixonado das / pelas flores. Apto (a, para) Estava apto ao / para o desempenho das funções. Ávido (de, por) Um homem ávido de / por novidades. Constituído (de, por) Um grupo constituído de / por várias turmas. Contemporâneo (a, de) Um estilo contemporâneo ao / do Modernismo. Devoto (a, de) 76 Um aluno devoto às / das artes. Falho (de, em) Um político falho de / em caráter. Imbuído (de, em) Imbuído de / em vaidades. Incompatível (com) A verdade é incompatível com a realidade. Passível (de) O projeto é passível de modificações. Propenso (a, para) Sejam propensos ao / para o bem. Residente (em) Os residentes na Capital. Vizinho (a, de) Um prédio vizinho ao / do meu. Exercícios 01) Assinale a única alternativa que está de acordo com as normas de regência da língua culta. a) avisei-o de que não desejava substituí-Io na presidência, pois apesar de ter sempre servido à instituição, jamais aspirei a tal cargo; b) avisei-lhe de que não desejava substituí-lo na presidência, pois apesar de ter sempre servido a instituição, jamais aspirei a tal cargo; c) avisei-o de que não desejava substituir- lhe na presidência, pois apesar de ter sempre servido à instituição, jamais aspirei tal cargo; d) avisei-lhe de que não desejava substituir-lhe na presidência, pois apesar de ter sempre servido à instituição, jamais aspirei a tal cargo; e) avisei-o de que não desejava substituí-lo na presidência, pois apesar de ter sempre servido a instituição, jamais aspirei tal cargo. 02) Assinale a opção em que o verbo chamar é empregado com o mesmo sentido que apresenta em ________ “No dia em que o chamaram de Ubirajara, Quaresma ficou reservado, taciturno e mudo”: a) pelos seus feitos, chamaram-lhe o salvador da pátria; b) bateram à porta, chamando Rodrigo; c) naquele momento difícil, chamou por Deus e pelo Diabo; d) o chefe chamou-os para um diálogo franco; e) mandou chamar o médico com urgência. 03) Assinale a opção em que o verbo assistir é empregado com o mesmo sentido que apresenta em “não direi que assisti às alvoradas do romantismo”. a) não assiste a você o direito de me julgar; b) é dever do médico assistir a todos os enfermos; c) em sua administração, sempre foi assistido por bons conselheiros; d) não se pode assistir indiferente a um ato de injustiça; e) o padre lhe assistiu nos derradeiros momentos. 04) Em todas as alternativas, o verbo grifado foi empregado com regência certa, EXCETO em: a) a vista de José Dias lembrou-me o que ele me dissera. b) estou deserto e noite, e aspiro sociedade e luz. c) custa-me dizer isto, mas antes peque por excesso; d) redobrou de intensidade, como se obedecesse a voz do mágico; e) quando ela morresse, eu lhe perdoaria os defeitos. 05) O verbo chamar está com a regência INCORRETA em: a) chamo-o de burguês, pois você legitima a submissão das mulheres; b) como ninguém assumia, chamei-lhes de discriminadores; 77 c) de repente, houve um nervosismo geral e chamaram-nas de feministas; d) apesar de a hora ter chegado, o chefe não chamou às feministas a sua seção; e) as mulheres foram para o local do movimento, que elas chamaram de maternidade. 06) Assinale o exemplo, em que está bem empregada a construção com o verbo preferir: a) preferia ir ao cinema do que ficar vendo televisão; b) preferia sair a ficar em casa; c) preferia antes sair a ficar em casa; d) preferia mais sair do que ficar em casa; e) antes preferia sair do que ficar em casa. 07) Assinale a opção em que o verbo lembrar está empregado de maneira inaceitável em relação à norma culta da língua: a) pediu-me que o lembrasse a meus familiares; b) é preciso lembrá-lo o compromisso que assumiu conosco; c) lembrou-se mais tarde que havia deixado as chaves em casa; d) não me lembrava de ter marcado médico para hoje; e) na hora das promoções, lembre-se de mim. 08) O verbo sublinhado foi empregado corretamente, EXCETO em: a) aspiro à carreira militar desde criança; b) dado o sinal, procedemos à leitura do texto. c) a atitude tomada implicou descontentamento; d) prefiro estudar Português a estudar Matemática; e) àquela hora, custei a encontrar um táxi disponível. 