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Guias e Dicas
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Galvanização, Notas de estudo de Engenharia de Produção

Galvanização a fogo e outros

Tipologia: Notas de estudo

2012

Compartilhado em 04/06/2012

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UDESC – UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS
QUÍMICA GERAL E INORGÂNICA – PROCESSO DE GALVANIZAÇÃO – GALVANIZAÇÃO A FOGO
CARINA A.OLIVEIRA
DANIELA HILLE
ISABELA DUMKE
RAFAEL G. CARDOSO
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UDESC – UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS

QUÍMICA GERAL E INORGÂNICA – PROCESSO DE GALVANIZAÇÃO – GALVANIZAÇÃO A FOGO

CARINA A.OLIVEIRA

DANIELA HILLE

ISABELA DUMKE

RAFAEL G. CARDOSO

1ª FASE

JOINVILLE, NOVEMBRO DE 2008.

INTRODUÇÃO

O trabalho acadêmico a seguir, é baseado em pesquisas relacionadas ao processo químico envolvido na galvanização.

De acordo com o Dicionário Rosseti de Química, podemos definir galvanoplastia como a tecnologia responsável pela transferência de íons metálicos de uma dada superfície sólida ou meio líquido denominado eletrólito, para outra superfície, seja ela metálica ou não. Este processo usa a corrente elétrica, sendo chamado de “eletrólise”.

Informações sobre os diversos tipos de galvanização, tal como suas aplicações, será o objetivo da pesquisa a seguir.

Para a maioria das estruturas e peças que precisam ser protegidas da corrosão, costuma-se dar preferência a um sistema que tenha o menor custo de manutenção possível, mesmo porque, com freqüência, não há possibilidade de acesso para a realização da mesma.

Nesses e em muitos outros casos, o processo de zincagem por imersão a quente quase sempre é o escolhido.

O PROCESSO DE ZINCAGEM POR IMERSÃO A QUENTE

DEFINIÇÃO

A zincagem por imersão a quente é um processo de revestimento de peças de aço ou ferro fundido, de qualquer tamanho, peso, forma e complexidade, visando sua proteção contra a corrosão.

PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE DO METAL-BASE Após o desengraxamento necessário para remover óleos e graxas, as peças são decapadas geralmente em ácido clorídrico ou sulfúrico. Os inibidores podem ser adicionados ao ácido , de maneira que se removam somente a ferrugem e as escamas (ou carepas) de óxidos e o metal-base seja pouco atacado. O jato abrasivo é muito usado na limpeza de peças fundidas e em peças de aço laminado, para eliminar salpicos de solda, ferrugem, carepas ou tinta, para tornar áspera a superfície da peça ou para melhorar a ancoragem. Nesse caso, apenas uma rápida decapagem é suficiente para remover os óxidos de ferro.

FLUXAGEM A função da fluxagem é remover qualquer impureza remanescente na superfície do metal-base, melhorar a “molhabilidade” pelo zinco fundido e evitar a oxidação das peças. Dois métodos de fluxagem são usados:

No método a seco, a peça decapada é enxaguada em água corrente, mergulhada em tanque de fluxo e secada. Pode-se também aspergir, após a decapagem, sais de fluxo sobre as peças e secá-las antes da imersão no zinco fundido.

No método úmido, a peça é retirada do tanque de enxaguamento, indo direto para o banho de zinco fundido que tem uma camada de fluxo sólido e glicerina sobrenadante na sua superfície.

A escolha do método de fluxagem varia com o tipo de peça e com o zincador, mas não altera a espessura e o valor da proteção final.

ZINCAGEM POR IMERSÃO A QUENTE

Quando imersos na cuba de zincagem, o ferro e o aço são imediatamente molhados pelo zinco. Ao se retirar as peças do banho, uma quantidade de zinco fundido é arrastada sobre as camadas de liga e, ao se solidificar, transforma-se na camada externa de zinco praticamente puro. O resultado é um recobrimento formado por uma camada externa de zinco e várias camadas de liga Fe-Zn que estão unidas metalurgicamente ao metal-base. A temperatura normal de zincagem é de 445 a 455°C; a velocidade da reação é muito rápida a princípio, formando-se durante esse período inicial a maior parte da espessura da camada. Em seguida, a reação passa a ser mais lenta e a espessura não aumenta muito, mesmo que a peça permaneça imersa por longo período.

Observando-se a micrografia do revestimento, ampliada 200 vezes, (ver figura ao lado) vêem-se as várias camadas de liga Fe-Zn formadas durante o processo.

Assim, a primeira camada GAMA (próxima do aço) possui de 21 a 28% de ferro. A Segunda camada DELTA contém de 7 a 12% de ferro. A terceira camada ZETA apresenta de 5,8 a 6,2% de ferro. Finalizando, a Quarta camada ETA é formada praticamente de zinco.

