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simulado de Pratica de ensino em creches
Tipologia: Provas
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Não perca as partes importantes!
Ao fim desta aula, você será capaz de: 1- explicar o conceito de infância como construção histórico-social; 2- comparar a infância atual com a infância nas idades média, moderna e atual; 3- contrastar a forma como consideramos a infância na nossa cultura e em diferentes sociedades, tais como: indígena, africana, zona urbana e zona rural; 4- criticar as inadequações que são oferecidas atualmente para as crianças nos grandes centros urbanos e que atrapalham o desenvolvimento de uma infância saudável.
Normalmente, associa-se a infância a imagens de crianças saudáveis e felizes, brincando descontraídas, sem preocupações, envolvidas em tarefas que pertençam somente a atividade lúdica em que estão concentradas no momento, geralmente, acompanhadas de um olhar atento de um adulto que as observa e procura suprir as suas necessidades.
Uma criança considerando a idade que possua apresenta necessidades especificas relativas a esse período da vida, e a condição histórico-social da criança irá possibilitar o modelo de infância que ela terá. Fatores econômicos, políticos, culturais e afetivos orientarão a forma como a criança será olhada, cuidada e educada.
Infância : É um período de grande desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e do peso da criança - especialmente nos primeiros três anos de vida e durante a puberdade. Mais do que isto, é um período em que o ser humano desenvolve-se psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no comportamento da pessoa e na aquisição das bases de sua personalidade. Aries (1975) em seu livro História Social da Infância e da Família desenvolveu um rico estudo a respeito da lenta transformação da criança e da família na Europa Ocidental.
O autor descreve em detalhes informações que reúnem a forma como a criança era tratada durante a
O autor descreve em detalhes informações que reúnem a forma como a criança era tratada durante a passagem da idade média à idade moderna. Na idade média, no inicio dos tempos modernos, e por muito tempo ainda nas classes populares, as crianças misturavam-se com os adultos assim que eram consideradas capazes de dispensar a ajuda das mães ou das amas, poucos anos depois de um desmame tardio – ou seja, aproximadamente, aos sete anos de idade... A partir desse momento ingressavam imediatamente na grande comunidade dos homens, participando com seus amigos jovens ou velhos dos trabalhos e dos jogos de todos os dias. ARIES (1975, P 275).
Adultos : É possível perceber por meio de inúmeros estudos que durante muito tempo a criança era tratada como miniadulto e que seu lugar na sociedade não tinha nenhum valor. Antes de se tornarem miniadultos eram tratadas como animais, com poucas condições de sobrevivência. Existem registros históricos que demonstram essa afirmativa, como quando ao nascer uma menina ou um menino, era usada a seguinte frase: “nasceu mais um macho ou mais uma fêmea”. Termos semelhantes ao que se usa por ocasião do nascimento de outros animais. Você sabia que durante muito tempo o lugar da criança esteve atrelado ao papel da mulher na sociedade? ARROYO (1994) ressalta que com a entrada da mulher no mercado de trabalho, a configuração da família mudou recebendo novas formas de organização. O autor afirma que:
dependendo do papel da mulher na sociedade, vamos encontrar um papel diferente para a infância. E este é um fenômeno muito sério na sociedade brasileira. Na medida em que os setores populares não dão conta de produzir sua assistência, que bnha como centro o trabalho masculino, a mulher, que está em casa trabalhando e reproduzindo, sai de casa para buscar trabalho. Também palpe ela deseja entrar na sociedade e não só ficar em casa. APROVO (1994), P. 89
Este aspecto modificou a maneira de educar a criança que atualmente entra em um mundo social amplo bem mais cedo, em comparação com as crianças de outros períodos históricos.
Segundo ARROIO (1994, P 89). “o trabalho feminino seja por necessidade, seja por opção, traz como consequência a necessidade de tornar coletivo o cuidado e a educação da criança pequena”. É importante enfatizar que as mudanças políticas, históricas e sociais interferem ativamente na organização do desenvolvimento infantil, pois ao colocar a criança em um ambiente social mais amplo, como creches e pré- escolas, o cuidado com ela deixa de ser exclusivamente do âmbito familiar privado e passa a ser também responsabilidade do Estado. Hoje, além da família, toda a sociedade tem que cuidar da infância.
até dois ou três anos, a criança Yanomami toma leite materno e vive grudada na mãe; isso determina seu equilíbrio afetivo. O respeito pela personalidade da criança é tão forte que seu desenvolvimentismo se dá livremente e sem que sejam criadas dependências. A repressão, o castigo, ou o bater nas crianças não existem entre os Yanomami. Se acontecer de a mãe perder a paciência com sua criança, ela será duramente repreendida pelo marido e pela comunidade.
É possível perceber que a cultura indígena em geral respeita a criança e procura acompanhá-la, oferecendo as condições necessárias para que se constitua um ser humano capaz de assumir o seu lugar na sociedade, a partir de uma infância livre e amorosa.
Ao chegarem ao Brasil, os negros não trouxeram crianças, pois o trabalho escravo era destinado aos adultos do sexo masculino.
As crianças negras na época do Brasil colonial nasceram em nosso país, e ao chegarem ao mundo já eram consideradas escravas, sem direito a liberdade e a poucos cuidados maternos, uma vez que suas mães amamentavam os filhos das mulheres brancas que não cuidavam de suas próprias crias.
Pesquisas históricas relatam que as crianças negras até os sete anos de idade conviviam com as crianças brancas na casa grande, sendo mimadas e bem tratadas, brincavam com as outras crianças. Porém, muitas vezes serviam como animais de estimação para as sinhazinhas que costumavam jogar pedaços de comida às crianças na hora do jantar, ou os sinhozinhos que montavam nas costas das crianças negras como se fossem cavalos ou animais do tipo. Após completarem sete anos iam para as senzalas e sofriam todas as formas de infortúnios e agressividades que eram destinadas aos escravos naquele período. Entravam no mundo do trabalho recebendo muitas chibatadas e humilhações.
Segundo Gilberto Freire, as “mães negras” inundaram a imaginação infantil com um folclore riquíssimo de assombrações e criaturas estranhas, como o boitatá e o “mão de cabelo”, que tiravam o sono dos meninos malcriados, perambulando pelas casas grandes e senzalas.
A vida na cidade grande muitas vezes deixa claro “ o que é de criança e o que é de adulto ”. Quer dizer, considerando a classe econômica a qual a criança pertença, quem trabalha é o adulto, enquanto a criança deve apenas estudar. Contudo, nas cidades grandes muitas vezes é oferecido a adultos e crianças as mesmas informações. A mídia tem proporcionado à criança a oportunidade de se vestir como adulto, consumir como adulto e de ter acesso as mesmas informações que um adulto tem. É preciso estar atento a esses aspectos, pois em uma sociedade em que adultos e crianças tem papeis que se confundem, o lugar da infância corre o risco de deixar de existir, cedendo à pressa do mundo do consumo e do trabalho.
É importante registrar que uma vez que infância é um conceito construído socialmente, atualmente, existem vários riscos que ameaçam a existência da qualidade desse período da vida, principalmente, em uma sociedade marcada por adultos, em que consumir muitas vezes se sobrepõe a existência humana.
É preciso ter claro que as crianças precisam de cuidados e de uma educação de qualidade que valorize o respeito às necessidades de sua infância.
Uma vez que o espaço e o tempo da infância dependem do olhar da sociedade, é necessário estar atento a todos os aspectos que possam valorizar esse tempo da vida como uma vivência que tem um fim em si mesma, e que consequentemente, irá construir a base estrutural que estará por vir.