09) Assinale o mau emprego o vocábulo “onde”: a) todas as ocasiões onde nos vimos às voltas com problemas no trabalho, o superintendente nos ajudou; b) por toda parte, onde quer que fôssemos, encontrávamos colegas; c) não sei bem onde foi publicado o edital; d) onde encontraremos quem nos forneça as informações de que necessitamos; e) os processos onde podemos encontrar dados para o relatório estão arquivados. 10) Assinale o item que preenche convenientemente as lacunas na sentença: a) Não ____ conheço o suficiente para entender seus motivos, mas aviso ____ de que não ____ perdôo a traição. a) lhe, lhe, lhe; c) o, lhe, o; e) o, o, lhe. b) o, o, o; d) lhe, lhe, o; 11) Assinale a frase em que há erro de regência verbal: a) a notícia carece de fundamento; b) o chefe procedeu ao levantamento das necessidades da seção; c) os médicos assistiram o simpósio e acharam-no muito interessante; d) é necessário que todos obedeçam às diretrizes estabelecidas; e) daqui posso ver-lhe o passo oblíquo e trôpego. 12) Uma das opções apresenta erro quanto a regência verbal. Assinale-a: a) na sala do superintendente aspirava sempre fumaça de um legítimo havana. b) chegando na repartição, encontrou as portas cerradas; c) todos obedeceram às determinações superiores; d) informei-o de que no dia 15 não haverá expediente; e) o gerente visou todas as folhas do ofício. 13) De acordo com a norma culta, a frase em que se teve o cuidado de obedecer à regência é: a) o Colégio São Geraldo, sito a Rua da União, encerrou suas atividades; b) o preço fixado tornou-se compatível de minhas posses; c) as regras do jogo não são passíveis por mudanças; d) sua decisão implica uma mudança radical; e) prefiro o cinema mais do que o teatro. 14) Assinale a alternativa correta em relação às frases: - Dar atenção ___ aulas é indispensável ___ aprovação. 80 Gírias: manjar, a pampa, legal, biruta, transa, bagulho, etc. - Preciosismo: expressão rebuscada. Usa-se com prejuízo da naturalidade do estilo. É o que popularmente se diz: “falar difícil”; trata-se de uma linguagem prolixa. - Pleonasmo vicioso: emprego inconsciente ou voluntário de palavras ou expressões involuntárias, desnecessárias, por já estar sua significação contida em outras da mesma frase. Voltou a estudar novamente Encarar de frente Verdade absoluta Completamente vazio Subiu para cima/ desceu para baixo O navio naufragou e foi ao fundo Há dez anos atrás Consenso geral Abismo sem fundo Em todos os países do mundo Acabamento final Elo de ligação NOTAS DE GRAMÁTICA EMPREGOS DE PALAVRAS E EXPRESSÕES Existem em nossa língua algumas palavras e expressões muito comuns, mas que, às vezes, oferecem dúvidas quanto ao seu correto emprego. Observe, a seguir, algumas delas. Por que / Por quê / Porque / Porquê: Por que deve ser grafado separadamente quando se trata de duas palavras: preposição por + pronome que. Assim, temos os seguintes casos: 2) quando equivale a pelo qual e variações, temos a preposição por seguida do pronome relativo que: Ex: Este é o ideal por que luto. (= pelo qual) Essa é a profissão por que sempre ansiei. (= pela qual) 3) quando equivale a por qual razão, por qual motivo, trata-se da preposição por seguida do pronome interrogativo que: Ex: Por que seu amigo não veio à festa? (= Por qual razão) Não sei por que ele faltou. (= por qual motivo) Por quê: quando o pronome interrogativo se posiciona no final da frase ou aparece seguido de pausa forte, ele deve receber acento circunflexo: Ex: Seu amigo não veio por quê? Ele não veio, não sei por quê. Você reclama de tudo, por quê, meu filho? Porque deve ser grafado numa só palavra quando se trata de uma conjunção equivalente a uma vez que, visto que, pois ou para que: Ex: Não fui à escola porque estava doente. Feche a porta porque está ventando muito. “Eu canto porque o instante existe e minha vida está completa.” (Cecília Meireles) Porquê só deve ser empregado como substantivo. Nesse caso, aparece sempre antecedido de um determinante: Ex: Desconheço o porquê de tantas mentiras. Não aceito os seus falsos porquês. Mal / Mau: Mau é adjetivo, antônimo de bom. Refere-se, portanto, a substantivos: Ex: Escolhemos um mau momento para viajar. Indivíduo de mau caráter não merece confiança. 81 Mal tem os seguintes valores morfológicos: advérbio de modo – antônimo de bem: Ex: Sua redação está bastante mal estruturada. Ela é muito mal-educada. Tudo não passou de um mal-entendido. Essa menina sempre se comporta mal em público. b) conjunção subordinada temporal– sinônimo de assim que, quando: Ex: Mal amanhece, muitos saem para o trabalho. “Mal entrou em casa, tocou o telefone.” (Dalton Trevisan) c) substantivo – nesse caso, deve ser precedido de artigo ou de outro determinante: Ex: “Maldita sejas pelo pelo ideal perdido! Pelo mal que fizeste sem querer! Pelo amor que morreu sem ter nascido!” (Olavo Bilac) Esse mal é difícil de curar. A fim / afim: A fim integra a locução a fim de, significando com o objetivo de. Ex: Estou na escola a fim de aprender mais. Afim é adjetivo variável, significando semelhante, que tem afinidade. Ex: Sempre tivemos idéias afins. (= semelhantes) Há ou a • Usa-se “há” quando o verbo “haver” é impessoal, tem sentido de “existir” e é conjugado na terceira pessoa do singular. Exemplo: Há um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo. Existe um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo. • Ainda como impessoal, o verbo “haver” é utilizado em expressões que indicam tempo decorrido, assim como o verbo “fazer”. Exemplos: Há muito tempo não como esse bolo. Faz muito tempo que não como esse bolo. Logo, para identificarmos se utilizaremos o “a” ou “há” substituímos por “faz” nas expressões indicativas de tempo. Se a substituição não alterar o sentido real da frase, emprega-se “há”. Exemplos: Há cinco anos não escutava uma música como essa. Substituindo por faz: Faz cinco anos que não escutava uma música como essa. • Quando não for possível a conjugação do verbo “haver” nem no sentido de “existir”, nem de “tempo decorrido”, então, emprega-se “a”. Exemplos: Daqui a pouco você poderá ir embora. Estamos a dez minutos de onde você está. 82 Propostas de Redação Enem (de 1998 a 2012) Apresentaremos aqui todos os temas de redação explorados no Enem. Alguns serão selecionados para trabalharmos nas aulas; os demais, sugerimos que sejam aproveitados para que você possa praticar e aperfeiçoar sua escrita. Destacamos as duas propostas recentes (2010 e 2011) para que você analise os textos de apoio e a forma como o tema foi proposto. 2012 - Movimento imigratórios para o Brasil no século XXI 2011 – Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado 2010 – O trabalho na construção da dignidade humana 2009 – O indivíduo frente à ética nacional 2008 – Como preservar a floresta Amazônica: suspender imediatamente o desmatamento; dar incentivos financeiros a proprietários que deixarem de desmatar; ou aumentar a fiscalização e aplicar multas a quem desmatar 2007 – O desafio de se conviver com as diferenças 2006 – O poder de transformação da leitura 2005 – O trabalho infantil na sociedade brasileira 2004 – Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação 2003 – A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo 2002 – O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais que o Brasil necessita? 2001 – Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em conflito? 2000 – Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio nacional 1999 – Cidadania e participação social 85 Proposta de Redação 2011 Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema VIVER EM REDE NOSÉCULO XXI: OS LIMITES ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Liberdade sem fio A ONU acaba de declarar o acesso à rede um direito fundamental do ser humano – assim como saúde, moradia e educação. No mundo todo, pessoas começam a abrir seus sinais privados de wi-fi, organizações e governos se mobilizam para expandir a rede para espaços públicos e regiões onde ela ainda não chega, com acesso livre e gratuito. ROSA, G.; SANTOS, P. Galileu. Nº 240, jul. 2011 (fragmento). A internet tem ouvidos e memória Uma pesquisa da consultoria Forrester Research revela que, nos Estados Unidos, a população já passou mais tempo conectada à internet do que em frente à televisão. Os hábitos estão mudando. No Brasil, as pessoas já gastam cerca de 20% de seu tempo on-line em redes sociais. A grande maioria dos internautas (72%, de acordo com o Ibope Mídia) pretende criar, acessar e manter um perfil em rede. “Faz parte da própria socialização do indivíduo do século XXI estar numa rede social. Não estar equivale a não ter uma identidade ou um número de telefone no passado”, acredita Alessandro Barbosa Lima, CEO da e.Life, empresa de monitoração e análise de mídias. As redes sociais são ótimas para disseminar idéias, tornar alguém popular e também arruinar reputações. Um dos maiores desafios dos usuários de internet é saber ponderar o que se publica nela. Especialistas recomendam que não se deve publicar o que não se fala em público, pois a internet é um ambiente social e, ao contrário do que se pensa, a rede não acoberta anonimato, uma vez que mesmo quem se esconde atrás de um pseudônimo pode ser rastreado e identificado. Aqueles que, por impulso, exaltam e cometem gafes podem pagar caro. Disponível em: http://www.terra.com.br. Acesso em: 30 jun. 2011 (adaptado). DAHMER, A. Disponível em: http://malvados.wordpress.com. Acesso em: 30 jun. 2011. 86 Redações Nota 1000 Apresentamos também abaixo dois exemplos de redação que receberam nota máxima (ano 2011) e os comentários acerca destas. Desejamos que a próxima redação a atingir esta nota seja a sua! "Redes sociais: o uso exige cautela", por Camila Pereira Zucconi Viçosa-MG É um ótimo TÍTULO e já indica a posição da candidata sobre o tema. Uma característica inerente às sociedades humanas é sempre buscar novas maneiras de se comunicar: cartas, telegramas e telefonemas são apenas alguns dos vários exemplos de meios comunicativos que o homem desenvolveu com base nessa perspectiva. E, atualmente, o mais recente e talvez o mais fascinante desses meios são as redes virtuais, consagradas pelo uso, que se tornam cada vez mais comuns. A contextualização desta INTRODUÇÃO é muito boa. A candidata acerta ao citar a evolução sofrida pelos meios de comunicação. Orkut, Twiter e Facebook são alguns exemplos das redes sociais (virtuais) mais acessadas do mundo e, convenhamos, a popularidade das mesmas se tornou tamanha que não ter uma página nessas redes é praticamente como não estar integrado ao atual mundo globalizado. Através desse novo meio as pessoas fazem amizades pelo mundo inteiro, compartilham ideias e opiniões, organizam movimentos, como os que derrubaram governos autoritários no mundo árabe e, literalmente, se mostram para a sociedade. Nesse momento é que nos convém cautela e reflexão para saber até que ponto se expor nas redes sociais representa uma vantagem. A autora do texto entendeu satisfatoriamente a proposta. Ao desenvolver sua ideia, mostra um conhecimento de mundo amplo, citando amizades, informações disseminadas e movimento políticos. Cabe destacar um ponto negativo na passagem: o uso do termo "convenhamos", típico da língua falada e que deve ser evitado em textos mais formais. Não saber os limites da nossa exposição nas redes virtuais pode nos custar caro e colocar em risco a integridade da nossa imagem perante a sociedade. Afinal, a partir do momento em que colocamos informações na rede, foge do nosso controle a consciência das dimensões de até onde elas podem chegar. Sendo assim, apresentar informações pessoais em tais redes pode nos tornar um tanto quanto vulneráveis moralmente. A primeira frase é bastante adequada. A partir dela, são discutidos prejuízos à integridade do indivíduo em razão do mau uso das redes sociais. Percebemos, portanto, que o novo fenômeno das redes sociais se revela como uma eficiente e inovadora ferramenta de comunicação da sociedade, mas que traz seus riscos e revela sua faceta perversa àqueles que não bem distinguem os limites entre as esferas públicas e privadas “jogando” na rede informações que podem prejudicar sua própria reputação e se tornar objeto para denegrir a imagem de outros, o que, sem dúvidas, é um grande problema. O parágrafo relaciona as duas ideias desenvolvidas anteriormente, o que é positivo. Há, contudo, um reparo a ser feito: a utilização de um único e longo período. Essa construção deve ser evitada, pois dá margem a erros e dificulta a leitura. Dado isso, é essencial que nessa nova era do mundo virtual, os usuários da rede tenham plena consciência de que tornar pública determinadas informações requer cuidado e, acima de tudo, bom senso, para que nem a própria imagem, nem a do próximo possa ser prejudicada. Isso poderia ser feito pelos próprios governos de cada país, e pelas próprias comunidades virtuais através das redes sociais, afinal, se essas revelaram sua eficiência e sucesso como objeto da comunicação, serão, certamente, o melhor meio para alertar os usuários a respeito dos riscos de seu uso e os cuidados necessários para tal. A solução sugerida nesta CONCLUSÃO é adequada porque procura combater o problema apresentado: a confusão entre público e privado. A autora faz um apelo ao bom senso, acrescentando que estado e comunidades virtuais devem cooperar no assunto. A posição satisfaz a orientação do Enem, que demanda do estudante uma proposta de intervenção específica e realizável. Redação sem título de autoria de Alline Rodrigues da Silva (Uberaba-MG) A crescente popularização do uso da internet em grande parte do globo terrestre é uma das principais características do século XXI. Tal popularização apresenta grande relevância e gera impactos sociais, políticos e econômicos na sociedade atual. Nesta INTRODUÇÃO, a estudante opta por iniciar tratando do fenômeno da internet, deixando de fora a questão público/privado. Assim mesmo, ela deixa claro que entendeu a proposta, ao abordar o 87 assunto logo no início do parágrafo seguinte. O emprego da expressão "tal popularização" garante a ligação entre as ideias, o que é essencial para a coesão do texto. Um importante questionamento em relação a esse expressivo uso da internet é o fato de existir uma linha tênue entre o público e privado nas redes sociais. Estas, constantemente são utilizadas para propagar ideias, divulgar o talento de pessoas até então anônimas, manter e criar vínculos afetivos, mas, em contrapartida também podem expor indivíduos mais do que o necessário, em alguns casos agredindo a sua privacidade. Ao escolher expressões como "uma linha tênue", "propagar ideias" e "vínculos afetivos", a autora expressa visão crítica sobre o assunto. Problemas de pontuação: uso errado de vírgulas nos trechos "Estas, constantemente são..." (seperando sujeito e verbo) e "... mas, em contrapartida também" (falta o sinal após "contrapartida"). Apesar disso, os erros não comprometem a clareza do raciocínio. Recentemente , ocorreram dois fatos que exemplificam ambas as situações. A “Primavera Árabe”, nome dado a uma série de revoluções ocorridas em países árabes, teve as redes sociais como importante meio de disseminação de ideias revolucionárias e conscientização desses povos dos problemas políticos, sociais e econômicos que assolam esses países. Neste caso, a internet agiu e continua agindo de forma benéfica, derrubando governos autoritários e pressionando melhorias sociais. O argumento tem estreita relação com a tese defendida e revela um raciocínio lógico da aluna. Em outro caso, bastante divulgado também na mídia, a internet serviu como instrumento de violação da privacidade. Fotos íntimas da atriz hollywoodiana Scarlett Johansson foram acessadas por um hacker através de seu celular e divulgadas pela internet para o mundo inteiro, causando um enorme constrangimento para a atriz. Os argumentos são precisos e evidenciam o caráter analítico do texto. Os exemplos escolhidos cumprem o papel de fundamentar as críticas e validar a proposta futura de que há necessidade de conscientização em relação às informações postadas nas redes. Analisando situações semelhantes às citadas anteriormente, conclui-se que é necessário que haja uma conscientização por parte dos internautas de que aquilo que for uma utilidade pública ou algo que não agrida ou exponha um indivíduo pode e deve ser divulgado. Já o que for privado e extremamente pessoal deve ser preservado e distanciado do mundo virtual , que compartilha informações para um grande número de pessoas em um curto intervalo de tempo. Dessa forma, situações realmente desagradáveis no incrível universo da internet serão evitadas. Nesta CONCLUSÃO, o mérito da solução não está na inovação absoluta da proposta, mas na articulação clara e coerente com a tese defendida pela candidata desde o início do texto, além do reconhecimento de que o meio virtual é "incrível", ou seja, não representa um mal por si só.