Dependendo da composição química do metal-base e da aspereza da superfície, podem-se obter espessuras de revestimento maiores do que o especificado. Conseqüentemente, como a vida de um revestimento é proporcional à sua espessura, não são poucos os produtos zincados por imersão a quente que duram muito mais do que o calculado pelo revestimento mínimo especificado.

Com chapas ainda não trabalhadas, que podem ser conformadas após a zincagem, o crescimento da camada-liga é deliberadamente suprimido, adicionando-se alumínio ao banho de zinco, para a obtenção de maior durabilidade do revestimento, com sacrifício da espessura.

Essa prática é normalmente empregada nas usinas siderúrgicas enquanto a chapa está em contínuo processamento.

A pureza do zinco utilizado não é crítica. Zincos com 98,0% de pureza, contendo pouco mais de 1,0% de chumbo e pequenos teores de outros metais como cádmio, ferro, estanho e cobre, são satisfatórios. O alumínio às vezes é adicionado em pequenas quantidades (cerca de 0,005%) para aumentar o brilho da peça e deixar o revestimento mais liso.

Durante o processo de zincagem por imersão a quente, dois resíduos aparecem e podem contaminar o banho: a borra, uma massa pastosa constituída de liga Fe-Zn (5,0% + 95,0%), mais pesada do que o zinco fundido, que se concentra no fundo do tanque; e cinza ou escória de óxido de zinco que ser forma na superfície do banho.

FLUXOGRAMA DE UM PROCESSO DE GALVANIZAÇÃO A FOGO

1 – Desengraxe

• Remoção dos materiais orgânicos.

• Processo mais conhecido: alcalino em solução aquosa a quente, à base de carbonatos,

silicatos, hidróxidos, fosfatos, detergentes e outros.

• Fornecimento: normalmente no estado sólido para serem dissolvidos em água,

conforme orientações dos fabricantes.

2 – Decapagem

• Óxidos, cascas de óxidos e carepas não são removidos nos banhos de desengraxe

alcalino. Sua remoção é feita em banhos e soluções ácidas, em um processo conhecido como decapagem

• Uma camada típica de oxidação apresenta os seguintes elementos e compostos:

• Fe (ferro base)

• FeO (óxido de ferro no estado menos oxidado)

• Fe3O4 (óxido de ferro no estado intermediário de oxidaçã )

• Fe2O3 (óxido de ferro no estado mais oxidado)

Características

• Camada de FeO contribui com 80% da espessura da camada total e é o elemento mais

solúvel em ácidos

• Camada de Fe3O4 contribui com cerca de 18% e é menos solúvel do que a anterior

• A camada de Fe2O3 contribui com o restante de 2% e corresponde ao estado mais

estável e menos solúvel destes óxidos

Aspecto prático: o ácido clorídrico ( muriático ) é o mais comumente usado nas galvanizações brasileiras, nas concentrações de 6 a 12%.

Ataque do ácido: através das rachaduras e poros existentes na camada de oxidação, até atingir o substrato de FeO, promovendo sua dissolução e propiciando o destacamento da camada de óxido.

Quimicamente, o elemento mais solúvel nestas circunstâncias é o Fe base através da reação:

Fe + 2HCl è FeCl2 + H

Cuidado especial: Ocorre a geração de hidrogênio nesta reação que, se por um lado auxilia mecanicamente a remoção da camada, por outro, dissolve-se no ferro base fragilizando a peça (fragilização por hidrogênio)

Utilizam-se então:

• Inibidores (reduzindo o ataque do ácido ao ferro base)

• Substâncias que promovam redução da tensão superficial entre o ácido decapante e a

peça (ação umectante, facilitando seu “molhamento”)

• Agitação e aquecimento aumentam a velocidade de decapagem

3 – Lavagem

Após a decapagem é muito importante que as peças sofram uma lavagem em água corrente, em banhos subseqüentes ( de preferência mais de um ) com a finalidade de remover os resíduos produzidos nas reações de decapagem, de forma a minimizar as contaminações dos banhos seguintes.

4 – Fluxagem

A ação do fluxante processa-se sob duas formas: a) parte é consumida na dissolução e escorificação dos resíduos remanescentes b) o restante exerce a função umectante ( ou mordente ) proporcionando um eficiente molhamento da peça pelo zinco fundido

Principais componentes de um fluxante

• São os compostos químicos cloreto de zinco ( ZnCl2 ) e cloreto de amônio (NH4Cl),

formando sais duplos

• A grande vantagem de utilização de fluxos baseados em cloretos duplos de zinco e

amônia é a redução drástica na formação de borra e a melhor qualidade do acabamento

• Concentrações variáveis de sal duplo entre 5 a 30%, dependendo do tipo de peças

tratadas, em temperaturas de 65 a 100oC.

• Para o aço baixo-carbono revestido em banho de zinco fundido, sem nenhum

elemento de adição e para as condições de operação comumente utilizadas, obtém-se um revestimento constituído por quatro fases

Características principais

• As três primeiras fases são formadas devido à reação entre o zinco fundido e o aço,

chamadas de fases intermediárias

• Esta reação pode continuar após a retirada do aço de dentro da cuba, se a velocidade

de resfriamento for baixa

• A última fase, denominada Eta (de zinco puro) é formada pela solidificação do zinco

fundido aderido à peça por arraste

Aspectos importantes na Galvanização a Fogo

1. Temperatura do processo

As temperaturas usadas para zincagem variam normalmente entre 445 a 455oC.

Cuidados práticos:

• Deve-se galvanizar à mínima temperatura que permita um escorrimento fácil do

excesso de zinco durante a extração do material

• Temperaturas acima de 470oC são desaconselháveis pois a reação do zinco com as

paredes da cuba (para o caso de cubas metálicas) se torna muito intensa acelerando seu desgaste e diminuindo sua vida útil

2. Velocidade de imersão e remoção

Velocidade de imersão

• A imersão deve ser a mais rápida possível para que não haja tempo de uma espessa

camada de zinco se formar na primeira parte da peça, antes que toda ela tenha entrado em contato com o zinco

• A velocidade de imersão varia de 6 a 7 m/minuto

Velocidade de remoção

• Em contrapartida, quanto mais lenta e constante for a velocidade de remoção, melhor

será a uniformidade da camada e menos espessa a camada “eta”

• A velocidade de remoção está na média de 1,5 m/minuto

3. Tempo de imersão

• Quanto maior o tempo de imersão, mais espessa é a camada, até determinado limite,

passando a ocorrer uma estabilidade

• Observa-se um crescimento acentuado no primeiro minuto de imersão, etapa que

corresponde à rapidez da reação entre o zinco e o ferro para, em seguida, ocorrer uma etapa de reação mais lenta, correspondendo a um conseqüente crescimento mais lento da camada Aspecto prático

• O término da primeira fase, na prática, é percebido durante a zincagem pelo cessar do

borbulhamento da superfície do banho. Para espessuras normais de camadas, este fenômeno é uma indicação do fim de reação e do momento de retirada da peça do banho

• O tempo de imersão pode variar de 10 a 300 segundos

4. Composição do material base a ser galvanizado (aço/ferro fundido )

Fator dos mais importantes na formação e evolução da camada zincada

• Elementos que mais ativam a reação entre o zinco e o aço a ser galvanizado: carbono,

silício, fósforo, enxofre e manganês (C-Si-P-S-Mn)

• Mais reativo e mais comum de aparecer entre eles: silício (Si)

• Acima de 0,12% o mecanismo normal de formação da camada Fe-Zn é modificado,

obtendo-se camadas espessas e de coloração escura acinzentada

5. Composição do banho de zinco

• O zinco utilizado nas galvanizações brasileiras é o Zn SHG (Special High Grade)

com pureza igual a 99,995%

• O metal mais utilizado como elemento de liga do banho de galvanização é o

alumínio. É adicionado em pequenas quantidades, de forma a se ter no banho de galvanização em média cerca de 0,0050%

• Aconselha-se ter no banho no máximo cerca de 0,01%. Acima deste teor podem

ocorrer vários tipos de problemas nas peças galvanizadas além de reagir com o aço da cuba metálica

• Borra de zinco, mais conhecida como "areião", é um resíduo formado por cerca de

96% Zn e 4% Fe

• Aparência arenosa e composta de cristais de ferro-zinco insolúveis à temperatura

normal de trabalho, que se depositam no fundo da cuba durante o processo de galvanização

• Além de representar uma perda de zinco, prejudica o aquecimento da cuba, (mau

condutor de calor) e o aspecto das peças zincadas, quando adere a sua superfície

• Não é possível impedir a formação de borra, porém, é indispensável que se saiba sua

origem para poder controlar sua formação

Cinza de Zinco

• Cinza de zinco, mais conhecida como "terra de zinco", é um resíduo composto de

óxido de zinco, zinco metálico e cloretos em teores variáveis

• A cinza forma-se na superfície do banho devido à oxidação do zinco com o oxigênio

do ar e as escórias da reação fluxo-zinco-ferro

Facilitadores na geração de cinza

• Temperatura de trabalho, quanto mais alta, mais intensa a oxidação da superfície do

banho

• Agitação do banho, quanto maior a perturbação da superfície do banho, mais intensa

é a formação de cinzas

CONCLUSÃO

O processo anteriormente detalhado, a galvanização, é uma saída quimicamente eficiente para reduzir grandes perdas de ferro que oxidam devido a exposição ao ar e a água. Tratando de maneira simplificada, a galvonoplastia é a ligação do zinco metalurgicamente ao aço, que proporciona tripla proteção às peças que são revestidas.

Apesar do investimento inicial, que varia de acordo com o tamanho dos ítens em que o processo é aplicado, a longo prazo há menores custos de manutenção em relação a pintura e desgaste devido a corrosão. Entretanto, a galvanização também apresenta custo de manutenção, o sistema mais econômico é o processo de zincagem por imersão a quente em cubas em que o zinco e fundido e arrastados sobre às peças molhadas pelo mesmo composto.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS